CAPÍTULO 4

1723 Words
ALINE JONES Depois de algumas horas com as minhas amigas no hotel e de inúmeras ligações não atendidas dos meus pais e do meu irmão, resolvo ir embora para receber o meu amigo que me mandou uma mensagem dizendo que tem um presente de aniversário para me dar. E é claro que não penso duas vezes antes de ir até ele... Mateo Smith. Somos amigos desde sempre e vamos dizer que sou boa em convencê-lo a fazer algumas coisinhas. Ele é o herdeiro da fortuna da família Smith, irmão de Louise e primo das gêmeas, mas isso, para nós, nunca importou. Dinheiro nunca foi um problema para as nossas famílias e o que nos interessa mesmo é a nossa amizade verdadeira, já que muitas pessoas se aproximam de nós, por completo interesse. Mas isso é um fato com o qual aprendemos a conviver com o passar dos anos. Me despeço das meninas e vou para o elevador privado da suíte onde estamos. Assim que ele começa a descer para de repente, me assustando. Eu já assisti muito filme de terror para saber como uma pessoa morre presa dentro de um elevador. Meu Deus, eu vou morrer! Começo a apertar o botão com desespero, mas nada funciona. É como se o elevador estivesse parado e sido desligado, mas como isso aconteceu eu não sei. Já estou prestes a gritar quando meu celular toca e ao tirá-lo do bolso vejo o nome de Ethan Parker brilhando na tela, fazendo o meu coração traidor do meu cérebro bater acelerado. Então, antes que o meu coração saia pela boca, atendo a ligação no estilo Aline Jones, criado especialmente para ele. — O que você quer? — Esse é o estilo Aline Jones, direto e sem educação. — Boa noite para você também. Liguei para saber como você está hoje, já que fugiu mais uma vez da p***a do seu jantar. O sorriso que saí dos meus lábios é de pura satisfação. — Tudo o que lamento é não ter visto a sua cara de raiva, afinal mais uma vez fui mais esperta do que você. Esse ponto é meu, Ethanzinho. — Eu o chamo pelo apelido que coloquei quando era criança e que ele odeia mais que tudo nesse mundo, porque na época todos começaram a chamá-lo assim, pois achavam bonitinho a maneira como o apelido saia dos meus lábios. — Será mesmo? Não sou eu que estou trancado dentro do elevador. Mas que desgraçado, filho da pu... A tia Andreza não merece ser xingada desse jeito. — Ethan Parker, é você que está segurando o elevador? — pergunto sem paciência nenhuma, olhando para os lados, tentando achar uma solução para sair daqui. É claro que é ele que está fazendo isso. — Acho que agora fui eu quem marcou o ponto e você vai ficar aí até a minha raiva passar. Já vou logo avisando que ela não é pouca. Eu vou matá-lo com as minhas mãos, desgraçado, cretino. Como ele ousa me prender dentro da p***a de um elevador? — ETHAN, ME DEIXA SAIR AGORA MESMO DAQUI — grito no telefone, já sem paciência para as gracinhas dele. — Nem pensar, você vai ficar aí e a partir de hoje vai pensar duas vezes antes de querer cruzar o meu caminho novamente. Esse desgraçado não perde por esperar. Eu queria pegar leve com ele, conversar como dois adultos civilizados, mas ele já começa a p***a do jogo pegando pesando, pois, que aguente as consequências então. — Eu não quero nem ver o seu caminho, quanto mais cruzar com ele. Por mim, eu nem ouvia mais dizer no seu nome. Eu não gosto de você, eu não amo você e me casar com você vai ser a última coisa que vou fazer nesse mundo. — Despejo todas as minhas meias verdades na cara dele, sem nem respirar direito. — Nisso estamos de acordo, Ratinha. Mas que filho da mãe, i****a! Como ele se atreve a me chamar de Ratinha? — Ratinha!? Quero ver você ser homem de me chamar de Ratinha cara a cara, seu i****a. Agora me deixa sair daqui, tenho um encontro hoje. De onde foi que eu tirei isso, meu Deus? Mas esse homem tem o poder de me deixar louca. — Você está no hotel com as minhas primas, que história de encontro é essa? Eu chego a olhar para a tela do celular, apenas para ter certeza de que estou realmente falando com o Ethanzinho. Será que eu senti mesmo uma pitadinha de ciúmes nessa pergunta dele? — Eu não devo satisfação da minha vida a você, Ethan. Você não é nada para mim, apenas uma mísera poeira que vou limpar do meu caminho. Você é insignificante. — Agora consegui irritá-lo, tenho certeza disso. Homem nenhum gosta de se sentir menosprezado. — Você fugiu do maldito jantar para se encontrar com outro homem? — A minha vontade é de fazer a dancinha da vitória, afinal o i****a está com ciúmes. Ethan nunca sente ciúmes, ele é como se fosse um robô sem alma e sem coração. — Larga de ser babaca, Ethan. Você faz muito pior do