Capítulo 03

2125 Words
Aline narrando Acordei parecia que um caminhão tinha passado por cima de mim, fui dormir já era de manhã, e acordei as 6h para ir da aula, resumindo, não dormi nada, levantei da cama porque não posso abandonar as minhas crianças Fui até o banheiro da thalia e lavei o rosto, peguei uma escova na minha bolsa que ela trouxe pro quarto e escovei o dente, penteei o cabelo, olhei pro espelho eu estou a cara da derrota, acho que nunca me vi tão destruída - amiga já acordou ?- thalia entra no quarto e eu concordo - acordei amiga - falo saindo do banheiro - no meu carro acho que tem um mochila com roupa que eu sempre carrego por precaução - falo com ela e ela me joga a mochila - te conheço Aline já fui lá buscar a chave tá aqui- ela fala coloca a chave do carro na bancada e eu agradeço Coloco uma calça preta skinny é uma blusa com gola v branca, e por hoje vai ter que ser isso, passo uma maquiagem pra dar uma disfarçada e desço - toma café anda- thalia me entrega uma caneca cheia de café e eu tomo tudinho - vou levar uma garrafa pra sala preciso de energia - falo e ela da risada Não consegui comer nada, não descia, estava me dando até ânsia, saímos de casa e fomos pra escola, alguns alunos ficam em turno integral, passei o período da manhã me arrastando, mas fazendo o meu melhor por eles, quando chegou a hora do almoço eu comi um sanduíche com energético, foi o que desceu - olha quando a gente sair daqui vamos tomar um açaí completo pra você repor essas energias viu- thalia fala brava - enquanto você tá aqui sofrendo o outro deve tá lá- ela insinua referência ao Otávio e a minha irmã, e eu concordo - tenho que ligar pro advogado e pedir o divórcio, ver uma casa pra alugar, vender esse carro eu não posso até a p***a do divórcio sair então vou ter que conviver com ele - falo irritada, esse carro me irrita muito ainda mais depois de toda essa situação - o carro é o de menos eu em - ela fala - agora suas coisas lá lembranças dos seus pais que você guardou ?- ela me pergunta e eu dou de ombros - não sei amiga, sinceramente não sei, vou aos poucos, talvez eu entre lá quando souber que não tem ninguém, dou um jeito, pelo menos pelas lembranças deles, não vou deixar pra Jessica, não mesmo - falo firme e ela concorda - vamos voltar pra sala- ela fala comigo e eu concordo - ah e outra coisa, você não precisa sair lá de casa- ela fala e eu n**o - sua privacidade amiga preciso sim- falo e ela revira os olhos- mas você vai me aturar por uns dias ainda até eu me organizar - falo com ela e ela concorda Volto pra sala e recebo minhas crianças, elas sempre vem me abraçando, todas falantes, entre eles tem o Tom, eu acredito que ele tenha um leve nível de autismo, pelas coisas que eu já estudei, não posso afirmar, mas tenho essa desconfiança, eu sei que ele é filho do dono do morro que está preso, eu sempre peço a mãe dele para vir em uma reunião comigo mas ela nunca vem, o Tom é uma criança prodígio, ele aprende tudo muito rápido, é muito curioso e quando está bem ele até ajuda os amigos, mas tem dias que ele não quer falar com ninguém, normalmente ele já não gosta muito de toques, ele fica em pânico, é isso ultimamente tem piorado, ele sempre deixou eu me aproximar e até sentar no meu colo ele já sentou, ele tem um olhar muito triste, eu o acompanho desde o meu primeiro dia aqui, eu sempre vejo ele muito introvertido, muito na dele, é só fala quando quer ajudar em alguma atividade e nada mais - tchau tia Aline até amanhã - ele me abraça na saída e vejo sua mãe - vamos com a tia- dou a mão a ele e vou na sua direção- oi será que você pode comparecer a uma reunião amanhã?- pergunto e ela me olha com cara de nojo- eu preciso falar com você e não vou tomar muito o seu tempo, mas é sobre o seu filho e é importante - falo tentando contornar a situação - não tenho tempo querida tenho coisas a serem feitas que são mais importantes- ela fala e sai puxando o Tom que olha pra trás me dando tchau Eu entro pra escola p**a, muito p**a, que mulher sebosa, o que é mais importante que o filho mano que mulherzinha nojenta e eu não posso fazer nada porque ela é mulher do dono do morro, um c*****o mesmo viu - que foi que tá até vermelha ?- thalia me pergunta enquanto vamos para a sala de professores e eu conto tudo a ela- essa Daniela é uma vaca, eu tenho certeza que ela mete galho no patrão - ela fala e pegamos as nossas bolsas - disso não me interessa agora ela falar assim do filho me dá um ódio tão grande - falo p**a - vai voltar pra dar aula para os cria ?- ela pergunta e eu concordo - vou mas eu sei que você não vai me deixar em paz enquanto eu não comer então vamos logo - falo e ela concorda com um sorriso vitorioso nos lábios Subimos a pé pra sorveteria, como dormi aqui na favela nem viemos de carro, deixei parado lá na garagem da thali, eu chamo ela assim sempre Chegamos na sorveteria e a bonita pede uma barca de açaí - eu não vou aguentar comer muito não - falo e ela me ignora Quando estamos no caixa pagando sou surpreendida com um abraço e vejo ser o Tom eu falo com ele e dou um beijo, quando vejo se aproximar um homem lindo, com a barba m*l feita, ele é enorme, que homem é esse, me deixou completamente molhada com um olhar Quando o Tom fala que é o pai dele e ele me cumprimenta eu fiquei até sem ar mas mantive a pose - tia eu tô muito feliz que meu pai voltou- Tom fala com um sorriso enorme - eu imagino meu amor - falo bagunçando seu cabelo e ele sorri todo bobo dando a mão ao pai - já pediram o de vocês ?