Capítulo 4

1034 Words
Luna Taranto Ainda sentia meu ventre pulsante inflamar. Deus! O que foi aquilo? Mesmo não sendo do meu feitio, poderia t*****r com todos os caras da Província, que não sentiria essa eletricidade que passava pelo meu corpo só com um amasso maravilhoso que demos. O cara era um louco, na verdade, eu deveria ter ficado com medo e saído correndo. Mas fiquei foi com medo de mim, pela volúpia que senti e a excitação em querer t*****r com uma pessoa que não conhecia. Meu ventre ficava aquecido somente em lembrar a maneira descarada na qual ele falava luxúrias ao pé do meu ouvido. Que boca suja, porém, gostosa. Dante... A pronúncia de seu nome explodia uma queimação dentro de mim. Elevei minha mão a boca, com as pontas dos dedos fui tocando levemente meus lábios, ainda inchados pelo beijo ardente e lascivo daquele homem. Que pegada ele tinha! Se comparar aos homens da província, seu descaramento e luxúria deveriam me assustar, masfoi bem ao contrário. Me excitaram. O sol já nascendo e eu na porta de casa. Minha sorte é que a família estava cansada por conta do trabalho na tenda — não estava preparada para sermões. Principalmente os de Antonella, que pareciam não ter fim. Por isso, resolvi sair dos meus pensamentos libidinosos e entrar em casa, pisando em ovos. Na frente, havia uma cerca baixa de madeira. Pensei em abrir o pequeno portão, mas logo lembrei que ele fazia um barulho irritante e acabava alarmando a todos, informando ter gente chegando. Optei por tirar meus sapatos e pular a cerca. Na ponta dos pés, fui seguindo pelo corredor de pedrinhas, que cortava o jardim da frente da casa, fazendo uma passarela até a porta principal. Com a chave na mão, a encaixei na fechadura, abrindo e girando a maçaneta devagar. Entrei em casa e a sala vazia, nenhum barulho se ouvia. Certamente estavam todos dormindo. Uffa! Graças a Deus, ninguém. Segui direto para o meu quarto. Lá, colocaria o pijama e voltaria para tomar banho, pois não podia arriscar que alguém me visse com a mesma roupa. O impacto ao ver minha irmã Antonella sentada à beira da minha cama com seu tique nervoso de balançar as pernas quando está com raiva, foi eminente, não tive como disfarçar. Antonella tinha uma certa palidez em sua face. Não sei se estava sentindo-se m*l. Ou se era por conta de uma mulher adulta como eu, não ter dormido em casa. — O que faz aqui? — perguntei, colocando as chaves na cabeceira da cama e tirando minha roupa. — Creio que não seja você que tenha de fazer perguntas aqui. — ela prendeu os cabelos, entrelaçando com os próprios fios. — Olha, Antonella, vamos fazer assim, vou tomar banho, descansar um pouco e depois escuto com prazer todo o seu blá blá blá de duas horas, agora estou demais de cansada. — Vai me ouvir agora, agora mesmo, Luna — ela afirmou como se estivesse falando com uma menina de 12 anos — Esses caras de fora só querem usar você. Nenhum quer compromisso, tudo se resume a sexo. — Não concordo. Está generalizando, ninguém prevê o futuro. Só temos como saber o que acontecerá nos permitindo viver. Mas também se eles quiserem apenas sexo, quem disse ser algo r**m. — Então você confessa que estava com um homem de fora da província. — Não estou confessando nada. Pois se estive com algum deles, creio eu não ser um crime para ser confessado. As conversas com Antonella eram sempre assim, minha irmã só conseguia ouvir o som da própria voz. — Um bostinha? Alguém que vai te usar e depois de descartar feito lixo. Roubar o melhor de você e te mandar ao d***o. — Antonella, de coração — falei, colocando a mão no peito — Entendo seus traumas. Você perdeu um filho, o pai não te deu assistência, nem amor... Mas os tempos são outros. Sou adulta e mulher feita. Tomo remédio, uso preservativo e não sou burra. — Qual dos dois? — perguntou ignorando totalmente meus argumentos. Para Antonella só interessava o que ela pensvaa, a opinião dos demais nunca servia — Aquele com o olhar tarado com a taça de Bellini, ou o outro com a cara de sonso hipócrita que foi até a tenda? Anda, diga qual dos dois? — Não se atreva a procurar ninguém. Não seja ridícula! — a adverti — Não preciso de proteção, tenho quase trinta anos e sei muito bem o que faço. — Com certeza é o sonso exibicionista, gastar 1.200 euros de vinho em uma festa de rua. Alguém queria muito uma coisinha. — ela deduziu e bem errado, por sinal. — Verdade. Só que não é a minha coisinha que ele quer. Foi lá na tenda para saber da sua vida, o sonso hipócrita como chamou, só queria saber de você. Quer um conselho? Aproveita que o jovem é o maior gato e vai tirar essa sua virtude forçada e encruada. Deixa a minha vida em paz! — vociferei — E vai, sim. O procura, assim, tira esse azedume do coração. Porque seu problema é falta de t*****r. Sexo faz bem, Antonella. A mão de Antonella veio tão rápido e forte, explodindo em um tapa em minha face, que não deu tempo nem de agir. Doeu e me feriu por dentro, causando raiva e desgosto em uma única ação. — Sai do meu quarto! Não lhe devolvo esse tapa pelo meu respeito de irmã mais nova. Mas se voltar a fazer, não respondo por mim. Te devolvo da pior maneira. — falei entredentes, enquanto tocava em meu rosto, absorvendo a situação. Antonella tentou se aproximar e eu me esquivei, minha irmã percebeu que passou do limite e finalmente saiu do meu quarto. Minha irmã era uma pessoa difícil de pedir desculpas, mas sei que ela se arrependeu do que fez. Vi em seu olhar. Antonella era uma incógnita em tudo, mas o seu olhar era de uma profunda transparência. O que ela precisava entender, é que não devia pegar as dores dela e projetar em cima de mim. Para mim, só restou deixar as lágrimas rolarem, sentindo o gosto amargo da humilhação.
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