Somos oficialmente noivos.

1245 Words
Enfim é sábado, naquela tarde quando sai de casa peguei o ônibus e vim direto para a faculdade, vim pensando o caminho todo que alguém teria que me colocar em primeiro lugar e esse alguém sem dúvida alguma sou eu mesma, não tive contato com os meus pais desde então. Minha mãe me ligou inúmeras vezes e não atendi, não sei em que pé está a situação por lá, ou o que eles disseram a Otto e Lucian, também não me importa. Saio dos meus devaneios levanto da cama, estou sozinha hoje, por ser fim de semana minhas colegas de quarto Alicia e Brenda, que também são minhas melhores amigas, foram visitar suas respectivas famílias, e eu fiquei sozinha o que já estou acostumada. Quando estou escovando o cabelo ouço alguém bater a botar : - O que você está fazendo aqui? - Esse é o modo que você recebe seu futuro marido ?.- Só pode ser piada, trocamos uma única palavra quando nos conhecemos, e agora o poço de antipatia está na minha porta! - O que você quer aqui? Acho que deixei bem claro para os meus pais que esse casamento por conveniência NUNCA, repito NUNCA IRÁ ACONTECER - Ele sorri, empurra a porta do meu dormitório e entra sem ser convidado, que abusado. Óh céus, ainda bem que troquei de roupa imagina se ele me pega de pijama de gatinho, só de imaginar eu coro. - Quais perversidades você está pensando para estar corada dessa maneira ? - Ele provoca com um sorriso atrevido. - Estou pensando que tem um velho p********o que invadiu meu quarto, e se você não sair daqui eu vou gritar - Eu gritei apontando para a porta. Ele me olha e parece bem irritado. - Emma nossa conversa está bem amigável, mas acho que você não leu os jornais ultimamente, somos noivos, nada mais comum do que eu visitar minha futura esposa. - Do que esse bastardo está falando?! Fiquei incrédula com a Audácia, noivos ? Nem em sonho! Ele só pode ter pirado. Vendo minha cara de surpresa ele então estende um jornal em minha direção com a manchete - " Os empresários Otto Callahan e Thomas Collin acabam de tornar pública e oficial a união não só de suas empresas mas também de suas famílias, com o matrimônio de Lucian Callahan e Emma Collin que ocorrerá em poucos meses. Otto Callahan irá tornar-se sócio da Collin's corporation, a empresa continuará em família já que cada um dos empresários tem somente um único filho os quais se tomarão em matrimônio". Não pude acreditar no que estava lendo, a raiva tomou conta de mim, peguei o jornal e o arremessei longe, então fui rumo a Lucian e batendo com o punho em seu peito tentava o expulsar de meu quarto: - O que você quer? Não vai conseguir nada aqui! Saia daqui, saia daqui agora!! Não irá haver casamento algum eu já disse que não, não sei o que veio buscar aqui mas não irá conseguir nada.- Ele então segurou-me pelo pulso firmemente, me encostou contra a parede e quando eu estava imobilizada olhando no fundo dos meus olhos disse : - Você realmente acha que eu queria me casar com você ? Que eu não tenho opções melhores do que uma garota mimada que pensa ser independente ? Uma menininha que pensa ser crescida mas não conhece nada da vida? Não Emma, você nunca seria uma opção para mim! Você é bonitinha mas é fútil, igual a você existem milhares. Mas diferente de você eu respeito e me preocupo com minha família, diferente de você em primeiro lugar vem minha família e nossos negócios e eu fui criado para saber que terei que fazer sacrifícios em nome disso, e me casar com você é o maior deles. - Eu estava acabada, desolada, esse homem além de antipático era repulsivo. Como ele pode vir até aqui para me dizer essas coisas? Que eu não era leal a minha família ? - Saia por favor - Eu só tive forças para dizer isso. - Antes, eu preciso te dizer algumas coisas - Ele respondeu me soltando do aperto. - Eu não queria me casar com você, eu tenho 28 anos e para mim você é uma criança, mas meu pai por algum motivo achou que isso seria benéfico para ambas as famílias. Sabe Emma, Eu jurei nunca me casar ou amar alguém, então não espere muito de mim. Ele disse me olhando seriamente, essa foi a única vez que não senti sarcasmo em seu tom de voz, continuei ali calada. - A empresa do seu pai precisa de alguns milhares de dólares para se reerguer, ninguém vai emprestar essa quantia a um homem falido, não sei se sua família lhe contou mas as coisas não estão nada bem para vocês. Seu pai perdeu muito dinheiro, vendeu imóveis, ações e hipotecou a casa de vocês, ele pode até conseguir se reerguer mas não se perder tudo, e não sozinho. Se esse casamento não ocorrer ele não perderá só a empresa, mas todos os bens, vocês ficaram sem absolutamente nada, então baby, pare de ser egoísta e pense um pouco em sua família e nas centenas de pessoas que eles empregam. - Disse Lucian que diante do meu silêncio saiu e fechou a porta atrás de si, deixando antes, um envelope sobre a escrivaninha. Assim que ele saiu escorreguei pela parede, abracei meus joelhos e desabei a chorar, senti o desespero tomar conta de mim. Chorei não sei por quanto tempo, tentando digerir o que acabara de acontecer, o que Lucian me disse. Eu então me recompus e fui lavar meu rosto, limpar minhas lágrimas, era muita informação para absolver. Então as coisas eram piores do que haviam me dito, estávamos realmente falidos, a única vez que eu decido me colocar em primeiro lugar, pensar na minha felicidade e recebo essa bomba. Se tudo que Lucian disse for verdade não será só minha família que irá se prejudicar, mas centenas de famílias que contam com esse emprego para se manter, eu não posso ser responsável por isso. Decido arrumar minhas coisas e ir para casa, ver se Lucian exagerou em algum ponto ou se ele está correto, decido ir dirigindo para espairecer um pouco, preciso de ar, preciso pensar, preciso de tempo para minha mente que está perturbada no momento. ———————— Lucian ———————— Telefone toca - - Ola - atendo um tanto quanto irritado após sair do dormitório daquela garota. Por algum motivo ela me tira do sério sem esforço algum. - Lucian querido é Louise, como foi com Emma? - Ela me pergunta, só estou aqui porque meu pai me obrigou a vir falar com ela, quando Louise veio até nós informando que Emma não aceitou o acordo de casamento, meu pai e Otto conversaram durante dois dias, e decidiram por que haveria casamento, pelo visto não temos vontade própria, os dois anunciaram publicamente e então meu pai me pediu que viesse falar com Emma, por algum motivo ele achou que poderíamos nos entender, mas é impossível conversar com uma garota tão irracional, são só negócios, casamentos são apenas negócios. - Ola Louise, ocorreu tudo bem, conversamos, expomos nossos pontos e agora é aguardar para ver qual a decisão dela. - Ou para ver se ela entende que não somos nós quem decidimos! Garota estúpida.
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