ETHAN PARKER
Aline Jones, a pedra no meu sapato desde o dia em que nasceu. A única pessoa que tem a capacidade de me afrontar, mesmo sem dizer uma única palavra.
Mas dessa vez ela passou dos limites e agora vai ter volta.
Desde os meus quinze anos sou obrigado a participar de um jantar na casa da família Jones, um dia antes do aniversário da malcriada.
Tudo tramado por nossas famílias com a intenção absurda de que um dia possamos vir a nos casar, o que não vai acontecer nunca.
Só que nos últimos três anos, a maldita infeliz conseguiu escapar da família e fugiu do jantar, me deixando em uma situação constrangedora.
Coisa que não vai mais acontecer, pois, me n**o a participar dessa palhaçada novamente.
— Andreza, Dylan me perdoem, não sei como Aline conseguiu sair de casa sem que ninguém percebesse. Eu jurava que aquela garota estava no quarto.
Coitados do senhor e senhora Jones, não têm controle da filha.
— Não se preocupe com isso, Emily, sabemos bem como são os jovens, já passamos por essa fase. Uma hora tudo se ajeita, você sabe muito bem como é.
Mamãe sempre com suas ideias absurdas, outra que não controla a filha já que minha irmã faz o que quer e não duvido nada ela está envolvida na fuga de Aline.
— Ethan, sinto muito por isso, Aline será castigada tenha certeza disso. Essa menina já está passando de todos os limites — Anthony diz como se realmente tivesse coragem de fazer o que diz.
— Não se preocupe com isso, senhor Jones, mas acho que jantares como esse não serão mais preciso, acho que ficou claro que nem Aline e muito menos eu, queremos entrar em um relacionamento um com o outro.
— Ethan! — papai chama minha atenção em um sinal claro de advertência.
— Não vamos dizer disso agora, vamos jantar, a comida está deliciosa.
Como sempre, tentam mudar de assunto, mas dessa vez não deixar barato.
Todos saem na frente, se dirigindo à sala de jantar quando Adrian se aproxima.
Ele é meu amigo e cúmplice da irmã, sempre foi assim.
— Quer saber onde ela está?
Olho para ele sem acreditar no que ele diz.
— Que belo amigo você é, hein? Deve ter ajudado a sua irmã a fugir mais uma vez.
Ele ajudou nas últimas duas vezes só para ficar fazendo pouco da minha cara depois.
— Dessa vez sou inocente, cara. Também acho que Aline já está passando dos limites com isso, mas ela é mimada assim como a peste da sua irmã e não duvido nada que as duas estejam juntas.
— Você sabe onde elas estão? — Estou interessado no que ele sabe e não é porque me importo, mas é que hoje Aline Jones me paga essa afronta.
— Tudo o que sei é que ela está em um dos hotéis de luxo do Grupo Smith. Louise ligou para ela mais cedo e as duas estavam cheias de segredinhos. As gêmeas também estão envolvidas nisso, tenho certeza, elas são inseparáveis.
Eu não entendo como minhas primas, mesmo sendo mais velhas, fizeram amizade com Aline desse jeito.
— Vamos deixar esse assunto pra lá, eu não me importo com o que elas fazem. Agora me diga como estão indo às coisas no grupo Jones.
— Um verdadeiro inferno como já deve imaginar, meu pai só me entrega a empresa no dia que me casar e tiver um filho. Ele está fazendo a mesma coisa que o meu avô fez com ele, o que é um absurdo. A minha sorte é que não me compraram uma noiva.
— Deixa a sua mãe te ouvir dizer isso que ela te dá uns tapas.
Todos conhecem a história de como Anthony e Emily ficaram juntos.
— Nem brinca com uma coisa dessas. E, você, como anda na Shield Security?
— Minha situação não é muito diferente da sua, sou o presidente, mas quem ainda manda na p***a toda é o meu pa. Só que diferente dos seus pais, os meus já tem uma noiva em vista.
