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Meu Imperfeito CEO

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Blurb

Arthur Cavendish, CEO da maior empresa de advocacia do Canadá, se tornou implacável nos negócios e deixou a dor, a mágoa e a tristeza o transformar no homem que a sociedade chama de Sr Gelo. Por mais que ele tente deixar o passado para trás, ele sempre volta batendo com força na sua porta mostrando que ele merece viver no seu inferno pessoal.

Elisabeth Bertolazzo, uma jovem herdeira de uma fortuna incalculável. Cresceu sem amigos e perdeu a mãe muito pequena, além do mais, tinha que sempre se mostrar a menina prodígio que seu pai moldou. Devido a isso, nunca teve oportunidade de viver socialmente com as pessoas, cresceu sem amigos, dedicou sua vida a estudos e ser a menina perfeita para o mundo.

Embora a primeira vista pareça que ambos são diferentes, os dois vão descobrir algo que tem em comum, que cada um tem a suas imperfeições e que mesmo com elas, podem ser felizes.

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CAPÍTULO 01
ELISABETH BERTOLAZZO Abro a janela e respiro o ar puro que vem do lado de fora, olho para o céu azul de Toronto com poucas nuvens e vejo o quão lindo ele está. Tudo parece perfeito para um grande dia como hoje, espero de coração, que nada dê errado. Hoje quero dar um passo para tentar ser reconhecida por mim mesmo e não por ser filha de um dos CEOs mais importantes e ricos do Canadá. Amo meu pai, ele para mim é tudo, mas as vezes é sufocante demais ter que ser a filha perfeita. Estudo desde dos meus quatro anos e durante esse período aprendi a falar diversos idiomas, me formei no colegial quando eu tinha quatorze anos e aos dezenove, estava me formando em direito, em Harvard, e ainda fui muito elogiada por ter me formado com notas impecáveis. Digamos que sou uma Nerd, porém, não por que eu queira, e sim, por que meu pai me moldou assim, para ser a filha perfeita. Ele sempre foi um pai exemplar, não tenho o que reclamar, mas ele tem essa mania de sempre esperar mais de mim, esperar que tudo que eu faça seja perfeito e modéstia parte é. Infelizmente a pressão de ser sempre perfeita não vem só do meu pai, mas também das pessoas que o idolatram, as pessoas que se espelham muito nele para ser tornar alguém muito importante algum dia. Ele é conhecido como o gigante das indústrias farmacêuticas mais famosas não só no Canadá mas fora dele também. Minha mãe morreu quando eu nasci, então eu nunca a vi, só a conheço por fotos e as histórias que o Sr. Bertolazzo conta, meu pai diz que eu sou identifica a ela. Talvez se ela estivesse aqui, eu não teria me fechado tanto assim para o mundo a minha volta, me tornando uma pessoa sem amigos. Pelo fato de sempre está estudando ou fazendo algo para agradar meu pai, eu não tinha tempo para amigos, e as pouquíssimas pessoas que conhecia, só se aproximavam de mim por interesse. As únicas pessoas que tenho é meu pai e a Edna, minha antiga babá que agora é governanta. Atualmente, tenho vinte e cinco anos e ano passado me formei em mais um curso, de ciências políticas e depois de muito esperar, decidi que vou correr atrás dos meus sonhos, e hoje, vou dar o meu primeiro passo. Mandei meu currículo a três dias para uma empresa muito famosa aqui no Canadá e não demorou muito, e ontem me ligaram me pedindo para comparecer a uma entrevista de emprego, porém, sou eu e mais duas pessoas que estão disputando esse emprego. Mas você é rica, pra que quer trabalhar? Bom, meu pai é rico, não eu. Quero tentar conquistar meus sonhos começando por debaixo, assim como o meu pai fez, quero subir na vida pouco a pouco com os meus esforços e, mesmo que eu nunca tenha trabalhado, eu sei que se eu me esforçar e me dedicar, vou conseguir, não importa qual seja as dificuldades. Saio dos meus devaneios quando escuto alguém bater na porta, digo que pode  entrar e logo vejo Edna. — Bom dia minha menina, seu pai lhe aguarda para tomar café da manhã. — Bom dia Edna, diga a ele que já vou, só vou tomar um banho e me arrumar, espero que tome café com a gente.