Brigando contra o Destino

1128 Words
Maya fez o longo caminho de volta à civilização, seu coração cheio de esperanças e incertezas em relação ao colar que Andreza lhe deu. Caminhava lentamente, permitindo que sua mente divagasse pelo passado recente. Havia apenas um mês que um médico chamado Justin havia sido transferido para o hospital em que Maya trabalhava. A situação era rara, uma vez que ele era um humano, e o hospital geralmente atendia seres sobrenaturais. Embora a maioria dessas criaturas fosse praticamente imortal, havia exceções, e o hospital era especializado em casos únicos que envolviam seres sobrenaturais. Maya se especializara em ajudar a tratar essas condições raras e, até aquele momento, evitava qualquer envolvimento pessoal com homens. Sua beleza não passava despercebida, mas sua insegurança a impedia de se relacionar. No entanto, Justin foi paciente, aproximando-se dela pouco a pouco. Sua compreensão e conhecimento sobre o mundo sobrenatural a intrigaram. Maya continuou sua caminhada, perdida em pensamentos sobre Justin. Seu rosto amigável e sorriso gentil ecoaram em sua mente. Ela se perguntou se, ao utilizar o colar que bloquearia o vínculo, poderia, de alguma forma, abrir seu coração para o amor e a paixão. Mas, ao mesmo tempo, o medo de que o colar não funcionasse a assombrava. A incerteza a acompanharia em sua jornada de volta à civilização, onde seu destino com Justin aguardava, juntamente com a descoberta de se ela seria capaz de escapar das amarras do destino impostas pelos deuses da lua. Maya caminhava pela estrada, e a imagem de Justin, com seu cabelo loiro, estatura esguia e seus hipnotizantes olhos verdes, continuava a rondar sua mente. Dois dias atrás, eles tiveram uma conversa difícil que a deixou apreensiva. Justin a havia pressionado, questionando por que ela estava mantendo uma distância entre eles. Apesar de já estarem namorando há duas semanas, Maya ainda permitia apenas beijos leves e se mantinha retraída em relação a qualquer i********e. Ela recordou das inúmeras conversas que tivera com sua mãe ao longo dos anos, nas quais a mãe lhe explicava sobre a provável existência de um companheiro predestinado, alguém com quem Maya estaria ligada por um vínculo profundo. Companheiros eram conhecidos por serem possessivos e dominadores, e a mera ideia de perder o controle de sua própria vida a assustava. Maya temia que, a qualquer momento, pudesse ser arrastada para um vínculo indesejado e perderia a capacidade de tomar decisões por si mesma, esquecendo-se de tudo o que Justin significava para ela. No entanto, Justin estava perdendo a paciência com a situação. E quando Mia, sua amiga, mencionou a existência da bruxa na floresta, Maya não hesitou em seguir essa pista. A esperança de encontrar uma solução para sua situação e manter o relacionamento com Justin a impulsionou em sua jornada até a cabana misteriosa. Maya agora acreditava que teria uma chance real de se entregar de corpo e alma ao seu relacionamento com Justin. A perspectiva de construir uma vida juntos sem o risco de ser arrastada por um vínculo indesejado a fazia sorrir. A ideia de ser capaz de compartilhar sua vida com alguém que amava sem reservas era como um raio de esperança em sua mente. Enquanto isso, nos confins da pequena cidade de Forks, os gêmeos compartilhavam um olhar satisfeito. Eles haviam solicitado a transferência de dois médicos especializados em seres sobrenaturais, e o pedido incluía apenas os melhores profissionais disponíveis. Sua investigação prévia indicara que Maya era uma profissional altamente qualificada e dedicada, algo que agradava aos gêmeos. A escolha de pedir dois profissionais havia sido de Kaydan, uma decisão que evitaria o risco de enviarem outra pessoa que não fosse Maya para trabalhar em seu território. Caso isso acontecesse, teriam que enfrentar a ira de Brad e Mirella, sem mencionar o temperamento de sua própria mãe, Keith. A dupla de médicos era a chave para resolver a situação, e os gêmeos esperavam que tudo corresse de acordo com o plano. Kaydan, com um olhar aliviado, quebrou o silêncio com uma observação resignada: "Ainda bem que ela é uma boa profissional, pois seria horrível ter que suportá-la e ainda ter um médico incompetente na clínica." Aydan, que havia estado concentrado em seus documentos, ergueu os olhos e assentiu em concordância. A ideia de inaptidão em um ambiente profissional era algo que não podiam tolerar. A eficiência e a competência eram valores essenciais para eles. Pois tendiam a esperar excelência assim como eles próprios faziam tudo com excelência. No entanto, Aydan mudou o foco da conversa para um assunto mais sério: "Agora precisamos decidir o que fazer com Tiffany. A situação dela e da mamãe está atingindo níveis críticos." Nesse momento, Kaydan não conseguiu conter o riso, pois a imagem de Tiffany fugindo de sua mãe com os cabelos em chamas era um tanto hilária. Ele sorriu, mas logo ficou sério novamente ao perceber a seriedade no olhar de Aydan. De repente, Aydan perguntou algo que estava em sua mente há algum tempo: "Kaydan, você está esperando por sua companheira, ou nossa companheira?" Sua voz estava carregada de expectativa e preocupação. Kaydan, que era mais maleável e sonhador, já havia considerado essa possibilidade. No entanto, ele balançou a cabeça com uma expressão de resignação: "Já desisti disso há muito tempo." Aydan, mais frio e centrado, estreitou os olhos para o irmão, preocupado com a aparente desilusão de Kaydan. Ambos sabiam que, como reis alfas, a questão de encontrar sua companheira era crucial, e não podiam ignorá-la para sempre. O futuro de sua alcateia e o equilíbrio de seu reino dependiam disso. Aydan continuou com sua linha de raciocínio: "Bem, sabemos que queremos uma companheira para os dois, e se ela de fato existe, estou certo de que seria a mesma para nós dois." Kaydan assentiu em concordância, pois a ideia de cada um ter uma companheira diferente sequer passava pela mente dos gêmeos. A ligação que compartilhavam como reis alfas e gêmeos era forte o suficiente para compartilhar uma companheira. Aydan prosseguiu: "Precisamos tomar uma decisão de uma vez por todas, e Tiffany é uma loba poderosa. Acho que ela seria uma boa Luna." Kaydan abriu um sorriso malicioso e falou: "E é gostosa, aguenta bem nós dois e ainda pede por mais a safada." Aydan deu um dos seus raros sorrisos, ficando sério em seguida, retrucou: "Estou falando sério, seu sacana." Kaydan fez um gesto de rendição: "Eu também estou falando sério. Imagina se nossa companheira fosse uma mulher frágil e delicada." Aydan fez uma careta ao pensar na imagem. Kaydan, então, sugeriu: "Certo, que tal começarmos um relacionamento com Tiffany? Se der certo, a marcamos como nossa Luna." Os dois irmãos compartilhavam uma comunicação silenciosa e um entendimento profundo, e concordar com essa decisão era o próximo passo em direção a um futuro que há muito esperavam.
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