— A minha irmã — ele diz sorrindo da situação.
— Vai sorrindo da minha desgraça vai, o seu dia vai chegar também.
— Você tem um grande problema, porque a minha irmã nunca vai se casar com você.
Todos parecem saber disso, menos os nossos pais.
— Eu também nunca me casaria com ela, então pelo menos nisso estamos de acordo.
Chegamos na sala de jantar e logo tudo é servido.
Como em silêncio, doido para essa palhaçada acabar, porque tenho uma Ratinha para caçar e pelo que já estou prevendo ela está no lugar perfeito para que consiga pegá-la.
Hoje, ensino uma lição a Aline.
Depois de intermináveis minutos, o jantar finalmente acaba e nos despedimos da família Jones, mas quando já estou entrando dentro do meu carro, papai me para, segurando no meu braço.
— Você vai para onde agora?
O velho me olha desconfiado, como se estivesse prevendo o que vou fazer.
— Vou para uma das boates, depois de hoje preciso de uma mulher muito gostosa para tirar a p***a do meu estresse.
— Vê se não faz besteiras, Ethan, senão sua mãe te mata, sabe muito bem como ela é.
— Eu não sou mais nenhuma criança, pai, e a maneira como vocês dois me tratam já está me deixando de saco cheio.
Eu nem sei o motivo de ainda permitir que me controlem desse jeito, me dando ordens como se eu fosse uma criança.
— Olha o respeito, garoto, tudo o que fazemos é para o seu bem.
— Pois já está na hora de pararem de fazer isso e me deixarem viver a minha vida. — Nem espero ele responde e entro no carro, saindo em alta velocidade.
Chegando a uma das nossas boates, vou direto para o escritório, ligo o computador e dou ordens para que ninguém me incomode.
Eu tenho uma caça para fazer.
Se o meu pai se achava bom, sou dez vezes melhor do que ele, tanto que consegui criar uma tecnologia que triplicou a fortuna do velho.
Como é a nossa empresa que faz toda a segurança de todos os hotéis do grupo Smith, não demora muito até eu localizar a Ratinha. Segundo os registros, ela está na suíte presidência com as minhas primas e com certeza estão enchendo a cara, escondidas.
— Olha, olha o que temos aqui. Isso foi fácil demais, Aline. Está facilitando muito, assim o jogo fica chato — digo sorrindo ao ver a Ratinha entrando na minha armadilha.
A miserável até que é bonita, mas é uma peste e uma dor de cabeça que não estou mais disposto a sentir.
Ela está entrando sozinha no elevador privado da suíte presidencial e isso é tudo o que preciso, então sem pensar duas vezes com apenas um click, paro o elevador e sorrio ao ver o susto que ela leva.
— Te peguei, Ratinha!
Vejo o desespero com que ela aperta o botão de emergência, inutilmente, porque para todos os efeitos o elevador está funcionado perfeitamente.
Pego o celular e resolvo fazer uma ligação para ver se ela está bem, afinal de contas ela é minha quase prometida e amanhã será o aniversário dela.
Não sou tão desalmado assim, eu me preocupo.
Faço a ligação e vejo através da câmera do elevador a supressa dela em ver a minha ligação. Ela olha para a tela por alguns segundos antes de resolver atender a ligação.
— O que você quer?
Um poço de educação, como sempre.
— Boa noite para você também, liguei para saber como está hoje já que fugiu mais uma vez da p***a do seu jantar. — Eu a vejo sorrir através da câmera.
— Tudo o que lamento é não ter visto a sua cara de raiva, mais uma vez fui mais esperta do que você, esse ponto é meu, Ethanzinho.
Ela sabe que eu odeio a p***a desse apelido que ela me deu.
— Será mesmo? Não sou eu que estou trancado dentro do elevador.
Nessa hora ela se dá conta de que está nas minhas mãos.
— Ethan Parker, é você que está segurando o elevador? — pergunta olhando para os lados.
