Capítulo Quarto

1264 Words
Sophie Cassano Eu e a minha mãe estamos organizando as malas para a minha viagem, estava tudo pronto para ser hoje a viagem para Roma, mas o meu pai pensou em fazer uma festa de despedida para mim, talvez eu tenha me enganado sobre a razão da minha viagem, talvez não exista uma razão oculta por trás dela, talvez só seja um momento de consciência paterna, talvez ele esteja mesmo preocupado comigo e a minha vida social. Eu sempre fui Isolada de todos e de tudo, os únicos amigos que tenho são meus primos e na sua maioria eles já estão casados. — O que acha desse vestido longo na cor vinho para a festa de hoje — minha mãe estende o vestido vinho en minha direção. O vestido é bonito e chique, mas é todo comportado, parece até que estou me vestindo para um casamento. Minha mãe é quem compra as roupas para mim, não que ela tenha um gosto mau, mas eu não gosto de roupas cumpridas, me sinto uma freira e mesmo que as pessoas me chamem de anjo imaculado, isso me irrita, porque eu não sou nenhum anjo, eu não gosto nada dessa fama de menina comportada que as pessoas insistem em me colocar. — Eu não sei mãe, ele é muito comportado e cumprido, não acha que é demais? Parece que estou indo num casamento — reclamo usando as melhores palavras possíveis para falar com ela. Minha mãe sempre compra roupas cumpridas para mim, eu não entendo o porquê de precisar me tapar tanto. — Sophie querida, me escute, você é muito bonita e encantadora, o mundo está cheio de pessoas maldosas que podem vir atrás de você por sua beleza, não quero que façam m*l para você, por isso, você precisa se vestir assim, por isso que eu compro roupas assim para você, é tudo para o seu bem — minha mãe repete o mesmo monólogo de sempre. Desde pequena ela sempre usa esse discurso de que eu sou bonita demias e que as pessoas podem me fazer m*l por isso, mas o que a minha roupa tem haver com o comportamento das pessoas? Isso não tem nada haver, sem contar que é praticamente impossível chegar há um metro de mim, sem antes passar por um interrogatório sem fim. Mesmo em Roma que estarei, não ficarei completamente livre, serei controlada em todos os momentos. — Está bem mãe, eu visto o vestido — concordo sem muita vontade, mas faço na mesma para não deixar a minha mãe triste. Eu não sei o que aconteceu com ela, mas ela sente muito medo por mim, o paranóico com a minha segurança nem sequer é o meu pai, ele até pode ter um dedo, mas a maior influência é a minha mãe, ela tem um medo absurdo por mim e eu nem faço ideia. Eu não sei o que fez ela concordar em me deixar ir a Roma, o que fez ela convencer o meu pai a isso, talvez esteja melhorando da sua paranóia. — Obrigada minha princesa, é tudo para o seu bem, você sabe disso não sabe? — minha mãe Murmura me abraçando. Eu entendo que seja só para me proteger, mas às vezes eles me sufocam tanto que sinto vontade de me rebelar, quebrar algumas regras só para que eles vejam que eu não sou uma florzinha indefesa. — Eu sei mãe, eu entendo isso, não se preocupe — retribuo ao abraço dela. Minha mãe sai do meu quarto e deixa o vestido na cama. O vestido não é feio, é chique, mas o chique para uma velha senhora de cinquenta anos. Ele é de mangas cavas, sem nenhum decote, as costas totalmente fechadas, é cumprido até o chão, não tem muitos detalhes e é totalmente simples, mesmo que seja de uma marca famosa, ele não me valoriza em nada. — Primaaaa! Adivinha quem via com você a Roma? — minha prima e minha única amiga Loren, entra em meu quarto fazendo sua bagunça. Ela adora fazer bagunça, ela diz que isso aumenta seu brilho. Ela é totalmente o oposto de mim e de todas as mulheres da Camorra, parece até que foi criada num outro lugar, ela não se importa com as regras da máfia, é escandalosa, cheia de personalidade e não veste roupas conservadoras. Ela adora se gabar e ir em festas. O meu pai odeia ver nós duas juntas, mas não pode fazer nada para nos separar, ela é minha prima favorita e melhor amiga. — Que vestido é esse meu Deus! Que horror, você parece uma jovem senhora de oitenta anos — Loren ri de mim. Ao contrário de mim que pareço uma velha de oitenta anos, como ela mesma disse. Loren está linda, seu vestido é acima dos Joelhos, de seda e colado ao corpo, deixando evidente suas curvas lindas, seu cabelo está bem cuidado e solto, sua maquiagem forte e berrante deixa ela mais linda, como eu nunca pensei me ver. — Oi Loren, você sabe como a vida de princesa da Camorra não é fácil, tenho que me vestir igual a uma freira — reclamo me sentando de frente para o espelho. Minha prima ri das minhas falas e abre sua bolsa grande demais, de dentro da bolsa, ela tira um vestido lindo e decotado demais para as normas da Camorra, ela adora quebrar regras. — Não me interessa se você é a princesa da Camorra ou o c*****o, você vai tirar esse saco que você insiste em chamar de vestido e vai vestir algo mais moderno e da sua idade — minha prima vem até mim e me entrega o vestido. O vestido é simplesmente magnífico, ele é na cor branca, ele não é curto, ele termina nos meus tornozelos , ele é de alcinhas, muito finas por sinal e o decote é quadrado. As costas são completamente nuas e para completar o combo de infarte dos Meus pais, ele tem uma racha totalmente escandalosa. — Ló, eu não vou vestir isso, você está louca? Minha mãe vai me matar, nem pensar — me recuso voltando a organizar o meu cabelo. Loren desfaz a minha traçar, passa a chapinha no meu cabelo e deixa ele mais volumoso ainda. Ela nem sequer me dá tempo de recusar, faz uma maquiagem em meu rosto e fico mais linda ainda, como nunca pensei ficar na vida. Meus olhos ficam mais azuis e evidentes, pareço uma boneca de tão linda que estou. — Uau! Lo, eu estou linda mas não posso sair assim, minha mãe vai infarte e o meu pai vai me matar — tento limpa a Mack up, mas Loren me impede. — Sophie Carolina Cassano, você vai se trocar agora e vai descer para essa festa igual a deusa que você nasceu para ser, você é linda não pode esconder sua beleza para sempre — Loren fala me obrigando a tirar o vestido que a minha mãe escolheu. Um lado meu quer vestir o vestido que a minha prima escolheu, ele é lindo, é o meu estilo. Eu quero descer com a maquiagem, mas não posso, minha mãe vai ficar magoada comigo e eles podem adiar a minha viagem, não se trata só de rebeldia, trata-se da minha liberdade e independência. — Eles podem adiar a minha viagem Lo — falo com receio mesmo que já esteja me trocando. — Eles não vão fazer nada, confia em mim — ela parece tão certa em suas palavras que resolvo dar um voto de confiança nela e que seja o que Deus quiser.
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