Briga no bar

2455 Words
Quase não consegui dormir pensando em tudo que aconteceu na noite anterior, já é de manhã e minha mente continua um caos total. Me levanto e vou tomar um banho, preciso voltar para faculdade já perdi muitas aulas por conta dessa m***a toda. Assim que termino, coloco uma roupa e desço as escadas com uma toalha na cabeça, quando chego na sala de jantar, papai e Louise já estão tomando café da manhã. - Bom dia. - Os cumprimento sentando em meu lugar. Papai estava lendo jornal e levando a xícara de café a boca. - Bom dia. - Ele balbuciou. - Bom dia minha querida. - Louise também respondeu. Peguei uma torrada e ovos, estava morrendo de fome, a empregada me serviu um suco. - Vou sair mais cedo hoje, não posso pegar a estrada escura. - Informei a eles e mordi minha torrada. - Onde vai Emma ? - Perguntou papai abaixando o jornal e me encarando. - Voltar para a faculdade, onde mais eu iria? - Respondi tomando um gole de meu suco. - Meu amor, temos um casamento para planejar. - Louise disse virando-se em minha direção. - E eu tenho uma faculdade para terminar mamãe, concordei em me casar, mas não em jogar minha vida no lixo, faltam 3 meses para minha formatura, tenho poucas aulas mas são importantes. - Respondi séria, passei anos sonhando com meu diploma, nunca iria largar tudo faltando 3 meses para me formar. - Emma, você é uma ótima aluna, tem excelentes notas, já está praticamente formada! Não precisa assistir a essas aulas, só fazer as provas de final de semestre. - Meu pai me retrucou. - Irei voltar para faculdade hoje, e isso nao está em discussão. - Informei a ele o encarando. - Concordei em me casar mas não vou abandonar minha vida, eu vou para a faculdade, volto aos finais de semana e podemos marcar o casamento para quando eu me formar. Continuei tomando meu café, até queria levantar e sair, essa conversa estava me incomodando, mas eu estava com tanta fome que não pude. - Tudo bem Emma, como você achar melhor! Irei conversar com Otto. - Papai disse cedendo, então levantou-se e saiu. Terminei meu café, arrumei minhas malas e as coloquei no carro. - Porque não vai de ônibus ? Ou com o motorista se preferir. É perigoso dirigir pela estrada meu amor. - Louise disse me olhando apreensiva! Era outra que não tinha fé nas minhas habilidades de condução. - Mamãe, eu vim dirigindo e irei voltar dirigindo, acalme-se, são só alguns quilômetros, ligo para a senhora assim que chegar. - Me despedi entrei no carro e fui, não vi papai, ele estava trancado no escritório. Não queria dar chance a ele de me repreender por dirigir, ou de tentar me convencer a ficar. A estrada estava quieta e deserta, era domingo de manhã as pessoas estariam retornando mais tarde, cheguei ao campus sem maiores problemas. Estacionei o carro peguei minha mala e subi. - Sua traidora descarada! Como pode ? - Um travesseiro voou em minha direção assim que abri a porta, esquivei-me dele, então o peguei no corredor. - Alicia, o Que faz aqui tão cedo? - Não é da sua conta, não somos mais amigas! - ela cruzou os braços e sentou na cama de cara fechada. - Pelo amor de Deus garota! Quantas vezes eu já te disse? Como poderia te contar algo que nem mesmo eu sabia? - falei andando em sua direção e dando um t**a em sua testa. Ela estava chateada por eu ter ficado noiva sem contar a ela e Brenda antes, sempre contamos tudo umas as outras. Sentei-me na cama ao lado dela e me joguei para trás encarando o teto. - Tínhamos planos Emma, iríamos nos formar, alugar um apartamento e morar as três juntas, abrir nosso escritório de advocacia e contabilidade. Viveríamos juntas e viajaríamos o mundo. - ela disse caindo ao meu lado, eu queria chorar, me lembrava desses planos todos os dias desde que soube dessa d***a de casamento. - Ainda podemos, vocês podem me esperar! Não vou ficar casada pra sempre. Só preciso estar agora. - Eu disse olhando para ela com o canto dos olhos. Ela virou-se para mim. - Se aquele bastardo intimidar você, eu chuto as bolas dele. - Eu ri, foi tão espontâneo, Alicia sempre foi assim, falava o que vinha na cabeça. - Eu sei Ali, eu sei. - Eu disse sorrindo. Sabia que poderia confiar em Alicia e Brenda, elas foram as únicas que estiveram ao meu lado nos últimos anos, fazíamos tudo juntas. Organizei minhas coisas no dormitório, liguei para minha mãe para avisar que cheguei bem, ela me disse que Otto gostaria que o casamento ocorresse logo após a formatura, ouvi em silêncio, me despedi e desliguei. Brenda chegou mais tarde, era mais racional que Alicia, me abraçou e disse que ficaria tudo bem, se tudo ocorresse bem eu poderia me livrar em um ano desse casamento. - Abriu um bar no final da rua, todos falam muito bem sobre ele, que tal irmos? - Alicia propôs animada. - Eu estou tão cansada, que tal filme e pizza ? - Propus a ela, não estava afim de sair. - Aa não Emma, quantos anos você tem ? 