CAPÍTULO 8

1000 Words
Dakota olhou para Levi, ele parecia entretido nos dois brincando. Seus lábios mantinham um sorriso curto e bonitinho no canto da boca. Aproveitando que Dominic estava entretido, ela começou a comer para dar tempo de conseguir acabar antes que ele quisesse comer todo o salgado. 15 minutos depois, eles estavam saindo da lanchonete como se não tivessem pedido um exame de DNA para uma mulher aleatória em um shopping. Dava para acreditar que tudo isso aconteceu em um shopping? Ela ainda teria que trabalhar mais tarde. — Nós podemos deixar vocês na sua casa? — Paola ofereceu, como uma permissão. — Não quero atrapalhar vocês. Paola moveu a mão como se dissesse: deixa disso. — Nós te abordamos em um shopping enquanto você passeava com o seu filho, o mínimo que podemos fazer é te deixar em casa em segurança. E de graça, gritou a vozinha na cabeça de Dakota, porque economiza uns trocados com o uber. — Tudo bem, então. A ruiva sorriu, mostrando seus dentes brancos e perfeitamente alinhados. Dinheiro suficiente para os dentes serem lindos também. Dakota tinha um sorriso bonito, mas porque usou aparelho por anos. O carro era um Tiggo 8 preto. Talvez Dakota estivesse pronta para apresentar seu filho ao conforto absoluto. Eles eram ricos e estavam dispostos a dar tudo o que Dominic precisava para crescer bem, e se o amor estiver incluso, existe uma grande chance de ela aceitar. O banco era confortável, o ar-condicionado foi um alívio para o quanto estava abafado antes. Fora que o carro todo cheirava muito bem. — Bebês podem ficar no ar-condicionado? — a voz de Levi a alertou. Ele a encarava pelo espelho. — Ah, aham, podem. Não faz m*l. Levi assentiu. E foi bonitinho ver que ele estava pensando no conforto de Dominic. O caminho todo foi silencioso. O rádio estava ligado mas ninguém falava nada, além da música o único barulho lá dentro era Dominic sugando a chupeta. Estava quase dormindo de novo. Dakota o ajeitou, o colocando de pé em seu colo e com a cabeça em seu ombro, descansando a bochecha lá. Ela tinha certeza de que os olhinhos dele estavam tremendo para fechar, em uma inútil disputa contra o sono. Vez ou outra os olhos de Levi pairavam sobre eles, como se quisesse anotar cada movimento de um bebê, cada segundo daquela pequena vida que até horas atrás ele desconhecia. Devia estar sendo difícil lidar com essa situação. Como Dakota não era diferente. O pai do seu filho havia aparecido. O possível pai do seu filho. Era tão estranho pensar que ela passou meses lutando para conseguir a guarda do seu pequeno e de repente, bem na sua vez, aparecer alguém que pode ter laço sanguíneo. Ele estava disposto a assumir a paternidade, mas por quê ele faria isso? Muitos outros homens sairiam correndo depois que Dakota dissesse que ele não precisaria assumir e nem colocar o nome na criança, muitos homens prezam pelos R$300,00 por mês. Mas Levi não. Levi queria ter certeza de que o filho era seu e dar seu nome e seu amor. Levi estacionou em frente ao prédio. Olhou para Dakota no banco de trás com Dominic outra vez, logo descendo para ajudá-la com o carrinho. Dakota se despediu de Paola com um sorriso verdadeiro, recebendo outro em troca. — Precisa de ajuda? — Perguntou ele. — Pra subir com as coisas. — Não, tudo bem. O elevador está funcionando, dá pra chegar até minha casa sem problemas. — Ok, então. — ele ia dar as costas, mas parou antes de fazer a volta toda. — Precisamos ter o nosso contato, vou querer saber o que você decidiu. — Ah. É claro — pegou o celular. — Eu anoto o seu número. Levi ergueu uma sobrancelha. — Tá com medo de eu mandar mensagem toda hora só pra te pressionar? — Agora fora Dakota quem ergueu a sobrancelha para ele. Ou ele colabora, ou sem resposta — Beleza, anota aí. Dakota salvou o contato, mas não mandou nenhuma mensagem. Ele não precisava ter o número dela ainda. — Obrigada pela carona. Pela primeira vez, Levi esboçou um sorriso para ela. Ele encarou Dominic dormindo já no carrinho, estava tão calmo. Ele não fazia ideia de como as coisas estavam esquentando na cabeça de sua mãe e do seu possível pai. — A gente se vê — foi o que ele disse antes de se afastar e entrar no carro. E agora Dakota tinha outra questão para pensar enquanto lavava os pratos e arrumava a casa. (…) Larissa entrou no apartamento como uma pena. Dakota já tinha avisado que Dominic estava dormindo e que era melhor ele dormir mais. Larissa se sentou no sofá e mordiscou uma alcaçuz enquanto esperava Dakota falar o que ela queria. Era algo bem simples de se dizer, o difícil seria ela entender e acreditar que aquilo era real. Dakota suspirou, olhou para Larissa e disse: — Encontrei o pai do meu filho. Larissa se sentou ereta no sofá em um pulo. Ela era boa em não fazer barulho e ótima em demonstrar sua surpresa com movimentos do corpo. Coisas que trabalhar com crianças pequenas proporcionam. — Você está saindo com alguém?! — Ela estava completamente surpresa. E ela entendeu errado também. O que era de se esperar, e Dakota já tinha em mente que ela pensaria algo assim. — Não… eu quis dizer que eu encontrei o pai dele. Tipo… o cara que fez ele, entende? Larissa levou a mão à boca antes que um grito rompesse sua garganta e a fizesse acordar qualquer um que estivesse dormindo no prédio todo. Seus olhos eram grandes, mas estavam ainda maiores. Era mesmo difícil de acreditar, não é? Dizer que achou um cara aleatório que agora quer saber se realmente é pai daquela criança. Explicar isso de uma forma menos espantosa era difícil. Não tinha o que fazer. A única forma era ser direta e contar como tudo aconteceu. Uma loucura completa!
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