Capítulo 9

1368 Words
Pillar decidiu não voltar com a sua palavra. Apenas Isadora sabia a que se devia aquela viagem no final de semana. Seus pais acreditavam que se tratava de trabalho, pois Helena falou com eles pessoalmente a pedido de Pillar. - Amiga! Tens a certeza disso? - Eu o amo Isa. Mas, ele nunca vai saber. É um amor impossível para mim. - Eu entendo. Mas não te iludas demais. Escute a voz da tua razão. O coração pode nos enganar e muito. - Iludida acho que já estou. Mas eu decidi ouvir apenas o meu coração. Mas prometo que não deixarei a minha razão fora disso. - Tudo bem. Mas saiba que seja qual for o desfecho, eu não te vou julgar, e estarei sempre do teu lado. - Eu sei amiga. Eu sei. E te agradeço por isso. Pillar fez uma mala pequena e colocou apenas um biquíni pois soube que a casa tinha uma piscina enorme. Após despedir - se dos pais, ela subiu no carro onde Helena e Conrado a esperavam. A viagem foi longa e eles tiveram que fazer uma pausa para almoçar. - Pillar! Eu te agradeço muito por isso. - Por te ajudar a enganar os teus pais? - Claro que não. Só não os quero decepcionar. Podemos dizer que terminamos após a festa. E assim o assunto ficará encerrado por algum tempo. - Tudo bem. Eu farei tudo certo. Helena não disse nada. Ela não estava de acordo, pois sabia que Pillar seria a mais prejudicada. Mas também já era tarde, pois ela ajudou Conrado a dar seguimento ao plano. Chegaram na enorme casa de campo e Pillar ficou espantada com a beleza do lugar que era enorme.  Marta a caseira e o Marido vieram receber os três. - Menino Conrado. Seja bem - vindo de volta. - Olá Nana. É bom te ver. Eu senti a tua falta. - Igualmente meu menino. Os seus irmãos já chegaram e estão lá dentro com a Senhora Duda. - Obrigado Nana. E cadê o meu pai? - Saiu para caminhar. Sabes como ele adora fazer isso quando vem aqui. Feitas as apresentações, Marta levou Pillar e Helena aos seus quartos. - Elena! Está tudo bem? - Sim querida. É apenas cansaço da viagem. Já estive aqui várias vezes, mas não me acostumo com a distância. - Entendo. Vou tomar um banho para conhecer o Sr. e a Sra. Valente. - Eu farei o mesmo. Nos encontramos aqui em 15 minutos. Pode ser? - Está bem. Após um banho, Pillar escolheu a roupa adequada para conhecer os pais de Conrado.  Quando saiu do quarto era Conrado e não Helena quem a esperava. - Gostas? - Claro. Estás linda. Mas é melhor não usar o chapéu. O dia está perfeito e não vais precisar dele. - Tudo bem. Obrigada. Ele também estava de banho tomado e outra roupa. - A minha mãe está ansiosa para te conhecer. - E eu a ela. .Vamos lá. Os dois desceram de mãos dadas. Eduarda estava a terminar um arranjo de flores quando entraram. - Mamãe! Aqui está ela. Patrícia Pillar Gouveia! - Olá querida. Seja bem - vinda. Filho! Não disseste que ela era tão linda. - Obrigada Sra. Duda. É um prazer conhece - la. - O prazer é todo meu. E quanto à me chamar de Senhora? Ora! Me chame só de Duda. Eu insisto. - Está bem Duda....- Pillar sorriu e conquistou logo o afecto da mãe de Conrado. Ela sentiu-se m*l por a enganar sendo ela uma pessoa tão bondosa. - Filho! Porque não vais ajudar o teu pai com o churrasco? Nós já vamos. - Está bem mãe. Ficas bem querida? - Eu fico sim meu amor. Podes ir. Pillar e Eduarda conversaram muito, e Conrado ficou admirado quando viu as duas a chegarem e ainda rindo. Helena mantinha - se apenas observando. Ele apresentou Pillar ao pai e aos irmãos. Helena juntou-se ao grupo, pois já estava a deixar Pillar preocupada e também desconfiada de que alguma coisa estava errada. Após o jantar e á caminho de seus quartos, Conrado decidiu agradecer novamente Pillar pelo seu gesto. Eduarda estava muito satisfeita com a escolha