25 de maio de 2015
Bianca Narrando
Eu estava me sentindo bem estranha desde que havia completado treze anos, às vezes dava vontade de gritar, arranhar, correr, estava muito agitada, do nada meu coração acelerava e me sentia mais ansiosa perto dos garotos.
Meus pais falaram comigo e disseram que era normal, fazia parte da adolescência felina, e quão estranho era isso. A gente é motivo de piada para os outros animais, a gente emagrece, arranhamos coisas, nosso humor varia muito, a gente fica fazendo aqueles barulhos estranhos e fica se contorcendo no chão às vezes.
Eu até que consigo me controlar quando não estou em casa, mas para alguns felinos esta fase é um sofrimento.
Meu pai disse que sofreu um pouco nessa fase, já minha mãe disse que essa fase foi bem tranquila, meu pai começou a me cobrar mais e ficar de olho em mim, como se fosse fazer algo errado.
O estranho é que comecei a reparar cada vez mais no Ryan e no Matheus, eles pareciam tão bonitos, tão fofos.
Em uma ocasião sonhei com o Matheus, eu estava deitada na cama de barriga para cima e ele estava em cima de mim me beijando, dava para ver seus lindos olhos verdes. Comecei a me contorcer toda, aquela era uma sensação boa e estranha, estava toda arrepiada e quando acordo percebo estar saindo sangue daquele lugar.
E o dia continuou estranho, com meu humor estava como uma montanha-russa, às vezes estava com uma alegria quase infinita e depois ficava com um mau-humor terrível, às vezes me achava a garota mais bonita do mundo, às vezes me achava ridícula e f**a. (Eu me olhando no espelho)
Quando cheguei na escola e fui caminhando pelo pátio em direção a minha sala, vi um grupinho de pessoas olhando em uma direção, eles estavam rindo e comentando sobre alguma coisa que estava ali. Quando me aproximo, vejo ser uma gatinha que estava no cio, ela andava meio que pulando e com as pernas enroladas uma na outra e vai até a sala dela. Até rio um pouco, quando todos vendo que eu tinha a mesma idade dela, ficaram me olhando sorrindo.
Naquele momento desejei que o mesmo não acontecesse comigo. A diretora chegou e acabou com a algazarra, mandando todos voltarem para suas salas. O sinal bateu e a primeira aula do dia ia começar para todos. A primeira aula seria a de Ciências e seria sobre a puberdade.
A professora colocou quatro desenhos de animais pelados no quadro para explicar para nós, dois de um lobo e de uma loba e dois de um gato e gata.
Ela foi explicando na maior maturidade enquanto todos riam com malícia. Eu estava vermelha e Lucas também, enquanto Ryan olhava para nós dois sorrindo. Fiquei meio que hipnotizada com aquele sorriso de guaxinim s****o fora a cauda do Matheus balançando.
A professora foi falando que a gente não devia rir do que aconteceu com aquela garota mais cedo porque alguns felinos não conseguem se controlar.
Ela também disse que isso é mais forte nos felinos e caninos e que não é engraçado e que é bom tomar cuidado para evitar namorar falou ela e surgir uma criança indesejada, etc.
Quando ela falava, Matheus se levanta da cadeira e vai até o bebedouro e enquanto ele caminhava fiquei vidrada vendo a cauda dele balançar. Depois a professora começou a falar sobre hibridarem entre espécies semelhantes e diferentes, ela disse que não tinha uma opinião formada sobre isso, mas disse que os híbridos deixam uma prole menos fértil e a possibilidade dos descendentes desenvolverem doenças é grande.
Em seguida o assunto foi homossexualidade, ela não disse se era contra ou a favor, mas pela expressão dela percebemos que ela não era muito tolerante com esta questão.
O dia passou voando e enquanto ia em direção a parada vejo aquela garota que estava no cio, indo caminhando ao longe, estava caminhando rápido e de cabeça baixa, enquanto uns moleques zombavam dela.
Comecei a reparar cada vez mais em meu comportamento, para evitar que aquilo acontecesse comigo.
Voltei para casa e ficaria aquela tarde estudando com o Ryan, não éramos mais namorados, mas continuamos amigos, estávamos respondendo algumas questões de matemática que estava tirando ele do sério.
Fiquei observando ele a máscara em seu rosto — O vento balançando seus pelos, sua cauda fofa, seus lindos olhos castanhos e suas patinhas Guaxinins são tão bonitos, tem um rosto tão bonito e um focinho redondinho. — eu estava babando enquanto pensava naquilo — Bianca tá tudo bem? — Pergunta Ryan para mim efetuando um movimento para cima e para baixo com sua pata em frente a meus olhos.
Ah, sim, tá tudo. — digo eu a ele sorrindo com aquela cara de mascarado e me olhando me ver pensativo.
Digo sorrindo — Você tem uma máscara no rosto tão bonita, fora essa sua cauda que é tão fofa. — digo eu pegando ela, seu corpo tão macio, tão quente.
Ele me observa confuso e fica rindo.
Sua mãe tem sorte de ter um guaxinim na cama… — Quando disse isso, tapei a boca.
Ryan ficou gargalhando disso e falou — Você está bem estranha hoje hein, é você mesmo Bianca? — Pergunta ele.
Sim — digo sorrindo e me aproximo dele fazendo cócegas, ele estava gostando daquilo e eu até sorria um pouco. Ryan tem o pelo bem macio e quente.
Eu estava me aproximando dele até que o mordi no pescoço e ele soltou um grito que os guaxinins dão quando tão sem saída.
Ele tentava se libertar, mas eu não deixava ele ir.
Seus gritos foram tão alto, que meus pais apareceram no quarto e me encontraram em cima dele, meu pai gritou e eu o larguei, ele estava com o pelo todo bagunçado e estava meio desconfortável e eu também.
Ele então pega as coisas e sai de minha casa nervoso não olhando no meu rosto ou dos meus pais.
Depois tivemos uma conversa bem séria com meu pai me dando um sermão preocupada comigo e minha mãe falando meio seria tentando segurar o riso. Meu pai diz que gostaria que eu fosse a garotinha de antes, já minha mãe diz que eu estava crescendo e que não seria criança para sempre. Quando meu pai disse isso me senti comovida, era como se uma parte de quem eu era estivesse morrendo, como se a antiga Bianca não fosse voltar nunca mais, estava também com medo, não queria crescer de jeito nenhum.
Narrador narrando
Naquele dia Matheus acordou um pouco mais cedo que o normal, estava tendo uma sensação estranha, sentia vontade de rir, mas continha o riso, sua calda balançava descontroladamente, estava meio e******o, foi tomar banho no banheiro e lá ficou quase duas horas, sem perceber que o tempo estava passando.
O pai de Matheus escutou alguns barulhos como sorrisos abafados, mas nada falou. Já tinha se passado duas horas e já era seis da manhã, Leonardo havia se levantando 15 minutos antes para preparar o café da manhã, diariamente ele levantava bem cedo, pois tinha que estar na delegacia até as sete horas, horário em que seu turno começava.
Leonardo estava reparando que ultimamente, Matheus vinha demorando demais no banheiro e como tinha uma audição aguçada por ser lobo, escutava alguns barulhos como risadas, gemidos e arranhões fora os cheiros. O que tornava aquilo mais comprometedor para Matheus.
Matheus, você tá demorando demais neste banheiro, já tá aí quase duas horas, tenho que tomar banho para ir para o trabalho. — dizia Leonardo batendo na porta.
Matheus que estava no banheiro se assusta e cai em si, rapidamente se molha todo e depois se enrola em uma toalha e abre a porta envergonhado.
O pai o olha dos pés a cabeça sem nenhuma reação, estava frio e só olhava com um olhar direto que dizia “você tava fazendo besteira, sei o que você está fazendo” Matheus passa pelo pai de orelha e cabeça baixa todo vermelho, não conseguia olhar na cara do lobo.
É a puberdade, pelo menos na rua ele consegue se controlar. — pensou Leonardo enquanto entrava no banheiro Leonardo ligou o chuveiro e enquanto a água caia pensava em como conversar com seu filho aquele assunto da puberdade. Pensava se poderia levar o filho para algum lugar ou em ter uma conversa em particular.
Depois do banho, Leonardo se enxuga, se veste e já estava de saída, pois já havia tomado café e enquanto passava pela mesa lá estava Matheus sentado tomando café da manhã de orelhas baixas.
Antes de sair, Leonardo diz — Matheus.
E Matheus olha em sua direção — Lave o banheiro depois, o cheiro está muito forte. — Matheus ficou ainda mais envergonhado e apenas concordou com a cabeça, depois pegou suas coisas e foi para a escola.
Na escola ele percebeu que quando Bianca olhava para ele as pupilas dela dilatavam. A professora falou na aula sobre puberdade e Matheus reconheceu estar naquela fase. Ela também disse que alguns de nós teríamos dificuldade de controlar o cio, mas é só uma fase que iria passar logo.
Matheus narrando
A aula acabou, eu voltei para casa e fiquei estudando com o Lucas. Era perceptível que nós dois estávamos no cio, mas a gente ficava mudando de assunto, não falávamos sobre isso.
Enquanto a gente estudava e conversava, me dava vontade de rir do nada e ele também e nossas caudas balançavam um pouco.
A gente ficou lá estudando até as seis horas, quando ele voltou para a casa dele e trinta minutos depois meu pai chegou em casa dizendo que a gente precisava conversar.
Ele não parecia aborrecido, então fiquei mais tranquilo e depois do jantar, subimos e fomos para o quarto conversar, eu me sento de um lado da cama com minhas costas na parede e ele pega uma cadeira e se senta na minha frente.
Ele começou a dizer que os lobos nesta fase em que eles estão crescendo, a voz muda, a aparência e começam a se interessar por lobas, mas é bom eu me controlar e tomar cuidado para não engravidar ninguém. Meu pai fala de puberdade dos lobos como se eu fosse ou parecesse com lobo, se é que ele é meu pai, eu fiquei apenas escutando tudo aquilo sem falar nada.
Ele pega uma banana e uma c*******a, fazendo de conta de que aquilo era o pênis de um lobo, ele abre o pacote da c*******a e vai colocando ela devagar na banana dizendo para ter cuidado na hora de colocar para não rasgar e na “hora h” ir devagar para não me ferir ou ferir ela. Ele explicava aquilo enquanto eu ficava tentando segurar o riso e ele estava bem sério me explicando.
Enquanto escutava aquilo, estava com a sensação que meu rosto e meu m****o estavam pegando fogo.
Logo que ele terminou de explicar aquilo e foi para o quarto dele, eu me levanto e percebo que eu havia vazado. Depois ele volta e diz para mim ser mais discreto, que ele escutou barulhos de manhã, que eu deveria me controlar e não demorar muito no banheiro, eu escutei aquilo morrendo de vergonha.