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*Lilly*
Um enxame de borboletas.
Era isso que eu senti no estômago quando entrei naquela enorme e gigantesca sala de teatro.
PELO MEU POBRE E FRACO CORAÇÃO!
Era a coisa mais linda que eu já havia visto em toda minha vida. Desde as cortinas pesadas vermelhas até as pinturas renascentistas na cúpula do teto.
Eu m*l tive tempo de sair do meu estado de choque pela beleza do teatro e já estava em minha cabine, colocando um tipo de traje esquisito e me preparando para a primeira fase do programa.
Meu figurino não era exatamente esquisito, só era um pouco mais diferente do que eu havia imaginado.
Saia longa, sapato de salto e um espartilho. Esses eram os itens que me faziam parecer com uma mocinha de romance de época.
E vocês já devem estar cansados de saber que eu amo um romance, ainda mais de época. Só de lembrar em todos os filmes e livros que eu já havia lido, meu coração se enchia de amor.
Dei um suspiro.
Naquele momento, nem mesmo pensar nos meus hobbies favoritos estava ajudando a melhorar o meu humor, que tinha ido do êxtase à miséria em um instante.
Isso se deve inteiramente àquele patético vídeo de apresentação que fizeram sobre nós. Assim que mostraram um pouco da vida dos participantes, eu tive vontade de deitar, rolar e chorar.
Evidentemente, não fiz nenhuma das opções acima, mas confesso que foi por um fio.
Um mísero fio para que eu não me derretesse em lágrimas autodepreciativas.
Afinal, eu já era uma mulher de 22 anos e não podia mais fazer isso.
Não estou sendo uma fracote, é só que foi angustiante ver que eu era a única que não tinha estudado em uma academia sofisticada cheia de “r’’ e “Ettes” no final.
Eu poderia não ser capacitada para ir até a final, mas o tempo que eu passasse dentro daquela competição seria bem aproveitado.
Pegaria cada migalha de conhecimento e dicas que os professores passassem.Alem disso, prometi a mim mesmo que não sairia dali da mesma forma que entrei.
Eu iria me dedicar a dar o melhor de mim, mesmo que não fosse perfeito como o de “Kira Pavlova”. Aquela patricinha orgulhosa e arrogante, que nem mesmo devolveu o meu cumprimento de boas vindas.
Pelo menos eu tinha Cloe, que graças aos céus havia sido aprovada também. Então, eu sobreviveria até o tempo em que durasse ali.
Coloquei o traje e por algum milagre, consegui colocar o espartilho, posicionar o microfone no vestido e ainda fazer um coque. Tudo em 3 minutos. Se isso não for a definição de Girl Power eu não sei o que é!
Sai da cabine e subi as escadas para o palco, onde haviam câmeras em todos os ângulos e direções. Mas não liguei para isso, porque teria que me acostumar a ser filmada o tempo inteiro.
Avistei Cloe com seu vestido rosa contrastando com seu cabelo - agora arroxeado- e fui em sua direção.
-Lilly, você está parecendo com a Jane Bennet, tão linda quanto.- disse Cloe se referindo ao livro “Orgulho e Preconceito”.
-E você se parece com uma princesa fada vinda de um reino encantado.- disse fazendo uma reverência de brincadeira.
-Serei uma princesa muito bondosa e darei a você o direito de ser minha conselheira e melhor amiga durante o programa.
-Ora, majestade- comentei- Acredito que não existam palavras para agradecer tal honra que foi concedida a uma mera plebeia como eu.
Cloè copiou a reverência.
-Mon cher ami, pas besoin de remercier! (Minha querida amiga, não precisa agradecer!) Se me ensinar a dançar qualquer música da Kate Perry assim como você fez, sua dívida de honra já estará paga.
Caímos na gargalhada e entrelaçamos nossos braços.
Minha irmandade já estava feita.
Era bom saber que eu não estava completamente sozinha ali. Existia alguém doidinha assim como eu.