— ela sorri sem graça. — Claro, seu pai já havia me dito isso. — Meu pai sabe que você já é dá família.— mais uma vez, Edna sorri sem graça. — Eu já vou indo, te espero lá em baixo.— concordo e logo que ela sai do meu quarto, rapidamente vou em direção ao banheiro para fazer toda a minha higiene matinal. Saio do banho, me seco e me enrolo em uma toalha. Vou ao meu closet que para ser sincera é grande demais só para uma pessoa, escolho uma roupa simples que se resume a uma calça social escura, uma blusa de mangas cumprida branca e uma blazer escuro, um sapato de couro alto Santinato. Seco os meus longos cabelos loiros e os prendo em um coque alto e meio desajeitado, passo um brilho labial, coloco os meus óculos que deixam meus olhos azuis um pouco sem destaque e minha bolsa de couro preto. Olho-me no espelho e fico satisfeita com o resultado, saio do quarto com um sorriso enorme no meu rosto e quando chego na mesa do café da manhã, beijo a bochecha do meu pai lhe desejando um bom dia e ele retribui. — Parece que alguém acordou de bom humor hoje.— diz ele se referindo ao enorme sorriso no meu rosto. — Claro, hoje vou a minha primeira entrevista de emprego, estou muito empolgada.— me sento a mesa e me sirvo um café. — Estou muito orgulhosa de você minha princesa, espero que tudo corra bem. — É claro que vai, Elisa é uma mulher muito inteligente, sem dúvidas eles vão contrata-la.— murmura meu pai, já tomando o seu café. — Não quero criar muitas expectativas.— digo sem graça — É claro que deve, você é inteligente, estudou desde de pequena e se formou nas melhores escolas e universidades desse mundo meu amor, óbvio que você vai consegui.— sorrio sem graça para o meu pai. Sempre foi assim, tudo que eu faço ele coloca expectativas demais, se eu não consegui esse emprego, talvez ele até fique decepcionado comigo e isso, é o que não quero que aconteça. Meu pai nunca se decepcionou comigo, jamais. — Não fale assim Renner, assim vai assusta-lá. Você sempre fica esperando demais de sua filha.— Olho para Edna que pisca para mim. — Edna, minha filha é uma Bertolazzo, o sangue quente e ambicioso da Itália, é mais do que óbvio que tudo que ela faça seja perfeito, afinal de contas ela é minha herdeira e será a melhor advogada desse país. Ou melhor dizendo, desse mundo, não é filha? — Sim pai.— até perdi a fome. Meu pai é maravilhoso, sempre foi amoroso e carinhoso comigo. Jamais foi um pai ausente na minha vida, embora sua vida profissional seja bem corrida, mas o único defeito dele é este, esperar sempre demais de mim, esperar que eu sempre seja perfeita em tudo, e eu, para agrada-lo faço o possível para ser a filha perfeita que ele moldou. ARTHUR CAVENDISH Mais uma segunda-feira entediante na empresa, e hoje não podia ser pior, vou ter que tirar boa parte do meu tempo para entrevistar três possíveis novas secretárias. Estou puto por ter que fazer isso cinco vezes somente este ano, tudo por culpa de Hunter, meu melhor amigo e vice-presente da Cavendish, nome da minha empresa que leva meu sobrenome. Esse filho da p**a comeu minhas secretárias e depois de iludi-las, simplesmente deu um passa fora nelas, óbvio que elas ficaram loucas e furiosas com ele, o que resultou na má qualidade de trabalho de ambas e as suas demissões. Sinceramente eu preciso urgentemente ter uma conversa séria com esse bastardo. Eu, diferente dele separo bem a vida profissional da pessoal, e para que isso funcione coloco na minha cabeça que, não devo comer as mulheres da empresa, jamais. Mesmo que esteja necessitado, embora eu saiba que isso nunca vá acontecer. Admito que sou um pouco convencido, mas eu sei que posso ter o que eu quero, sou um dos advogados mais renomados do país e que tenho a melhor empresa de advocacia que está sendo muito reconhecida fora do Canadá. Tenho orgulho do homem de trinta e cinco anos que me tornei, eu fiz meu próprio império me tornando independente do meu pai que só sabia reclamar de tudo que faço e que ainda me forçou a casar com uma mulher que não amava quando eu m*l havia terminado a faculdade, eu o amo, mas naquela época ele foi um pai muito ausente e rígido. Só depois que ele e minha mãe se divorciaram, e eu e a minha irmã nos afastamos dele, ele percebeu as idiotices que tinha feito. Hoje em dia, Auro faz de tudo para corrigir seus erros com nossa família, principalmente com a minha mãe que ele ainda ama demais. Saio dos meus devaneios quando escuto alguém bater na porta e eu permito a entrada. — Senhor, aqui estão os currículos das selecionadas.