Lucas narrando
Era 01 de janeiro de 2016 e Ryan e eu estávamos voltando para casa. Ele me disse que estava com medo de ser gay e que foi um erro a gente ter feito aquilo, mas sério, ele pareceu gostar daquilo. Ele, ainda por cima, vive com ciúmes de mim com o Matheus e passou quase três meses distantes com a Micaele, só fazendo ciúmes.
Ele só se aproximava de mim na volta pra casa, aí ele parecia outra pessoa, mas quando estava com ela era tipo um estranho. Eu ficava ouvindo o que ele me ia me dizendo e continuava caminhando, estava fazendo um friozinho agradável e o céu estava meio nublado. Não havia ninguém na rua, o pessoal já havia se retirado. Eu chequei meu relógio e vi que eram duas e quinze da manhã. Ryan me pediu de novo que esquecêssemos aquilo e que seria o nosso segredo, eu concordei com ele.
Enquanto caminhávamos algumas nuvens se dissiparam, revelando uma linda lua cheia. A rua estava meio escura e resolvi pregar uma peça em Ryan, enquanto ele caminhava eu olhava para ele e rosnava, mostrando os dentes. Ryan, que era medroso, já estava ficando assustado.
— Ah, para com isso, Lucas — disse Ryan dando um soco leve no ombro de Lucas que estava rosnando pronunciando o nome de Ryan.
— Tá com medinho é? — disse Lucas começando a rir.
— Ah cala a boca — disse Ryan virando a cara, meio bravo.
Lucas pensamento: Tão bonito ver ele assim, bonito mesmo é a zoeira que ele faz quando tá sem saída.
Continuamos andando na direção da minha casa e encontro meu pai no meio do caminho, ele estava preocupado e tinha vindo atrás de nós dois.
— Por que demoraram tanto? — perguntou ele.
— Estávamos conversando — disse Ryan.
Chegando em casa, metade do pessoal já tinha ido e estavam apenas meus pais e os de Ryan. Assim que chegamos, eu me despeço de Ryan e ele e seus pais retornam para casa. Eu tomei um banho e troquei de roupa, logo em seguida, fui dormir e enquanto o sono não chegava, meus pensamentos viajavam entre Ryan e Matheus. Eu não parava de pensar o que havia feito com Ryan, depois daquilo, ele foi aos poucos se afastando de mim e se ele sentia algo por mim, ele não demonstrava em público, mas cobrava muitos ciúmes. Matheus é sozinho e me aproximei dele, ele é um pouco ciumento.
— Que confusão. — Ryan gosta de garotas e da Micaele, mas eu não namoro ninguém e o Matheus tem as pretendentes dele. Mas, ao mesmo tempo, gosto de ficar ao lado dos dois. Acho que foi instinto o que fizemos, mas isso não nos faz gay? E Ryan gostou daquilo, só tínhamos 13 anos, mas a gente gostou. Ele gostou de ser todo lambido, gostou da gente ter dormido de conchinha com ele colado em mim. Ryan tem o corpo tão macio e quente e as listras de guaxinim dele, as listras de ladrão mascarado em seu rosto. Ryan é uma graça e dissimulado, ele fingiu que nada tinha acontecido, fugiu pela janela e ainda acenou para trás com uma carinha s****a. Eu imagino isso com um sorriso no rosto e continuo tendo estes pensamentos até cair no sono.
Narra Ryan
Quase não consegui dormir, não consigo tirar o Lucas da cabeça. Eu percebo que Micaele odeia quando ele está por perto e estou dividido entre os dois. Eu gosto dele como amigo ou como o que? Eu namoro com ela e eu gosto dela, mas as vezes ela me tira do sério, ela é muito chata e possessiva. Não quero admitir pra ninguém, mas gostei do que ele fez comigo. Eu nunca achei um cara tão bonito em toda a minha vida, o pelo dele era tão macio e quente, ele ainda lambeu meu rosto todo sujo e eu gostei da sensação dele me lambendo todo, depois nós até dormimos de conchinha. Eu continuo pensando nisso até que sinto minhas pálpebras ficarem pesadas, fecho os meus olhos e durmo.
No sonho
Ryan: — Lucas, o que tamo fazendo aqui?
