Minha loba é branca, mas os meu olhos são de um vermelho que lembra o fogo. Eu não sou um alfa mas por alguma razão a cor dos olhos são vermelhos, minha mãe é a única que sabe disso e nem o próprio alfa sabe, ela teme de que alguma coisa possa acontecer comigo.
Hoje depois da escola combinei com Amy em fazermos a noite das meninas ou do pijama, tanto faz, resolvo comprar tudo o que é de besteira e baixei vários filmes. Mamãe vai passar a noite no quarto e acho que ela não se importaria. Caleb veio tentar me importunar hoje mas eu só o ignorei, não vou dar ouvidos o que fala ou faz sobre mim.
Nossa alcatéia vive em uma comunidade que mantém os portões fechados, o mais impressionante é que essa comunidade parece mais uma cidade. Você encontra várias lojas de todos os tipos, lanchonetes, a tem até um shopping, só que pequeno, uma delegacia e entre outras coisas. Aqui todo mundo se conhece, aprendemos a conviver com os humanos, mas nós também temos nosso lugar reservado para que nós lobos pudessem ficar com um pouco privacidade. O local é uma área restrita onde nenhum humano tem permissão de por o pé, e é grande o suficiente para mais duas alcateias inteira morassem conosco.
O local é fechado pelas árvores da floresta dando um difícil acesso e também há uma barreira em volta da cidade onde só os lobos, bruxas e vampiros conseguem encontrar, que foi feita por uma bruxa antes de ser assassinada.
Eu já estava preparando um bolo de Nutella com nozes porque sei que Amy vai amar, já eu prefiro um pote de açaí com iogurte e junto com uva e cereja. Fui tomar um banho na banheira para relaxar um pouco, pois daqui a pouco Amy vai estar chegando e eu tenho que estar preparada e com tudo pronto. Vesti um babydoll na cor rosa bebê com um decote em V até o meio dos meus s***s, não mostrando muita coisa, que ia até as minhas coxas e coloquei minha pantufa branca de coelhinho.
Quando desci as escadas indo em direção a cozinha a companhia toca e eu abri a porta pensando que era Amy, mas para minha surpresa era Caleb. Ele me olhou de cima e em baixo não com ódio, era um olhar diferente, mas até começar a falar.
-Por obrigação eu tinha que vir aqui. - Começou a dizer. - Meu pai me obrigou e pediu para que você e sua mãe comparecessem mais cedo na minha cerimônia da troca de alfa. - Ele cuspiu a falava você quando se referiu a mim.
-Eu aviso sim, obrigada. - Antes de ir ele mais uma vez me olhou e depois saiu.
Sem nenhuma razão meu coração ficou acelerado e antes de fechar a porta Amy me aparece saindo do carro toda animada para nossa pequena festa particular. Ela veio correndo até mim e pulou me abraçando.
- Espero que tenha feito meu bolo predileto. - Disse dando um sorriso enorme.
-Ele está a sua espera. - Falei e ela foi até o meu quarto dando pulos de alegria. Antes de fechar a porta olhei de um lado para o outro porque sentia que alguém me observava.
Amy e eu rimos sem parar com um filme de comédia chamado "Gente Grande" e rimos até a nossa barriga começar a doer. Eu fico impressionada que Amy consegue comer um bolo sozinha e não engordar, eu no meu caso a minha forma lúpus ajuda pois o nosso metabolismo é muito acelerado, se eu fosse uma humana como Amy eu já estaria uma bola. Enquanto Amy devorava o bolo eu atacava o açaí quando escutei alguém bater na porta e sair correndo, fui até a janela e vejo a pessoa correr e virar, eu não consegui saber pois essa pessoa disfarçou seu cheiro e usava uma roupa todo preto.
-O que foi? - Perguntou Amy.
-Nada . - Menti e olhei para a garrafa de refrigerante que estava no final. - Irei pegar mais refrigerante. - Falei, mas na verdade eu iria pegar uma caixa de presente na porta de casa.
Desci as escadas e abri a porta e peguei a caixa que tinha o embrulho azul com fitas vermelhas. Tirei a tampa e tinha um papel enrolado dentro, fechei a porta de casa e coloquei a caixa na bancada.
-Mad!! - Gritou Amy do quarto. - Porque tá demorando tanto?!!
-Já estou indo. - Disse alto.
Peguei o papel de dentro da caixa e o desenrolei. No papel tinha algo escrito, "Tome cuidado", achei estranho alguém escrever isso e sair correndo, tomar cuidado com o que? Era uma pergunta não qual jamais irei saber da resposta, lembrei que eu tinha dito a Amy que tinha vindo pegar o refrigerante, abri a geladeira e peguei a garrafa de Schweppes citrus e subi.
-Foi fabricar o refrigerante?
-Na verdade eu pensei que alguém tinha batido na porta por isso que eu demorei.
-Por isso o barulho da porta se fechando. - Disse Amy e depois se serviu do refrigerante. - Agora senta aí e vamos terminar de assistir o filme.
Tentei o máximo possível em me concentrar no filme mas não adiantou, minha mente só ia na pessoa de preto e o bilhete, eu só ria quando Amy dava risada porque geralmente gostamos quase da mesma coisa. Já era quase quatro da manhã e eu não conseguia dormir, e pensar que depois de amanhã, Sábado, será a festa da troca de alfa e a alcatéia inteira já está nos últimos preparativos.
Estava tudo escuro e eu não conseguia ver nada, nada além de um brilho laranja avermelhado se mexendo pra longe, algo me dizia que era pra mim seguir essa direção e fui correndo, quando eu estava próximo meu pé fica preso e olho para o chão assustada, o chão estava me engolindo, tentei me debater mas não conseguia, tentei gritar mas parecia que só havia eu naquele lugar, quando estava pra sumir alguém segura minha mão e me puxa. Eu acordei com a minha mãe falando comigo preocupada.
-Você está bem Madison!!? - Mamãe tinha colocado a mão no meu rosto. - O que aconteceu querida? - Me sentei rapidamente e olhei para os lados e vi que eu tinha dormido no sofá, Amy estava atrás da mamãe me olhando preocupada. - Você começou a gritar de repente, estava sonhando com o que? - Voltei a olhar pra minha mãe.
-Eu não sei mãe, eu estava seguindo alguma coisa até que o chão começou a me engolir. - Mamãe se sentou ao meu lado e colocou sua mão em cima da minha.
- Foi só um pesadelo querida. - Disse.
- Eu tentei gritar mas não adiantou e o chão começou a me sufocar até que alguém me puxou.
- Isso não é nada querida, você só teve um pesadelo não precisa se preocupar. - Ela começou a acariciar meu rosto. Não, não era apenas um sonho ou um pesadelo, era diferente parecia ser real, eu sentia isso. - Porque não fica em casa hoje? - Ela se voltou para Amy. -Você pode ficar em casa hoje Amy?
-Claro, não tem problema em faltar um dia da escola.
-Obrigada. - Mamãe sorriu para Amy.
-Venha. - Disse Amy pra mim. - Vamos subir, vamos dormir mais um pouco.
Eu apenas concordei e Amy pegou meu braço e me levou para o quarto. Eu não sabia o que fazer ou no que pensar, tinha a pessoa misteriosa e seu bilhete e agora tenho um sonho muito esquisito, tenho a sensação de que isso não é bom, nada de bom mesmo.
Sábado havia chegado e eu tentei não pensar naquilo pois eu tinha que ocupar minha cabeça com outra coisa: a troca de alfa. A festa só iria acontecer a noite, mas eu já estava me preparando, eu estava ansiosa e aflita, eu já tinha separado a roupa que eu irei vestir (foto na mídia), minha mãe conversou com Caleb e o Thomas sobre minha irmã que estará ausente durante a cerimônia. Ontem eu disse a mamãe que o alfa queria que nós fossemos mais cedo pois tinha algo a tratar conosco, ela achou estranho mas concordou. Era quase três e meia da tarde quando estávamos na casa do alfa Thomas, ele e a luna nos receberam bem mas tinha algo de estranho, ele pediu para que nós os acompanharem até o seu escritório, senti uma nostalgia só de vir a esse lugar e lembrei da amizade que eu tinha com Caleb e sorri pra mim mesmo.
O escritório de Thomas era incrível, a parede que dava acesso a sacada era inteira de vidro e tinha uma bela vista da floresta, sua mesa de madeira estava cheios de papéis espalhados e sua poltrona vermelho aveludado estava uma caixa de papelão, o chão era de carpete branco, de um lado havia uma estante cheias de livros, da aparência nova até o velho, e do outro lado um sofá de dois lugares de couro preto e também uma mesa de centro e na parede alguns retratos das famílias passadas e duas telas de arte que pareciam custa muito caro, e duas poltronas na frente da mesa preta de couro. Minha mãe e eu sentamos em uma das poltronas pretas e o alfa se sentou na sua poltrona depois de tirar a caixa de papelão, Nanda ficou ao seu lado direito em pé e nos olhou preocupada.
-Olha Linda... - O alfa Thomas começou a falar. - Essa notícia não é das melhores, eu e minha esposa estamos chocados.
- O que está acontecendo? - Perguntou minha mãe receosa.
- Não te falamos antes porque estávamos ocupados com a cerimônia, e é sobre Marcos, o meu irmão.
-O que ele tem a ver com isso?
O Sr. Thomas e a Nanda se olharam e depois ele se abaixou um pouco e pegou um diário e entregou a minha mãe.
- Por que um diário?
-Abra e a senhora vai entender o que está acontecendo.
Mamãe abriu o diário e começou a ler, não tinha muita coisa no diário mas depois quatro páginas ela levou a mão na boca e começou a chorar, eu olhei para ela sem entender nada, quando terminou de ler ela olhou pra mim chorando, olhei para o Thomas e a Nanda que também tinha o mesmo olhar que a minha mãe tem pra mim.
- O que foi mãe?