Jantar

1338 Words
EDWARD - Edward? - ouço meu administrador chamar. - Pode falar - digo, observando a vista da cidade, pelo vidro.  - Cara em que m***a da você está pensando? Estou te chamando aqui há quase meia hora. Coloco as mãos na cabeça. - Pelo visto a noite não foi boa com a garota virgem. Não rolou? - pergunta, sentando-se na cadeira. - Não - ele arregala os olhos - estou tão surpreso quanto você. - Pelo pouco que te conheço, nunca vi você tão determinado para fazer algo em um leilão, quer dizer, você sempre foi em um, mas sempre para me acompanhar.  - Ela me pediu duas noites. Ele começa a rir. - Cara, ela está no mesmo teto que você, nada que uma provocação não resolva. - Thierry não é assim. Ela é diferente, indefesa, insegura - suspiro. - Será que ela é a mulher que fará você se apaixonar?  - Disso eu duvido. Ainda está cedo pra falar sobre isso - digo, pegando as chaves do carro - Alice é completamente perdida no que diz respeito à relacionamentos, mas eu farei ela se descobrir como mulher. - Sei que fará. Boa sorte!  - Obrigado. Desejo sorte à você com a minha secretária também - digo, rindo. - Rosalie é um caso à parte, por enquanto estou investindo mais na Carolina. - Se elas descobrirem que você está namorando as duas, eu não quero nem ser você. Eu pelo menos não crio compromisso. Tranco a sala. - Não vai durar muito. Logo, logo irei escolher, só preciso de mais um tempo. - Assim que se fala. Até amanhã.  - Até amanhã chefe. Sorrio ao ver ele indo de encontro à Rosalie. Isso não vai sair bem. Por ele ser meu funcionário deveria intervir, mas, ele é cabeça dura.  A tarde demorou para passar, mas enfim anoiteceu. Combinei com Alice de a levar ao restaurante na rua próxima ao nosso prédio. Tive a idéia de irmos caminhando, para nos conhecermos melhor. O elevador finalmente abre, e eu entro, com destino ao estacionamento.                                **** ALICE  Eu nunca fui de usar vestidos ou saltos, e muito menos produtos de maquiagem.  Morava no interior, e o que mais tinha era calças, e blusas.  Edward jogou fora todas as minhas roupas, e como prometido, me comprou várias novas. Agora estou aqui, de frente para o guarda-roupa, tentando escolher. Eu tenho bom gosto, sei combinar roupas, a questão é que não sei se vou muito arrumada, ou não. Preciso aprender a usar a internet, isso me será útil.  - Alice ? Já está arrumada?  Era a voz dele. Eu não estava arrumada, estava de toalha, ainda. Ele me mandou uma mensagem me convidando para ir à algum lugar, sei que não tenho alternativa, aceitei. Também será uma oportunidade de conhecer melhor a pessoa, a qual eu moro junto. - Eu ainda não estou vestida - respondi. - Isso não importa, já te vi nua ontem. Esqueceu? - ele ri. Como posso esquecer? - Abre aqui que eu te ajudo - diz por detrás da porta. - Você está linda - diz, me encarando. Dou um riso. - Claro. É normal pessoas ficarem linda de toalha.  Ele ri. - Sim. Mas pelo visto alguém te ajudou a se maquiar, sou um bom observador. - Ah, foi a sua funcionária, Marlene, ela me ajudou. - Acho que esse aqui, ficará lindo em você. Era um vestido azul royal, com um tecido fino. Na cintura, havia um "cinto" de pedrarias e abaixo ele era soltinho e ía até a metade da coxa.  - É lindo, mas não é muito formal?  - Alice, as pessoas daqui se vestem assim. Por isso, te comprei roupas novas, você tem tudo o que precisa. Logo, logo vai se acostumar. Agora vista-se que já estamos atrasados. - Sim senhor - repondo ironicamente. ** A noite na cidade era incrível. Tudo muito iluminado, e vivo. As árvores, com os galhos molhados, havia chovido, e estava um friozinho muito gostoso. Edward inventou de entrelaçar nossas mãos. - Reserva em nome de Edward e Alice - ele diz, ao recepcionista. - Só um momento senhor. Ele estava correto quando disse que as pessoas daqui são bem arrumadas, o que é muito diferente da minha realidade passada. Eu acho que nunca entrei num lugar como este. - Mesa Norte, ao lado da parede de vidro, nos fundos, senhor. - Obrigado Charles. - É sempre um prazer, senhor. Aproveitem o jantar. Passamos por algumas mesas. Ele na frente e eu atrás. Não sei o porquê mas desde que chegamos, reparei que as pessoas não paravam de olhar. - Obrigada - digo, ao ver que ele puxou a cadeira, para que eu me sente. - Então, Alice Aguiar, me fale um pouco sobre você. Ele estava de frente pra mim, e desta vez, não tinha como desviar o olhar.  - Como você sabe, eu morava no interior, com meu tio. Sempre fui uma garota determinada mas nunca imaginei morar na cidade. Bom é difícil falar sobre o que eu gosto, e não gosto... - Você já teve namorado? - ele me interrompeu. - Não, nunca tive. Por que ele estava me perguntando isso? Era óbvio que nós não temos a menor chance. Ele chama o garçom e faz os pedidos. - Mas por que não? Você é linda - ele diz, me admirando. - Obrigada - digo, envergonhada - eu tinha uma paixão de infância, mas não foi pra frente, não chegamos a namorar. - Eu sei que você deve pensar o pior de mim, afinal, "comprei" você não é? Mas não gostaria que tivesse uma imagem r**m de mim, Alice. - Como você quer que eu te veja? Aquilo foi h******l sabia? - confesso. - Entenda, eu sempre ía em leilões, para acompanhar meu administrador, mas nós só íamos, pra diversão, nunca imaginávamos de fato, fazer o que aconteceu. Mas o que me levou à isso, foi você Alice, sua beleza é diferente, eu confesso que eu tinha e tenho a intenção de aprontar com você, mas daí você me fez um pedido, e eu irei te respeitar até lá. Silêncio predomina. Pensando por um outro lado, a vida foi um pouco gentil por ser Edward, o meu comprador. Poderia ter sido pior, e talvez eu nem estaria viva. Mas enfim, ainda estou nervosa e com um pouco de medo.  **** - Dorme comigo?  - Não hoje - repondo.  Que saco será que esse cara só pensa nisso? - Ah, não não, você entendeu errado, eu quis dizer dormir mesmo, sabe...  - Ah. Melhor não. - Venha. Será bom pra você, irá se acostumar. - Apenas dormir, então.  Revirei os olhos. - Claro, apenas dormir - ele sorri, e pega em minha mão. O quarto dele é enorme, a cama então. - Já são 01:30? A hora passou voando. - Sim. Aonde você vai? - ele pergunta. - Pegar uma roupa de dormir, não posso dormir de vestido. Ele tira a roupa, ficando só de cueca. - Pode ficar de sutiã e calcinha. - Não.  - Que pena - ele diz rindo - pega esse meu samba canção. Acho que dá em você, com toda essa b***a. Corei no mesmo instante. - Digo, ah, você entendeu, não fique envergonhada, foi um elogio. Ele se aproxima, e abre o fecho na parte de trás, do vestido. O mesmo cai no chão, e ele se abaixa para pegar. Eu coloco rapidamente o short que ele me deu. Quando de repente, ele começa a beijar meu ombro, subindo para o pescoço, me causando arrepios involuntários. - Edward... - suspiro - Apenas dormir!  - É que você é maravilhosa. É difícil me conter. Olho para ele. - Desculpe. Venha - ele diz, me conduzindo para a a cama.  Quando então, eu deito, e ele fica por trás de mim - não tão perto - me abraçando. - Boa noite Alice. - Boa noite Edward. 
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