Une rencontre désagréable

1847 Words
Martin     Tudo em Paris tem me encantado até o momento. Eu não tenho com o que reclamar, todos me tratam muito bem por onde passo, continuo no hotel, mas sem seguranças em horário integral, eu preciso respirar, me divertir, conhecer pessoas. Juan têm me ajudado muito com processo de adaptação à cidade, e ao clube. Algo de que eu sinto falta no momento, é ter uma casa, privacidade é tudo que eu desejo... No hotel todos sabem o que eu faço, ou deixo de fazer, é insuportável! Incentivado por Juan e Lee, um grande amigo de clube, seleção e da vida toda, eu resolvi sair à procura de uma casa, apartamento, mas não quero nada longe do centro de Paris, os caras acham que eu devo morar longe, pois não chamaria atenção de ninguém, não teria tanta gente me enchendo, mas eu não quero.  A corretora, que por sinal é uma gata, loira, olhos verdes, um corpo na medida certa, embora não tenha o que eu mais gosto numa mulher, uma boca carnuda, mas se me der mole... Eu invado a grande área! Ela me levou para conhecer um apartamento que fica em uma rua próxima ao arco do Triunfo, e eu particularmente adorei sua vista. É um lugar amplo, uma sala imensa, sala de jantar, dois quartos com suíte, uma cozinha enorme, e a varanda que contorna a sala, extremamente iluminada, praticamente todo o apartamento é branco. Eu estou maravilhado com este lugar, e já imagino festas e jantares que posso realizar aqui. — Então, senhor González, gostou do apartamento? A mobília é de sua preferência? — A loira me tira do meu deslumbramento. — Gostei. Vou ficar com ele. Gostei de toda a decoração, cinza e marrom para contrastar com o branco das paredes, pode deixar do jeito que está! — Eu só preciso de sua documentação para o contrato de aluguel, e... — Não se preocupe, meu agente lhe entregará tudo, eu só quero saber quando poderei me mudar? — Eu estou autorizada a lhe entregar a chave, e o Senhor poderá mudar hoje mesmo, se quiser! — Eu olhei incrédulo, não gosto de ser chamado de senhor, nem idade para isso eu tenho. — Olha só... É Marie, o seu nome? — Sim. — Não precisa me chamar de Senhor... Só Martin! E você está livre este fim de tarde... Para tomarmos uma bebida? — Ela sorriu, mordeu o lábio e respondeu o que eu já esperava. — Sim... Não demorou muito depois do convite, para que ela entrasse no meu mais novo conversível. Eu saio da frente do prédio, dobro a esquina e sigo em frente. Marie me pergunta sobre minha estadia em Paris.  — Como é que Paris tem cuidado de seu mais novo Rei? — Eu a encaro, sorrio. — Muito bem por sinal... E de uma forma tão calorosa que eu não me sinto só... — Eu não sei se sua pergunta foi maliciosa, mas resolvo responder com segundas intenções, afinal de contas, eu quero passar a noite acompanhado. — Muito carinho, muito amor, e... — Antes que eu conclua a minha frase, sou obrigado a frear abruptamente quando escuto o grito de Marie.  — Olha para frente! Uma garota sem o mínimo de noção de espaço, de cuidado, simplesmente atravessa na frente do meu carro. Meu coração está a mil por hora. Ela deve ser suicida para atravessar sem olhar para os lados. Eu tiro o cinto, abro a porta e vejo uma garota de longos cabelos claros, a pele clara, a cor de seus olhos castanhos parecem mudar a tonalidade, e o tamanho por conta do susto que passou. Eu a reconheço. É a mesma garota insolente da boate. Sua expressão de medo desaparece quando me encara, e vejo a raiva brotar de seu olhar. — Você está louco? Não me viu atravessar?  — Você se joga na frente do meu carro, e eu é que sou louco? Definitivamente, você tem problemas, garota!    — Eu não me joguei na frente do seu carro?  — Eu não vou ficar perdendo o meu tempo discutindo com você. Está bem? Precisa de alguma coisa? — Eu não preciso de nada, e mesmo se precisasse... Eu não quero nada que venha de você! — Ah, entendi! O que você tem contra mim é pessoal? Dormimos juntos em Barcelona, ou foi em Buenos Aires? — Falo sarcasticamente. — Isso jamais aconteceu ou acontecerá... Desse m*l você não morre, querido! Ela não espera que eu diga qualquer coisa e simplesmente atravessa para o outro lado da rua. Olho para o carro, entro e fecho a porta. Marie me encara curiosa. — Está tudo bem? — Está. Você viu? Ela atravessou na frente do carro, e disse que não fez... Ela é louca! — Vocês estavam discutindo de um jeito como se já... Vocês se conhecem? — Não, eu nunca vi aquela garota na minha vida! Por que eu estou mentindo? Eu a conheci na primeira noite que cheguei em Paris, mas isso não importa, eu não tenho que dar satisfações da minha vida para uma garota que eu apenas quero passar a noite, afinal de contas, é para isso que a convidei para sair.   [...]   A noite com Marie foi agradável. Bebemos, conversamos e transamos. Até que foi bom, ela me deu seu telefone antes de sair, mas eu não vou ligar, se eu ligar e a convidar novamente, tornará um hábito, e ela achará que eu quero algo mais sério. Eu não estou afim de relacionamentos, depois do que passei, isso é algo que está fora da minha lista de prioridades. Meus amigos me dizem que eu vou encontrar alguém que me faça mudar de ideia, eu duvido disso! Hoje é dia de folga, então é o dia ideal para a mudança. Não há nada para arrumar, só as malas que m*l foram desfeitas. Eu não costumo gostar muito de mudanças, mas algumas parecem necessárias.  