Diferenças

7

Vou acompanhando Christian ate seu carro. Ele passa da cadeira o banco do carro com muita facilidade. Seu motorista abre a porta para eu me sentar e vejo que ele foi guardar a cadeira. Viro-me para Christian e o vejo olhando para mim.

– tem certeza que sua mãe nao ira ficar brava?

– eu acho bem difícil.

No caminho até a casa de sua mãe foi calma, nao conversamos e nao sentimos necessidade de conversar, era como se nós dois estivéssemos discutindo internamente.

Quando o portão da casa dos seus pais se abrem vejo que a família Grey é realmente muito rica. A primeira coisa que vejo é um extenso gramado verde muito bem cuidado, olho para frente e dou de cara com uma casa palaciana, linda ,paredes com cores brancas e amarelas, e vejo que a casa tinha sido modificada pois havia muitas rampas, com certeza para Christian andar de um lado para o outro, simplificando, a imagem da casa transmitia paz.

Taylor parou em frente a uma das rampas, abriu a porta para mim e foi pegar a cadeira de Christian.

Logo Christian aparece do meu lado e me surpreendo mais uma vez com sua habilidade de passar do carro para a cadeira.

Ando do seu lado e sinto seu toque da sua mão na minha e sinto o toque elétrico novamente.

– vamos ou você vai ficar parada ai?

Acompanho ele ate a porta e ele toca a campainha.

A porta é aberta por uma senhora de idade, mas que apesar do tempo esta muito bem conservada.

– Christian, pensei que nao viesse!

Christian sorri e a mulher se abaixa para cumprimenta-lo.

– oi mãe.

– e quem é esta linda moça?

– essa é Anastásia, ela se formou hoje e não tem ninguém para passar o dia, então se você não se importa eu resolvi traze-la.

– claro que nao meu filho! Querida eu sou Grace.

– Anastácia, mas apenas me chame de Ana - sinto meu rosto aquecer um pouco mas logo trato de controlar minha pulsação, pois esta parecendo que meu coração quer sair pela boca de tanto nervosismo.

– vamos, entrem.

Nos entramos no hall, olho para baixo e vejo pisos transparentes que da para ver meu reflexo de volta.

– o almoço ja esta pronto, vamos para a copa.

Fomos para a copa, tinha dez lugares dispostos na mesa e os talheres brilhavam tanto que eu tinha ate medo de pegar com medo de manchar.

Sou recebida por um homem mais velho, com certeza pai de Christian, mas dou um pulo por causa do susto, uma menina loira pula em mim me abraçado alegremente.

– o meus deus!

Abraço a menina se volta, era a única coisa que eu podia fazer.

Ela se afasta e se apresenta.

– oi eu sou Mia, irmão desse homem rabugento e nao precisa dizer seu nome por que eu ja sei ana, seremos ótimas amigas.

Bom Jesus! A garota pega fogo.

Olho para trás e vejo o homem mais velho sorrindo.

– Anastácia, sou Garrick, pai de Christian.

– prazer em conhece-lo.

– o prazer é meu.

Me sento na mesa, mais próximo de sua família e uma cadeira é tirada do meu lado pela mãe de Christian, acho que ela esta sorrindo até demais. Tinha impressão que Christian iria se sentar em outro lugar, mas ele tomou o que estava ao meu lado.

Logo é servido frango ao molho branco, que estava simplesmente maravilhoso.

– então você se formou hoje Ana?

Mia, a irmã de Christian pergunta.

– sim , me formei em literatura.

– mãe, onde esta Eliot?- Christian pergunta.

Por que esse nome nao me é estranho?

– saiu, acho que com a nova namorada.

– como você se conheceram?- seu pai pergunta.

– eu entrevistei ele.

– Anastácia me entrevistou.

Nós falamos ao mesmo tempo, seu pai arqueia a sobrancelha e Mia da pulinhos na cadeira.

Pêra ai.

Eu estou perdendo alguma coisa?

– Grace,você gostou do presente que Christian lhe deu?

– como assim querida?

– o álbum dos Beatles.

