Liberdade na Transformação

924 Words
Ao saírem da casa de Bard e Mirella se dão conta de que já anoiteceu, com a fúria contida de seus lobos, os gêmeos sentiram uma necessidade urgente de se transformar. A transformação começou como um murmúrio na brisa da noite, uma canção que anunciava o início de algo extraordinário. Um arrepio percorreu suas peles, como se o vento noturno sussurrasse segredos ancestrais em seus ouvidos, segredos que os gêmeos não entendiam. Seguido desse arrepio, veio uma sensação de calor intenso que brotou de dentro deles, irradiando coragem e determinação. Seus corpos se curvaram e se contorceram, músculos se flexionando e ossos se reajustando, enquanto suas roupas eram rasgadas pela crescente forma animal. Cada músculo, cada osso, encontrou seu lugar perfeito na transformação, e os gêmeos se sentiram vivos de uma maneira que quando se transformaram sentiam.. A transformação era um espetáculo impressionante. Aydan e Kaydan se tornaram dois enormes lobos, com pelagens negras como a noite e olhos vermelhos como o sangue. Seus lobos eram assustadoramente grandes e fortes, imponentes e dignos de respeito. A pelagem escura brilhava à luz fraca da floresta, revelando a elegância de suas criaturas. Cada detalhe de suas formas, das garras afiadas às orelhas pontiagudas, mostrava a perfeição da natureza em seu estado mais puro. Os lobos se lançaram pela floresta, correndo velozmente em busca de um alívio para a tensão que os consumia. Os galhos das árvores se afastavam como cortinas diante de uma cena grandiosa, revelando a majestade das criaturas selvagens que cruzavam por entre elas. Seus músculos poderosos impulsionavam-nos com graciosidade, e a terra parecia ceder sob seus pés, como se a própria floresta reconhecesse sua autoridade. Em suas mentes, Aydan e Kaydan tentaram questionar seus lobos sobre a razão da fúria e da tensão que sentiam, mas a resposta que obtiveram foram rosnados furiosos e ininteligíveis. Era como se seus lobos, poderosos e orgulhosos, estivessem reagindo a algo que nem mesmo os gêmeos compreendiam completamente. Era como se a própria floresta tivesse sussurrado segredos ancestrais em seus ouvidos, segredos que só os lobos podiam decifrar. A corrida pela floresta era a única forma que encontraram para liberar a fúria contida, permitindo que seus lobos se expressassem livremente, mesmo que não compreendessem totalmente a causa de sua agitação. Os sons da noite se uniram à sinfonia de seus passos velozes, criando uma música selvagem que reverberava pela floresta. As árvores sussurravam elogios, os riachos murmuravam em reconhecimento e as estrelas brilhavam mais intensamente, como se aplaudissem a majestade dos lobos que cruzavam sob o manto noturno. E, enquanto corriam, a floresta testemunhava a majestade e a fúria desses dois lobos protetores da noite. Era um espetáculo de força e liberdade, uma dança primal sob o luar. E, à medida que os gêmeos avançavam, a misteriosa causa de sua agitação começou a se revelar nas sombras da floresta, sussurrando promessas de desafios e revelações que os levariam ao cerne de sua existência como lobos guardiões, mas quando estavam chegando próximos de entender era como se tudo se apagasse, era como perseguir o vento. De repente, os lobos mudaram de direção, deixando a densa floresta para trás e seguindo em direção a uma ampla planície. Lá, pararam à beira de um precipício, o mesmo lugar onde Maya havia se jogado anos atrás. Aydan e Kaydan voltaram à sua forma humana, seus rostos marcados pela expressão séria e melancólica. Foi Kaydan quem quebrou o silêncio, dizendo: "Acho que até Atos e Pegasus estão chateados com o que fizemos com Maya." Aydan fixou os olhos na beira do precipício, por um momento vendo a imagem da garotinha frágil e delicada que se jogou dali. Ele suspirou e admitiu: "Como vamos trazê-la de volta? Ela com certeza nos odeia tanto quanto queremos evitá-la." Kaydan, irritado com a situação, disse com determinação: "Não vamos pedir, vamos apenas mandar." Aydan sabia que essa abordagem só tornaria Maya mais furiosa, mas, naquele momento, ele pouco se importava com o que ela pensava. Ambos os gêmeos tinham sentimentos perturbadores em relação a Maya, e eles viam isso como uma fraqueza que preferiam evitar. Eles eram os Supremos Rei Alfas, com influência e poder para fazer sua vontade prevalecer. Com esse pensamento em mente, concordaram que usariam sua autoridade para trazer a hibrida de volta para casa, quer ela gostasse ou não. Muito longe dali, em uma pequena aldeia no sul da França, uma vampira de beleza excepcional corria velozmente entre as árvores. Tudo nela era perfeito e delicado, como se fosse esculpida pela própria natureza. Seus cabelos castanhos-dourados eram longos e ondulados, voando soltos ao vento, enfatizando sua velocidade sobrenatural. Seu corpo pequeno e curvilíneo dava-lhe uma aparência frágil e delicada, mas escondia uma força extraordinária que poucos suspeitavam. O que mais chamava a atenção eram seus olhos, diferentes dos outros vampiros. Eles não eram vermelhos, âmbar ou até mesmo negros, como é comum entre sua espécie. Em vez disso, eram dourados, um amarelo tão profundo que pareciam chamas congeladas. Essa vampira extraordinária era Maya, a híbrida nascida da união de uma vampira e um lobo. Sua busca por uma solução para seu destino a levava por entre as árvores, correndo com uma determinação que ultrapassava qualquer desafio. Maya não queria aceitar um companheiro predestinado; ela ansiava pelo controle de seu próprio destino. Por isso, estava em busca da bruxa que poderia ajudá-la a moldar o futuro de acordo com sua vontade. Maya estava decidida a ser a senhora de seu próprio destino, e não hesitaria em percorrer o mundo para alcançar esse objetivo.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD