CAPÍTULO UM

1862 Words
Seu peito se levantou, a respiração passou com dificuldade por sua garganta e Lyra colocou a mão em sua boca sabendo que não podia ser ouvida. Passos distantes se misturaram com o seus, que com pés descalços tentava não fazer barulho enquanto se afastava do perigo escondido nas madeiras e nos quadros das paredes. Um... dois... três passos e o relógio fazia tic tac. Estava se aproximando, Lyra conseguia o sentir perto. Não podia ser pega ! Seria seu fim. Então temendo se encolheu dentro de um armário velho aproveitando de seu corpo pequeno. Estava sozinha ! Ninguém viria salvá-la. sabia disso. E por isso apertou firme sua varinha em mãos, puxou ar preso em sua garganta e quando a silhueta de seu inimigo marcou entre as brechas do armário velho, ela pulou em ataque, e uma luta árdua se iniciou. Lyra lhe agarrou o pescoço, mas estando na carcunda de seu inimigo, esse não facilitou. Bateu bruscamente o seu corpo contra a parede fazendo ela dar um grito de dor. Tentou se manter, mas sua costela se queixou e ela o soltou largando sua varinha no chão, que se tornou alvo do bruxo. Então com a varinha no chão uma corrida se iniciou. Lyra rastejou, chutou a varinha para longe do homem que se aproximava e passou por baixo das pernas do mesmo pegando sua varinha bem a tempo de se defender de um ataque. — Expelium ! — Com um feitiço de defesa que jogou o bruxo longe. Lyra ainda ofegante, se levantou do chão com pouco de dificuldade e começou caminhar lentamente na direção de seu inimigo. Ela queria lhe olhar nos olhos antes de matá-lo. Queria ver a vida saindo de sua pupilas ! Queria vê-lo dar seu último suspirou. — Ganhei padrinho ! — Lyra dar um sorriso vitorioso arrancando um colar de linha com uma pedra amarela do pescoço de Gael que retira sua máscara, que se tratava de uma máscara preta com marcas de garras nas laterais, e sorrir. — E ! Você ganhou pestinha. — Lyra comemora com pulinhos. — Agora vamos ! Precisamos jantar, antes que a senhora Brown venha nos arrastar pela orelhas. — e em seguida ajuda o padrinho levantar. Desde do dia que Lyra o salvou ! Sim, ela o salvou. Gael vinha lentamente recuperando partes de sua alma que foi corrompida em uma maldita sela putrefa em Aragoz, com brincadeiras de caça e risadas altas e doces da menina que enchia seus ouvidos e seu coração. Risada que agora era dada pela garota ao ouvir mais uma de suas piadas bobas que somente a menina achava graça. — Olhe isso ! Olhe isso Gael. — eles m*l haviam descidos a escada para o hall, quando a Sra. Brown aparece no fim dela com mais uma das amostras das consequências de suas travessuras em uma casa com tantas coisas para se quebrar. Um vaso ! Ou melhor apenas um pedaço de um. — Estão planejando botar essa casa ao chão ? — pergunta bruxa é Lyra não querendo estar em encrencas logo bota Gael na sua frente. — Foi ele senhora Brown. Eu juro. — praticamente entregando o padrinho aos lobos com sua expressão doce que convencia até o mais temível juiz. — Eu compro um novo senhora Brown. Prometo. — Gael faz uma reverência se desculpando e nesse momento Arthur aparece saindo da cozinha. — Arthur ! — e Gael se aproxima do afilhado. — Porque não participou conosco da caça ? Todos participaram ! - pergunta o bruxo. — E Arthur ! Foi sem graça sem você. — Destaca Anthony oque mais sentiu a ausência do amigo, pois como não era muito bom em luta de combate, usava Arthur para se proteger. Sem ele o pobre garoto perdeu o seu colar no primeiro tempo para Florence. — Eu tinha que treinar alguns feitiços. — responde Arthur e Lyra recai o olhar. Desde do final de seu primeiro ano na Academia, seu irmão não estava sendo mais o mesmo com ela. Sequer se esforçava para tratá-la bem e as vezes fazia ela se sentir culpada por tudo que havia acontecido. Talvez ela seja mesmo. — Na próxima não terá justificativas Arthur. Francamente está de férias ! Nem sua mãe era uma aluna tão dedicada assim. — se queixa Gael dando um ultimato ao garoto, que dar um sorriso sem mostrar dentes visivelmente forçado e entra na cozinha novamente. Lyra como estava faminta, foi atrás. A torta de maça da senhora Brown já estava cheirando e atiçou seu estômago. Em algumas ocasiões ela ajudava a senhora Brown. Adorava ajudar a bruxa na cozinha. Todas as vezes que a senhora Brown fazia biscoitos a bruxa chamava ela e Florence, adorava beliscar as gotas de chocolate que a senhora Brown sempre colocava demais e pedia ela e Florence para tirar. Nunca viveu dias tão felizes em sua vida. As vezes sentia que se morresse naquele momento poderia dizer estava completamente realizada. Mas em seu interior sabia que não estava. Hoje tinha uma família, mas apenas isso não bastava para sua alma ambiciosa. Além de passar as férias "caçando" com seu padrinho, Lyra também passou as férias maquinando um plano perfeito para ser a melhor aluna da Academia. Não se permitiria ser humilhada novamente pelo seu diretor. Não era apenas uma questão de honra mais também uma questão de vingança. Precisava ser uma bruxa a altura para poder enfrentar o assassino de seus pais. Precisava ser uma bruxa a altura para