— Helena fala e coloca as três pastas escuras em cima da mesa. — Certo, por favor, diga ao Hunter que daqui a três horas ele venha a minha sala. Quero ter mais uma conversa com ele. — Sim senhor, e se me permite eu já chamei a atenção dele também em relação as mulheres da empresa, mas ele simplesmente é irredutível. Sou secretária dele a cinco anos e me tornei muito amiga de Hunter também, antes ele ouvia meus conselhos, mas agora... — Hunter é um caso perdido Helena, embora ele seja um ótimo profissional, ainda sim, com as mulheres ele não tem limites, ainda me surpreende ele não ter tentando nada com você.— ela ri. — Acredite que ele tentou, mas soube colocá-lo bem no lugar dele e nunca mais me encheu o saco.— agora é a minha vez de ri. — Espero que seja diferente desta vez. — Será sim senhor. Agora se me der licença, tenho que checar a agenda dele. — Claro, pode ir sim e obrigado. — Ah, antes eu que me esqueça. Sua ex-esposa ligou e disse que vai vir a empresa na quinta, disse para não marcar nada no horário das três dá tarde.— Reviro os olhos só de imaginar. Oh mulher chata! — Outra que não me deixa em paz. — Se me permite dizer, ela é insuportável. Não sei como o senhor ficou casado com ela por onze anos! — Até hoje, depois de dois anos de divórcio, me pergunto isso.— mas no fundo eu sei bem o porque ainda continuo a aturando. — Bem, vou indo lá, não se esqueça que daqui a pouco as candidatas chegaram.—  balanço a cabeça em concordância e ela logo sai. Receber uma notícia de que Agnes estará aqui na quinta-feira me deixou mais puto. Vou ter que me segurar muito para não enforca-la, ela sempre me tirou do sério e depois de separados só piorou. Sem dúvidas minha ex-esposa é um fardo na minha vida que infelizmente, vai sempre prevalecer. ELISABETH BERTOLAZZO Paro em frente ao grande prédio e fico surpresa por ele ser tão grande e bonito, se Deus quiser, será aqui que vou trabalhar. Ele é todo espelhado com tons escuros e marrons. O nome Cavendish enorme bem na entrada da porta principal brilha, deve ser feito de prata ou algo parecido. Um entra e sai frenético de pessoas vestidas de formas elegantes o que me faz pensar na roupa que vesti por um momento. Não sou exper em moda e geralmente todos sabem da filha prodígio de Renner Bertolazzo, mas são raras as vezes que pareço na mídia, evito o máximo que eu posso, por isso, geralmente eu passo despercebida na rua e por alguns momentos posso ser uma mulher normal. Acho que eles devem esperar um mulher elegante e fina quando se fala de Elisabeth Bertolazzo, coitados. — Srta. Bertolazzo, aqui está a sua bolsa.— Sean, meu motorista murmura ao me entrega-la. Ele tem mais ou menos a idade do meu pai, alto, cabelo levemente grisalho e é casado com a Edna a vinte anos. — Obrigada Sean e por favor, me chame de Elisa.— ele abre um sorriso sem graça. — Desculpe, força do hábito. — Tudo bem. — A que horas devo vir buscá-la? — Não precisa vir. — Mas como você... — Eu pego um táxi.— ele arregala os olhos. — Mas Elisa, seu pai me deu ordens para... — Eu sei, mas ele não está aqui, ele não precisa saber.— queria andar de transporte público pelo menos uma vez. Nunca andei, nem mesmo em um avião normal, pois meu pai tem o seu próprio. — Sabe que é uma má ideia não é? — É uma ideia excelente. — Se ele descobrir, vou por a culpa toda em cima de você. — Fique a vontade, agora pode ir e fique tranquilo, vou ficar bem.— dou um breve abraço nele e logo depois me viro para poder entrar na empresa. Olho em volta e fico surpresa com quão as coisas são bonitas aqui, as janelas são enormes deixando o ambiente mais iluminado e as paredes vão do preto ao acinzentado. Diferente da fachada por fora. Ando até a recepção e a recepcionista me olha dos pés a cabeça. — Posso ajuda-la?— pergunta de forma educada. — Bom, eu vim para uma entrevista de emprego, sou uma das três selecionadas.— ela desvia o olhar e começa e mexer no computador. — Certo, nome? — Elisabeth Bertolazzo.— ela me olha de sombrancelha erguida. — Como disse? — Elisabeth Bertolazzo.— A recepcionista dá uma breve risada. — Tá bom garota, dá o fora daqui.— Olho surpresa para ela. — Como? — Foi o que você ouviu, saia daqui.— irritada com a situação digo. — Você é paga tratar as pessoas assim... Shirley?— leio o seu nome no crachá. — Não pessoas como você. — Como eu? — Sim. — Não acredita que sou Elisabeth Bertolazzo, não é? — Claro que não.— droga! Era o só o que me faltava. — Pois bem, se eu te mostrar a minha identidade você vai me deixar passar? — Talvez.— pego a minha identidade da bolsa e quando ela olha, mantém o mesmo olhar de desprezo. — Ainda não acredita? — Pode ser falsa.— Maldita! — Tá bom, vai no google, pesquisa meu nome, obviamente vai achar fotos minhas.— E ela faz, alguns minutos depois ela olha para mim depois para a tela do computador e faz isso umas cinco vezes até arregala os olhos sem graça e diz. — Me desculpe... Srta... Bertolazzo, eu não imaginava que uma pessoa como você fosse se candidatar a uma vaga tão simples. A entrevista é no último andar. — Seu superior vai ficar sabendo disso.— saio andando batendo o pé com raiva desta situação. Ao entrar no elevador acabo esbarrando em alguém e rapidamente eu peço desculpas. — Me desculpe.— vejo que se trata de uma mulher.— Eu não tinha te visto.— me abaixo para ajudar a pegar suas coisas. — Isso é normal, as pessoas nunca me notam.— depois de ajuda-la, nos levantamos. — Me chamo Elisabeth.— estendo a minha mão para cumprimenta-la. — Helena.— ela me olha por uns segundas e logo seus olhos pequenos se arregalam.— Ei, você é Elisabeth Bertolazzo, filha do grande Renner Bertolazzo.— sorri sem graça confirmando.— Quase não te reconheci por causa dos óculos e cabelo preso, normalmente você aparece com seu pai mais...arrumada. — Sim, é verdade. — Desculpe falar assim é que foi a única forma de... — Tudo bem, eu não ligo. — Você entrou no elevador bufando, por quê? — A recepcionista, não queria me deixar passar por não acredita que eu era Elisabeth Bertolazzo.— Helena mostrando seus dentes branquinhos e joga seu cabelo castanho escuro para o lado. — Não ligue, Shirley só atende bem aqueles que lhe convém ou que seja algum homem rico e solteiro. — Ela não pode tratar as pessoas assim. — Acredite, todas aqui são assim.— que horror! — Você é coreana, ou estou errada?— questiono — Sou sim, com um pai canadense e uma mãe coreana, dizem que puxei mais a aparência da minha mãe mas o gênio do meu pai. Mas como sabe que sou coreana? Geralmente tem pessoas que confundem tudo perguntando se sou japonesa ou chinesa. — Viajei para a Coreia do Sul algumas vezes, foi a única lingua que ainda não aprendi nem que fosse o básico e sempre adorei esse país, ele é extremamente diferente da Coreia do Norte comandada por aquele homem.— ela ri. — Bom, cada país com seus líderes e costumes. Meu pai conheceu minha mãezinha em um intercâmbio na Coreia e nunca mais a deixou, estão juntos até hoje. — Isso é digno de um clichê de Doramas. — Ah, com certeza é — Vai para o último andar?— pergunto. — Sim e você? A propósito o que faz aqui na empresa? — Vim para uma entrevista de emprego.— ela me olha como se uma segunda cabeça tivesse nascido do lado da minha. — Entrevista de emprego? Você é uma das três mulheres selecionadas? — Sim. — Agora sei porque Shirley não acreditou, uma pessoa como você se candidatando a uma vaga dessas. Como eu não lembro disso? Eu estava ajudando o Arthur com tudo. Os currículos peguei em minhas mãos. — Arthur? — Ah sim, ele é o nosso chefe. — Você o chama pelo primeiro nome? — As vezes sim, trabalho aqui a cinco anos, sou secretaria do Hanter Peterson, o vice-presidente, pelo tempo em que estou aqui criei uma espécie de amizade com ambos os dois. — E esse Arthur é legal? — Bom, ele como pessoa é, mas como chefe é muito exigente e às vezes, chato.