Desconfortável, esse era o sentimento que Haru tinha ao andar junto ao trio em direção ao prédio, se sentia como criança novamente. Tendo aqueles olhares sobre si, como havia imaginado, todos já sabiam do ocorrido e pelo jeito não estavam muito contentes em vê-lo andando como se nada tivesse acontecido.
─ Nunca pensei que nessa escola teria tanta gente intolerante e babaca ─ falou Aika irritada andando do lado esquerdo de Mori. ─Péssima ideia de sair só a gente.
─ Não acho que iria mudar alguma coisa, os olhares seriam os mesmos ─ Akari olhou para a amiga com um sorriso triste.
─ Nossa que bando de desocupado ─ Jun disse irritado fuzilando as pessoas com o olhar.
Mori só ignorava tudo aquilo, já estava acostumado com aquele tipo de olhar era só uma reprise de seu passado voltando à tona novamente. Tudo o que menos queria era envolver seus amigos nisso, acabariam sofrendo na mão de pessoas maldosas, como ele já sofrera um dia. Entretanto, se lembrou do ataque que tivera e seria um pouco difícil andar sozinho pela escola.
Eles logo chegaram na sala, Haru estava completamente sem nenhum tipo de animação, algo estranho vindo dele, já que sempre estava sorrindo, ainda mais ao entrar na sala para um novo dia de aula. Todos estavam com raiva, por ver o garoto daquela forma, sabendo o motivo de todo aquele baixo astral.
─ Não deveriam ficar tão irritados... pelo menos, ainda, ninguém me bateu ─ se sentou na sua carteira ignorando os olhares chocados de seus colegas. ─ Não é como se eu já não tivesse passado por uma situação parecida como essa. Eu sofri muito na minha infância por não conseguir controlar meu poder e ser '' sensível de mais '' ─ es aspas com as mãos, ele só era emotivo e chorava com facilidade e só por isso os garotos da sua escola eram maldosos com ele.
─ Mori você não pode simplesmente aceitar as coisas assim! ─ Nomura disse revoltada com a desistência rápida do amigo. ─Se qualquer babaca se aproximar de você, é só dar um soco e mandar ele pra bem longe!
─ Tudo o que menos quero é chamar mais atenção, quanto mais você revida é pior. Vai por mim, estou completamente familiarizado com esse tipo de gente ─ Falou com um tedio encarando a amiga. Se ela soubesse o que já tinha passado ficaria abismada. ─Uma surra e eles já param de me encher.
─ A claro, como se fossemos ficar olhando um bando de babaca te espancar ─ falou Chiba incrédula com o desanimo do amigo, nunca pensou em vê-lo agir daquela maneira.
─ Eu sei que estão preocupados comigo, mas pensem bem no que querem fazer, acima de tudo somos a turma de heróis... imagina o quão suja nossa imagem ficaria ao entrar em briga com diversas pessoas, por minha causa? ─ falou sério encarando todos os amigos. ─Temos que dar o exemplo, entrar no joguinho deles é o que eles querem, nos provocar a ponto de fazer algo que mais tarde acabe nos prejudicando.
─ Infelizmente tenho que concordar com o, Mori ─ Murata chamou atenção dos colegas. ─ Desde o torneio todos aqui tem um certo ódio por nossa sala, eles sempre estão tentando nos provocar para que possamos cometer qualquer deslize para que sejamos penalizados.
─ Mas isso é ridículo! Não podemos ignorar e deixar com que eles simplesmente espanquem nosso amigo! ─ Nami disse completamente transtornada e irritada ao imaginar qualquer pessoa machucando alguém indefeso. ─Que tipo de heróis esse povo quer ser?
Os colegas estavam discutindo sobre o assunto que m*l haviam percebido a presença do professor que os encarava analisando a conversa, logo todos foram mandados para seus devidos lugares para a aula ter início.Ficou tão preso nesses pensamentos que nem havia percebido quando o sinal tocou para o intervalo, quando ia se levantar percebeu que o professor o encarava e chamava com a mão para que o acompanhasse, ele seguiu o mesmo e viu que que estavam indo para a sala dos professores ele achou aquilo confuso só que preferiu não falar nada, quando ele abriu a prova notou que seu pai e o diretor já estavam no local. Estranho o fato de seu professor não ter ido embora, afinal, ele não sabia sobre o fato dele ser filho de Stronger, será que agora ele sabia? Ou o assunto era outro?