que eu, comendo uma p**a diferente a cada dia. Eu tenho as minhas necessidades, meu querido, assim como você. Jesus, eu sou louca, mas ele não vai saber que sou virgem de jeito nenhum. Ele teve a chance dele e desperdiçou, i****a. Ainda tem coragem de se envolver com outras mulheres e nem faz questão de esconder. — Seus pais sabem disso? Sabem que a filha deles é... — Olha lá o que você vai dizer, Ethan. Você não tem que se importar com isso. Em que século você vive? Agora me deixa sair desse elevador, já teve a sua chance e como sempre se comportou como um merda. Tenho um cara muito mais homem do que você me esperando. — Foi m*l Mateo, mas tive que envolver você para me salvar do elevador amaldiçoado. — Eu vou f***r uma mulher bem gostosa para tirar todo o estresse que você me causo. Só quando eu terminar, vou até aí tirar você do elevador e te mostrar o homem que eu sou. Depois disso, não quero ver você nem pintada de ouro na minha frente. Hoje acaba para nós dois. Desgraçado, ele sabe exatamente o que dizer para me ferir. Tenho que encontrar um jeito de tirar esse homem da minha vida e do meu coração, afinal a dor de amá-lo eu já não suporto mais e está me matando um pouquinho a cada dia. — Não pode acabar algo que nunca começou, Ethan. Eu não suporto você e nunca suportei. AGORA ME TIRA DAQUI — grito para ver se ele entende de uma vez que tem que me deixar sair. — Pode gritar e espernear o quanto quiser que ninguém vai te escutar, então, poupe seus esforços. Até daqui umas duas horas. O infeliz desliga o telefone na minha cara, sem nem me deixar xingá-lo novamente. Eu fico andando de um lado para o outro contando os minutos. Se ele me deixar presa aqui por duas horas, vou até à mansão Parker chorar por duas horas nos braços da mãe dele, assim o i****a se lasca de vez. Eu sei que ele está me vendo pelas câmeras de segurança do elevador, afinal ele é o melhor nessa coisa de hackear e por isso estou nessa situação lastimável. Encaro a câmera e mostro o dedo do meio, como se fosse uma pirralha mimada, exatamente como ele me enxerga. Os minutos passam e quando já estou entrando em desespero, o elevador começa a entrar em movimento para o meu alívio. Essa gracinha vai custar muito cara para Ethan Parker... Ah, mas vai! Ele que me aguarde. Saio do elevador já quase sem folego, é como se estivesse presa dentro de uma lata apertada. Quando vejo Mateo me esperando me jogo nos braços dele, me sentindo protegida. — Ethan me trancou dentro do elevador e fiquei apavorada, Mateo. Ele levanta o rosto, olhando para algo que não vejo e passa as mãos nas minhas costas. — Vamos jantar, já sei que fugiu de novo e encher a cara com a minha irmã e primas não vai resolver o seu problema. Seu presente de aniversário está no carro. Olho para ele que beija a minha testa e nos conduz até o carro. — Abre o porta-luvas — Mateo diz assim que coloca o carro em movimento. Eu faço o que ele diz e vejo uma sacolinha linda. — O que é isso? — pergunto pegando a sacolinha. — Abra, espero que você goste. Mandei fazer especialmente para você, baixinha. Eu abro e dentro tem um estojo de veludo. — Mateo o que você fez? — Abre logo o estojo de uma vez, desde quando você faz tanta cerimônia? Acabo sorrindo e abro o estojo, encontrando uma linda gargantilha com um pingente com a letra A cravejada de diamantes. É uma joia linda e fico emocionada, porque ele mesmo sendo um homem importante e muito ocupado tirou um tempo para mandar fazer um presente que teria um significado especial. — Obrigada, Mateo. — Engulo o choro para ele não ficar fazendo pouco de mim e depois ficar me chamando de chorona. — O que ele te deu de presente? Eu sei muito bem a quem ele está se referindo. — Nada, Ethan nunca me deu nada, Mateo. A única coisa que ele me dá é dor de cabeça e muita raiva. — Como assim, ele nunca te deu nada, Aline? É a prometida dele. Respiro fundo e balanço a cabeça. — Os presentes que já ganhei foram a senhora Parker que me deu em nome dele. A última vez em que participei do meu jantar de aniversário, o escutei no telefone falando com alguém, dizendo que obrigá-lo a participar daquilo era uma perda de tempo e que os presentes que eu ganhava era a mãe dele que comprava, que ele é um homem ocupado demais para esse tipo de banalidade. Desde então, eu... Ele me interrompe. — Você foge dos jantares de aniversário. Eu balanço a cabeça, concordando. — Isso mesmo, eu fujo. Ficamos em silêncio e tudo o que faço é acariciar a joia em minhas mãos, já Mateo está com uma cara de quem quer matar alguém.
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