Capítulo 3

1734 Words
Ele balançou a cabeça que não, como quem dissesse " ela está morta ", os homens que estavam com ele começaram esvaziar o local, ele falou com um deles - Tira ela daqui Ramon! Ela balançou a cabeça que não, ele só deu sinal, o moço se aproximou dela pegou pelo braço, foram saindo rápido, ele a levou para um carro, perguntou se ela tinha visto algo, ela ficou quieta chorando, foram pra um motel de beira de estrada bem perto, ele falou que era pra ela parar de chorar e parecer normal, porque se não podiam chamar atenção e não seria bom pra ninguém, ela se conteve para passar na portaria, ao chegar na suíte ele desceu primeiro abriu a porta do carro pra ela, falou que eles iam ficar lá até o Noah entrar em contato, e já avisou ameaçando que ia calar ela, se pensasse em fazer qualquer coisa, gritar, chamar alguém, ela continuou muda, evitando até olhar pra ele, entrou na suíte foi no banheiro vomitar e ficou sentada lá fechada, ele foi perguntar se ela tinha usado algo, drogas, bebidas, ela saiu do banheiro pálida nervosa com a situação toda, o encarou e disse - Porque quer saber? Não vou falar com ninguém além do Noah e pouco me importam suas ameaças. Ele a segurou forte pelo braço, falou bravo - Só vou perguntar mais uma vez, você usou alguma coisa? Com ela? Quer morrer também menina? Sem se mexer, se impondo ela o olhou nos olhos e falou - Eu não bebo e não uso nada. Também acredito que ninguém se importe caso eu venha a morrer! Ele a soltou começou mexer no celular trocando mensagens, ela se sentou em uma cadeira no canto ficou por horas lá quieta pensando, se culpando por não ter chego a tempo, de madrugada o Noah chegou, entrou no quarto falou - Ramon sai. O rapaz se levantou em silêncio saiu, ele puxou uma cadeira sentou na frente dela e falou - Fala, conta tudo oque aconteceu! Ela começou falar do momento que a Aisha sumiu na balada, ele respondeu - Não, tudo desde o momento que deixei vocês lá no hotel. Ela começou falar nervosa, parou na parte em que foram almoçar, perguntou oque tinha acontecido com a Aisha, ele falou - Overdose, eu não sei, se afogou no próprio vômito. Continua, eu quero saber tudo. Com quem ela falou, oque ela tomou, tudo. Porque eu quero entender oque aconteceu e pelo jeito você é a única pessoa que pode me ajudar. Ela respondeu com espanto - Como assim? Ela nem bebeu nada com álcool, não tem como. Ela ficou comigo o tempo todo! Ele falou um pouco alterado - Conta tudo, de novo desde o começo! Ela voltou falar como foi o dia todo, foi sincera e ao terminar, ele só disse " de novo ", ela repetiu tudo por horas, até se cansar e perguntar porque daquilo, ele falou que não estava fazendo sentido, que se fosse outra pessoa com a Aisha que até poderia ser, mais sendo a Rebeca não, ela falou - Você acha que ela se drogou? Ela estava feliz e bem. Mesmo se algo tivesse acontecido, ela não teria me deixado lá pra ir fazer isso. Ele respondeu mexendo no celular - É, então pensa bem, tenta se lembrar de algo, talvez ela foi encontrar essa pessoa e você viu mais não reparou. Ele estava mexendo no celular da Aisha, perguntou se elas tinham tirado fotos juntas e postado, a Rebeca disse que não, quando viu o papel de parede, falou com espanto - Não é esse. Noah, eu nem vi esse celular, ela estava com outro, outra cor outra capa. Era outro! Ele falou que precisavam achar, perguntou se ela estava com o celular, ela respondeu - Não, ela não desgrudou dele um minuto. Deve ter ficado caído no banheiro. Ele falou que não, que quem fez aquilo havia levado o celular, porque lá estavam as provas do encontro deles, insistiu fazendo perguntas, mais a Rebeca não tinha como ajudar, elas conversaram muito pouco sobre isso, ele disse que precisavam ir embora, que pelo próprio bem dela, agora devia ir junto de qualquer forma, porque se ele estivesse certo, quem fez aquilo pra Aisha ia tentar se livrar de qualquer coisa que o pudesse incriminar. Ela ficou quieta confusa, ele falou levantando - Vou te deixar em um lugar seguro, preciso ir ficar com os meus pais. O Ramon vai te levar, não fala nada pra ninguém, especialmente para os funcionários, se alguém perguntar sobre você, diz que é órfã que precisava de um emprego essas coisas, da uma de coitada, isso você sabe fazer bem. Não fala da minha irmã, não fala do que aconteceu, nem de onde você é. Entendeu?! Ela balançou a cabeça que sim, ao sair do quarto o Noah falou - Suas coisas estão no carro, troca de roupa toma um banho. Eu sei que é difícil, mais você não vai poder ir no velório dela! A Rebeca respondeu cabisbaixa - Tudo bem, aquela não é mais ela. O Ramon colocou a mala no quarto, fechou a porta, enquanto ela foi tomar banho, os dois conversaram um