— Acho que agora fui eu quem marcou o ponto e você vai ficar aí até a minha raiva passar. Já vou logo avisando que ela não é pouca.
Ela está vermelha de raiva.
— Ethan, me deixa sair agora mesmo daqui.
— Nem pensar, você vai ficar aí e a partir de hoje vai pensar duas vezes antes de querer cruzar o meu caminho novamente.
— Eu não quero nem ver o seu caminho, quanto mais cruzar com ele. Por mim, nem ouvia dizer no seu nome. Eu não gosto de você, não amo você e me casar com você vai ser a última coisa que vou fazer nesse mundo.
— Nisso estamos de acordo, Ratinha.
Ela bufa de raiva e sorrio da cara que ela faz.
— Ratinha!? Quero ver você ser homem de me chamar de Ratinha cara a cara, seu i****a. Agora me deixa sair daqui, tenho um encontro hoje.
Mas que p***a essa mulher está falando?
— Você está no hotel com minhas primas, que história de encontro é essa?
O que essa menina está aprontando agora?
— Eu não devo satisfação da minha vida a você, Ethan. Não é nada para mim, apenas uma mísera poeira que vou limpar do meu caminho. Você é insignificante.
— Você fugiu do maldito jantar para se encontrar com outro homem? — Eu a deixo presa até amanhã se abrir a boca para dizer merda.
— Larga de ser babaca, Ethan, você faz muito pior do que eu, comendo uma p**a diferente a cada dia. Eu tenho as minhas necessidades, meu querido, assim como você.
— Seus pais sabem disso? Sabem que a filha deles é...
— Olha lá o que você vai dizer, Ethan. Você não tem que se importar com isso, em que século vive? Agora me deixa sair desse elevador, já teve a sua chance e como sempre se comportou como um merda. Tenho um cara muito mais homem do que você me esperando.
Se essa maldita queria me tirar do sério, ela conseguiu.
Ela botou pra cima de mim, quando fez dezoito anos e, é claro, que eu a rejeite. Tudo o que ela queria era me usar para perder a virgindade, mas a via ainda como uma adolescente teimosa e não como uma mulher.
— Eu vou f***r uma mulher bem gostosa para tirar todo o estresse que você me causou e só quando terminar, vou até aí tirar você do elevador para te mostrar o homem que eu sou. Depois disso, não quero ver você nem pintada de ouro na minha frente. Hoje acaba para nós dois.
— Não pode acabar algo que nunca nem começou, Ethan. Eu não suporto você e nunca suportei. AGORA ME TIRA DAQUI.
— Pode gritar e espernear o quanto quiser que ninguém vai te escutar, então poupe seus esforços. Até daqui duas horas. — Desligo o telefone e a vejo gritar de raiva.
É claro que não vou deixá-la presa todo esse tempo, pois tudo o que quero é dar um bom susto nela.
Daqui uns dez minutinhos, libero o elevador.
Sei que essa história de encontro ela só inventou para me irritar, como sempre faz.
Mas hoje ensinei uma lição a essa garota mimada e espero que ela tenha aprendido.
Eu a vejo andando de um lado para o outro e quando dá exatamente dez minutos, libero o elevador para a surpresa dela.
Ela olha para a câmera de segurança e me mostra o dedo do meio, ousada como sempre.
Mas a cena que se segue quando ela sai do elevador falta me fazer cair da cadeira.
Eu a sigo pelas câmeras de segurança e vejo o exato momento em que ela se joga nos braços de ninguém mais, ninguém menos do que meu primo, Mateo.
A infeliz diz alguma coisa para ele, se aninhado em seus braços, em seguida a leva para dentro do carro.
Mas não antes dele olhar para uma das câmeras.
Ele sabe que estou de olho.
Porém, o que eu não sabia era que esses dois se davam tão bem assim e que meus problemas com Aline Jones, a minha quase noiva, estavam apenas começando.