60? Vamos sair, conhecer pessoas novas. - Ela disse enquanto me puxava pelo pé. - Vá vocês, me deixem aqui. - Respondi me segurando na cabeceira da cama. - Emma Collin, você vai levantar já dessa cama, se arrumar, iremos sair encher a cara e nos divertir como se não houvesse amanhã! Será como uma despedida de solteira, mas ao invés de ser somente um dia, serão 90. - Brenda disse, olhei pra ela estupefata. - Vamos Emma, você vai se casar e ficará um tempo fora do radar, vamos nos divertir nos próximos meses, será a mais longa despedida de solteiro de todos os tempos. - Alicia disse pulando alegremente. Me dei por vencida, tomei banho, passei uma maquiagem básica, coloquei uma calça colada, um top, jaqueta e salto. - Meu Deus! Hoje você mata um. - Alicia disse andando em minha volta. Saímos e fomos andando até o bar, era bem próximo ao dormitório logo no final da rua do campus, chegando no local haviam vários estudantes, calouros e veteranos, começamos a Berber! Vários caras se aproximavam tentando pagar bebidas para nós, mas dispensamos todos queríamos só nos divertir. Dançamos, bebemos, rimos até cansar, a noite estava incrível, então nos sentamos no bar, um garoto cochichava com os amigos mais à frente, nunca o vi, acha que era calouro não dei muita atenção mas então ele andou em nossa direção, me ofereceu uma bebida e eu recusei gentilmente. - Qual é loirinha ? É só uma bebida. - Disse um garoto, não conseguia ficar sobre seus próprios pés de tão bebado, quase caiu encima de mim, o empurrei. - Garoto, se toca! Nao ouviu? Não! Some. - Disse Alicia impaciente. - Vocês não acham que estão se dando importância de mais? Fazendo esses joguinhos de recusa. - Continuou o garoto chato e insistente. - Primeiro, não é joguinho, eu posso pagar minha própria bebida e não preciso de um i****a como você me enchendo, e segundo, se não fôssemos tão importantes você não estaria nos implorando para nos pagar uma depois de ter levado um fora! - Alicia continuou discutindo com o garoto chato, os amigos dele tentavam acalmar os ânimos. Qual o problema desse garoto afinal? - Se você continuar causando aqui, vou ter que pedir que se retire. - Disse um garoto sentado no bar. - E quem você pensa que é hein ? Acha que pode comigo ? - Realmente existiam pessoas que não podiam beber, qual é o problema desse garoto ?. Me levantei da cadeira e estava preste a sair quando o i****a me agarrou pelo braço. - Onde você pensa que vai loirinha? Ainda não terminei com você. - Ele então apertou meu braço, dei um soco na cara dele que caiu com o nariz sangrando, seus amigos ficaram surpresos e se afastaram, alguns mais bebados uns corajosos e outros só idiotas mesmo vieram para cima de nós, e então a confusão estava formada. O garoto do bar veio ao nosso socorro com um grupo, começaram a brigar com os outros, então a polícia chegou, fomos levados para a delegacia, mandaram que chamássemos alguém para se responsabilizar por nós, meu coração errou uma batida, para quem eu ligaria ? d***a, papai vai me m***r, mas eu não tinha escolha. Liguei para ele, ele ficou furioso, podia ouvir seu punho batendo na mesa, ele xingou e eu afastei o celular da orelha. - Papai, você vem ou não? - Respondi irritada. - Chego em 2 horas Emma, prepare-se. - Senti um frio percorrer minha espinha, eu estava encrencada. O pai de Alicia, Edward Smitchi, era advogado, mas também morava distante, o pai de Brenda Stevan Gusmon, era corretor e estava voltando de uma viagem, ficaríamos aqui por algum tempo afinal. Algum tempo passou, então o delegado chegou para verificar o ocorrido. O garoto que quebrei o nariz, era filho de um conhecido empresário da cidade que chegou bufando e apontado o dedo para nós. - Eu vou acabar com vocês, vocês não vão se formar nessa cidade! Não conseguirão emprego! Vocês estão arruinadas. - Ele rosnou para nós, nossa expressão permaneceu imperturbável. - Amiga, está ouvindo esse zumbido? - Perguntou Alicia. - Qual zumbido? - Questionou Brenda. - Acho que era uma mosca, mas já se aquietou. - E então caímos na gargalhada, o homem em nossa frente estava roxo de raiva. - Eu quero elas presas, meu filho foi