Sophie Cassano
— Você precisa sair daqui se quiser continuar vivo, por favor — expulso ele de perto de mim rezando para que Allan não se cruze com ele.
— Vejo você por aí Raio de sol — ele despende e logo em seguida some da minha vista.
Seguindo um caminho diferente que ele vou até onde Allan está.
— Estou aqui Allan, podemos ir — saio logo na frente dele, para que não fiquemos muito tempo dentro da biblioteca e ele corra o risco de encontrar o anjo sem nome.
Allan olha para mim de forma estranha como se realmente soubesse o que eu estava fazendo em um dos corredores da biblioteca, mas também o que eu estava fazendo de errado? Eu só me choquei com alguém como qualquer pessoa e parei para me desculpar dele, não vejo nenhum m*l nisso, se houver algum m*l nisso, ou os meus seguranças são muito loucos ou eu é que sou ingénua demais para não ter visto nenhum m*l na aproximação inconveniente do estanho de olhos azuis.
— Que bom senhorita Cassano, eu pensei que tivesse acontecido alguma coisa com a senhorita — Allan volta a postura de soldado sem coração e sem sentimentos.
Eu logo entro no carro sem alongar a nossa conversa e estadia na biblioteca. A viagem até a casa é feita totalmente em silêncio, Allan não é muito de conversar e sem contar que eu não estou conseguindo me concentrar em nada além dos dedos do estranho de olhos azuis passando em minha pele, a sensação que aquela simples acção causou em mim, foi um dano tão grande que até agora eu não consigo me esquecer dele. p***a! Ele é completamente lindo, parece um anjo, educado e parece estar fascinado por mim, ele parece um príncipe que veio me salvar da minha torre totalmente protegida por grandes bestas, que são os meus seguranças. Mas tem um porém no meio disso tudo, os príncipes que salvaram as princesas presas em suas torres, não eram príncipes de verdade, todos eram só ladrões e bandidos mentirosos, que medo que o meu também seja um deles.
— Está calma, o que foi? — Loren insiste mais uma vez em saber o que está acontecendo comigo.
Para falar a verdade desde que voltei a casa não estou conseguindo falar para ela o que aconteceu comigo na biblioteca, eu tenho medo que ela me julgue ou pense que sou muito iludida.
— Ah! — suspiro tentando encontrar alguma coragem de algum sítio que não sei onde — Eu não sei como te contar isso, promete não me julgar? — estou tentando me justificar muito antes de contar para ela qual é o meu problema ou o que aconteceu comigo.
— Fala logo mulher, se está tão apreensiva assim, é porque envolve homem, conta logo — Loren se levanta da cama e se prontifica a ouvir toda a minha fofoca.
— Como você descobriu isso? — falo totalmente surpresa por ela ter logo acertado qual é o meu problema.
— Não é preciso ser um gênio para saber isso prima! Você chegou toda ruborizada — Loren fala com um grande sorriso nos lábios, como se tivesse esperando por muito tempo esse momento, minha prima é s*******o e sempre quis me levar para a má vida, acho que o sonho dela está se tornando realidade.
— Eu não sei como contar isso, mas você se recorda do homem quem esbarrei no shopping? — começo a minha narração, mas o que eu vou contar para ela, nós não fizemos nada de mais, só conversamos, acho que eu estou exagerando muito e vendo coisa onde não tem.
— É claro que eu me recordo daquele deus grego totalmente gostoso, como esquecer dele e de você naquele momento no shopping, só faltou vocês dois tirarem as roupas ali mesmo, a química foi tanta que eu tive que me afastar para não morrer de intoxicação — ela fala de uma vez todas as coisas.
Ela parece realmente feliz em ouvir as coisas que eu estou dizendo para ela, ela não parece com índice de me repreender ou falar alguma coisa que vá me deixar desmotivada. Ela parece animada em finalmente poder me ver fazendo o que ela sempre quis de mim.
— Então! Nós nos encontramos hoje — falo de uma vez para que as coisas não saim igual a uma loucura.
Loren escuta as minhas palavras e pula totalmente animada em saber disso, ela nem sequer parece com vontade de me provocar ou repreender, acho que ela está feliz até.
— Aaaah! Eu sabia que isso aconteceria, eu vi nos olhos dele, ele está interessado em você, eu vi — ela grita e pula no sofá.
Minha prima parece uma louca totalmente desmiolada e s*******o, ela está realmente feliz por ouvir algo assim? Eu não sabia que ela esperou por tanto tempo assim que eu tivesse um namorado ou sequer pretendente.
— Você não está chateada comigo por estar a ser imprudente? — indago com um pouco de receio.
Loren junta as nossas mãos e muda totalmente a expressão em seu rosto, ela não está mais com o rosto de pessoa louca, ela agora está assumindo o papel de irmã mais velha.
— Sophie escuta, você é a melhor pessoa que eu conheço, você sempre foi comportada, nunca foi contra os seus pais, sempre na linha, mas mesmo assim você vive totalmente presa — Loren começa com o discurso de prima mais velha, ela está tão séria que não parece a mesma pessoa, eu nunca vi minha prima tão séria como está nesse momento.
— Eu sei Lo, mas eles sempre fizeram isso pelo meu bem, só para me proteger — eu sei que a proteção dos meus pais é excessiva mas eu entendo eles.
Minha mãe me protege tanto porque ela tem medo que aconteça comigo o mesmo que aconteceu com ela, ela não teve nenhuma culpa e no passado foi sequestrada e estuprada, sem nem mesmo sair de casa, ela sente medo que eu passe pelo mesmo que ela. Meu pai é o líder da Camorra! Ele tem vários inimigos e eles podem muito bem, tentar machucar ele, através de mim. Então! A proteção deles faz sentido para mim, não vejo nenhum m*l nisso.
— Eu sei que essa é a desculpa que eles usam para te manter presa, mas entenda de uma vez por todas, você é jovem e precisa viver a sua vida, sem medo, se for para sofrer, será por conta das suas escolhas e não às dos seus pais — ela está totalmente certa nisso.
Desde pequena, eu nunca fiz coisas da minha idade, eu sempre vivi para agradar os meus pais, eu nunca fiz as coisas de acordo com a minha idade. Eu estou longe de casa e mesmo que, eu seja vigiada noite e dai, nenhum sistema de segurança é cem por cento seguro e eficaz. Está na hora de viver de acordo com a minha idade.
— Eu sei Lo, eu só não sei o que fazer ou como fazer — retruco coçando a cabeça totalmente nervosa.
— Primeiro me conte o que aconteceu com o deus grego de olhos azuis — minha prima volta da água para o vinho novamente.
Eu e Loren passamos a tarde toda conversando, eu contei para ela tudo o que aconteceu entre nós os dois na biblioteca, sobre como ele foi ousado ao me tocar sem pudor, em como eu fui ousada ao chamar ele de anjo de olhos azuis, minha prima quase morreu de tanto rir da minha cara.
Agora estou no shopping novamente, procurando por algum vestido para o nosso baile de caloiros, mas a verdade é que eu estou rezando para encontrar o anjo de olhos azuis aqui no shopping, eu até vesti minha melhor roupa e melhor perfume.