Capítulo 5 - Ivan

1104 Words
IVAN NARRANDO Assim que saímos da congregação em Paraisópolis, Marta já começou a falar mäl dos irmãos, começou a falar da jovem que estava junto da irmã Maria. Eu sei que a menina estava vestida de forma inadequada para o ambiente, mas lá é o lugar de transformação. — Você viu aquela Dalila, com aquela roupa escandalosa, mostrando tudo, deve ser mulher de algum bandïdo, ainda veio debochar de mim. Eu não quero vir para essa igreja, Ivan, estávamos muito bem na igreja do Itaim. Vou falar com meu pai e vamos voltar para lá — Ela falou toda cheia da razão como se mandasse em mim. — Não sei do que você está reclamando, Marta. Você não vai falar nada com seu pai. Eu vou ficar nesta congregação. E você não estava na igreja do Itaim, você nunca fez nada pelos irmãos. Estamos chegando em casa, para você se empanturrar de doce, só assim mantém a boca fechada. Ela continuou reclamando. Ainda bem que o trajeto não tinha trânsito, por ser perto chegamos rápido. Quando Marta resolve falar, não para mais, e eu posso horas trancado no escritório , finjo que estou trabalhando, Só para não ouvir a voz dela, o que para mim as vezes se torna insuportável. Deus me perdoe, é minha esposa, mas tem horas que eu não aguento, Senhor. Moramos no sexto andar. Ela falou o elevador inteiro. Assim que entramos em casa, fui direto para o closet, tirei o meu terno e o meu sapato, peguei uma toalha e fui para o banheiro, passei a chave na porta. Dois minutos de paz, é só isso que eu quero. Liguei o chuveiro, que estava morno. Coloquei a cabeça embaixo do chuveiro, fechando os olhos, sentindo a água caindo sobre a minha cabeça, derramando pelo meu corpo, quando de repente me veio a imagem daquela jovem cruzando as pernas. — Tá amarrado, tentação — falei, já abrindo os olhos. Vi que o meu m****o quis dar sinal de vida, desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha, voltei para o closet, vesti um pijama e fui para perto da Marta. Jantamos na mesa. Pelo menos nessa hora, eu exijo que ela deixe o celular de lado e desligue a TV. Comemos calados. Claro, não temos muito assunto. Ela só fala da vida dos outros ou de alguma série que ela assistiu na TV. Esses assuntos não me interessam. Depois que jantamos, ela foi assistir, e eu fui para o escritório. Preciso revisar umas matérias. Amanhã leciono no segundo horário. Vai dar tempo de passar na congregação de Paraisópolis e ir na consagração. O pastor Balbino me falou que a irmã Maria é a dirigente e é uma bênção. Deixei todo meu material de trabalho já na maleta, minha Bíblia ao lado. Ela saiu cedo, vou para Paraisópolis e de lá direto para a faculdade. Desliguei a luz do escritório e, assim que entrei no quarto, Marta estava com a camisola aberta. — Estava te esperando, pensei que não ia largar o trabalho nunca mais — ela falou e já veio me tocando. Fiz amor com a minha esposa, repreendendo os pensamentos. Senhor, me perdoa, mas eu pensei na jovem enquanto estava com a minha esposa. Não consegui dormir, passei a madrugada orando de joelhos. Enquanto Marta roncava igual um trator. Já era por volta de 4:00 horas da manhã quando me deitei e consegui dormir um pouco. Acordei com o despertador do meu celular e desliguei. Quando olhei para o lado, vi a minha preciosa esposa de boca aberta roncando, a touca de cetim que ela usa para dormir não sei onde foi parar, os cabelos estavam pela misericórdia, um travesseiro no meio das pernas, uma perna de cada lado. Se essa é minha cruz, eu seguirei até o fim. Tomei banho, fiz o meu devocional na sala como sempre, a irmã Valéria trabalha na nossa casa ela sempre chega cedo para preparar o meu café da manhã. Mas hoje eu não aceitei vou para consagração em jejum. Peguei minha maleta no escritório a minha Bíblia coloquei no painel do carro e a maleta no banco do carona, dirigi para Paraisópolis, o trajeto do prédio onde moro até a igreja foi tranquilo coloquei um louvor e fui cantando agradecendo ao Senhor por mais um dia pelo fôlego de vida pelo sol que brilha no céu obrigado por tudo Senhor. Em tudo dai Graças. Estacionei o carro, quando fui pegar a Bíblia no painel um carro parou do meu lado me assustei quando virei um range Rover vermelha, e misericórdia era a jovem que veio ontem à noite para igreja. Analisei o rosto dela por alguns segundos, é muito linda, parece o pecado meu Deus o que é que eu estou pensando, ela falou Bom dia e fez uma expressão um tanto leviana. Tentei responder e em seguida virei de costas, Resisti ao d***o ele fugirá de vós, ela saiu acelerando o carro Graças a Deus. Peguei a minha Bíblia encostei no meu peito eu sei que vai ser uma batalha Mas eu vou resistir a essa tentação, essa moça está sendo usada pelo inimigo. Entrei na igreja as irmãs já estavam orando. Me ajoelhei orei também, a irmã Maria me passou a palavra. Dei uma pequena saudação fazendo os irmãos e as irmãs glorificarem ao Senhor. Quando terminou a consagração, saudei a todos com a paz e já ia saindo quando a irmã Maria me chamou. — Pastor, posso falar com o senhor? É rapidinho, não vou tomar o seu tempo — ela é uma mulher muito humilde, uma verdadeira serva. — Pode falar, irmã — respondi sorrindo para ela. — Pastor, eu não sei se o senhor sabe, mas eu tenho dois filhos, Felipe e Eva. Os dois estão afastados dos caminhos do Senhor há muito tempo. Felipe é o chefe do tráfico aqui em Paraisópolis e Eva é uma cabecinha de vento. Ela até estava comigo ontem, veio para igreja, graças a Deus, mas eu quero convidar o pastor para almoçar conosco domingo, após a escola bíblica, lá em casa, conhecer o Felipe, fazer uma oração pelo meu filho e também pela minha filha. Quem sabe, né pastor? Eles voltam para o caminho do Senhor. Engoli seco quando a irmã Maria falou que a jovem é filha dela e se chama Eva. E engoli quadrado quando ela me falou que o filho dela é o chefe do tráfico. Meu Deus, não posso recusar esse convite, então eu aceitei. Estou determinado a orar e jejuar a semana inteira nesse propósito. Decorei o nome da moça, Eva, o pecado em pessoa.
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