11. Medo

1366 Words
Amanhecia e Piettro abriu os olhos devagar, se acostumando com a claridade que invadia o quarto. Sorriu de imediato ao ver a pequena figura encaixada em si, com o peito nu dormindo sob o dele e o lençol cobrindo metade do seu corpo. Aquela cena aqueceu o coração do mafioso. Cuidadosamente, ele acariciou os cabelos da morena e beijou sua testa. Piettro levantou devagar e a cobriu, indo até o banheiro fazer as suas higienes. Ficou diante do espelho olhando para si, relembrando todos os momentos da noite passada. Ao notar os vestígios deixados no seu corpo — marcas de unhadas e mordidas — sorriu ao pensar que a sua morena não era tão santa quanto parecia. Tomou uma ducha e saiu do banheiro, vestindo apenas uma calça moletom. Voltou o seu olhar para cama e a encontrou ainda dormindo, agora abraçada ao seu travesseiro. Ele sorriu, foi até a sala, ligou para a cozinha e pediu um café da manhã reforçado. Foi até o seu escritório e verificou o celular, procurando mensagens importantes. Nada fora do comum, além de vinte chamadas não atendidas de Antonella. Piettro bufou ao ler seu nome no visor e apagou o histórico. Se existia uma coisa que ele não queria pensar agora, era nela. Acendeu um cigarro e fechou os olhos, tentando desfrutar daqueles minutos de paz. Mas não demorou para o seu ritual matinal ser interrompido por um aroma de lírios perfumando o ambiente. Ele sorriu ao pensar que havia encontrado seu cheiro favorito. — Não te disseram que faz m*l fumar, Piettro? Graziella falou encostada na porta, com um sorriso divertido no rosto. Piettro virou a cabeça para olhá-la, e sorriu ao ver que ela vestia apenas a sua camisa social. — E o que você vai fazer em relação a isso, Graziella? Falou a chamando com a mão. Ela caminhou devagar até o seu encontro e sentou na sua frente, em cima da mesa. — Você terá de chegar mais perto para descobrir. A morena cruzou as pernas e sorriu de forma convidativa. Piettro a encarava como um predador. Se aproximou e abriu as pernas dela devagar, sem cortar o contato visual. O loiro acariciou suas coxas e foi subindo por todo o seu corpo, arrancando gemidos de Graziella. Com a mão na sua cintura, puxou o seu quadril e encostou no dele, fazendo com que ela sentisse toda a sua ereção. — Piettro… Graziella gemeu com o contato, ele se abaixou e a beijou… um beijo sedento, cheio de luxúria e num único movimento, abriu os botões da camisa, deixando a morena exposta. Com a respiração ofegante, os lábios vermelhos inchados pelo beijo, os m*****s eriçados e a minúscula calcinha transparente fizeram Piettro ferver. Desesperadamente, o loiro se livrou da pequena peça e a penetrou sem demora. — Ahhh, Piettro… Graziella gritou de dor, de t***o… até o sexo mais selvagem, parecia diferente para os dois. Eles iam do céu ao inferno juntos, e isso os excitava. Piettro acelerava os movimentos cada vez mais, enquanto sentia a morena se contorcer de prazer embaixo dele. Beijos, mordidas, chupões… cada pequeno toque os fazia delirar. Estavam próximos do clímax, Piettro a desceu da mesa e a virou de costas, elevando uma de suas pernas para cima e a penetrou mais uma vez com força, puxando seus cabelos. Piettro encostou as costas da morena em seu peito, sustentando o seu corpo que ia para frente e para trás à medida que ele aumentava as estocadas. Eles gemiam, gritavam, o suor escorria pelos corpos… Graziella levantou os braços e envolveu o pescoço do loiro, ainda de costas para ele e disse, com a voz ofegante: — Piettro…eu vou…eu vou… Ahhh! Eles gozaram juntos. Piettro abraçou Graziella, virou seu rosto e a beijou de forma apaixonada. Em seguida, ele a pegou nos braços e a levou até o banheiro. Tomaram banho abraçados em meio a carícias. Após o banho, foram comer. Graziella apenas o observava, sabia que precisava conversar com ele sobre