Pillar decidiu não voltar com a sua palavra. Apenas Isadora sabia a que se devia aquela viagem no final de semana.
Seus pais acreditavam que se tratava de trabalho, pois Helena falou com eles pessoalmente a pedido de Pillar.
- Amiga! Tens a certeza disso?
- Eu o amo Isa. Mas, ele nunca vai saber. É um amor impossível para mim.
- Eu entendo. Mas não te iludas demais. Escute a voz da tua razão. O coração pode nos enganar e muito.
- Iludida acho que já estou. Mas eu decidi ouvir apenas o meu coração. Mas prometo que não deixarei a minha razão fora disso.
- Tudo bem. Mas saiba que seja qual for o desfecho, eu não te vou julgar, e estarei sempre do teu lado.
- Eu sei amiga. Eu sei. E te agradeço por isso.
Pillar fez uma mala pequena e colocou apenas um biquíni pois soube que a casa tinha uma piscina enorme.
Após despedir - se dos pais, ela subiu no carro onde Helena e Conrado a esperavam.
A viagem foi longa e eles tiveram que fazer uma pausa para almoçar.
- Pillar! Eu te agradeço muito por isso.
- Por te ajudar a enganar os teus pais?
- Claro que não. Só não os quero decepcionar. Podemos dizer que terminamos após a festa.
E assim o assunto ficará encerrado por algum tempo.
- Tudo bem. Eu farei tudo certo.
Helena não disse nada. Ela não estava de acordo, pois sabia que Pillar seria a mais prejudicada.
Mas também já era tarde, pois ela ajudou Conrado a dar seguimento ao plano.
Chegaram na enorme casa de campo e Pillar ficou espantada com a beleza do lugar que era enorme.

Marta a caseira e o Marido vieram receber os três.
- Menino Conrado. Seja bem - vindo de volta.
- Olá Nana. É bom te ver. Eu senti a tua falta.
- Igualmente meu menino. Os seus irmãos já chegaram e estão lá dentro com a Senhora Duda.
- Obrigado Nana. E cadê o meu pai?
- Saiu para caminhar. Sabes como ele adora fazer isso quando vem aqui.
Feitas as apresentações, Marta levou Pillar e Helena aos seus quartos.
- Elena! Está tudo bem?
- Sim querida. É apenas cansaço da viagem. Já estive aqui várias vezes, mas não me acostumo com a distância.
- Entendo. Vou tomar um banho para conhecer o Sr. e a Sra. Valente.
- Eu farei o mesmo. Nos encontramos aqui em 15 minutos. Pode ser?
- Está bem.
Após um banho, Pillar escolheu a roupa adequada para conhecer os pais de Conrado.

Quando saiu do quarto era Conrado e não Helena quem a esperava.
- Gostas?
- Claro. Estás linda.
Mas é melhor não usar o chapéu. O dia está perfeito e não vais precisar dele.
- Tudo bem. Obrigada.
Ele também estava de banho tomado e outra roupa.
- A minha mãe está ansiosa para te conhecer.
- E eu a ela. .Vamos lá.
Os dois desceram de mãos dadas.
Eduarda estava a terminar um arranjo de flores quando entraram.
- Mamãe! Aqui está ela. Patrícia Pillar Gouveia!
- Olá querida. Seja bem - vinda. Filho! Não disseste que ela era tão linda.
- Obrigada Sra. Duda. É um prazer conhece - la.
- O prazer é todo meu. E quanto à me chamar de Senhora? Ora! Me chame só de Duda. Eu insisto.
- Está bem Duda....- Pillar sorriu e conquistou logo o afecto da mãe de Conrado. Ela sentiu-se m*l por a enganar sendo ela uma pessoa tão bondosa.
- Filho! Porque não vais ajudar o teu pai com o churrasco? Nós já vamos.
- Está bem mãe. Ficas bem querida?
- Eu fico sim meu amor. Podes ir.
Pillar e Eduarda conversaram muito, e Conrado ficou admirado quando viu as duas a chegarem e ainda rindo.
Helena mantinha - se apenas observando. Ele apresentou Pillar ao pai e aos irmãos.
Helena juntou-se ao grupo, pois já estava a deixar Pillar preocupada e também desconfiada de que alguma coisa estava errada.
