CAPÍTULO 7

1473 Words
— Eu assumo a paternidade dele. Dakota nem mesmo sabia o sobrenome daquele homem e ele queria ter contato com o seu filho. — Você nem pense em tentar tirar… — O quê? — Agora ele estava perplexo. — Você acha que eu vou separar ele da mãe? Sei que você não me conhece, mas não sou um monstro. — Exatamente, não sei nada sobre você. Paola suspirou, parecia ansiosa para o que aconteceria. — Podemos começar do começo, tudo bem? — Disse ela, com um sorriso doce. No lugar de Dakota, ela também se sentiria apavorada. — Você tem um tempo? Podemos tomar um café e comer alguma coisa em um bom lugar enquanto falamos sobre toda essa situação. Queremos que tudo saia o mais confortável possível para você. Dakota pretendia apenas dar um passeio no shopping com o seu filho, mas então um possível pai deu as caras e agora quer assumir a paternidade que nunca lhe foi imposta. Deveria ser um sonho muito esquisito. — Tudo bem… eu acho. — Vamos a uma lanchonete. Eu pago. Dakota colocou Dominic em seu carrinho sob os olhares atentos do loiro irritante. Ela parecia uma babá em aprendizado. Dakota o encarou, como se dissesse: eu sou a mãe aqui. Levi não se importou muito, estava ocupado demais observando cada detalhe de Dominic. Levi sorriu quando viu a blusa de Star Wars nele. Chewbacca e Han Solo em desenho cartoon, preparados para atacar. A mãe dele tinha bom gosto, realmente. — Uma amiga quem deu — disse Dakota, destravando o carrinho. — Ela é uma grande fã de Star Wars e de vários outros filmes de ficção científica. — Você gosta? Dakota deu de ombros. — Gosto. E gosto mais ainda quando ela dá roupas com esse tema porque roupinhas boas às vezes são caras. Levi olhou para ela, mas ela só estava sorrindo para o bebê. Ele jurou que aquilo parecia ser um aviso sobre as tarefas dos pais não serem fáceis. Já iria entrar em oração para que não perdesse o emprego caso o filho fosse seu. — Mais um motivo pra você ficar tranquila caso eu seja o pai. Dakota não respondeu, apenas seguiu Paola para dentro da lanchonete. Ainda bem que ela pegou o carrinho menor, porque se fosse o que dá para levar a casa toda, ela nunca conseguiria mover ele com facilidade. O carrinho de passeio foi a melhor coisa para isso. — Adoro essa lanchonete — Paola disse, ainda com um sorriso no rosto. O local era arejado, e eles haviam se sentado perto da sacada, não tinha música alta e as pessoas falavam em um tom normal de voz. Dava para ver o andar de baixo do shopping e as pessoas passeando por lá. Seria muito tranquilo se não tivesse dois desconhecidos com ela. — Pode escolher o que quiser — ela era um amor, de qualquer forma. Paola esperou o garçom pegar os pedidos para entrar no assunto. Aquilo era apavorante para todos eles, mas com certeza Dakota estava quase surtando. — Bom, eu sei que isso é estranho pra você, e eu também não estava esperando virar avó tão cedo. Levi nunca falou comigo sobre ser pai, mas eu acredito que ele não diria nada daquilo se não quisesse assumir uma responsabilidade. — Dakota ficou quieta, ela escutaria bem antes de dizer qualquer coisa. — Eu sei também que você nunca iria pensar que o garotinho que você adotou, iria ter um pai interessado. Levi não sabia do bebê, mas agora ele sabe, e se for dele… bom, se for dele… — Se for dele ele quer assumir, certo? Quer a paternidade? — Sim — Levi falou, finalmente dizendo alguma coisa. — Não vou tirar ele de você, posso assinar qualquer papel na frente de um juiz pra provar que a guarda vai ser sua, mas eu… Droga, nem ele sabia o que queria. Ele não estava pensando em ser pai até uma hora há atrás, porém, agora ele parecia disposto a assumir aquela criança. — Você não vai conseguir seguir uma vida sem pensar que tem um filho e que você não sabe como ele está? — Dakota terminou por ele, supondo que fosse aquilo. E era. Era exatamente aquilo. Ele não estava pronto para ser pai, mas simplesmente podia ser o pai daquele menino e isso mudava completamente a sua vida. Ele