Daniel
Ela me estende a mão, com o sorriso mais genuíno que já vi. Não preciso de mais nada, e, no entanto, a atração é mais forte que qualquer outra coisa. Eu a puxo para mim, sentindo sua pele macia sob meus dedos. Sua boca encontra a minha com uma urgência que me consome. Os beijos são quase selvagens, como se cada um de nós estivesse tentando saciar uma necessidade que há muito tempo estava guardada. Eu sinto o calor do corpo dela, e isso me faz querer mais, fazer com que ela se aproxime ainda mais.
Mas logo a urgência diminui, e os beijos se tornam mais lentos, mais suaves. De repente, tudo fica cheio de ternura. Eu a abraço, a sinto mais perto, mais íntima, como se nada mais importasse agora. E talvez nada realmente importe. Eu só quero que ela fique aqui, nos meus braços, sem pressa de ir embora.
— Acho melhor eu ir embora. — Eu a afasto um pouco, mas a vontade de continuar a segurá-la me queima.
Ela parece decepcionada, mas a resposta dela me faz sorrir, mesmo ofegante.
— Por quê?
— Você sabe por quê... — minha voz sai rouca, carregada de desejo e também de algo mais, algo que talvez eu tenha medo de admitir.
Eu sinto o corpo dela estremecer. Ela me olha com os olhos brilhando, e o que eu vejo ali me faz sentir como se eu estivesse sendo consumido por ela. Ela não me afasta, não recua. Ela se entrega. E isso é mais do que eu consigo lidar nesse momento.
— Eu sei, mas não me importo. Sempre que estivermos juntos será assim. Não podemos fugir disso.
Eu vejo a admiração nos olhos dela. O desejo. A energia entre nós é tão intensa que quase posso tocá-la. Ela tem razão. Não tem como escapar disso. Estamos presos, e, no fundo, eu sei que isso é o que eu quero.
— Está certo.
Ela sorri e me puxa para dentro de sua casa. Eu dou um passo atrás, admirando sua confiança, a maneira como ela não hesita. Como se não fosse a primeira vez, como se já fosse natural. Eu me sinto parte de algo que nunca imaginei que aconteceria. Algo que eu não posso mais negar.
Ela gira a maçaneta e eu a sigo, sentindo o nervosismo crescer. Eu nunca estive em uma casa como essa antes. Eu olho ao redor, vendo a lareira, os sofás brancos e o tapete. Tudo parece tão... diferente. Tudo parece tão… dela.
— Sempre tive curiosidade de saber como era sua casa por dentro.
Ela dá de ombros, mas eu vejo algo no olhar dela, uma suavidade que me faz sentir acolhido, como se eu tivesse encontrado meu lugar, mesmo que nunca tenha imaginado que fosse aqui.
— É apenas uma casa. Quer beber alguma coisa?
— Não. Minha resposta é rápida, mas a verdade é que nada mais importa. Eu só quero estar com ela, aqui, neste momento.
Ela me convida para sentar perto da lareira, e logo estamos ali, no sofá confortável, nossos corpos quase se tocando. Eu me viro para ela, querendo sentir sua presença mais próxima ainda.
Com um olhar cheio de carinho, ela me diz, com uma leveza que me toca profundamente:
— Quero saber tudo sobre você, Daniel.
Suas palavras me desarmam, e eu sinto algo que nunca havia sentido antes. Aquele sorriso dela é tão puro, tão cheio de amor, que me sinto vulnerável, exposto. Mas ao mesmo tempo, me sinto mais forte, porque ela está aqui comigo. Ela me quer, e isso significa tudo.
— Nunca ninguém lutou ou se importou comigo antes.
As palavras saem baixas, carregadas de uma dor que não consigo esconder. Mas quando vejo os olhos dela, um sorriso suave nos lábios, ela me abraça com tanta ternura que meus olhos se enchem de lágrimas. A emoção que vem com aquele abraço é algo que eu não sei como explicar. Eu não estou acostumado com isso. Mas, de algum modo, ela me faz querer me abrir, querer compartilhar mais de mim.
Ela me olha com uma expressão que mistura surpresa e carinho.
— Surpresa?
— Emocionada. —A voz dela treme um pouco, e eu a abraço mais forte, mais apertado, como se nunca mais fosse soltá-la.
Eu a sinto tremer nos meus braços, e meu próprio corpo responde ao toque dela. Eu fecho os olhos e respiro fundo, sentindo o cheiro dela, o calor da sua pele. Eu afasto-me um pouco para procurá-la, os seus olhos me procurando também.
E então, sem qualquer aviso, ela me beija novamente. É um beijo tão cheio de paixão, tão profundo, que quase me arranca a alma. Seus lábios me devoram, e eu sinto o desejo em cada movimento, em cada toque. A intensidade do beijo me consome, e eu a puxo mais para mim, com a urgência de quem sabe que não pode mais voltar atrás.
Seu gosto me deixa insano, o cheiro de maçã de seus cabelos invade as minhas narinas. E eu a beijo com ardente desejo. A minha língua na sua, lambendo-a, sugando-a.
Sou arrebatado com sentimentos violentos, pelas emoções intensas que borbulham, há tanto tempo dentro de mim. Sim, desde que a conheci. Todo meu lado racional foi tolhido pela paixão e quando me vejo, estou trazendo o corpo de Kate junto ao meu, minhas mãos em todos os lugares apertando, tocando, enquanto os meus lábios a beijam famintos e a minha língua dança em sua boca.
Os meus dedos se perdem nos seus cabelos sedosos e eu a puxo mais ainda para mim de forma que ela possa sentir a minha ereção e saber como me sinto.
Eu então a olho, pois ela treme nos meus braços.
Ela me tem, e eu a tenho. E isso, no final, é tudo o que importa.