─ Mori, fico contente que esteja bem ─ disse o diretor com sua voz amigável. ─Ficamos com medo de que, algum aluno pudesse lhe machucar.
─ Está tudo bem, ainda ninguém tentou nada ─ falou calmo vendo o olhar preocupado dos presentes. ─Algo errado?
─ Então, como posso lhe explicar, conversamos com alguns heróis profissionais, para perguntar se alguém já tinha visto esse tipo de coisa acontecer ─ falou o diretor muito sério, tanto que Haru estranhou. ─De início achamos que eles ficariam interessados em ajudar, mas foi completamente ao contrário, eles se interessaram mais pelo fato de que você agora é uma mulher.
─ Quando fui falar com sua mãe hoje, ela me contou que muitos heróis a haviam procurado para conversar sobre... casamento ─ falou sem conseguir encarar seu filho. ─Ela não entendeu o motivo de muitos heróis lhe procurarem para isso, então precisei explicar a situação.
─ Em outras palavras Mori, pelo jeito até mesmo os heróis ficaram interessados em você ser uma garota agora ─ falou o professor calmo.
─ Mas depois do torneio ninguém ficou interessado em mim pra mandar uma oferta de estagio, isso não faz sentido! Eles diziam que eu não tinha controle total do meu poder, que tinha sido por isso que eu havia quebrado alguns ossos por ter colocado pressão de mais nos meus golpes e não ter controle total sobre minha força ─falou sem entender tudo aquilo. ─ Eu acabei fazendo estagio com um ex-professor seu que acabou me ajudando na parte de esquiva e parkour...
─ Sim, de fatos todos acharam que sua peculiaridade é instável, mas nada que um treino extensivo não resolva. Além de mim não a heróis que possuem super força em um grau tão elevado ─ falou agora encarando Haru. ─ Todos perceberam que sua força está num patamar muito diferente dos demais heróis. Que está no mesmo patamar que o meu, que caso misturassem com outra individualidade seu herdeiro ficaria invencível.
─ Então quer dizer que ninguém vai ajudar? Todos estão me vendo como um tipo de troféu a ser conquistado? ─ apertando os punhos, de tão irritado que estava.
─ Nos desculpe, não sabíamos que falando com outros heróis resultaria nisso. Queríamos apenas achar um jeito de fazer você voltar ao normal ─ o diretor fez uma expressão triste vendo como a situação de seu aluno, só piorava. ─ Mas nós da Isekai faremos o impossível para lhe ajudar.
─ Acho melhor aproveitar o resto do intervalo ─ falou Uchida.
─ Tudo bem, obrigado pela informação ─ falou com um tom choroso, estava se segurando ao máximo para não chorar na frente deles. Tudo o que menos queria era demonstrar o quanto aquilo havia lhe abalado.
Haru saiu da sala apertando os punhos fortemente, estava apertando tão forte que suas mãos estavam ficando roxas, se sentia completamente usado. Nem mesmo os heróis o queriam ajudar não passava de um pedaço de carne. A imagem de Kimura, passou rapidamente em sua cabeça sua família nada mais era que um casamento arranjado, onde a mãe do garoto tinha ficado louca por ser obrigada a gerar filhos poderosos ao herói. Céus, tudo o que menos queria era ser forçado a ficar com alguém.
Estava tão perdido em seus próprios pensamentos que não percebeu quando alguém lhe jogou algo em sua direção, só sentiu o objeto quando ele se chocou em seu rosto, fazendo com que ele voltasse para a realidade. Tinham jogado uma pedra um tanto pontiaguda, já que seu rosto agora possuía um corte causado por ela.
─ Então você é a abominação da classe principal dos heróis─ um garoto com uma toca preta que praticamente escondia seu rosto.
─ Você não acha nojento ficar num corpo de mulher e mentir para todos? Queria tanto ser fudido por um homem que mudou de corpo? Já que como homem pelo que tô vendo ninguém deveria querer ─ outro rapaz que possuía chifres, muito parecidos com um cervo, e cabelos amarelados.