Christian engasga com sua comida, acho que nao era para falar aquilo, dou palmadinhas nas suas costas, olho para sua mãe que arregalou os olhos para mim, seu pai estava pasmo e Mia comia e olhava para nós, como se fossemos sua novela preferida.

O que esta havendo aqui?

Tiro as mãos das costas de Christian e Grace engasga quando fala.

– sim querida, eu adorei, Christian nao falou que tinha ido com voce.

– e nao fomos mãe, nôs encontramos la acidentalmente.

–hummm- a mãe de Christian apenas murmura.

O resto do almoço se passou em silencio, sem mais perguntas.

Depois do almoço fomos para fora, para uma linda área verde. Vejo Christian conversando com seu pai de longe, pois eles estão um pouco afastados de nós.

Eu, Grace e Mia nos sentamos para aproveitar o ar fresco.

– Ana, você é muito bonita- Mia me diz.

– você é linda Mia.

Eu respondo ela e Grace mas sempre olhando para Christian.

– querida seus olhares te entregam?

Mas do que ela esta falando?

– como assim Grace?- olho diretamente em seus olhos.

– seu olhar para o meu filho.

Quando ela me diz isso eu entro em choque.

– olhar para ele?- pergunto confusa.

– meu irmão nao é lindo Ana?- agora é Mia que pergunta,apenas assinto com a cabeça.

– como eu olho para ele Grace?

– como se você gostasse dele, mas não como amigo, e sim como algo mais.

Engulo em seco, será?

Será que eu realmente gosto de Christian Grey como algo mais?

Minha mente diz que nao mas meu coração diz que sim, definitivamente sim.

– talvez Grace.- digo timidamente.

Ela abre um sorriso tão grande, ela parece tão alegre.

– e ele gosta de você ana!- Mia diz.

– acho que nao Mia.

– por que querida?- Grace pergunta?

– sabe são poucas as vezes que o vi raramente vejo um sorriso em seus lábios, apenas distante e formal.

– querida ele gosta de você, acredite ele gosta, ele não traria ninguém aqui, mesmo se fosse uma pessoa muito amiga e que ficasse sozinha. Sabe ele sempre foi assim, desde antes do acidente e apenas piorou quando ele soube que nao poderia andar, mas agora vejo uma luz em seus olhos, você é a única que o trata normal, pois nem nós que somos família conseguimos. Você já o mudou e quero que continue fazendo o que quer que esteja fazendo.- diz grace

– mas eu nao estou fazendo nada!

– apenas seja você ana.

..................

Pov Grey

Minha família e suas fodidas perguntas.

Com certeza acham que eu e Ana estamos tendo algo,pois estão muito enganados, nao poderia estar mais longe disso.

Ela é perfeita e eu sou apenas meio homem.

Meu pai me chamou para uma conversa de homens e Ana ficou com minha mãe e irmã, espero que elas nao falem algo demais.

– filho essa Ana é encantadora.

– sim, isso ela é.

– vocês estão tendo algo?

Eu e Anastásia?

– pai olhe para mim

– eu estou.

– você já percebeu que esta olhando para baixo?

– Christian....

– nao pai, apenas nao. Se não posso estar nem a sua altura imagine então estar a altura dela!

– Christian nao se menospreze, você é uma ótima pessoa e a mulher que estar ao seu lado terá sorte.

– sorte de viver com um aleijado.

– Christian você já percebeu que Anastásia não para de olhar para você.

O que?!

– ela gosta de você e nao como amigo.

A deus, as ideias do meu pai.

– pai Anastácia é bela, um ótimo futuro a aguarda e você está vendo coisas.

– nao estou, eu ja vi esse olhar e ainda o vejo todo dia, é como sua mãe olha para mim.

– nao quero mais ouvir isso pai.

Ligo botão da cadeira e começo a me afastar do meu pai.

Por que eles ficam me falando coisas desse tipo, nunca vou ser normal e muito menos ter um relacionamento normal.

Olho para Anastácia e é fodidamente verdade, ela esta olhando para mim com uma expressão diferente, so nao sei falar o que ela quer dizer.