Oksana
Estar irritada era um eufemismo perto da fúria que invadia o peito de Oksana, a suas botas esmagavam a garganta do homem aos seus pés, os seus olhos azuis pareciam um iceberg de tão gelado, na sua mão ela carregava uma pistola carregada, e se aquelas balas não dessem, ele poderia arrumar outra.
Oksana não gostava da hipocrisia que corroía as pessoas da máfia, ela odiava bajuladores, e principalmente aqueles que tentavam traí-la, o que era a situação do homem de baixo das suas botas. Com uma última olhada para o homem ela resolve acabar com o seu sofrimento fazendo um disparo na sua testa, a sua paciência tinha acabado.
Entrando no seu carro ela parte até o seu ponto de encontro preferido, um bar no centro da cidade, se ela tivesse sorte encontraria os seus amigos a esperando lá. Assim que para em frente ao bar ela observa como estava lotado, o mero pensamento de uma bebida gelada fazia a sua boca secar.
_ A princesinha Russa resolveu aparecer. - diz um dos seguranças quando a vê se aproximando, ela percebe os olhos dele percorrer o seu corpo com interesse. Oksana usava calças de couro preta e um cropede também de couro na cor marron, os seus saltos tilintava enquanto se aproximava do homem.
_ Olá Watíla. Sentiu saudades? - pergunta ela parando a frente dele lhe dando uma piscadinha.
_ Sabe que não, estou tendo menos trabalho agora. - diz sorrindo.
_ Não seja malvado, eu quase não dou trabalho. - diz olhando para ele de forma inocente.
_ Acredita nisso quem não te conhece princesinha. - diz ele abrindo a porta para ela entrar.
_ Prometo me comportar hoje Watíla, só quero mesmo uma bebida. - diz dando um tapa no seu ombro ao entrar.
O som da música alta enche os ouvidos de Oksana quando ela entra no bar, hoje tinha música ao vivo e ela procura um lugar no balcão para poder tomar a sua bebida. Com muito custo ela encontra um lugar vago e se senta.
_ O que vai querer hoje princesinha? - pergunta o bar man se aproximando dela.
_ Quero você, de preferência pelado comigo numa cama. - diz ela piscando para ele.
_ Vai ficar querendo garota, quero manter o meu pescoço no lugar. - diz ele rindo.
_ Você é um chato Raul, não gosta de um pouco de perigo? - insiste ela.
_ Até que gosto, mas não sou suicida, se tocar em você o Don me mata. - aquilo era corriqueiro, Raul estava acostumado com as brincadeiras de Oksana, e sabendo quem ela era ele ficava ainda mais esperto com o que dizia.
_ Então me vê um dos seus drinks. - diz ela virando-se de lado para ver os cantores no pequeno palco. Minutos depois Raul volta e coloca um drink de frutas na sua frente.
Oksana gostava daquilo, para ela nada era mais gostoso que uma bebida gelada depois do trabalho. Ela olha as pessoas dançando com um sorriso no rosto. Naquele lugar todos a conheciam, e justamente por isso ninguém se aproximava dela todos temiam a retaliação do seu irmão, o que a deixava mais irritada a cada dia.
O coração dela pulsava com o desejo de fazer mais coisas, mas seu irmão era uma sombra constante na sua vida, a proteção dele era tão acirrada sobre ela que as vezes Oksana pensava que iria sufocar. Com esse pensamento ela toma o seu drink num único gole.
_ Mais um Raul! - grita ela erguendo o seu copo.
_ Sabe que tem que ir de vagar princesinha. - diz ele pegando o seu copo.
_ Não mesmo. - responde ela sorrindo.
Oksana queria aproveitar já que o seu irmão tinha ido visitar alguns amigos, ela sempre fazia aquilo. Fazia um tempo que o seu irmão frequentava a casa da Fênix e Oksana sabia bem por que, a irmã de Ricardo havia conquistado o seu coração e sempre que ele tinha uma folga corria para lá querendo vê-la.
Apesar da aparência Oksana sabia que o seu irmão era apenas mais um bobo apaixonado no mundo, ela não duvidava dos sentimentos dele, o que a incomodava era sua covardia em se declarar a Sofia.
_ Aqui. - diz Raul colocando outro drink na frente dela. Ela pega e entorna tudo de uma vez lhe devolvendo o copo. - Pega leve, ou ligo para o seu guarda costas.
Yuri sempre deixava alguém de olho nela quando não estava, a sensação de liberdade que ela tinha era muito relativa. Aquela noite ela não queria pensar em nada queria apenas que o álcool anestesiasse o seu corpo preenchendo o vazia do seu coração. Após alguns copos Oksana se sentia leve, ela parte para a pequena pista de dança e começa a dançar como uma louca.
Ela podia sentir os vários olhares sobre ela, mas aquilo não a incomodava iria aproveitar os seus minutos de liberdade falsa. O seu corpo balançava ao som de uma música eletrónica que tocava, alguns minutos depois ela estavam dançando em cima de uma das mesas.
_ Desça Oksana! - diz Dimitri com o rosto fechado, ele odiava ficar de babá de Oksana.
_ Larga de ser careta Dimitri. - diz ela sem se preocupar com a sua presença.
_ Se não descer, te tiro dai a força. - diz ele bravo, para ele Oksana era pior que criança.
Ela o ignora e quando Dimitri tenta pegá-la ela começa a correr dentro do dar rindo. Dimitri praguejava enquanto tentava alcançá-la, mesmo bêbada ela era rápida, com muita dificuldade Dimitri a pega e joga nos seus ombros a levando embora.
_ Dimitri, seu chato! - grita ela enquanto ele ia para a saída.
_ Pelo que vejo a sua noite terminou sedo hoje princesinha. - diz Watíla quando Dimitri sai do bar.
_ Ele é um estraga prazeres! - grita ela.
Dimitri coloca Oksana no seu carro e entrega as chaves do de Oksana para um dos saldados levar. Ela não demora muito para dormir e Dimitri suspira aliviado pela paz que reinava, mesmo que fosse temporária.