Os primeiros seguranças avançam contra Aurélio o derrubando no chão e o imobilizando, eles o erguem e desferem vários socos no seu corpo.
_ Seu desgraçado! Se chegar perto dela eu te mato, não importo o que isso vai me custar! - grita ele tentando se soltar dos homens que o segurava.
_ Esse é seu problema Aurélio, alguém com tanto poder não deveria se prender a pessoas sem significado nas suas vidas, mas eu devo ser grato por isso, caso contrário, eu não estaria me beneficiando disso. - diz ele rindo do desespero de Aurélio.
A impotência que dominava Aurélio o enchia de raiva, ele queria poder esquecer tudo que amava e simplesmente acabar com aquilo de uma vez, mas não podia. Ele não arriscaria a segurança de Oksana, assim como não arriscaria a vida dos seus afilhados e os seus amigos, ele não era assim e não agia daquela forma.
_ Tenho trabalho para você, e se não sair da forma que eu quero já sabe quem pagará por isso. - diz ele dando alguns tapas no rosto de Aurélio.
_ Até quando! Quando vai parar de fazer isso! - grita ele em desespero.
_ Enquanto eu não tiver o que quero você vai continuar sendo meu fantoche, meu neto. - diz ele no ouvido de Aurélio.
Os seguranças soltam Aurélio lhe entregando um pequeno aparelho a ele, ele apenas pega o aparelho e se vira para ir embora.
_ Não vai se despedir do seu querido avô? - pergunta o homem sorrindo, a resposta de Aurélio foi mostrar o dedo do meio enquanto saia daquele lugar.
Quando entra no seu corro Aurélio tinha olhos sombrios, o ódio o dominando de forma alarmante, ele arranca com o carro em direção a sua cobertura, não tinha nenhuma possibilidade dele voltar para casa naquele estado, tudo que ele precisava era tentar se acalmar antes que entrasse em colapso.
Assim que entra no seu apartamento ele joga-se no seu sofá, Aurélio retira o aparelho do bolso e olha os dados das pessoas que ali estavam, os seus olhos arregalam-se ao perceber que na lista do seu avô tinha uma menininha de apenas dois anos, assim como os seus afilhados.
Ele sabia que enfrentaria as consequências por causa do que faria, mas não poderia fazer aquilo, pegando o seu telefone ele liga para a uma pessoa que ele não esperava ligar tão sedo, seu amigo.
_ Até que enfim. - diz Ricardo ao telefone.
_ Estou com problemas e preciso da sua ajuda. - diz ele indo direto ao ponto.
_ Achei que não iria pedir. - responde ele com um traço de sorriso na sua voz. - Do que precisa?
_ Preciso que me ajude a simular algumas mortes, não posso te dizer por que, mas tenho presa nisso. - diz ele de forma rápida.
_ Não se preocupe, tenho as pessoas certas para isso, ninguém sabe que eles trabalham para mim, então não deixará rastros.
_ Obrigada Ricardo. - diz ele suspirando aliviado. Ele sabia que aquela ligação era segura já que o próprio Xavier tinha cuidado disso, então não teria a menor possibilidade do seu avô descobrir o que ele faria.
_ Quando quiser falar sobre isso basta me ligar, para você não tenho hora. - diz Ricardo.
_ Seu sei, mas em breve isso vai passar, então explico tudo. - responde ele.
_ Usou o meu presente? - pergunta Ricardo se referindo ao aparelho que ele tinha lhe entregado.
_ Sim, estou no radar.
_ Ótimo, fico mais tranquilo.
Após desligar o telefone Aurélio vai tomar um banho e tentar dormir, a sua noite estava perdida e não tinha nada que ele pudesse fazer em relação a isso, então ao menos poderia tentar descansar um pouco.
No outro dia Aurélio parte cedo de volta para casa. O seu pessoal não estranhava mais aqueles sumiços que ele dava, até por que Bernardo sempre o estava cobrindo e apenas Calebe e a babá sabiam quando ele saia, então não tinha muito risco de algum dos seus inimigos resolverem atacar o seu território.
Assim que ele entra em casa encontra os olhos marejados da babá, ela corre na sua direção o abraçando com força enquanto chorava no seu peito.
_ Achei que não o veria mais menino. - diz ela segurando o rosto dele entre as mãos.
_ Não vai se livrar de mim assim tão sedo babá, se lembre que me prometeu que cuidaria dos meus filhos. - diz ele dando um beijo na bochecha dela, enquanto a abraçava.
_ Tem que parar com isso, não suporto mais ver você sair de casa para voltar assim. - diz ela vendo os hematomas que ele tinha pelo rosto.
_ Isso não foi nada, apenas xinguei a mãe de alguém. - diz ele com um sorriso de canto, mas aquilo não enganava os olhos atentos da velha a sua frente.
Aurélio não suportava ver aquela expressão no rosto dela, então apenas a solta lhe dando um beijo na testa enquanto subia para seu quarto, ele queria tirar as roupas que estava e tomar um banho antes de se juntar aos outros. Quando Aurélio desce ele percebe que Oksana não estava à mesa com Dimitri.
_ Ela partiu de madrugada, disse que precisava cuidar de algo na Rússia. - explica a babá.
_ Ligo para ela depois. - diz ele imaginando que Oksana devia estar querendo a sua cabeça naquela altura.
_ Ela lhe deixou isso. - diz Calebe entregando uma caixa para o seu chefe.
Aurélio pega a caixa com um sorriso, mas quando vê o bilhete que tinha dentro os seus olhos se arregalam, ele levanta-se rapidamente encarando Bernardo.
_ Qual foi o último lugar que ela esteve Bernardo? - pergunta ele nervoso.
_ Na verdade ela deu uma volta no seu carro apenas antes de partir. - diz ele não entendendo o que estava acontecendo.
_ Qual carro? - pergunta entre dentes.
_ O seu favorito, achei que não se importaria. - diz ele.
_ Merda! - diz antes de sair correndo até a frente da mansão, no momento em que ele se aproxima do carro o aparelho que ele tinha pegado na caixa começa a apitar, e quando fica vermelho o seu carro de edição limitada explode na sua frente.
_ OKSANA!