Enquanto estávamos andando pelo palco para nos posicionarmos onde o diretor havia mandado, Cloe semicerrou seus olhos para um ponto escuro no palco.
Segui seu olhar para o que tanto havia despertado sua atenção.
Bufei, revirei os olhos e dei uma negativa com a cabeça, tudo isso de uma só vez, antes de comentar:
-Cloe, mesmo depois de três semanas sem te ver, consigo perceber que ainda possui um gosto extremamente duvidável para certos assuntos.- murmurei baixinho.
Ela corou adoravelmente.
-Eu sei, é só que eu não consigo evitar.- disse rindo- tenho a tendência de ter um dedo muito podre.
-Sei como é!-disse, mesmo não sabendo como é, já que eu não tinha muita propriedade no assunto amoroso.
Minha paleta de relacionamentos se reduzia a apenas um que durara 1 mês.
Ela suspirou e voltou suas vistas para mim.
-Você tem alguém em mente para ser seu parceiro?
Acabo olhando sem querer para a pessoa irritante que estava subindo no palco bem naquele instante.
Harry McTavish, um homem grosseiro e orgulhoso demais para se comunicar com seres humanos mortais.
De alguma forma, seu nome me pareceu familiar quando o ouvi pela primeira vez, mas não tinha como tê-lo conhecido antes se eu nunca nem o vi, e mesmo se tivesse o visto logo trataria de esquecê-lo.
-Não.- respondo- Não tenho a menor ideia de quem o público vai escolher como meu parceiro. Só espero que seja gentil e agradável-disse olhando de relance com desgosto para Harry.
Era tão presunçoso que, naqueles trajes escuros e regenciais, ficava parecido com Mr.Darcy, o mocinho que era orgulhoso só de fachada.
A diferença é que Harry não melhoraria depois, no final ele continuaria sendo daquele jeito irritante.
Ele percebeu minha análise, então me virei de costas para ele.
-Se eu pudesse escolher alguém para mim, tentaria ir com aquele cara ali- apontei para o loiro que vivia de bom humor. Ele já estava conversando com umas cinco garotas de uma vez.
-Aquele ali seria, claramente, muito disputado. Tô fora!- disse Cloe baixinho, só para que eu pudesse ouvir.
Demos uma risada conjunta.
-Muito Bem pessoal, agora que já estão todos prontos vamos começar com o primeiro desafio.- anunciou o apresentador- Inicialmente, vocês deverão formar duas filas paralelas. Uma de homens e outra de mulheres.- Nós o obedecemos e eu acabei ficando de frente para o japonês da Cloe- Agora, para este primeiro desafio, vocês terão que dançar uma valsa padrão com rotatividade de casais. A cada 2 voltas completas vocês terão que fazer a troca.
Soltei a respiração que eu nem sabia que estava segurando.
Aquele tipo de valsa era sempre o ponto fraco de qualquer romântica incorrigível. Aparecia em todos os filmes de época, não tinha como não saber. Além disso, a valsa era uma das primeiras coisas que ensinavam na academia, para serem apresentados durante os festivais da cidade.
-Para isso, contaremos com a ilustre presença de um convidado brilhante que nos acompanhará durante todas as fases do programa. Com vocês, O sexteto de Peter Grey Clark!
Meu queixo despencou assim que eu vejo o grupo sinfônico entrando pela mesma porta que nós tínhamos entrado. PELAS MINHAS POLAINAS AMARELAS!PETER GREY CLARK ESTAVA ALI!
Depois disso, tinha certeza que teria que marcar um cardiologista em breve. Afinal, o músico mais famoso da atualidade iria tocar para nós durante todo o programa.
Dá para acreditar?
Peter Grey Clark era alto, tinha o cabelo castanho escuro e sobrancelhas de cor bem predominantes. Ele usava óculos e tinha um porte atlético, era absolutamente lindo. Seu olhar era direto e possuía um brilho de algo que eu não sabia identificar. O Tipo de olhar que genios tinham.