lesado. - Ele rugiu para o delegado. - Temos testemunhas e gravações que confirmam que seu filho as estava importunando, se elas quiserem dar queixa quem ficará preso será ele. - O homem ficou louco, bateu o punho na mesa e gritou. - Você sabe quem eu sou? William Davis, o Empresário William Davis! - E você sabe quem eu sou? Albert Simons Filho, o delegado Albert Simons Filho. - O delegado retrucou fazendo o homem ficar azul, veias saltavam em sua testa. Espere um momento, Simons não era o sobrenome dos pais de Éric? - Senhor delegado, seu irmão é Éric Simons? - Perguntei assim que aquele homem deixou a sala. - Depende, o que ele fez pra você? Dependendo do que foi não o conheço. - ele disse e riu, o sorriso era o mesmo de Éric, com certeza eram parentes. - Nada, na verdade o conheci no sábado, ele foi muito legal comigo. - Disse enquanto sorria. - Ah, você é Emma Collin, a noiva de Lucian. - Ele falou parecendo ter feito uma grande descoberta. - Meu pai tem razão sobre a sua beleza, mas quanto a ser uma boa menina, vamos ver o que ele diz depois de saber que foi presa por uma briga de bar! - Eu então gargalhei, ele e Éric eram irmãos afinal, que coincidência. - Vocês estão bem? - Era Louise Que entrava pelo corredor da delegacia e vinha em nossa direção. - Sim mamãe, estamos bem! - Respondi a acalmando. - Você é a mãe dessa garota? Pois saiba que garantirei que sua família não tenha paz nessa cidade! - Disse o senhor “grande empresário” voltando com seu tom arrogante. - Sério? E quem é você para garantir algo assim. - Uma voz gélida e profunda soou da porta, era Lucian. Mas o que ele fazia aqui ? - Sr. Callahan! - exclamou o homem ficando vermelho como um pimentão. - Essa garota quebrou o nariz do meu filho… Antes que ele pudesse continuar Lucian lhe deu um olhar de aviso. - Essa “ garota “ - Ele disse frisando a palavra garota que o homem havia usado. - É minha noiva! E eu espero que seu filho não tenha feito nada para merecer o nariz quebrado, pois olharei as provas e ouvirei as testemunhas. Se eu descobrir algo, não será só o nariz quebrado que ele terá. - Lucian olhou para o homem com um olhar aterrorizante, pude ver a cor sumir de seu rosto. - Olha Emma, seu bastardo até que é gente boa. - Disse Alicia deitada em meu ombro de olhos fechados. Lucian me encarou e ergueu a sobrancelha, eu queria socar a cara dela, sorri para ele sem jeito. - Tudo resolvido, podemos ir. - Disse papai entrando com uma carranca, achei que ele não estava aqui. - Nós três ? - Perguntou Brenda ao delegado com os olhos suplicantes. - Sim, as três! - Ele respondeu piscando para ela. - Obrigada! - Ela pulou do banco e o abraçou, logo soltou, ele ficou sem jeito e ela saiu saltitando. Nos dirigimos para a saída. - Obrigado Albert. - Lucian disse acenando com a cabeça. - Não há de que Lucian, estou só fazendo o meu trabalho. - Ele respondeu sorrindo com os braços cruzados sobre o peito. - O que ele faz aqui? - Questionei Louise assim que saímos da delegacia. - Estávamos jantando quando você ligou, falávamos sobre o casamento, Otto achou que você estaria em casa. Seu pai anunciou que era você e que ele atenderia, quando ele voltou vermelho como um pimentão quiseram saber o que aconteceu, então Otto disponibilizou um helicóptero e Lucian ligou para o amigo delegado dele. - Mamãe explicou orgulhosa. Então não és coincidência o delegado ser irmão de Éric e por isso o delegado falou com o Sr, Davis com tanto desdém. - Acho que você deveria voltar para casa. - Anúncio papai atrás de nós. - De jeito nenhum, eu disse que minha exigência era terminar a faculdade. - retruquei papai. - Emma, você veio terminar a faculdade ou ir em festas e arranjar confusão? Última chance, se houver mais um único problema você irá pedir para estudar em casa e virá embora conosco! - Ele disse em tom sério, como se ele pudesse decidir isso! Ele não seria capaz de me levar daqui nem a força. Olhando para a raiva em seus olhos já não tinha tanta certeza se ele não seria. Depois disso os pais de Brenda e Alicia chegaram, o pai de Alicia decidiu processar James Davis por assédio e seu pai por ameaça e tentativa de intimidação, ele nos parabenizou por não ficarmos quietas. O pai de Brenda a repreendeu pelo perigo mas estava feliz por ela estar bem, nos despedimos, todos foram embora inclusive Lucian que não me dirigiu a palavra depois que saímos da delegacia. Voltámos ao dormitório tomei um banho cai na cama e dormi estava exausta.
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