Encaro o teto.
Faz algum tempo que as meninas dormiram, cada uma de um lado da cama, conversamos durante grande parte da madrugada, falamos sobre tudo e nada.
Posso ouvir o som do coração delas, está me deixando maluca, já coloquei um travesseiro sobre a cabeça e fones, mas não fez diferença.
Observo minhas mãos, passei de uma garota rejeitada pela família para uma mulher que não se reconhece na própria pele. Todos esses poderes me tornaram uma estranha. Mais cedo percebi que meus cabelos estão claros, quase brancos. É quase como se meu corpo estivesse mudando com a manifestação desses poderes, moldado para o que quer que seja necessário.
Afasto as cobertas, saio da cama com o maior cuidado do mundo para não acordar minhas amigas, elas não precisam lidar com meus problemas de insônia.