— que merda. — Nossa. Ao chegarmos no último andar, Helena foi para um lado e antes de ir me disse onde estava ocorrendo as entrevistas. Chegando lá, vi duas mulheres do lado de fora da sala esperando algo, deve ser as minhas duas concorrentes. — Elisabeth... Bertolazzo.— A mulher diz meu nome sem acreditar. Caminho rapidamente e entro na sala do que talvez possa ser o meu chefe. — Carmen pode nos deixar sozinhos por favor.— ele m*l fala e a mulher sai correndo, ele está de costas para mim. — Pode se sentar Srta Bertolazzo.— sento em uma das cadeiras de couro escuro, logo em seguida ele se vira e eu quase tenho um treco do coração. Esqueceram de mencionar que ele é lindo! — Prazer, sou Arthur Cavendish— ele estende a mão para mim, sinto o exato momento em que nossas peles entram em contato uma com a outra e uma espécie de corrente elétrica passa pelo meu corpo. Uau, que estranho. — Elisabeth... — Eu sei quem você é. — me interrompe de forma ruge e grossa. — Antes de começamos eu queria dizer uma coisa.— ele se senta na cadeira dele e me encara.— Sua recepcionista, não queria me deixar passar porque não acreditou que eu sou Elisabeth Bertolazzo.— Arthur se levanta, vai para perto da minha cadeira e chega bem perto do meu ouvido e murmura. — Eu não a culpo, afinal, você é muito diferente do que imaginam, fora que é difícil acreditar que uma pessoa tão rica esteja querendo um cargo tão baixo.— quando ele voltou a se sentar a minha frente, olha para mim com um certo desdém. Qual é o problema das pessoas desta empresa afinal? — Vi seu currículo, seria burrice não te aceitar na minha empresa, seu currículo é um dos melhores que já vi, embora não tenha nenhuma experiência. — Obrigada. — Mas me pego pensando, o que uma mulher como você, filha de homem tão rico e poderoso, quer na minha empresa? — Em primeiro lugar, o que meu pai é ou deixa ser é ele, não eu, ele pode ter o dinheiro que for, mas nada disso é meu ou conquistado por mérito da minha parte e sim dele. Quero construir minha carreira no meio de advocacia e quero me torna uma uma advogada de renome sem precisar da influência ou dinheiro do meu pai.— ele ri. — Então quer dizer que a filha do papai quer provar que consegue fazer as coisas por si mesmo?— já odeio ele. — Eu estudei nas melhores escolas e faculdades do mundo e tudo por bolsa de estudos, nada foi p**o com o dinheiro do meu pai, apenas meus cursos de idiomas que se olhar bem meu currículo, falo cinco diferentes e tenho intermediário em vários outros. Como eu disse e volto a repetir, quero crescer por mim mesmo e nada melhor do que começar do zero.— o tal Arthur me encara com curiosidade. — Interessante, é uma mulher bem inteligente mas não acha que a forma que se veste pode atrapalhar um pouco? Quero dizer, para representar um cliente, acho que um pouco de maquiagem ajuda, tirar esses óculos horríveis, soltar o cabelo ou prende-lo de forma mais decente. — Sei que a aparência conta bastante e isso é uma das coisas que vou mudar, mas nada radical. Se eu for contrata, espero dar o meu melhor a sua empresa e como sua secretária e garanto que não vai se arrepender. — Devo admitir, você é bem cheia de si, não condiz com a sua aparência.— a se ele soubesse como sou na frente do meu pai. — Sou como o senhor está me vendo neste momento. — Bom, trabalhando comigo terá que estar a minha disposição sempre porque além de secretaria, será a minha assistente pessoal, por isso o salário é ótimo, quer dizer, pra você deve ser míseros centavos. — Peço que por favor, não fale da minha vida pessoal enquanto estivermos em uma entrevista, afinal, se é tão profissional como dizem ser, acho que no momento o que importa agora é se vou ser contratada ou não. —  Bom, então amanhã esteja aqui as oito em ponto. — Então estou contratada? —  Seja bem vinda a Cavendish, Srta. Bertolazzo.                        

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