─ Não tô no clima pra aturar criança ─ Mori completamente sério, estava com problemas demais no momento para dar atenção a garotos homofônicos e idiotas.
─ Escuta aqui sua merdinha, é melhor você ter mais respeito ─comento um garoto de cabelos pretos com um par de olhos roxos.
─ Ou o que? Vão mostrar sua masculinidade me batendo? ─perguntou com as sobrancelhas franzida ─ Eu ia agradecer caso conseguissem fazer com que eu voltasse a ser um homem. Não me agrada nem um pouco, ficar nesse corpo.
Os três garotos pareciam bem irritado, ainda mais pelo fato do outro não demonstrar nenhum tipo de reação. De fato, se fosse a um tempo atrás Mori provavelmente estaria tremendo e gaguejando, mas agora estava furioso com o que acabara de ouvir que podia ignorar um pouco sua personalidade. Não tinha problema nenhum com sua sexualidade, mas ficar escutando que ele mudou de corpo para conseguir um homem, era demais para sua paciência.
─ Eu vou acabar com sua raça seu bosta ─falou o garoto que possuía chifres se aproximando, puxou pelo colarinho da camisa fazendo com que Haru ficasse nas pontas dos pés, o garoto era até que forte constatou. Já que ele tinha força para tal ato.
─ Vamos, me dê um soco ─Falou encarando o garoto que praticamente rosnava para si.
O garoto apertou o punho e o levou para atrás para dar um soco certeiro no rosto de Mori, que praticamente não movia um musculo para evitar aquilo. Quando estava próximo do rosto, alguém segurou o garoto com força pelo braço, e o jogou próximo aos seus colegas, fazendo com que os outros dois ficassem um pouco nervosos pela nova presença.
─OE, MAS QUE MERDA VOCÊS ESTÃO FAZENDO? ─ gritou Naoki completamente irritado com os punhos fechados.
De todas as pessoas do universo, Kubo era a última pessoa do mundo que Mori imaginava estar ali para ajudá-lo, aquele sentimento irritante de sentir seu coração batendo acelerado voltara, tudo o que mais queria era ignorar aquilo. Entendera e já aceitara que o rapaz nunca, jamais, em hipótese alguma, o amaria, então tudo o que tinha que fazer era ignorar aqueles sentimentos e seguir com a vida. Claro, que tendo um corpo cheio de hormônios não lhe ajudava em nada e fazia seu pobre coração se iludir-se novamente com uma falsa esperança.
─ Se não vão falar p***a nenhuma, acho bom saírem daqui antes que eu mate todos vocês ─falou com uma expressão bem semelhante com um psicopata, que assustou os meninos os fazendo correr. ─Tsc, bando de merdinha.
─ Obrigado ─ falou se relembrando de que precisava começar a usar palavras no feminino, achava aquilo tão confuso que ainda não havia pegado o jeito. Se bem que aparentemente todos já sabiam o que tinha acontecido com ele, então não tinha necessidade em usar palavras no feminino. Caso houvesse alguém que ainda não sabia sobre o que estava acontecendo, seria questões de dias. E mesmo que demorasse anos, ou que ele ficasse preso naquele corpo pra sempre ele não mudaria.
─ Mas que merda você estava fazendo? Ficou parado esperando a p***a acontecer, se queria receber um soco na cara era só ter me procurado, p***a! ─ Naoki estava puto, ainda mais ao ver o jeito passivo que o ex-amigo de infância se encontrava. ─ se ele pudesse considera-lo assim já que o garoto parecia mais um cachorro o seguindo querendo sua atenção, mas ele odiava admitir que tivera momentos na qual ele gostara da presença do outro, que eles tiveram lembranças felizes e uma amizade bonita até ele começar a odiar Haru pela sua individualidade fortíssima e seu estado lamentável de bebê chorão e fraco ─ Encarou Haru e notou que havia um caminho de sangue no rosto, na qual ele não havia notado anteriormente. ─Oe, que p***a de machucado é esse no seu rosto? Quem foi o puto que fez isso?
Mori estava irritado, aquilo devia ser uma brincadeira de muito mau gosto do destino. Kubo estava ali o ajudando, assim como já fizera a muitos anos atrás, na época na qual eles ainda eram amigos, onde ele o protegia de qualquer menino que viesse lhe incomodar. Foi necessário ele virar uma mulher para que ele voltasse a agir daquela forma consigo? Onde estava todo aquele ódio e desejo de morte que ele sempre teve sobre si quando homem? Sem contar que aquele mesmo garoto, já tinha o machucado e falado coisas tão horríveis, como os rapazes que ele tinha afugentado. Não tinha sentido nenhum, ele brigar com pessoas que eram iguais a ele.
Apertou os punhos de leve e respirou fundo, seu dia estava cada vez pior iria ter adorado ver Naoki fazer aquele tipo de coisa, mas quando ele era HOMEM, aquilo mostrava bem como as coisas mudavam, o garoto a sua frente estava parecendo igual os heróis que queriam casar seus filhos consigo. ─ isso se não for os próprios heróis querendo se casar ─ Como se não bastasse o garoto nunca ter se desculpado, por tudo que havia feito, agora age como se nada entre eles tivesse ocorrido e ele era seu novo salvador? Que se dane, aquele assunto estava piorando seu estado emocional.
─ Foi só um arranhão ─ tentando controlar todos aqueles sentimentos presos em sua garganta, sua vontade era jogar tudo na cara do rapaz. ─ E eu falei que não ia brigar com ninguém, muito menos dar atenção a qualquer tipo de ofensa. Nem que para isso, eu tivesse que apanhar.
─ VOCÊ TA ZUANDO COM MINHA CARA! ─ puxando o colarinho do uniforme fazendo o rosto dos dois se aproximarem.
─ Kubo, eu não estou tocando o chão ─disse incomodado já que suas pernas estavam balançando, se sentia como uma boneca de pano. Enquanto o outro garoto tinha deixado ele nas pontas dos pés, Naoki deixava suas pernas balançando.
─ Tsc, qual a p***a do seu problema? ─ perguntou e logo soltou Haru, que arrumou a gola do uniforme bagunçada. Naoki bagunçava mais os cabelos, completamente puto.
─ Eu que deveria perguntar isso. Afinal você nunca mais me ajudou, e agora você me ajuda e de bônus está preocupado comigo? ─falou irritado, céus, não conseguia controlar seus sentimentos sendo mulher, era bem mais emoções e sentimentos comparado quando ele era um homem. Se já era um bebê chorão quando homem, não queria imaginar agora. ─ Virei mulher e tudo mudou, é isso?
Kubo apenas fez um ruído de raiva, não queria responder aquilo muito menos tinha que dar algum tipo de satisfação para a garota a sua frente. Mesmo que quisesse não poderia negar que de certa forma havia se interessado naquela outra versão, ou tudo era um desejo de sua cabeça de voltar a falar com Haru. Claro que em sua cabeça ele estava interessado na garota, não conseguia agir como antes se sentia estranho quando estava próximo a ela, era perturbador aquele sentimento não conseguia explicar o que estava sentindo muito menos sabia se alguma vez já havia sentido o mesmo quando Mori era um homem.
─ Que seja ─ disse por fim, vendo que o outro não iria falar nada. Deu as costas a fim de ir em direção a enfermaria, deixando o rapaz sozinho no corredor.
Maldita hora que havia virado mulher, maldito aviso; maldito Naoki Kubo que pelo jeito preferia que ele fosse uma mulher; malditos heróis. Acabou por desabar em lagrimas quando estava mais longe do outro, céus, como aquilo machucava seu coração ver o homem na qual um dia já amara tanto, mais tanto, estar mais interessado em mulheres, não qualquer mulher pra piorar. Seria menos doloroso caso o rapaz de olhos negros gostasse de outra mulher, não nele naquela versão.
Suas pernas tremiam e o choro já estava bem mais intenso, a ponto de soluçar, por sorte conseguiu chegar na enfermaria onde caiu de joelhos no chão chamando atenção da pequena senhora que ficou preocupada vendo o pequeno naquele estado. Seu coração doía tanto, só queria esquecer aquele sentimento, coisa que achara que já tinha esquecido, mas pelo jeito seu coração ainda se machucava. Se sentia patético por ter esse tipo de sentimento, por alguém que tanto o machucou.
─ Faça essa dor parar ─ apertando com força o uniforme, onde se localizava seu coração.
─ Oh, meu querido ─ Ochaco lhe abraçou e faz um leve carinho em seus cabelos. ─Está tudo bem meu jovem.
Vendo o estado que ele se encontrava, preferiu não perguntar nada, temia que ele pudesse piorar, mais do que já encontrava, percebeu que havia um corte em seu rosto. Passou um pano umedecido para limpar e notou que o corte havia sido mais fundo do que imaginara, então colocou um curativo, tinha tanto apresso pelo garoto que lhe doía o coração vê-lo naquele estado.
─ Obrigada, mas acho melhor eu voltar para sala, eu nem mesmo comi alguma coisa ainda e o intervalo está acabando ─ disse se levantando e passando a mão no rosto para enxugar as lagrimas, ficando até surpreso, por falar '' obrigada'' sendo que tinha dito a si mesmo que continuaria falando as palavras em masculino.
─ O meu pequeno, o sinal acabou de tocar ─ vendo o olhar triste de Mori. ─Aqui, pegue essas barrinhas são bem nutritivas. Vai matar a sua fome.
─ Obrigado ─ com um sorriso fraco pegando as barrinhas. ─Eu vou indo para sala. Até mais.
Saiu e começou a comer uma das barrinhas, tinha pegado 3 ao todo. Se arrastava pelos corredores, rumo a sua classe, pensando em como seu dia estava horrível. A única coisa boa, era que começaria a treinar novamente, fora isso nem queria saber como seria o final de seu dia.
Abriu a porta da sala chamando atenção de todos, percebeu que Aizawa ainda não havia retornado, por um lado achava aquilo bom. A presença do professor fazia com que ele lembrasse da conversa que teve com o mesmo a poucos minutos. Percebeu que Nomura e Arai vieram correndo ao seu encontro, provavelmente pelo curativo em seu rosto.
─ O que aconteceu?! ─perguntaram as duas ao mesmo tempo.
─ Me jogaram uma pedra, eu acho ─afinal não sabia ao certo se aquilo era uma pedra, podia ser algo que o garoto produzisse em seu corpo, ou algo do gênero.
─ Como assim jogaram uma pedra em você?! ─ perguntou Sakurai irritado se aproximando.
─ Eu sabia, a gente devia ter ido com você ─ Nomura estava bem irritada batendo o pé no chão. ─Mesmo que o professor não deixasse.
─ Tá tudo bem, eu já tenho curativos no corpo todo mesmo ─falou mostrando seu braço enfaixado, ─ pelo menos não estava usando tipoia ─ havia até mesmo se esquecido de seu braço dolorido. E até seus demais curativos pelo corpo. ─E não ache que eu vou deixar de treinar por causa disso.
─ Você tem certeza? ─ perguntou Sakurai com certo receio, Izuku tinha acabado de levar uma surra de um vilão.
─ Sim, já quebrei partes do meu corpo tantas vezes, que de certa forma já estou acostumado com a dor ─ percebendo que aquilo estava se tornando um péssimo hábito, se aquilo continuasse provavelmente perderia a sensação de dor e aquilo poderia lhe prejudicar no futuro.
─ Se quiser posso ajudá-lo também em seu treino ─Yuki se aproximou do trio. ─ Stronger falou que eu precisava treinar mais meu combate corpo a corpo. Isso é, se estiver tudo bem para você.
─ Pode ser, só lhe peço um pouco de tempo para eu me acostumar novamente com meu poder ─ dando um sorriso gentil para o amigo que retribuiu.
As amigas se entreolharam e pensaram a mesma coisa, deveriam tentar investigar ou ajudar os dois também, como estavam querendo fazer com Sakurai? Aquela dúvida havia ficado em suas cabeças, perceberam que o professor havia retornado e a aula continuaria. Teriam que esperar e ver como seria a aproximação de Jun na vida de Haru.