pouco lá fora, quando ela ficou pronta o Noah já tinha ido embora, sem falar nada ela colocou as coisas no carro, logo foram embora, antes de sair o Ramon foi olhar o quarto, ver se não estava ficando nada pra trás, falou pra ela - Pode pegar algo pra comer e levar, não vamos parar mais no caminho. Ela balançou a cabeça que não, ele não sabia muito bem oque pensar ainda sobre ela, pegou água suco e chocolates, jogou no carro, ele não disse mais nada, mas notou que ela não comeu nada desde que foram embora da balada, nem um gole d'água ela tomou e os remédios muito menos, mais ele não sabia do real estado de saúde dela. Depois de horas viajando sem dizer se quer uma palavra, chegaram a um bairro de luxo cercado de mansões, ela estava tão distante que nem reparou em nada até que ele foi entrando em uma, tinha três andares, muitas janelas amplas de vidro, um gramado a se perder de vista, a piscina era tão grande que mau dava pra vê-la inteira, tinha até chafariz bancos no jardim e seguranças no portão, o Ramon parou o carro na frente da casa, desceu falou pra ela " vamos ", foram entrando não tinha ninguém lá, logo uma senhora vestida de roupa social apareceu falando com insatisfação - Você demorou muito, quem é essa aí? Ele falou com arrogância - O patrão pediu pra deixar ela aqui, com você. Arruma um canto pra ela, põe pra trabalhar, o de sempre. Ela falou que a " doutora " não ia gostar, o Ramon falou irônico - E isso lá é problema seu dona Iolanda? Faz o seu que eu faço o meu, tá achando r**m vai reclamar para o patrão. Eu tô com fome, dá pra fazer alguma coisa pra mim? Ela falou no mesmo tom afrontosa - Ahhh faz o seu, que eu faço o meu. Tô cheia de trabalho hoje! Se vira folgado. A Rebeca ficou olhando quieta, a Iolanda falou medindo ela dos pés a cabeça - E você, quer que eu carregue sua mala? Anda logo, vou te mostrar os seus aposentos. Ela saiu andando na frente, passaram pela cozinha que era enorme, depois por outra cozinha menor mais simples, na área de serviço, tinham quartos lá, a Iolanda entrou em um dos últimos, falou com muita má vontade - Pode ficar aqui, como pode ver aquela cama já tem dona. Fica na outra, não mexe em nada, não saia da área de serviço sem autorização, muito menos no quintal, a geladeira comum no final do corredor é dos funcionários, não vou ficar de babá pra você, se quiser pode comer algo, tomar banho aí, novamente repito não mexa em nada, eu vou te dar produtos de higiene pessoal e toalhas, um cobertor. Você é muda?! Tá drogada?! A Rebeca balançou a cabeça que não assustada com tanta grosseria, a Iolanda falou que logo voltava, saiu fechou a porta, ao ficar sozinha a Rebeca respirou fundo olhou ao redor, tirou os sapatos sentou na cama encolhida, chorou um pouco, ficou por horas sentada do mesmo jeito, enquanto isso a Iolanda a assistia pela câmera e foi perguntar ao Ramon qual era o problema daquela menina, ele respondeu irônico - Anorexia? Abstinência? Ela estava curiosa pra saber mais sobre a Rebeca, foi levar os produtos de uso pessoal, perguntou se ela queria jantar, ela balançou a cabeça que não, perguntou se podia pegar água, a Iolanda disse que sim, foi indo na frente, na cozinha tinham três homens jantando, a Rebeca ficou cabisbaixa nem olhou pra eles, o Ramon estava comendo, falou pra ela - Não tá com fome Rebeca? Vem comer, a gente não morde! Um deles falou rindo - Ah não ser que você queira, eu não sou tão domesticado como o Ramon. Não fomos apresentados ainda, sou o Ayres! Ela ficou séria ignorando enquanto tomava água, na mesa tinha arroz, feijão com bacon calabresa, farofa, salada de folhas, ovo frito, torresmo, a Iolanda falou que era pra ele se conter, a Rebeca agradeceu, pegou o prato tirou pouca comida, logo os três saíram da mesa, só ficaram as duas, ela não estava conseguindo comer, a Iolanda perguntou oque ela estava fazendo lá, ela respondeu - Vim para trabalhar eu sou órfã e precisava de um lugar, uma oportunidade. Chegaram mais pessoas, uma moça jovem e um senhor, ela falou encarando a Rebeca - Quem é essa aí? A Iolanda falou com deboche - Sua nova colega de trabalho e de quarto. Seja educada Estela, você não é um bicho do mato como ela! As duas começaram rir, muito desconfortável a Rebeca se levantou, foi lavar seu prato, a Estela disse que estava cansada, foi para o quarto, depois de lavar toda a louça, a Rebeca voltou para o quarto, sentou no mesmo lugar, agora a televisão estava ligada, ela ficou quieta assistindo, a Estela estava no banho, quando saiu falou - Eu odeio dividir quarto com qualquer pessoa, não suporto que invadam meu espaço, que mexam nas minhas coisas. Fica no seu canto e vamos nos dar bem!
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