Eu levo as malas para o meu quarto. Vou guardando algumas coisas no closet, e deixo as demais para outro dia. Agora preciso comer. Enquanto a pizza descongela, eu bebo uma taça de vinho, vou até a varanda. Daqui eu avisto o trecho da rua onde aquela maluca quis se jogar na frente do meu carro. Eu não sei o que é, mas há algo de familiar nela... Talvez seja impressão, mas parece que já nos conhecemos de algum lugar. Eu adoraria saber.   Hannah   — De novo? Está tornando-se um hábito, você vai se apaixonar por esse argentino! — Deixa de bobagem, Allanis! Eu o encontrei por acaso nas duas vezes, e... — Para de se justificar, mana! Não adianta, vocês dois nasceram um para o outro, e... — Você tem sorte de estarmos falando pelo notebook, porque se eu estivesse aí, você me pagaria por toda bobagem que está falando! — Falo, e aponto para a tela do notebook. Allanis quando começa com as brincadeiras sem graça, é algo sem limites. Isso não tem sentido, eu e aquele i****a apenas nos encontramos por acaso, nada mais além disso. Eu me irrito com as brincadeiras de minha irmã, mas daqui a pouco esqueço tudo... Ela tem o dom de me irritar, mas ao mesmo tempo me faz sorrir, sempre foi assim. Quem não a conhece, acha que ela é uma louca esquisita, afinal de contas, como pode uma celebridade hoje em dia, famosa no Brasil e em vários países do mundo, não ter uma rede social? Allanis não tem conta no f******k, **, Twitter, e por aí vai... Com exceção do w******p para se comunicar com a família, e com os amigos. Eu acho um pouco estranho, mas faz parte da personalidade dela, exposição não é algo que ela goste, e costuma aparecer nas redes sociais da família e dos amigos, principalmente os rapazes da banda.    [...]   Depois que me despedi de minha irmã, eu continuei navegando à procura de algo, na verdade eu sei o que procurava, mas desde que deixei de falar com Javier, jogar Battle of the Knights ficou um pouco sem graça. Javier era meu principal oponente dentro da batalha, principalmente quando o meu grupo, que incluía Amélie, invadia o castelo... Era eletrizante! Javier era um grande jogador, jogávamos, provocávamos um ao outro, e com o passar do tempo começamos a conversar no bate papo do próprio jogo, e a amizade foi crescendo, pelo menos para mim, mas ele não pensava assim... Saímos do bate papo do jogo, e continuamos trocando mensagem no jurássico MSN, e depois trocamos números de telefone, e Javier costumava ligar, mas quando pedi para conhecê-lo, pois, queria ver o rosto dele, meu amigo virtual não concordou, e depois deixamos de nos falar.  Senti muito m*l, eu me apeguei a ele num momento tão difícil da minha vida, ele tinha as palavras certas, e eu aparentemente também as tinha para ele, e desde então fazem três anos quem não nos falamos, seu número de telefone não existe mais, confesso que já enviei alguns emails, tentei achá-lo em redes sociais, mas não deu em nada, pelo contrário ganhei alguns admiradores à procura de Javier Hernandez, meu amigo virtual.  Olho para a tela do notebook, e decido pela última vez enviar um email em Espanhol, sei que parece besteira, mas se os emails nunca voltaram é porque a conta ainda existe, mesmo que ele não acesse.   Martin   Acho que estou ficando velho, Juan e Lee insistiram para que eu fosse à uma festa de um cara do time, em uma boate, mas sinceramente eu não estou com saco para isso! Mesmo em um dia de folga, estou cansado, treinos excessivos para ganhar ritmo de jogo, como se eu estivesse fora de forma, eu estava disputando La Liga antes de vir à Paris. Enfim, não vou discutir com o treinador, acabei de chegar ao clube. Em vez de ir à boate fiquei em casa, comendo pizza, bebendo vinho e revendo pela milionésima vez uma de minhas séries favoritas Breaking Bad, melhor que isso só uma boa partida de videogame, ou noitada de s**o.  Meu telefone toca ao meu lado, olho para o visor, e o nome “Mãe” aparece, eu ainda não sei porque chamo ela por esse título, pois não são todas as mulheres que merecem serem chamadas assim, e a minha é uma delas. Pego o celular, e deslizo o polegar para desligá-lo. Não quero atendê-la, e acho que por um bom tempo, mas antes que eu coloque o telefone de volta ao meu lado, vejo o ícone do email aparecer no topo da tela, isso me intriga, faz tempo que não entro nessa conta. Destravo o celular, entro na conta de email, não reconheço o endereço, mas abro, e leio.   Caro Cavaleiro Sangrento,   Talvez você nunca leia este e-mail, mas eu queria te dizer que eu sinto sua falta. Você foi importante no momento em que mais precisei, e eu gostaria de voltar no tempo e não deixar você se afastar. De qualquer forma, se você ler esta mensagem, sinta-se abraçado.   Da amiga brasileira Para o amigo argentino...    
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