enfrentar Devil Domini. — Então ! Quem ganhou hoje ? — pergunta Hermes pegando os talheres. — Eu padrinho ! — Lyra responde com seu fino nariz empertigado. — E a segunda vez essa semana sabia. — continua a garota orgulhosa. — Alguém está se tornando uma ótima bruxa. Igual a mãe. — Lyra dar um sorriso largo. Adorava quando alguém lhe falava que ela parecia com a mãe. De algum modo se sentia mais próximo dos pais com isso. — Não é para tanto padrinho ! Se Florence não estivesse no meu time eu perderia no primeiro tempo para Eziel. Ela pegou a maioria dos meninos. — Florence dar um sorriso convencido ao ser notada. — Não seja assim Lyra. No final quem ficou foi você. — E me derrotou. — Gael acrescenta querendo que a sobrinha se sentisse um pouco orgulhosa de seus feitos e acreditasse um pouco mais em si. Em suas conversas com a menina, ele conseguia ver visivelmente o receio dela para fazer feitiços, para lhe dar com a magia. Sabia que tudo isso durante anos para a menina foi considerado errado. Ela foi considerada errada e somente queria que ela não tivesse mais medo de si. Pois não precisava ter. — Ah padrinho. — a menina se senta a sua frente. — Mas ganhar do senhor é fácil — e fala atrevida fazendo Hermes dar uma risada abafada. — Ela tem razão. — Cala boca coelho. — rebate Gael com apelido de Hermes que fazia Lyra rir. A menina não entendia o motivo do qualificativo, mas gostava de ver os dois padrinhos trocando farpas. Era divertido e sempre era a animação do jantar que com dois pedaços de torta grande de sobremesa teve seu fim e Lyra após escovar os dentes a mando da senhora Brown se juntou ao padrinho na sala de estar. — Então ! Que história quer ouvir hoje ? — que era seu contador de histórias para dormir favorita. A um ano atrás, Lyra sequer podia encostar em livros e agora ela tinha todos que desejava a sua disposição. — Essa aqui ! — Lyra entrega um livro de capa dura ao padrinho, pegar o cobertor e colocar na sua perna, e deita nos ombros do padrinho esperando para ouvir a história. — História das chamas ! — Porém quando Gael pegou o livro leu o título intrigada. — Quem lhe deu esse livro chef ? — pergunta Gael com qualificativo do pai de Lyra, já um bom tempo chamando a menina assim. — A professora Salem. — Responde Lyra fazendo Gael franzi mais o cenho. Se antes o título já intrigou o fato da professora Salem ter dado a Lyra intrigou mais ainda. — Na minha época a professora Salem somente dava anotações extracurriculares. — Mas Gael disfarçar, pensando que talvez a professora tivesse feito apenas um agrado a afilhada. — Está bem vamos ler. — Gael abriu o livro e Lyra deu um sorriso empolgado. A menina nunca ficava até final do livro. Gael m*l chegava na metade dos mesmos e sua afilhada já estava roncando um roquinho leve em seu ombro. Como agora que a menina totalmente apagada até deixava uma fina babinha descer pelo seus lábios, deixando claro para Gael que precisava levar a mesma pelo quarto. Mesmo já tendo idade, Lyra não era pesada, e por isso era fácil levá-la. A menina também tinha um sono pesado e nunca acordava quando ele pegava no colo e colocava em sua cama. A única que parecia atrapalhar o sono da afilhada era rotineiros pesadelos que a mesma tinha, que deixava Gael por raiva. Não pela menina sempre acordá-lo, mas sim pelos os motivos do pesadelo da mesma. Gael a compreendia e ficava até a mesma adormecer novamente junto com Hermes, porque ele mais do que ninguém sabia a dor que se podia carregar em crescer em um lugar que não era seu lar. Quando ele colocou Lyra na cama, a cobriu com o grosso cobertor, acendeu um abajur com um feitiço, pois sabia que a mesma odiava escuro e saiu do quarto, deixando Lyra descansar. Em mundo de sonhos, bem longe dos males de seu passado e presente para lhe assombrar. — Contou para ela ? — Porém quando fechou a porta os males de seu presente lhe assombrou. — Gael ! Audiência e daqui a um dia. Ela precisa saber que a Corte Suprema requeriu a presença dela. — Justifica Hermes parecendo também preocupado. — Não queria envolve-la nisso Hermes. Nem ela ! Nem Arthur. São apenas crianças. — Gael salienta com pesar se afastando do quarto de Lyra. — Acredite Gael ! Eu também não queria envolvê-lo. Mas todo mundo que nos circunda, somente existe depois da Guerra devido a eles. — lembra Hermes. — Malquior não pode retornar porque ele vai derrotá-lo, e ela não pode ser revelada, porque ela sobreviveu as chamas. O Círculo não está muito seguro da volta de Lyra para Academia. — Conclui Hermes e Gael paralisa seus passos no corredor escuro, se tornando apenas uma sombra. — Oque quer dizer com isso Hermes ? Que vocês não querem que Lyra retorne a Academia esse ano ? — Ainda é uma discussão. — responde Hermes, parecendo também não está muito satisfeito com a ideia. Mas tendo receios. — Ela está sobre a vista da Corte suprema e estando na Corte que está, tememos ela possa se... — Aliar a ele ? — concluiu Gael cortando Hermes. — Vocês temem que ela possa se aliar a Malquior ? — Não acreditando nas palavras do elfo. — Não eu Gael ! O círculo sim.
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