de seu filho mais velho. - Obrigado Pillar. A minha mãe gostou muito de você. - E eu dela. A tua família é maravilhosa Conrado. - E a tua também é. - Obrigada. Boa noite Conrado. - Boa noite Pillar. Pillar foi dormir ainda mais apaixonada, esquecendo que era apenas pelo final de semana. Ela esqueceu-se da lógica e não ouviu a razão mais uma vez, dando apenas atenção ao que dizia o seu coração. Esqueceu da razão e dos conselhos de Isadora. Será que está certa ao fazer essa escolha? Os sentimentos de Conrado também estavam confusos. Desde que teve algo rápido com Elena, ele não voltou a ter uma relação séria com mais ninguém. Ao observar Pillar, Conrado não conseguia ver nela nada de errado. Ela era bem determinada e corajosa. Dedicada ao seu trabalho e muito capaz de aprender as coisas rapidamente. Quando a viu falando com a sua família, por um breve momento Conrado a imaginou como parte dela. Sim! Pillar seria perfeita para carregar o sobrenome Valente. Ela tinha uma força interior que ainda desconhecia e um carisma que conquistava todos á sua volta. - Está tudo bem menino Conrado. - Marta! Sim. Estava apenas a pensar em algumas coisas. - Eu vi como a sua namorada é linda. Percebi o quanto ela ama você. - Eu sei disso Nana. Mas, confesso que os meus sentimentos é que estão confusos. - Você não sente nada por ela? - Sim eu sinto Nana. Você será a primeira pessoa para quem eu admito isso. Estou apaixonado por ela. Eu a vejo como a mulher perfeita para mim, mas...Tem algo que me impede de assumir este sentimento. - Me conte menino. Sabes que eu jamais trairia a tua confiança. - Nós não somos um casal de verdade Marta. A Pillar trabalha lá no hotel e acabou de se formar. É uma jovem brilhante. E só está aqui me fazendo um favor. - Você está fazendo isso pela sua mãe? - Sim. Eu sei do estado dela de saúde. E até ela melhorar não a posso decepcionar. Para amenizar as coisas diremos a todos que terminamos. - Oh meu menino. Eu espero mesmo que ninguém se magoe. Entendo as tuas razões. Mas tenha cuidado está bem? - Eu terei sim Marta. Só não desejo magoar também a Pillar. - Não vais lhe dizer que a amas? - Não posso Marta. Não a posso deixar iludida. Eu preciso de acertar primeiro os meus próprios sentimentos. E quando contar para ela, já não terei dúvidas. - Está certo. Mas pelo menos abriste o coração para mim. Faça o mesmo com ela quando te sentires preparado. - Farei isso sim. Bem! Vou me deitar. Amanhã teremos um dia bem agitado. Boa noite Nana. - Boa noite meu menino. Conrado foi dormir. Tinha revelado para Marta algo que nem os seus irmãos sabiam. O dia seguinte seria apenas para se divertir na festa dos pais. Ele e Pillar podiam simular uma briga e terminar a suposta relação. Desta forma nem mesmo Eduarda teria muita coisa para dizer. Os dois sendo adultos podiam muito bem resolver a situação da melhor maneira. Eram dois corações apaixonados, mas nenhum deles dava o primeiro passo para demonstrar os seus sentimentos. Pillar não o fazia pelo medo da rejeição. Conrado não o fazia por temer a mesma coisa. Ao longo do tempo conheceu mulheres que só seguiam o prestígio do seu sobrenome. Pillar não fez isso. Ela gostava de trabalhar, de fazer as coisas por si mesma e sendo um pouco orgulhosa não aceitava ajuda sem que fosse mesmo necessário. Quando ela o confrontou no estacionamento, Conrado soube naquele momento que tinha encontrado a mulher certa para si. Ela podia ser explosiva e doce também. Uma combinação que ele passou a apreciar. Mas, como todo o ser humano Conrado tornou a errar. Não teve o cuidado com as suas palavras e cometeu um erro que traria muitas mudanças e alterações para a sua vida.
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