EDWARD
- Edward? - ouço meu administrador chamar.
- Pode falar - digo, observando a vista da cidade, pelo vidro.
- Cara em que m***a da você está pensando? Estou te chamando aqui há quase meia hora.
Coloco as mãos na cabeça.
- Pelo visto a noite não foi boa com a garota virgem. Não rolou? - pergunta, sentando-se na cadeira.
- Não - ele arregala os olhos - estou tão surpreso quanto você.
- Pelo pouco que te conheço, nunca vi você tão determinado para fazer algo em um leilão, quer dizer, você sempre foi em um, mas sempre para me acompanhar.
- Ela me pediu duas noites.
Ele começa a rir.
- Cara, ela está no mesmo teto que você, nada que uma provocação não resolva.
- Thierry não é assim. Ela é diferente, indefesa, insegura - suspiro.
- Será que ela é a mulher que fará você se apaixonar?
- Disso eu duvido. Ainda está cedo pra falar sobre isso - digo, pegando as chaves do carro - Alice é completamente perdida no que diz respeito à relacionamentos, mas eu farei ela se descobrir como mulher.
- Sei que fará. Boa sorte!
- Obrigado. Desejo sorte à você com a minha secretária também - digo, rindo.
- Rosalie é um caso à parte, por enquanto estou investindo mais na Carolina.
- Se elas descobrirem que você está namorando as duas, eu não quero nem ser você. Eu pelo menos não crio compromisso.
Tranco a sala.
- Não vai durar muito. Logo, logo irei escolher, só preciso de mais um tempo.
- Assim que se fala. Até amanhã.
- Até amanhã chefe.
Sorrio ao ver ele indo de encontro à Rosalie. Isso não vai sair bem. Por ele ser meu funcionário deveria intervir, mas, ele é cabeça dura.
A tarde demorou para passar, mas enfim anoiteceu. Combinei com Alice de a levar ao restaurante na rua próxima ao nosso prédio. Tive a idéia de irmos caminhando, para nos conhecermos melhor.
O elevador finalmente abre, e eu entro, com destino ao estacionamento.
****
ALICE
Eu nunca fui de usar vestidos ou saltos, e muito menos produtos de maquiagem.
Morava no interior, e o que mais tinha era calças, e blusas.
Edward jogou fora todas as minhas roupas, e como prometido, me comprou várias novas.
Agora estou aqui, de frente para o guarda-roupa, tentando escolher. Eu tenho bom gosto, sei combinar roupas, a questão é que não sei se vou muito arrumada, ou não.
Preciso aprender a usar a internet, isso me será útil.
- Alice ? Já está arrumada?
Era a voz dele.
Eu não estava arrumada, estava de toalha, ainda.
Ele me mandou uma mensagem me convidando para ir à algum lugar, sei que não tenho alternativa, aceitei. Também será uma oportunidade de conhecer melhor a pessoa, a qual eu moro junto.
- Eu ainda não estou vestida - respondi.
- Isso não importa, já te vi nua ontem. Esqueceu? - ele ri.
Como posso esquecer?
- Abre aqui que eu te ajudo - diz por detrás da porta.
- Você está linda - diz, me encarando.
Dou um riso.
- Claro. É normal pessoas ficarem linda de toalha.
Ele ri.
- Sim. Mas pelo visto alguém te ajudou a se maquiar, sou um bom observador.
- Ah, foi a sua funcionária, Marlene, ela me ajudou.
- Acho que esse aqui, ficará lindo em você.
Era um vestido azul royal, com um tecido fino. Na cintura, havia um "cinto" de pedrarias e abaixo ele era soltinho e ía até a metade da coxa.
- É lindo, mas não é muito formal?
- Alice, as pessoas daqui se vestem assim. Por isso, te comprei roupas novas, você tem tudo o que precisa. Logo, logo vai se acostumar. Agora vista-se que já estamos atrasados.
- Sim senhor - repondo ironicamente.
**
A noite na cidade era incrível. Tudo muito iluminado, e vivo. As árvores, com os galhos molhados, havia chovido, e estava um friozinho muito gostoso.
Edward inventou de entrelaçar nossas mãos.
- Reserva em nome de Edward e Alice - ele diz, ao recepcionista.
- Só um momento senhor.
Ele estava correto quando disse que as pessoas daqui são bem arrumadas, o que é muito diferente da minha realidade passada. Eu acho que nunca entrei num lugar como este.
- Mesa Norte, ao lado da parede de vidro, nos fundos, senhor.
- Obrigado Charles.
- É sempre um prazer, senhor. Aproveitem o jantar.
Passamos por algumas mesas. Ele na frente e eu atrás. Não sei o porquê mas desde que chegamos, reparei que as pessoas não paravam de olhar.
- Obrigada - digo, ao ver que ele puxou a cadeira, para que eu me sente.
- Então, Alice Aguiar, me fale um pouco sobre você.
Ele estava de frente pra mim, e desta vez, não tinha como desviar o olhar.
- Como você sabe, eu morava no interior, com meu tio. Sempre fui uma garota determinada mas nunca imaginei morar na cidade. Bom é difícil falar sobre o que eu gosto, e não gosto...
- Você já teve namorado? - ele me interrompeu.
- Não, nunca tive.
Por que ele estava me perguntando isso? Era óbvio que nós não temos a menor chance.
Ele chama o garçom e faz os pedidos.
- Mas por que não? Você é linda - ele diz, me admirando.
- Obrigada - digo, envergonhada - eu tinha uma paixão de infância, mas não foi pra frente, não chegamos a namorar.
- Eu sei que você deve pensar o pior de mim, afinal, "comprei" você não é? Mas não gostaria que tivesse uma imagem r**m de mim, Alice.
- Como você quer que eu te veja? Aquilo foi h******l sabia? - confesso.
- Entenda, eu sempre ía em leilões, para acompanhar meu administrador, mas nós só íamos, pra diversão, nunca imaginávamos de fato, fazer o que aconteceu. Mas o que me levou à isso, foi você Alice, sua beleza é diferente, eu confesso que eu tinha e tenho a intenção de aprontar com você, mas daí você me fez um pedido, e eu irei te respeitar até lá.
Silêncio predomina.
Pensando por um outro lado, a vida foi um pouco gentil por ser Edward, o meu comprador. Poderia ter sido pior, e talvez eu nem estaria viva. Mas enfim, ainda estou nervosa e com um pouco de medo.
****
- Dorme comigo?
- Não hoje - repondo.
Que saco será que esse cara só pensa nisso?
- Ah, não não, você entendeu errado, eu quis dizer dormir mesmo, sabe...
- Ah. Melhor não.
- Venha. Será bom pra você, irá se acostumar.
- Apenas dormir, então.
Revirei os olhos.
- Claro, apenas dormir - ele sorri, e pega em minha mão.
O quarto dele é enorme, a cama então.
- Já são 01:30? A hora passou voando.
- Sim. Aonde você vai? - ele pergunta.
- Pegar uma roupa de dormir, não posso dormir de vestido.
Ele tira a roupa, ficando só de cueca.
- Pode ficar de sutiã e calcinha.
- Não.
- Que pena - ele diz rindo - pega esse meu samba canção. Acho que dá em você, com toda essa b***a.
Corei no mesmo instante.
- Digo, ah, você entendeu, não fique envergonhada, foi um elogio.
Ele se aproxima, e abre o fecho na parte de trás, do vestido. O mesmo cai no chão, e ele se abaixa para pegar.
Eu coloco rapidamente o short que ele me deu.
Quando de repente, ele começa a beijar meu ombro, subindo para o pescoço, me causando arrepios involuntários.
- Edward... - suspiro - Apenas dormir!
- É que você é maravilhosa. É difícil me conter.
Olho para ele.
- Desculpe. Venha - ele diz, me conduzindo para a a cama.
Quando então, eu deito, e ele fica por trás de mim - não tão perto - me abraçando.
- Boa noite Alice.
- Boa noite Edward.