Capítulo 56

1013 Words
Assim que Aurélio aparece no alto da escada a conversa para na sala, eles esperam que ele desça e ocupe o seu lugar no meio deles. Dandara se levanta com uma caneca de chocolate quente e entrega a ele. _ Não me olhem desta forma. - diz ele tomando um gole do seu chocolate. Os outros desviam os olhos envergonhados com o seu comportamento, mas a preocupação deles naquele momento era genuína e apenas desejavam que ele estivesse bem. _ Nos perdoe Aurélio, falhamos com você. - diz Klaus. _ O que tenho passado nada tem a ver com vocês, e se não sabiam foi porque eu quis assim. - diz ele olhando fixamente para Klaus. _ Então nos diga, queremos ajudá-lo. - pede Nico angustiado, ele nunca tinha visto Aurélio daquela forma e a tranquilidade que ele aparentava o incomodava terrivelmente. Ele queria o seu amigo lunático de volta, não aquela casca que estava a sua frente. _ Já disse, não vou envolver vocês nisso. - diz ele balançando a cabeça. _ Então não vai nos contar? - pergunta Yuri zangado. _ Não, quero vocês fora dos meus problemas, então não se metam. - aquelas palavras tinham sido ditas de forma ríspida, era um aviso para que eles não começassem a investigá-lo. _ Não pode pedir isso para nós Aurélio, nos preocupamos com você. - diz Max. _ Eu sei que se importam, e é justamente por isso que precisam esquecer esse assunto. - diz ele irredutível. _ Eu não vou interferir até que ache que não precise, o primeiro sinal que eu ver, vou irromper por essa porta como um furacão e arrancarei a informação de você a força. - diz Síria seria olhando nos seus olhos. _ Não espero outra coisa de você Sí. - diz ele com um sorriso triste no rosto. A conversa entre eles permanecem mais amena e Aurélio agradecia por aquilo, ele não tinha mais ânimo para discutir com os seus amigos sobre os seus problemas pessoais. Num canto ele percebe o olhar preocupado de Dandara sobre ele, e aquilo aquecia o seu coração, a mulher antes tão assustada estava deixando o seu medo para trás, ele percebia o braço de Calebe na sua cintura de forma possessiva, para seu soldado não importava se os homens naquela sala eram casados ele cuidaria da sua mulher. _ Mas me diga, sei que tem um problema para lidar. - diz Yuri lembrando-se das palavras dele. _ Sim, um dos meus aviões foi roubado. - diz ele massageando os olhos algo que sempre fazia quando estava stressado. _ Viemos para ajudar, e é isso que vamos fazer. - diz Síria de maneira firme. _ Como nos velhos tempos? - pergunta ele com um sorriso no rosto. _ Como nos velhos tempos. - diz ela piscando para ele. Em poucos minutos eles tinham organizado vários arquivos sobre uma mesa no galpão de Aurélio, eles precisavam ser rápidos para conseguir recuperar a mercadoria. Síria já tinha ligado para Ricardo e explicado o que tinha acontecido, mas não contou sobre a cena com Aurélio mais sedo, deixaria para contar pessoalmente. Naquele momento ela ouvia o seu amigo rir das ideias de Nico e sorria ao ver ele mais tranquilo. _ Ele vai ficar bem? - pergunta Dandara aproximando-se de Síria. Síria se volta para a mulher que torcia os dedos ao seu lado, um vinco na sua testa ao observar de longe o seu padrinho. Síria via apenas preocupação no seu rosto, ela realmente se importava com ele. _ Por que se importa? - pergunta ela olhando fixamente para a mulher ao seu lado. _ Ele é bom para mim, porque não me importaria. - diz ela sem entender onde Síria queria chegar com aquelas palavras. _ Sim, apesar daquele jeito doido dele, Aurélio tem um coração mole com a família. - diz ela com um sorriso de canto. _ Você o conhece há muito tempo? - Dandara estava curiosa, tinha visto a forma que Síria se aproximava de Aurélio e aquilo a tinha deixado intrigada, sabia que para alguém permitir que outra pessoa se aproximasse como ele fazia era por que havia plena confiança entre eles. _ Sim, passei por alguns momentos difíceis na minha vida e ele sempre esteve ao meu lado, amo muito esse maluco. - diz ela com carinho. Dandara não se enganava com aquela tranquilidade de Síria, a primeira vez que a tinha visto sentiu todo o seu corpo se arrepiar. A mulher tinha uma aura dominante que a cercava e apesar dela estar tranquila ao seu lado ela ainda podia sentir os seus cabelos da nuca se arrepiarem. Calebe tinha lhe contado um pouco da história dela, e foi daquela forma que o respeito que ela estava construindo pela mulher ao seu lado havia aumentado. _ Ele realmente é muito bom, - diz Dandara, gratidão se derramando em cada palavra que saia da sua boca. - Queria poder fazer mais por ele. _ E pode. - diz Síria retirando um pequeno papel do bolso da sua calça. - Esse é meu número particular, qualquer problema me ligue imediatamente. _ Mas... _ Dandara, sei que é leal a ele, e fico aliviada por saber disso, mas se perceber algo fora do normal que possa colocar a vida dele em risco, me ligue imediatamente. - diz Síria olhando fixamente para ela. Dandara entendia o que Síria queria dizer, e apenas uma olhada no seu padrinho ela percebeu que faria de tudo para o ver bem, queria retribuir tudo o que ele estava fazendo por ela. _ Farei isso Síria. - diz ela com olhos determinados. _ Ótimo, sabia que poderia contar com você. - diz ela dando um tapinha nas suas costas. - Se quer prender a defender os seus Dandara, pesa a Calebe que a treine, ele é um bom professor e não vai se recusar. Os olhos de Dandara iluminam-se com aquelas palavras, ela queria ser mais útil e aprender a se defender sozinha também, nunca mais queria passar o que tinha passado na sua vida.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD