Capítulo 9

640 Words
Não consegui pegar no sono não, e quando passou o cara distribuindo as marmitas, eu me levantei e peguei a minha. A comida daqui era até boa, tá ligado? Não tinha muito gosto, mas dava pro gasto, pô. Muito melhor do que as que davam no Carandiru, azeda e as vezes até com bicho. Era nojento demais, carai. Magrão: Tu vai comer o purêzinho aí? - me olhou, e eu neguei. - Ih mano, então passa pro pai aqui. Peguei com a colher o purê e coloquei na marmita dele. Não sou muito fã dessa parada não, prefiro só o arroz e o feijão mermo, já dá pro gasto. Magrão: Vai pro psicólogo amanhã? - me olhou, enquanto enchia a boca com o purêzinho. Sinistro: Tenho que ir né, naquela p***a. Mó parada chatona, só fico olhando pra cara do vacilão lá e ele insiste em saber de algo. Fico logo puto. Magrão: Ih...putão. - deu risada negando com a cabeça, e eu fechei a cara pra ele. Ali dentro, eu só tinha confiança no Magrão, por que de resto, se vacilar eles te apunhalam pelas costas na primeira oportunidade. Já vi cada coisa aqui dentro, caras matando uns manos que se diziam irmãos, e mais uma pá de coisa braba. Magrão quando chegou aqui, veio na defensiva pra cima de mim, sempre trocando poucas palavras, mas só foi eu dar um pouco de liberdade pra ele que o cara já veio fazendo graça e mais alguns caralhos, mas vou falar aqui que é esse filho da p**a que alegra esse inferno. O maluco é engraçadão, sempre fazendo graça com os manos, e trocando idéia na moralzinha com todos, sem arranjar caô nenhum atoa. Mano firmeza é assim! ****** Fui acordar no outro dia com uma sensação ruizona, sem entender nada mermo, mas não fazia a mínima do que era aquela p***a, então fiquei de boa, como sempre na minha ali, calado! Magrão já acordou no pique, ficou falando lá com os caras, e depois veio fazendo toque comigo. Quando os caras passaram dando o café, Magrão pegou pra mim, e eu fui logo comer, varadão de fome. Não demorou nem meia hora, os caras aparecerem ali pra me levar pro psicólogo. Lê levantei já logo puto, e esperei eles colocarem as algemas em mim, pra eu poder sair dali da cela. Fui andando bem devagar mesmo, com os dois caras do lado e um atrás. Não tava com a mínima vontade de ficar naquela sala, apenas olhando pra cara do psicólogo. O cara era mó otario, mesmo eu não falando nada nesses últimos anos, ele insiste em tentar trocar alguma ideia. Mas não dá **, já disse que eu não vou abrir a boca pra p***a nenhuma ali dentro daquela salinha. Se eu abrir pra falar qualquer m***a em relação a facção e tudo o que fiz lá dentro, ih fi, é mais uns 10 anos de cadeia aí, o que eu não duraria muito tempo, por que os caras assim que soubessem que abri a boca, iriam mandar me m***r já no dia seguinte. Os caras me deixaram na salinha, prendendo a algema na parada ali pra eu não conseguir avançar no carinho ou tentar algo pra sair daqui. Os caras saíram, e eu continuei sentado ali, esperando o cara chegar pra começar logo essa p***a. Ouvi a porta dali abrir, mas não me dei o trabalho de olhar naquela direção. Continuei de cara fechada, na minha, até que meu olhar parou na mulher loira que parou em minha frente, do outro lado da mesa. Não entendi nada, mas apenas fiquei encarando ela serinho. Ela me olhou também, e ficou parada me olhando que nem uma tonta. Sinistro: Qual foi, garota? Acho que tu entrou no bagulho errado, na moral. - Não...eu sou a Jade, sua nova psicóloga...
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