Ele deu um sorriso de canto para nós quando demos um suspiro coletivo. Exceto uma de nós, que evidentemente não estava nem aí para ninguém:
Kira Pavlova.
Ela o olhava com aquele típico ar de superioridade, ele sustentou seu olhar enquanto ela apenas levantava a sobrancelha escura e empinava o queixo.
Kira tinha alguma coisa que parecia fazer o seu oponente já saber exatamente a pergunta que estava em seus olhos sem nem mesmo ela precisar abrir a boca. Naquele momento estava algo parecido com:
“Tá olhando o que?”
-Vejo que surpreendemos vocês não é?- disse o apresentador White- Pois bem, espero que se acostumem, pois ainda terão muitas outras até o final do programa.- As câmeras pareceram nos circundar e focaram novamente em nossos rostos.
Os músicos desceram as escadas laterais e ficaram de frente para nós na parte inferior do palco.
Peter se posicionou no centro deles como regente e deu um sinal ao apresentador quando eles estavam prontos.
-Prontos?- White nos pergunta e todos damos um aceno.-Que comece então a 5ºedição do Reality Bolshoi!- anunciou, saindo da vista das cameras.
O teatro ficou escuro aos poucos e iluminaram apenas o nosso palco. Peter fez aquele típico barulhinho com a Batuta de regente e deu início a apresentação.
Os primeiros acordes de The second Watz reverberaram pelo teatro e nós começamos a nos mover.
Fui de encontro com o Japonês de Cloe, fazendo uma reverência assim como as outras garotas. Depois que eu o esperei ir até mim, o japonês que agora eu sabia que se chamava ken, buscou minha mão e colocou a outra em minha cintura.
Estávamos todos em perfeita sincronia. Os casais se distanciaram um do outro e formamos um círculo que girava perfeitamente em seu eixo.
Ken me girou duas vezes e depois se intercalou comigo para que ficassemos de costas. Só então me virei e, juntos, demos mais outros dois giros completos.
Para finalizar, ele me supendeu segurando em minha cintura, exatamente como os outros casais e assim, com o último giro, fui para o próximo homem.
Ken tinha conduzido perfeitamente bem, mas era quieto e sempre estava com aquela expressão fria petrificada no rosto, então não sei se gostaria de ser escolhida para ser sua parceira.
Mesmo que fosse tudo profissional, ainda assim devia-se ter companheirismo para uma boa apresentação nas próximas etapas do programa. E também uma boa conversa seria indispensável para firmar uma parceria forte na dança.
Portanto, na minha lista mental de possíveis parceiros que o público poderia escolher, Ken tinha sido excluído.
Fiz a mesma sequência com outros seis homens, que na minha opinião tiveram uma ótima harmonia comigo e só me faltavam mais quatro.
Dei um rodopio me despedindo de um cara bem simpático chamado Ian e fiquei surpresa ao
dar de cara com o sétimo homem.
-Oi Gatinha- disse o italiano engraçado com um sorriso sacana no rosto.
Matteo Spinelli, era com toda certeza a minha maior preferência como parceiro ali.
Lindo, musculoso, talentoso, engraçado, loiro, com olhos azuis e...Atenção garotas, se segurem para ouvir mais essa:
ELE TINHA COVINHAS!
-Disse isso para quantas outras?-perguntei, rindo.
-Umas seis apenas.- ele deu de ombros, achando graça.
-Se eu sou a sétima, disse isso para todas?-tive que me segurar para não cair na gargalhada.
-Gatinha, não fique triste- fiz um giro- Apesar de ter achado todas lindas, você já conquistou meu coração quando me deu esse seu sorrisinho doce.- disse dando uma piscadela.
Dessa vez eu ri com gosto, tentando indecorosamente não perder o foco e desequilibrar.
-Não me venha com esse seu papinho de conquistador barato.
-Estou falando serio!- ele fingiu estar ofendido- Até agora nenhuma reagiu tão bem quanto você ao meu comentário.
-É mesmo?-perguntei.
-Sim- suspirou- Teve uma que se sentiu verdadeiramente ofendida pelo meu elogio sincero- murmurou entre um giro e outro.
-Sincero para todas as garotas?-ri mais um pouco.
-O que eu posso fazer se acho todas vocês beldades divinas- disse ele com um tom inocente.
-Aham- ironizei- Mas deixa eu advinhar, quem não gostou do seu cavalheirismo foi a- cheguei mais próximo de seu ouvido- Pavlova?
-Ela mesmo- deu outro suspiro-mas entenda que Kira só fez isso para que eu estivesse livre para você, Lilly leblanc.- disse ele dando mais uma de suas típicas piscadelas.
A câmera pareceu focar ainda mais naquele sorrisinho sedutor marcado pelas suas covinhas. Isso provavelmente deve ter deliciado os telespectadores.
-Espero que da próxima vez que nos vermos, seja como parceiros.- comentou Matteo.
-Estamos juntos nessa, Matt!
Ele deu um sorriso satisfeito e me elevou no ar após mais um giro, Assim, fui para o próximo homem.
E foi aí que, pela primeira vez na vida, eu tive vontade de socar a cara de alguém em rede internacional.
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*Harry*
Mal tive tempo de soltar a candidata Roux para o próximo cara e alguém foi direto contra o meu peito, queixo e pé. Respectivamente nessa ordem e que me traria um hematoma minutos depois.
-Ai!- ela disse- Preste atenção Mctavish!
Olhei para baixo e vi a causa de todos os meus problemas.
Respirei bem profundamente.
-Não me venha com esse desgosto todo, McTavish. Se estivesse focado perceberia que está fora do compasso.
-Leblanc, minha querida- disse a puxando rápido para voltarmos à valsa-Se “você” tivesse prestado atenção, ambos não teríamos atrasado no compas…
Não consegui terminar, pois a minha parceira pisara propositalmente no meu pé.
Dei um grunhido baixo.
Ela olha com aquele seu típico olhar diabólico.
-Como eu já disse,-limpou a garganta- se VOCÊ- apontou o queixo para mim- tivesse no compasso antes de eu ser entregue, não teríamos nos esbarrado. E eu já lhe disse também que NÃO sou sua querida.
Um sorriso saiu de mim contra minha vontade, então voltei o foco para a dança.
Segurei sua mão e estendi no alto de sua cabeça para fazer o giro, mas ela acabou girando rápido demais e bateu no casal da frente.
-Me desculpe!- Lilly disse para o casal da frente e voltou a olhar pra mim com raiva.
Droga! Aquilo não estava dando certo nem por 1 segundo
-Não me venha colocar a culpa em mim, foi você quem não girou no ângulo certo.-retruquei antes mesmo dela dizer qualquer coisa.
Ela me fulminou pelo olhar.
-Sabe,-começou ela, focalizando em outra direção- minha avó me disse uma vez que se alguém começar a se justificar antes mesmo de ser questionado, era porque aquela pessoa era o culpado.- comenta com um brilho de malícia em seus olhos.
-Isso me parece um discurso que alguém que evidentemente está errado usaria para incriminar o que apenas estava se justificando para não ser acusado dos atos que ele não cometeu.
Ela revirou os olhos e bufou bem no meu rosto.
-Tudo bem então, a culpa é minha já que você é perfeito demais para errar na vida-respondeu ela.
Fiquei em silêncio, porque provavelmente estavamos fazendo uma bela cena para as pessoas tirarem péssimas conclusões sobre nós.
Nunca havia dançado tão m*l na minha vida, éramos errados em tudo, desde angulação do braço, até o momento de girar. Costumava ser tão fácil valsar, não tinham nem muitas sequências para se memorizar, mas junto com Lilly Leblanc aquilo estava se tornando um furacão de passos descoordenados e fora de sincronia.
