CAPÍTULO 31

1132 Words
Bruno Recebo mais um soco no rosto, eu não sei quantas vezes já apanhei hoje, tô todo fudido. Aquele papinho de ligar pra família comigo não teve mano, eles é quem ligaram. Eu com certeza nunca mais vou ver minha mulher e minha filha. Sem dúvida vou morrer nas mãos desses merdas aqui. Já estou aqui a um dia, quando eles me trouxeram eles falaram que eu tentei fugir e atirei neles com a pistola que estava na minha cintura, por isso estou aqui sem direito a nem se quer ver ou ligar pra alguém. Caio no chão com o golpe que recebo no meu estômago, tento vomitar com a dor mas não sai nada, não tenho nada pra por pra fora. Além de muita dor eu sinto um ódio do c*****o, apanhar sem ter feito nada pra esses merda e ainda algemado é f**a, mas a sorte é que estou algemado se não eu já teria me defendido e aí com certeza morto por eles. E aí sim, seria certo que nunca mais iria ver as minhas preciosidades. Minha cabeça gira, tá difícil de respirar e aos poucos vou perdendo os sentidos, penso na minha filha e na minha mulher. O sorriso delas fica estampado na minha memória, e mano, morrer vendo minhas duas meninas é o melhor presente que já recebi na vida. Eu me arrependo de tudo que fiz tá ligado. Me arrependo das pessoas que matei sem terem feito nada, das pessoas que machuquei, hoje aqui consigo me colocar no lugar de todas elas, é real o papo que quando tu tá pra morrer passa um filme de tudo na mente, é mó real isso aí parceiro, lembro da Júlia falando que a vida é feita de plantio, várias vezes ela falou pra eu cuidar o que tava plantando e eu nunca dei bola, só hoje eu consigo entender o que ela tava falando com isso. Penso na minha crianção também se tivesse sido criado diferente eu poderia ter sido uma pessoa melhor, se a v***a da minha mãe tivesse escolhido me criar ao invés de sair dando pra qualquer macho, se meu pai não tivesse fodido com meu consciente, tudo poderia ter sido diferente. Mas daí também eu não teria conhecido o Rael, meu bruxo, nem minha baixinha linda e muito menos ter a Vitória como minha filha. Então é como diz, Deus escreve certo por linhas tortas, eu já fiz muita merda sim, mas também já superei muita coisa falô. E agora chegou a hora de pagar pelas merdas que fiz tá ligado, a vida é assim ela é feita de bate e volta tio. Acordo aos poucos com a cabeça doendo, e um barulho baixo e irritante de pip. Até onde eu me lembre eu morri, tento abrir os olhos mas não dá dói muito. Sinto alguém mexendo na minha mão, é um toque macio carinhoso, o toque perfeito da minha mulher, o perfume doce invade minhas narinas e um alívio toma conta do meu peito, essa mulher consegue acalmar qualquer tempestade em mim, ela é a calmaria dos meus dias trevosos ***************************** Júlia Quando soube que o Bruno havia sido preso eu fiquei em choque, só pensava nele lá jogado e na minha filha. O que eu iria dizer pra ela!? Depois do choque que ela passou vendo uma pessoa morrer na sua frente. Eu sei que agora o Bruno não sai mais da cadeia, é muita coisa. Perdi meu homem, pra sempre! Já se passou um dia e nada de saber notícias do Bruno, o Rael conhece um juiz corrupto que ele diz que pode ajudar. Ele já foi atrás porém o cara não quer, disse que já está sendo investigado. Eu não durmo, não como, só choro, a Vitória pergunta direto pelo pai, e eu não sei mais o que dizer. Deito na cama, pensando no meu ogro tenho tanto medo de algo acontecer com ele, tenho medo de ele morrer ou de eu não poder mais ver ele, Bruno vai pra um presídio de segurança máxima isso é óbvio, e eu não vou visitar, eu juro que não. Quando da 00:00 meu celular toca é o Rael então atendo na esperança de ser alguma notícia de que ele conseguiu alguém pra tirar o Bruno de lá. Ligação on: Júlia: Oi fala Rael: Bruno tá no hospital! Eu deixo o celular cair no chão, e entro em desespero a Amanda tá aqui em casa comigo e logo corre até o meu quarto pra saber o que é. Apesar de que o Rael apenas disse que ele tá no hospital, eu sinto que não é por pouca coisa. Sem forças eu peço pra Amanda ligar pro Rael vir até aqui e me levar lá, preciso ver meu ogro. Hoje completa um mês que o Bruno tá na UTI, ele agora está bem, porém os médicos não sabem se algum dia ele vai sair do coma. Ele apanhou muito, está muito frágil, tudo que eu queria era meu ogro de volta. Entro pra mais um dia de visita, aqui na UTI é só eu que entro e tenho 15 minutos pra ficar com ele. Eu pedi demissão do meu emprego, quero dedicar meu tempo ao Bruno, se ele tivesse me ouvido ele não estaria aqui agora, prestes a morrer a qualquer momento ou correndo o risco de ficar vegetando. Dou um beijo na testa do Bruno, e acaricio sua mão Júlia: Oi amor da minha vida, sai logo dessa. Eu to com saudades bebê, nossa filha tá te esperando vida. Tento controlar as lágrimas e o que eu falo, as enfermeiras me disseram que ele pode ouvir tudo, então não quero assustar ele ou deixar ele preocupado Esses dias foram somente em dedicação ao Bruno, e assim será sempre. Com a notícia do espancamento do Bruno na delegacia o delegado foi afastado e o Bruno não será preso quando sair daqui, claro que o Rael e o Menor conseguiram mexer os pauzinhos tanto com polícias, e mais juízes e promotores e mais traficantes. Eles correram por tudo até conseguir limpar a ficha do Bruno. O juiz consegui provar que ele não atirou e deu um jeito dele não pegar nenhuma pena, usando coisas a favor como ponto pro Bruno, sei lá que coisas eram essas. Foi muito dinheiro gasto com os corruptos e agora os guris estão mais enrolados ainda com o pessoal do tráfico pois tiveram que pegar empréstimos, e fazer favores também. Eu não sei de tudo, dos detalhes mas deu trabalho. Porém deu certo, agora é só esperar ele acordar e ir pra casa Mas falando a verdade, eu não sei se o Bruno vai sobreviver, não quero ser pessimista mas diante do que os médicos falam já perdi meu amor
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD