O FILHO DO DIAB'O

Capítulo 3 - Luigi

Mais uma noite sem dormir direito e pior, mais uma noite brigando com Olívia pelo mesmo assunto.

Vivemos momentos tão bons ao longo desses meses e agora tudo desmoronou, claro que já tivemos brigas, mas nada demais, tudo se resolvia no fim do dia na nossa cama, mas agora parece que estamos vivendo um infern’o e sinceramente? Estou sem paciência para toda essa merd’a.

Saio antes que ela acorde, não quero ter que ouvir as reclamações dela e muito menos ter que brigar logo cedo, preciso de um dia de paz e tranquilidade.

Passo em frente a loja de bolos, paro e olho lá para dentro para ver se vejo Jasmine, mas está fechado, ontem tive diversos problemas, não consegui passar aqui como havia prometido, hoje eu passo.

Vou direto para casa da minha mãe, vou tomar um café bem refoçado.

Assim que entro vejo meu pai sentado tomando café.

— Acordou cedo — Comento e ele me olha — Bom dia!

— Bom dia! O que faz aqui tão cedo? Algum problema?

— Não, só vim tomar café — Me sento na cadeira à sua frente.

— Esteja aqui hoje às sete.

— Para?

— Seu noivado.

Tomo um longo gole de café, respirando fundo para não começar a discutir logo cedo.

— E só me avisa agora?

— Algum compromisso hoje? Precisa de tempo para se arrumar? Salão? Comprar roupa? — Diz irônico.

— Nossa, bem engraçado — Me levanto — Já vou indo.

— Nem tomou seu café.

— Perdi a fome.

— Deixa de bobeira e senta aí Luigi — Penso se é uma boa ideia, estou estressado pra caralh’o — Anda, eu mandei sentar.

Faço o que ele manda.

— Já sentei.

— Sua mãe tá descendo e ela vai gostar de te ver.

— Entendi.

— E a garota?

— O que tem a garota? Se quiser saber o nome dela é Olívia.

— Não me interessa o nome dela, quero saber o que você resolveu.

— Pai, vou me casar e é isso que importa.

— Vou deixar que faça as coisas do seu jeito e esperar quando vier me procurar arrependido, depois não diga que eu não avisei.

— Bom dia meu amor — Minha mãe aparece, linda como sempre e cumprimenta meu pai — Filho, como é bom te ver em casa, bom dia! — Vem até mim e me abraça.

— Bom dia mãe, está linda como sempre — A elogio e ela sorri, lindamente.

Nos sentamos, conversamos mais um pouco e tomamos café juntos, minha irmã não apareceu, deve estar dormindo ainda, é cedo e ela gosta de dormir até tarde, tem zero responsabilidade com a vida.

— Está sabendo do meu noivado mamãe?

— Sim.

— Entendi, o noivo é sempre o último a saber então?

— Luigi, não enche o saco do seu pai logo cedo — Ela se levanta — Vou indo, amo vocês e até daqui a pouco — Se despede do meu pai e depois de mim.

— Vou indo nessa também, não quero te encher o saco logo cedo — Repito as palavras da minha mãe e meu pai ri.

— Vamos lá no escritório, quero te dar uma coisa.

Acompanho-o até o escritório.

— Presente de casamento antecipado?

— Pare de ironia Luigi — Meu pai me repreende — Aqui está — Me entrega uma chave.

— O que é isso?

— A chave da sua nova casa.

— Eu já tenho um apartamento.

— Vai querer morar com sua esposa e a amante? Vai querer colocar sua esposa dentro da casa que viveu com sua amante? — Balanço a cabeça em sinal negativo — Foi o que eu pensei.

— Valeu pai — Agradeço pelo presente.

— Não me agradeça, compre um anel de noivado e não me decepcione hoje.

Apenas concordo e vou atrás dessa drog’a de anel.

Vou direto para a joalheria mais próxima.

— Bom dia — Uma atendente bem simpática me cumprimenta — O que o senhor procura?

— Um anel de noivado.

— Vou te mostrar alguns, temos uns modelos bem bonitos, uns novos que chegou na loja.

A acompanho e nada me interessou, não sei nem porque estou escolhendo, era só pegar qualquer um.

— Não gostei desses, teria outros para me mostrar?

— Temos uma coleção nova, só um minuto.

Ela pega uma caixa e volta.

— Temos esses.

Um anel pequeno e delicado chama minha atenção.

— Gostei desse — Aponto para o anel.

— Ótima escolha, é um Tiffany ouro branco com uma linda pedra de safira.

— Vou levar.

— Qual vai ser a escolha de p*******o?

— Débito.

Entrego o cartão e ela arregala os olhos.

— Vou te passar o valor.

— Não precisa, passa no débito.

Depois de alguns segundos ela volta mais sorridente ainda.

— Aqui está — Me entrega uma caixinha — Muito obrigada, volte sempre e bom noivado, sejam felizes.

Saio sem dizer nada. Felizes? Como serei feliz ao lado de uma garota que nem conheço, que não gosto e pior, eu sou apaixonado por outra. É complicado!

Tinha milhões de coisas para resolver, mas preciso ir para casa, preciso conversar e contar para Olívia.

— Chegou cedo — Ela diz assim que entro em casa — Vou pedir algo para comer, você quer? — n**o.

Olívia não gosta e não sabe cozinhar, então deixo a disposição dinheiro/cartão para que ela compre tudo que quiser.

— Precisamos conversar.

— Sobre? — Sei que ela sabe qual o assunto, está apenas ignorando.

— Você sabe. Sente-se aqui por favor — Peço para que se sente no sofá e assim ela faz.

Conto sobre o noivado e ela chora, fico com o coração partido de vê-la sofrendo dessa forma.

— Você quer que eu arrume minhas coisas? Quer que eu vá embora?

— Não Olívia, claro que não.

— Vai continuar comigo?

— Sim.

Olívia se senta no meu colo e eu a abraço forte.

— Eu te amo Luigi e não quero ir embora, nunca! Quero ficar com você, independente de qualquer coisa.

— Ficaremos juntos meu amor.

— Você promete? Promete que não vai ficar com ela? Promete que vai ser só um casamento de mentira? Que vamos continuar juntos? Promete Luigi — Diz desesperadamente.

— Tá, fica calma, eu ficarei com você, apenas com você — Faço carinho em seus cabelos para que ela se acalme.