Eu estava nu, com o Lucas dentro do quarto dele. Não sei, mas de alguma forma, eu sabia que os pais dele estavam em casa. Eu estava duro no sonho e Lucas começa a me dar vários beijos, me deitando na cama. Eu tento me livrar dele, mas eu não consigo. Eu sinto ele me lamber todo, até a hora em que ele pega nossos dois membros e começa a bater. Eu começo a dizer a Lucas — para com isso, nós vamos ser descobertos! — O sonho muda e ele me olha agora com um olhar p********o, sorrindo. Ele fica por cima de mim e me dá vários beijos, eu não conseguia me mexer no sonho. Ele abre minhas pernas e começa a me penetrar, eu começo a sentir o m****o dele entrando e saindo como da primeira vez e a escutar vozes, parece ser a mãe dele.
Eu começo a dizer pra ele parar, mas Lucas continua o movimento até que goza dentro de mim. Na mesma hora, a mãe dele aparece no quarto e eu acordo com o coração a mil. Parece que tem algo úmido debaixo das cobertas, e quando passo a mão, vejo que havia gozado.
— m***a — digo a mim mesmo.
Eu recolho o lençol e o coloco na roupa suja, como dormia pelado, vou ao banheiro tomar um banho e volto para a cama, mas desta vez com roupa.
No dia seguinte
No dia seguinte, a primeira coisa que faço é lavar logo o lençol sujo, tudo para meus pais não perceberem o que tinha acontecido. Logo em seguida, tomo café e vou à feira fazer a lista de compras, uma lista que incluía ovos, açúcar e massa de bolo. Enquanto saio do supermercado e caminho na calçada em direção a minha casa, um carro todo vermelho me acompanha. Eu escuto risadas que parecem ser conhecidas, o visor do carro se abaixa e Paulo, uma das hienas, aparece e acerta refrigerante no meu rosto. Com muita raiva, automaticamente, eu começo a acertar eles com ovos, dois deles acertaram Luís, a hiena, e um o gato José. Não sei quem estava dirigindo, parecia ser outro gato. O visor da frente estava fechado e só na parte de trás estavam os três, o gato José e as duas hienas Paulo e Luis. Eu continuo acertando eles com ovos, até que o gato José joga maisena nos meus olhos.
— d***a — digo eu, deixando as compras caírem no chão.
Eu escuto Paulo dizer “Pega ele!”, e Luís ficou me segurando pela camisa. Eu consigo me libertar, acertando a cara dele e começo a correr em direção a casa. Eles três saíram do carro e começaram a correr atrás de mim.
— Eu sei que foi você — disse Paulo.
Eu corria e eles corriam atrás de mim, tentando me acertar com ovos. Eu desviei por uma rua sem saída e corri na direção dela, nela havia um caminhão parado na frente de uma casa e perto desta casa havia um pequeno beco que dava acesso a outra rua. Eu rumei por este beco e entrei de novo na rua anterior, aparecendo atrás deles enquanto me procuravam confusos.
Paulo: — Tem certeza que ele entrou aqui?
José: — Eu vi, ele correu pra cá.
Luis: — Deixa de ser burro. Como ele entrou aqui se a rua não tem saída?
José: — Mas eu vi, ele correu pra cá.
Paulo: — Vocês dois são muito lerdos. Como deixaram ele enganar vocês? Ele vai ver só quando pegar ele, eu estava de boa e esse moleque filho da mãe me taca ovo.
Paulo estava morto de raiva.
Eu apareço atrás deles, sorrindo.
— Olha ele lá — diz Luís.
Eu taco vários ovos neles à grande distância e acerto quase tudo. E eles começam a tacar ovo em mim também, mas não acertam. Eles começaram a correr atrás de mim enquanto eu corria dando risada, aí teve uma hora que jogaram um ovo em mim e quando eu desviei, o ovo acertou a cara de Leonardo, o pai de Matheus. Eu continuei correndo até minha casa e só virei pra trás para ver no final da rua. E lá estavam os dois, tremendo de medo, enquanto Leonardo os encarava e dizia algo a eles. Paulo correu e dois ovos acertaram o carro de Leonardo. Eu vi Luís e José limpando tudo, enquanto eu olhava tudo e sorria. Estou rindo, entretido, até que sinto alguém puxar minha camisa e vejo que é Paulo.