Matteo, mas como? — Tá tudo bem? — Perguntou para ela. — Não te machuquei não, né? Perguntava acariciando o seu rosto. Ela sorriu e beijou a palma de sua mão. — Piettro… precisamos conversar. — falou tensa. O interfone do Loft tocou, e ele se levantou para atender. Pelas feições do seu rosto, não parecia uma visita agradável. — Não deixe ela subir, Marco. – disse enfurecido. Graziella percebeu logo de quem se tratava e sentiu seu estômago embrulhar. Se levantou e enquanto ele estava discutindo com alguém no telefone, ela se vestiu. Quando Piettro a viu vestida, no mesmo momento, desligou o telefone e falou: — Aonde você vai? — Piettro… eu tenho que ir.. Eu devo ir… isso que aconteceu entre nós é errado. Você é um homem casado e eu… — ele a interrompeu imediatamente. — Eu não a amo, Graziella. Nunca a amei. Ela não significa nada para mim. Será que você não entende? — E você. Piettro? O que sente por mim? O que eu realmente sou para você? Apenas mais uma na sua cama? Apenas uma transa ou algo mais?--- perguntou o encarando, como se analisasse sua expressão. — Você me ama? Piettro ficou sem reação. Não esperava aquela pergunta assim, de uma hora para outra. Ele, com certeza, sentia algo por ela. Algo forte. Algo que não sentiu por mais ninguém. Mas poderia chamar isso de amor? Será? O seu silêncio, foi o suficiente para quebrá-lá, mais uma vez. — Eu não sou uma mulher que faz esse tipo de coisa, Piettro. Ela ainda é sua esposa, você a amando ou não. — suspirou fundo, passando a mão em seus cabelos. — Me desculpe, mas acho melhor eu ir embora… por favor, não me procure. Preciso de um tempo para pensar sobre tudo. Entrarei em contato depois, temos assuntos para discutir. Pegou sua bolsa e saiu deixando o loiro para trás, sem cerimônias. Graziella desceu do Loft tentando esconder as lágrimas e ao chegar na portaria, se deparou com uma figura loira que a encarou com ódio. A morena passou ao seu lado de cabeça baixa. Se sentia suja. Por mais que amasse o loiro, sabia que carregaria a reputação de amante, e isso a machucava profundamente. Antonella se afastou de Marco e se aproximou de Graziella, a pegando pelo braço e disse: — Você é mesmo uma vagabunda! Ele é casado, como você consegue dormir à noite, sabendo que dorme com o homem de outra mulher? — Hinata engoliu seco. Sabia que estava errada, mas era algo mais forte que ela. — Você ia gostar se acontecesse o mesmo com você? — Antonella se aproximou da mulher e a encarou nos olhos e disse: —- Ele vai te destruir, sua fedelha metida. Vai te destruir assim como ele fez comigo. Ele é um filho da p**a sádico e manipulador! Se quiser um conselho, para o seu bem, se afaste. — soltou o braço da morena, que saiu correndo chorando. No Loft, Piettro estava agitado. Tinha derrubado os pratos da mesa no chão e atirado a xícara na parede. Tinha raiva porque não reagiu a tempo… o que aconteceu? o que o impediu? por que não disse o que sentia a ela? Por que foi covarde e se calou, se ele sabia que nunca tinha sentido por outra mulher o que sentia quando estava ao seu lado? Foi covarde e permitiu que ela fosse embora mais uma vez. Como seria a sua vida depois de a ter tomado novamente em seus braços e ter a confirmação que é a ela que ele pertence por completo? Não poderia mais culpar a Antonella pelas suas atitudes. A culpa é apenas dele, das suas incertezas e dos seus medos. Será que o seu destino era estar longe dela? Pela primeira vez na vida, ele chorou por uma mulher. Chorou por algo que ele havia perdido. Piettro se sentiu vulnerável e exposto. Sentado no chão frio, ligou para a única pessoa a quem ele confiava seus desabafos. Aquela que o conhecia sem máscaras, sem títulos e posses. A única que ele podia ser ele mesmo… e que ele amava incondicionalmente. — Alô? Pai… .
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