Após passado o choque inicial Aurélio se levanta com cuidado, ele rasga um pedaço da sua camisa e amara na sua perna parando o sangramento, agradecia aos céus por ter ido de carro até ali. Entrando no seu carro ele parte de volta para sua mansão, não avia mais nada ali para ele. Mas agora ele tinha um novo objetivo, encontrar a mulher que tinha conquistado o seu coração na bala.
Não foi nenhuma surpresa quando ele entra pela porta e encontra Bernardo o esperando no sofá, quando os olhos de Bernardo se fixam nele se arregalam, ele se levanta e corre até onde ele estava o ajudando a se sentar no sofá.
_ O que ouve Don? - pergunta preocupado.
_ Encontrei o amor da minha vida. - responde Aurélio com um largo sorriso no rosto.
Bernardo olhava para Aurélio como se ele tivesse enlouquecido, o que não seria novidade dada a sua personalidade. Bernardo examina seu ferimento e e liga para Simone.
_ Está me dizendo que uma mulher fez isso? - pergunta ele incrédulo.
Aurélio era sempre muito cuidadoso, o que deixava Bernardo mais tranquilo quando ele saia para aprontar, aquela era a segunda vez que ele via o seu chefe chegar baleado e por coincidência, era por uma mulher, a primeira tinha sido Síria quando ele havia tentado lhe dar um beijo e agora uma desconhecida, e na mesma perna de antes.
_ Ela parecia um anjo Bernardo, tenho que encontrá-la. - diz ficando de pé. Bernardo se levanta e o senta novamente no sofá segurando o seu ombro.
_ Nem pensar, vamos cuidar primeiro deste ferimento, depois podemos tentar encontrá-la, ela não pode atirar em você e não pagar por isso. - diz ele de forma ríspida. A amizade de Bernardo e Aurélio era antiga e ele presava muito pela segurança do seu Don e não permitiria que ele saísse ferido daquela forma sem que a pessoa pagasse pelo que fez.
_ Vou fazê-la pagar. - diz Aurélio sorrindo.
_ Exatamente! - responde Bernardo.
_ Vou fazê-la se casar comigo.
_ O quê! - pergunta chocado, os seus olhos quase saltando das órbitas, mas antes que ele continuasse a porta se abre e Simone entra correndo acompanhado de Calebe.
_ Levem ele para a enfermaria. - diz Simone assim que olha o ferimento dele.
_ Devia ter me chamado Don. - o repreende Celebe segurando um dos seus braços enquanto Bernardo segurava o outro.
_ Não foi nada, e já passei por coisa pior. - responde ele ignorando-os.
Eles levam Aurélio até a enfermaria e o deitam numa maca. Calebe olha sem entender o largo sorriso que o seu chefe tinha no rosto.
_ Pôr que está sorrindo? - pergunta Celebe.
_ Ao que parece quem atirou nele é uma mulher. - responde Bernardo carrancudo.
_ Não é apenas uma mulher Bernardo, é um anjo que segurava uma nove milímetros. - responde ele fazendo os olhos de Calebe se arregalarem.
_ Devíamos fazer um exame da cabeça dele. - diz Celebe a Bernardo mais baixo.
_ Eu ouvi isso! - diz Aurélio se sentando na maca.
_ Tem que ficar quieto para que eu possa remover a bala. - diz Simone o fuzilando com o olhar.
Eles ficam em silêncio enquanto a doutora removia a bala da perna de Aurélio. Após alguns minutos ela suspira aliviada enquanto fazia um curativo no lugar.
_ Pronto, precisa se cuidar por alguns dias e principalmente, não beber nada alcoólico. - diz ela com a sobrancelha arqueada.
_ Espero que esteja feliz, tirando a minha alegria de viver Simone. - diz Aurélio.
_ Não seja dramático Don, você vai sobreviver alguns dias. - responde ela enquanto guardava as coisas.
_ Me dé a bala. - pede ele quando ela ia jogar fora. Simone pega a bala limpa num algodão com álcool e entrega a ele. - O que vai fazer com ela?
_ Uma corrente. - diz ele de forma tranquila olhando a forma que a bala tinha ficado deformada. - Leve a amanhã ao nosso joalheiro Celebe, diga para me ligar depois, que explico o que quero.
_ Sim, Don. - responde ele pegando a pequena bala e guardando no seu bolso. Ele não questionaria o seu chefe, Aurélio podia ser um pouco louco, mas nunca fazia as coisas por acaso, a suas ações eram bem pensadas.
Depois de tudo pronto eles o ajudam a subir para seu quarto. Apesar do que tinha acontecido Aurélio não pensava que tinha saído perdendo naquela noite, ele tinha ganhado bem mais do que imaginava. A, penas a lembrança da forma que a mulher de olhos azuis tinha lhe encarado já era o suficiente para fazer o seu peito disparar.
_ Me ligue se precisar de algo. - diz Bernardo enquanto o ajudava a se deitar na cama.
_ Corta essa, Bernardo, não preciso de babá. - responde ele enquanto pegava o telefone.
_ Eu sei, mas ajuda nunca é demais. - diz ele, mas Aurélio já fazia um sinal para que eles saíssem do seu quarto.
Quando todos saem ele disca um número na sua agendo que nunca pensou que precisaria.
_ O que quer com a minha mulher a essa hora da noite! Quer morrer Aurélio! - esbraveja Nico ao atender o telefone de Alícia.
_ Como sabia que era eu? - pergunta divertido.
_ O seu nome apareceu na tela. - di ele a contra gosto.
_ Então a sua mulher tem o meu número salvo, interessante. - diz ele rindo.
_ Aurélio! - o adverte.
_ Preciso dos serviços de Alícia, Nico. - diz ele mudando o seu tom de voz.
_ Não poderia ligar de manhã! - reclama ele.
_ Não, é importante, posso falar com ela? - pergunta ele parando de o provocar. Ele podia ouvir Nico praguejando ao telefone enquanto ele esperava.
_ Oi, - diz a voz sonolenta de Alícia ao telefone.
_ Oi Alicia, me desculpe te incomodar a essa hora, mas preciso de um favor. - diz ele.
_ Claro Aurélio! Do que se trata?
_ Preciso que você tente encontrar alguém para mim, vou mandar todas as informações para o seu celular. - diz ele rapidamente.
_ Tudo bem, amanhã começo a procurar o seu alvo. - diz ela em meio a um bocejo.
_ Obrigado. - diz ele desligando o telefone. Aurélio sabia que se tinha alguém que poderia encontrar a sua mulher misteriosa essa pessoa era Alicia, ela era a melhor em rastreamento na Fênix fora Xavier.