1,2,3,4 e 1,2,3,4 e 1,3 e 1,2… Droga! Nenhuma ordem funcionava.
Notando isso também, ela me puxou para tentar entrar num compasso criado por aquela mente perturbada e eu acabei esbarrando no casal de trás.
Ficamos cara a cara.
-Leblanc, pare de querer domar a dança, são os cavalheiros que conduzem.- rosnei próximo demais de seu rosto.
Em resposta ela arqueou as sobrancelhas e apertou minha mão que estava junto a sua, provavelmente imaginando as em meu pescoço.
Seu olhar não mentia.
-Duas coisas estão erradas nessa frase que você acabou de pronunciar- eu a girei e ela continua- Primeiro que se você estivesse realmente fazendo seu papel em conduzir esta dança, eu não precisaria ter feito isso em seu lugar. E segundo que você não é e provavelmente nunca foi um cavalheiro.
Puxei sua cintura para que ela chegasse mais próximo.
-Que eu não sou um cavalheiro isso nós dois já sabíamos,-viramos de costas e voltamos a ficar frente a frente de novo- Se você ao menos fosse mais fácil de ser conduzida, não estaríamos passando por isso.
-Eu, mais fácil? É claro, sempre sou eu a errada e você o Sr.Perfeitinho McTavish.- diz ela parecendo cuspir as palavras e ficando adoravelmente vermelha pelo esforço-O engraçado é que os outros sete homens não disseram nada disso, pelo contrário. Tivemos uma sintonia perfeita.
Algo amargo se alojou em minha boca, ao ouvir o que ela disse.
-Bem, eu também não tive problemas com as outras garotas. Então o que quis dizer com isso?
- Quero dizer que com isso podemos concluir que o erro não está em mim.-retrucou com um sorriso de satisfação.
Ela parou para dar outro giro, no entanto dessa vez acabou tropeçando em meus pés e caiu em cima do meu peito.
Tudo pareceu ficar em suspenso e paralisado por alguns minutos enquanto eu a abracei para equilibrá-la. Lilly ficou assustada por tamanha proximidade e dessa vez esbarramos juntos no casal do lado.
Graças a Deus o nosso espetáculo estava acabando.
-Fique feliz Mctavish,- ela cortou o contato e levou rigidamente minhas mãos para suas costas para que eu pudesse fazer o último passo- Não precisaremos lidar um com o outro de novo. Espero que sua parceira tenha tanta simpatia quanto você.
-Eu desejo o mesmo para você,- a girei no ar e antes de entregá-la ao próximo cara, disse baixinho em seu ouvido-Minha “Querida” Lilly.
E sim, foi com “q” maiúsculo só para que ela tivesse a certeza de que ouvira bem.
Me preparei para a próxima dança que graças aos céus dessa vez havia sido com Kira.
-Oi Harry- disse Kira, com sua voz melodiosa.
-Olá Kira- disse fazendo a reverência igual aos demais homens.
-Hora de mostrar para quê viemos.-disse ela colocando sua mão em meu ombro com leveza e destreza, tudo com equilíbrio.
Realmente éramos perfeitos em tudo, até mesmo sua altura a fazia se encaixar perfeitamente em meus braços, seria fácil de levantá-la e conduzi-la.
Ela não rodopiava e sim ela deslizava. Era leve, regrada e seus movimentos tinham uma harmonia entre delicadeza e pontualidade.
Kira não desviava seus olhos determinados do meu, nem mesmo se certificava de olhar para seus pés. Era como se conseguisse fazer aquilo de olhos vendados.
Assim que terminamos, tudo o que eu conseguia pensar era:
Com Kira eu chegaria à semifinal.
Só precisava esperar que o público também notasse isso. E de preferência, que fosse piedoso.