Jéssy Davis
Aquela noite havia sido a melhor de todas as noites já vividas por mim. Aquele homem que nem mesmo conhecia o suficiente fez com que eu me sentisse mulher, desejada e cuidada e, após toda a movimentação que fizemos durante aquelas horas de s**o, acabei pegando no sono.
Acordei ouvindo vozes no corredor, e pela altura estavam todos muito eufóricos. Eu estava ainda despida e com o corpo coberto apenas por um lençol fino e macio daqueles que brilham a luz do sol que nós vemos sempre nos filmes de romance quando a mocinha acorda ao lado do seu amado após uma noite de amor.
Mas quando me viro na cama percebo que os filmes talvez sejam realmente só ficção, o lugar ao meu lado estava vazio e frio. Observei que ao lado da cama tem um envelope e então eu o pego...
‘Nossa noite foi perfeita e você é linda, mas foi apenas uma noite.
Eu não sou homem de ligar no outro dia!’
O bilhete é escrito à mão e a letra não demonstra nem um fio de desleixo, no envelope tem também uma quantidade em dinheiro que me deixa muito irritada.
Quem ele pensa que é?
Tudo bem que ele é bonito e rico, mas para mim nada disso importa.
Que b****a.
Me deito novamente na cama me sentindo irritada com a situação, jamais imaginei passar por isso, na verdade nunca me imaginei nessa situação de mentir para os meus pais e vir parar em uma festa como essas, e menos ainda de f********o a noite toda como fiz e com um desconhecido.
Bufo zangada comigo mesma, sabendo que a situação vivida aqui poderia ter sido evitada se eu não tivesse saído de casa, mas agora já foi e eu preciso me levantar e tomar um banho.
Levanto, pego minha bolsa e caminho até o banheiro e lá deixo toda a marca da noite de s**o que tive com o bendito Santiago Benites. Visto minha roupa, a que estava vestida para a festa, já que eu estava no quarto em que fiquei com ele.
Me olho no espelho e vejo que não há nada de diferente em mim, nada que possa vir a denunciar tudo o que fiz. Respiro fundo e saio do banheiro já vestida, antes de sair da suíte ainda olho pela última vez para a cama que foi palco de uma noite maravilhosa, mas que ao amanhecer só causou em mim um m*l-estar que eu jamais imaginei sentir.
Saio do quarto a passos largos e rápidos. O quarto em que as minhas amigas estavam não era longe, ficava no mesmo corredor e não demorei a estar em frente a porta que já estava aberta.
- Jéssy, onde você estava, menina?
- Nós te procuramos tanto!
Yanne fala com se eu tivesse desaparecida há dias ela é assim exagerada mesmo, as outras me olham como se eu fosse a maluca que eu realmente sou por ter sumido a noite toda com um estranho.
- Calma meninas, eu estou bem e aqui!
- Bom, então trate de tomar um banho e trocar de roupas! Logo iremos sair, bonitona.
- Nada disso, depois de ter nos deixado todo esse tempo sem saber por onde estava.
- Sim, queremos detalhes.
Eu as observo, elas estão ali curiosas me encarando, seus olhos implorando por uma fofoca e sorrio. Apesar da sensação r**m ao amanhecer, eu sinto que preciso compartilhar com elas tudo o que aconteceu.
- Nada demais, só passei a noite me divertindo com um carinha que conheci!
Falo isso enquanto caminho diretamente para a porta do banheiro e observo que elas estão ainda em silêncio quando eu imaginei que estariam aos berros em comemoração por eu não ser mais a virgem do grupo.
Curiosa, resolvo me virar e olhar para elas e me deparo com rostos com expressões totalmente iguais. Elas estão totalmente desacreditadas do que acabei de falar e então sorrio sabendo que elas agora vão começar a surtar e gritar com a notícia.
E alguns segundos depois de me virar e vê-las ali atônitas, elas começam com toda a euforia e algazarra de sempre, pulando e gritando em cima de mim.
Elas estavam preocupadas comigo, mas eu ter dado a elas a notícia de ter perdido a virgindade fez com que elas se desarmassem e comemorassem aquilo como se fosse algo que elas jamais esperariam que aconteceria.
- Meninas, pelo amor de Deus! Foi só uma virgindade.
- Quem é ele? – Yanne como sempre muito cirúrgica nas suas perguntas, indo diretamente ao ponto.
Respiro fundo, e ainda olhando para elas eu percebo que talvez seja melhor não dizer a elas que era Santiago.
- Ah, não era ninguém!
- Como assim ninguém? Ele tem um nome e nós queremos saber, Jéss. – questiona Júlia, a curiosa, que constantemente busca por mais detalhes.
Eu volto a sorrir e elas entendem que esse não é o momento para mais perguntas.
Eu mostro a elas o envelope nas minhas mãos, Júlia rapidamente o toma de mim e o abre em seguida. Elas leem o bilhete em silêncio e em seguida soltam uma rajada de xingamentos enquanto eu entro no banheiro e retiro a roupa para tomar banho.
Eu me sinto tão m*l por isso, me sinto usada e só agora na segurança de estar perto das minhas amigas também me sinto livre para deixar que algumas lágrimas caiam como forma de colocar esse sentimento r**m que está aqui dentro de mim.
E nesse momento, apesar de adorar estar junto delas e de saber que com elas posso contar, a única coisa que mais desejo nesse momento é estar em casa trancada no meu quarto.