CAPÍTULO 33

1603 Words
Júlia Júlia: Não! Me solta! Ele é meu marido me solta! Rael: Ju calma, ele ficar bem Júlia: E por acaso tu tem certeza disso?! O Rael nem se dá o trabalho de me responder, ele sabe muito bem que o Bruno não ficará bem. Todas as esperanças que eu tinha já não tenho mais. São 8 meses que o Bruno tá em coma, e uma semana que ele vem piorando cada vez mais, hoje mais uma vez ele teve uma parada respiratória os médicos querem desligar os aparelhos mas nunca que vou deixar que isso aconteça. Enquanto tiver jeito eu vou continuar lutando por ele, até o fim da minha vida se for preciso. Depois de mais ou menos três horas o médico veio dar notícias do Bruno, eu já havia chorado tudo e mais um pouco o Rael se manteve o tempo todo do meu lado assim como ele vem fazendo esses meses todos Minha irmã a Alana veio pro Rio também, meu pai me perdoou graças a Deus agora tenho o apoio da minha família, juntamente com o apoio dos meus amigos. Sem eles eu com certeza não seria nada. Médico: Bom Júlia, eu sei que é duro, é muito dificil mas você precisa entender que o Bruno já não tem mais volta. - o desespero é enorme, não posso aceitar isso e simplesmente perder meu amor - Ele tá piorando cada vez, e adiar a partida dele é só pra você sofrer mais ainda. Eu não sei se ele passa dessa noite, eu aconselho a você se despedir dele, vou abrir a UTI pros amigos e familiares se despedirem, trás a filha de vocês também. O médico levanta e não acredito no que estou ouvindo, não posso deixar que o Bruno morra. Júlia: Ele não pode morrer Rael, faz alguma coisa! A gente troca ele de hospital se for preciso! - bato no peito do Rael que me segura e chora em silêncio Rael: Não tem o que fazer pequena, infelizmente não tem! Ele não reage e tá piorando, tu sabe que tá Já é quase noite e mais uma vez o Bruno teve uma parada respiratória, acho que agora não tem como adiar a morte dele, eu querendo ou não ele irá partir. O traumatismo que ele teve devido ao espancamento dos policiais foi grave, e desde que ele te reação a um dos antibióticos quando foi trocado ele tá assim, piorando cada dia mais. E sei que não posso pensar apenas em mim, ele tá sofrendo, ele precisa descansar, eu sei que esse tempo dele na UTI e tudo que ele passou foi pra ele pagar e se arrepender por tudo, pra na hora da morte ele ter um fim feliz pelo menos é o eu acredito Já liguei pra Alana e a Amanda trazerem a Vitória pra se despedir do pai. Desde aquela vez a Vitória nunca mais veio aqui, ela passou muito m*l ficou com febre por dias então nunca mais trouxe ela pra ver o Bruno, mas hoje vai ser preciso. Rael ligou pro Menor e outros amigos fiéis ao Bruno, também ligou pra funerária, e já deixou algumas coisas prontas. Essa com certeza é a pior noite da minha vida, eu vou perder o meu ogro, meu amor. Eu lembro de cada sorriso dele, cada toque é tudo tão perfeito, tão maravilhoso. É inacreditável que tudo tenha acabou de uma forma tão triste Depois que os médicos estabilizaram o Bruno eu pedi pra ser a primeira a entrar na UTI, pra despedida. Assim que entro e vejo ele começo a chorar, não consigo aceitar o fato de que essa será a última vez, será o último toque, o último beijo. Me aproximo e mesmo trêmula pego na sua mão, e deposito um beijo cheio de amor e carinho no rosto dele. Júlia: Amor da minha vida, eu vou deixar tu partir, eu sei que tu precisa disso. Eu vou ficar aqui e criar nossa filha, até um dia nós três estarmos juntos novamente. Eu sei que muitas vezes eu disse que tu estragou minha vida, mas não é não. - choro alto, sem me importar com nada - Tu me salvou, me deu amor, não deixou eu morrer nas mãos do Sérgio, me fez mãe e a mulher mais feliz desse mundo. Obrigada por ter entrado na minha vida, eu te amo meu ogro perfeito. Beijo o amor da minha vida, e saio agora é a vez do Rael. Saio e caminho até o corredor onde já tem várias pessoas, homens que nunca vi na vida e até mesmo uma mulher. Ela é baixa e tem cabelos brancos, ela não é velha apenas m*l cuidada, ela chora agarrada a uma toalhinha de boca. Ao lado dela está um homem mais velho, que sei que já vi antes com o Bruno mas não sei de onde ele é. Me aproximo e sento ao lado da Jéssica que me abraça forte. Jéssica: Eu estou aqui pra tudo minha amiga - ela tenta não chorar, mas não demora muito e lágrimas escorrem pelo seu rosto. Apoio minha cabeça no ombro da Jéssica e fecho meus olhos, fico lembrando dá primeira vez em que vi o Bruno. Aquele homem alto forte, cheio de tatuagens e cara de mal Ele segurava uma arma na mão que me fez ficar louca de medo, mas ao mesmo tempo com a calcinha molhada. Lembro de quando eu contei isso a ele e nos rimos, o Bruno foi um bruto um ogro, mas também a pessoa mais incrível qua já conheci, talvez por que eu pude conhecer o verdadeiro Bruno, aquele que dá amor e carinho. Aquele que é um pai amoroso e dedicado, um maridão que até faz comida, que faz cafuné, sinto tanta saudade de acordar com os braços do Bruno envolvidos na minha cintura. De repente ouço uma vozinha sei que é minha filha, ela tá triste acordou assim hoje, talvez prevendo que o pai iria partir Vitória: Mãe, por que a Dinda Jéssica tá chorando e tu também? Minha pequena limpa as lágrimas que descem pelo meu rosto, eu quero dizer algo a ela mas não consigo, não sai nada, apenas pego ela no colo que abraço ela com força. Desejando que tudo isso fosse apenas um sonho ruim A vez de todos já havia passado, a Vitória ficou pro fim ela era a última a se despedir do Bruno, preferi assim queria esperar o máximo por isso. Até mesmo aquela senhora foi na UTI ver o Bruno eu queria perguntar pro Menor ou pro Rael quem ela era mas não tinha forças, eu tinha algo mais urgente pra me preocupar. Assim que o Menor volta pra sala o médico entra também Médico: Já foram todos? - Esse ridículo não vê a hora do Bruno morrer, desgraçado! Júlia: Não! Digo seca olhando nos olhos dele e sigo pro corredor com a Vitória, antes de entrar nós temos que por uma roupa especial por cima das nossas. A Vitória sente a tenção me faz um monte de perguntas que no momento não consigo responder nenhuma. Assim que entramos e eu cheguei perto do leito em que o Bruno estava, ela já chamou pelo pai. Vitória chorava querendo que o Bruno levantasse e fosse brincar com ela, e saber que isso jamais será possível dói muito. Júlia: Vic, olha pra mãe, o papai vai sair daqui, ele vai viajar pra muito longe, e só daqui muito tempo nós vamos ver ele. Agora a gente precisa se despedir dele. Minha filha se recusa, ela quer ir junto. Mas depois de um tempo conversando com ela eu convenço que agora não será possível. Ela então se abaixa ainda chorando e deposita beijos no rosto do Bruno, diz que ama o pai e vai esperar por ele. Ergo a Vitória e ouço que o aparelho ligado ao Bruno começa a apitar, e sei que ele está partindo. As enfermeiras e o médico que observava tudo de longe vem rápido e eu saio dali, não quero ver isso, a dor já é grande de mais. Volto pra sala e deixo a Vitória no chão, sento em uma poltrona e choro desesperada, perdi meu amor o terrível momento chegou, e ele estava só esperando pra se despedir da Vic, ele queria sentir o carinho da filha antes de partir. Na sala estavam todos quietos alguns chorando outros apenas de cabeça baixa, estávamos esperando pelo corpo. A funerária já havia chegado, por que o médico iria desligar o aparelho assim que todos se despedirem do Bruno. *****: Que demora Não sei quem falo, mais pela voz é homem desconhecido por que não consigo ver quem é somente pela voz. Ele tem razão tá demorando, e me surge uma esperança será que ele tá vivo? Eu sei que é em vão, que ele não volta mais, porém pra Deus nada é impossível. Depois de mais ou menos umas duas horas o médico entra na sala, e chama o Rael sei que é pra falar do corpo do Bruno. Daqui ele vai pro IML. O médico e Rael conversam pouco e logo o Rael se dirige até mim Rael: Vem cá! Ele me pega pela mão e segue o médico até a UTI, olho pelo vidro e vejo uma monte de enfermeiras ao redor do Bruno Júlia: Que foi!? Pergunto sem esperança, pra que me trazer aqui pra ver o corpo do Bruno sendo levado Rael: Ele tá vivo Ju! Ele se mexeu e abriu os olhos! No mesmo instante vejo tudo ficar preto e perco o sentido.
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