- ele fala com a voz grossa e eu concordo - já sim- vejo a thalia atacando a barca de açaí e me olhando rindo - se quiser sentar ali com a gente pode ir tá meu lindo - falo com o Tom e o pai dele da uma risada - nós vamos né filho ?- o homem fala com ele que concorda - pai eu quero uma barca de açaí pode ?- ele pergunta com receio e seu pai concorda - vou pedir vem comigo pra escolher - ele fala e o Tom vai com ele - já vou na mesa de vocês- ele pisca pra mim e eu me mantenho seria e apenas concordo indo pra minha mesa - o chefe voltou abalando estruturas em - a thalia fala e eu olho em deboche - não sei de quem eu em - falo me fazendo e ela da risada e vejo os dois se aproximando - tia olha a minha barca - o Tom comenta todo feliz - bom né amor - falo e ele sorri todo feliz Olho pro pai dele que me encara sem nem disfarçar e eu começo a ficar desconfortável, tento comer mesmo desconfortável e vejo alguns caras se aproximar, entre eles o lc e a thalia já fecha a cara - fala meu patrao- lc fala fazendo o toque com ele e vejo que isso assusta o Tom Os meninos falam com ele e o tom fica travado, faço sinal pra ele que corre pro meu lado e senta no meu colo - qual foi filho come teu bagulho aqui- ele fala e o Tom n**a com medo aparentemente - qual foi fessora tá de boa ?- Joel me pergunta e eu concordo - tô sim obrigada - falo dando um sorriso de lado porque ele me viu acabada ontem - qual foi dondoca Joel falou que tu tava m*l ontem quer que nós resolve alguma coisa ?- Jhonny pergunta e eu n**o, ele também é aluno - não precisa gente vai ficar tudo certo- falo jogando o cabelo pra trás enquanto o Tom come o açaí da minha barca e vejo seu pai me encarar confuso - dondoca sabe que se tu precisar nós tá fechado né é so acionar - lc fala e eu concordo - preciso de uma casa pra alugar - falo e todos me olham de olhos arregalados - mentira que a dondoca vai vir morar aqui - Jhonny fala rindo e eu olho seria pra ele - qual foi fessora nos tem maior respeito por você pô mas morar aqui eu não imaginava não - ele fala e eu n**o rindo - pois é coisas da vida né - falo dando de ombros não querendo me estender- arruma uma casa pra mim lc pode ser pequena mesmo é só pra mim - falo e ele concorda - brigou com o marido né por isso que aquele engravatado veio aqui hoje - Joel fala de cara feia Nenhum deles gostam do Otávio e agora nem eu mais - não quero falar disso agora gente, só que se ele vier aqui fala que eu sumi, que eu morri, mas não deixa ele subir essa é a única coisa que eu peço a vocês de coração - falo e eles concordam - quero você na boca hoje pra desenrolar isso aí - o homem que eu ainda não sei o nome fala- mulher no meu morro não pode ser ameacada não, vai la que quem vai resolver isso sou eu - ele fala sério e eu não respondo nada - bom temos aula agora né turma dos cria - falo abraçando o tom no meu colo e eles concordam - qual foi fessora se tu não tá bem nos desmarca pô- Jhonny fala e eu nego - o que me faz bem é a sala de aula vamos - falo e eles concordam - vou acionar a tropa valeu- eles saem da sorveteria fazendo toque com os chefes - aí Aline se tu precisar de algo contra o teu engravatado lá me passa a visão Jae consideração pelo que tu faz pela favela sempre pô - lc afirma sentando do lado do tal patrão e eu concordo - eu só quero distância mesmo gente, só isso é uma casa pra morar - falo e a thalia me dá um tapa - tô vendo tu desfazer da minha humilde residência- ela fala de cara feia - nem parece que gostou de dormir grudada em mim- ela fala e damos risada - aí não pô dondoca a loira é minha né - lc fala e ela revira os olhos - dormi agarradinha mesmo atura ou surta- falo e damos risada - tá bom aí meu amor - falo com o Tom que concorda - uma delícia tia quer ?- ele me pergunta e eu concordo pegando uma colher - a tia já vai tá bom- falo e ele me agarra- amanhã a tia tá com você de novo meu lindo tem aula de matemática amanhã que você adora- falo e ele concorda - menor é um gênio né trem- lc fala com ele que concorda rindo de lado - então mas agora a tia tem que ir - falo dando um beijo no seu rosto e me levanto colocando ele na minha cadeira de volta - por favor lembre a sua esposa que amanhã eu preciso falar com ela com urgência já que ela não pode ir à reunião mas é somente pelo Tom e o assunto é sério- falo com o homem que me olha firme - tudo que você tiver que falar sobre o meu filho você fala comigo - ele fala e eu concordo - mais tarde temos uma reunião, quero saber da sua situação e você já fala sobre o Tô - ele fala e eu me mantenho neutra - ok então - falo seria e me despeço da thalia dando um beijo no seu rosto e do lc fazendo o toque - e eu nada ?- o homem pergunta com um sorriso malandro de canto - até a reunião - falo seria e saio da acaiteria sentindo meu corpo queimar
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