não podia fazer nada sem pensar que tinha uma parte dele por aí. — Sim. E eu vou ser sincero, não saí de casa hoje com a vontade de me tornar pai, não pensava em filhos até pelo menos meus 30 anos, só que, aparentemente, eu preciso pensar nisso agora. Dakota respirou fundo. — Eu preciso pensar. Paola soltou o ar, não era o que ela queria, mas já era alguma coisa. — Tudo bem, nós entendemos. — Pelo amor de Deus, não tenta fugir com essa criança agora. Dakota ergueu uma sobrancelha para ele. Parecia que alguém queria passar alguns dias indo a farmácia para comprar pomada, fraldas e remédios. — Tudo bem, vamos fazer assim: eu não fujo com o meu filho, e você espera pacientemente que eu decida quando vai ser o melhor dia e se eu estou disposta a isso. Levi sabia que estava nas mãos dela, e que deveria fazer o que ela quer para não ter problema algum entre eles. Se ele for seu filho, ela é a mãe do filho dele. É melhor não existir desavenças. — Fechado — Dakota recostou na cadeira quando ele se inclinou na mesa e chegou mais perto dela. Ele tinha um cheiro bom de homem que ela devia manter distância. Ela tinha quase certeza de que era o mesmo perfume que seu ex usava. Eca. — Mas você vai me mandar uma mensagem quando decidir. Eu pago tudo. Era claro que ele iria pagar, era ele que estava se oferecendo para ser pai do filho dela. Ela nunca foi procurar por ele. O pedido havia chegado, o que fez ele voltar a sua posição de antes. — Ok. — ela pegou Dominic no carrinho — Talvez eu seja boazinha com você. Levi sorriu para ela, tentando não ser sarcástico demais dali em diante. — Ou com o seu filho. Que talvez seja nosso filho. — Por enquanto ele é só meu. Ainda não decidi nada. Levi abriu a boca para rebater, e então sentiu um chute na canela. O olhar de sua mãe era quase mortal. — Certo. — olhou Dominic. — Ele parece interessado nas comidas. — Nenéns são sempre muito curiosos — Paola comentou, sorrindo para ele, completamente encantada. Dakota sorriu de leve. Eles não pareciam pessoas horríveis que sequestrariam seu filho ou que o deixaria sem amparo. Ela ajeitou ele sem colo, lhe dando um pedaço pequeno da massa do seu salgado. Era o momento constrangedor, o que ninguém sabia o que dizer e nem o que pensar para dizer e tirar a situação daquele silêncio. Porém, Paola pegou esse trabalho para ela. — Eu acho um gesto muito bonito adotar. Eu ia adotar uma menina antes de ficar grávida de Levi, mas algumas coisas deram errado e não conseguimos. Paola era simpática o suficiente para fazer Dakota conversar. — Foi bem difícil no começo, ainda mais por eu ser solteira. — Você já estava querendo um bebê antes de encontrar ele? Para quem estava cogitando ceder um teste de DNA para um cara que ainda era um estranho, o que tinha demais em contar para outra mulher sua experiência com a adoção? — Eu trabalho no orfanato em que ele foi deixado, então quando eu o vi pela primeira vez, foi amor à primeira vista. Eu fui a primeira a entrar com os papéis, implorei para não deixarem nenhuma família rica adotar. Enfim, demoraram quase sete meses para eu conseguir, mas deu certo. Paola sorriu de forma doce e empática. — Ele vai ter uma mamãe incrível — esticou a mão para tocar a bochecha rosada, fazendo um carinho com os nós dos dedos. — Menino lindo. Dominic nunca foi acanhado, com Paola não foi diferente. Ele soltou balbucios enquanto se esticava e sorria para a mulher. Não são de todo r**m. Tudo bem, que a verdade fosse dita, a chave do carro na mesa não era de um carro simples. As roupas que Paola usava não eram de lojas menores do que Zara ou qualquer das lojas de gente rica. Os dois tinham dinheiro, dava para ver. O cabelo longo e ruivo da mulher era tão hidratado que de longe via que ela ia ao salão pelo menos três vezes no mês. Suas unhas eram cumpridas mas não demais, quadradas e bem feitas. Uma família rica queria assumir o seu filho. Talvez não fosse de todo r**m.
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