Após o jantar e á caminho de seus quartos, Conrado decidiu agradecer novamente Pillar pelo seu gesto. Eduarda estava muito satisfeita com a escolha de seu filho mais velho.
- Obrigado Pillar. A minha mãe gostou muito de você.
- E eu dela. A tua família é maravilhosa Conrado.
- E a tua também é.
- Obrigada. Boa noite Conrado.
- Boa noite Pillar.
Pillar foi dormir ainda mais apaixonada, esquecendo que era apenas pelo final de semana.
Ela esqueceu-se da lógica e não ouviu a razão mais uma vez, dando apenas atenção ao que dizia o seu coração. Esqueceu da razão e dos conselhos de Isadora.
Será que está certa ao fazer essa escolha?
Os sentimentos de Conrado também estavam confusos.
Desde que teve algo rápido com Elena, ele não voltou a ter uma relação séria com mais ninguém.
Ao observar Pillar, Conrado não conseguia ver nela nada de errado. Ela era bem determinada e corajosa. Dedicada ao seu trabalho e muito capaz de aprender as coisas rapidamente.
Quando a viu falando com a sua família, por um breve momento Conrado a imaginou como parte dela. Sim! Pillar seria perfeita para carregar o sobrenome Valente.
Ela tinha uma força interior que ainda desconhecia e um carisma que conquistava todos á sua volta.
- Está tudo bem menino Conrado.
- Marta! Sim. Estava apenas a pensar em algumas coisas.
- Eu vi como a sua namorada é linda. Percebi o quanto ela ama você.
- Eu sei disso Nana. Mas, confesso que os meus sentimentos é que estão confusos.
- Você não sente nada por ela?
- Sim eu sinto Nana.
Você será a primeira pessoa para quem eu admito isso. Estou apaixonado por ela. Eu a vejo como a mulher perfeita para mim, mas...Tem algo que me impede de assumir este sentimento.
- Me conte menino. Sabes que eu jamais trairia a tua confiança.
- Nós não somos um casal de verdade Marta. A Pillar trabalha lá no hotel e acabou de se formar. É uma jovem brilhante. E só está aqui me fazendo um favor.
- Você está fazendo isso pela sua mãe?
- Sim. Eu sei do estado dela de saúde. E até ela melhorar não a posso decepcionar. Para amenizar as coisas diremos a todos que terminamos.
- Oh meu menino. Eu espero mesmo que ninguém se magoe. Entendo as tuas razões. Mas tenha cuidado está bem?
- Eu terei sim Marta. Só não desejo magoar também a Pillar.
- Não vais lhe dizer que a amas?
- Não posso Marta. Não a posso deixar iludida. Eu preciso de acertar primeiro os meus próprios sentimentos. E quando contar para ela, já não terei dúvidas.
- Está certo. Mas pelo menos abriste o coração para mim.
Faça o mesmo com ela quando te sentires preparado.
- Farei isso sim. Bem! Vou me deitar. Amanhã teremos um dia bem agitado.
Boa noite Nana.
- Boa noite meu menino.
Conrado foi dormir. Tinha revelado para Marta algo que nem os seus irmãos sabiam.
O dia seguinte seria apenas para se divertir na festa dos pais.
Ele e Pillar podiam simular uma briga e terminar a suposta relação.
Desta forma nem mesmo Eduarda teria muita coisa para dizer. Os dois sendo adultos podiam muito bem resolver a situação da melhor maneira.
Eram dois corações apaixonados, mas nenhum deles dava o primeiro passo para demonstrar os seus sentimentos.
Pillar não o fazia pelo medo da rejeição. Conrado não o fazia por temer a mesma coisa.
Ao longo do tempo conheceu mulheres que só seguiam o prestígio do seu sobrenome.
Pillar não fez isso. Ela gostava de trabalhar, de fazer as coisas por si mesma e sendo um pouco orgulhosa não aceitava ajuda sem que fosse mesmo necessário.
Quando ela o confrontou no estacionamento, Conrado soube naquele momento que tinha encontrado a mulher certa para si.
Ela podia ser explosiva e doce também. Uma combinação que ele passou a apreciar.
Mas, como todo o ser humano Conrado tornou a errar.
Não teve o cuidado com as suas palavras e cometeu um erro que traria muitas mudanças e alterações para a sua vida.