Capítulo 1

878 Words
Antes Estávamos todos brincando no parquinho que tinha perto da escola, era sábado a tarde então não tinha aula. Minha mãe tinha saído por um instante e só ficou Caleb filho e o nosso futuro alfa da alcatéia, eu e seu tio Marcos a quem ele era muito apegado. Nós tínhamos apenas 7 anos quando aconteceu, Caleb tinha saído de perto pois minha mãe voltava com sorvetes na mão, enquanto mamãe se distraia com Caleb, Marcos aproveitou a oportunidade de se aproveitar de mim, eu fiquei com muito medo pois a sua expressão estava assustadora, subi no trepa-trepa e Marcos me seguiu e foi quando ele pisou em falso e caiu batendo forte a cabeça. Eu desci com medo e me aproximei de Marcos, começou a sair sangue e quando escutei: -Assassina!! - Olhei assustada para Caleb. - Você matou meu tio. Eu odeio você, nunca mais fale comigo de novo. -  Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Essas palavras me machucaram e minha mãe me olhava sem entender nada. Agora Eu tento não me lembrar daquele dia, depois daquilo tudo mudou. Caleb e eu nunca mais nos falamos, minha mãe  até hoje tenta entender o que havia acontecido naquele dia, mas eu não contei a eles que o irmão do alfa, Marcos, tentou me molestar, eu só disse que estávamos brincando quando ele caiu do brinquedo. O modo de como ele me olhava me dava medo e era nojento. Até hoje guardo esse segredo comigo pois sei que nada vai mudar, já era tarde demais. Acordei cedo hoje, porque eu tive um pesadelo, olhei para o despertador e era 05:59. Suspirei fundo e levantei da cama afinal eu só iria levantar daqui a uma hora, fui tomar um banho e coloquei uma roupa pra ir a escola, desci as escadas e fui fazer o café da manhã. Minha mãe se tornou escritora, esse sempre foi o seu sonho, ela tem seu primeiro livro publicado chamado "Descendente" e está fazendo muito sucesso. Mamãe gosta de trabalhar durante a noite e é onde ela tem mais concentração. Assim que termino de fazer o café a porta do escritório se abre, mamãe está com um pijama e um roupão de dormir por cima, em seu cabelo está feito um coque frouxo com alguns fios soltos e rebeldes e calçava uma pantufa felpudo branco. -Bom dia querida. - Diz mamãe se sentando na mesa. - Acordou cedo hoje. -Bom dia mãe. - Coloquei a jarra de suco mesa. - Eu tive um pesadelo e acordei mais cedo. -Ah é? Que pesadelo você teve? -Eu não me lembro. - Menti. - E como anda o segundo livro? -Estou quase acabando. - Disse toda animada. - E já sei o que vou escrever no meu próximo livro. - Diz se servindo de uma xícara de café. -Isso é bom. - Sorri. Conversar com a minha mãe me faz sentir bem, peguei minha mochila e o capacete e fui de moto para a escola. No meu aniversário de 16 anos minha mãe me deu uma moto VFR 1200 preta. Assim que estacionei fui direto para a sala, eu não precisei pegar os livros no meu armário porque eu já separei o que tinha pra hoje. Logo depois Caleb e sua turma entra na sala, ele me fuzila com os seus olhos. Todos na escola sabem que ele me odeia, mas o que não sabem é o motivo. Eu sento na primeira fileira do lado da janela, minha amiga, Amy, não apareceu hoje na escola e tive que ficar sozinha, sei Caleb está falando m*l de mim por que eu estou escutando. Era aula de educação física e o professor separou os meninos das meninas. As meninas jogavam vôlei e os meninos basquete, sou boa nas coisas  que faço no estudo até os esportes, sou faixa preta em jiu jitsu e estou chegando na faixa preta em muai thay e as vezes prático boxe. Não sou de ficar parada gosto de ficar sempre em movimento, mesmo quando me transformo saio correndo pela floresta deixando minha loba livre. Eu não consigo conversar com a minha loba mas sinto a sua presença. Eu tenho uma irmã chamada Emilly, ela está fazendo intercâmbio na França por dois meses e ela tem apenas 15 anos. No início minha mãe ficou com pé atrás mas acabou aceitando e já faz um mês que Emilly está fora. Sinto a falta de Emilly, ela é uma garota independente apesar de ser só uma adolescente. Nosso pai foi morto por caçadores, mamãe estava ao seu lado, eles estavam voltando de outra alcatéia quando foram emboscados. Minha mãe perdeu o controle e acabou os matando ali mesmo, eu tinha em torno de 5 anos e Emilly 2 para 3 anos de idade, na época nós não entendamos muito mas sinto sua falta, a dor de perder um companheiro deve ser maior dor que sentimos em nossas vidas. Eu ainda não encontrei meu companheiro e eu não sei se quero encontrar. Até que hoje os períodos das aulas passaram rápido, eu tinha que ir ao shopping para comprar novas roupas e um vestido para a troca de alfas que vai acontecer daqui a uma semana. Tenho a sensação de que algo r**m irá acontecer.
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