Capitulo 22 Sofia

1188 Words
Meu coração estava completamente machucado, como eu iria continuar me levantar depois de ter perdido meu grande amor. Ele disse que vai tentar me provar, mas eu não confio, não acredito que vá conseguir mostrar que isso não passou de um m*l entendido. Não queria ficar em casa chorando por causa disso, vesti um vestido tubinho, soltei meus cabelos e estava disposta a ir em um pagode no Vidigal. Estava completamente solteira e queria aproveitar. Desci o morro sozinha, sentir uma sombra atrás de mim, no primeiro momento sentir medo, achei que era algum inimigo do meu irmão, mas para a minha surpresa era o PP, ele estava me seguindo desde o Alemão e eu não entendia a atitude dele. — O que está fazendo aqui? — perguntei. — Estou te protegendo, dona Sofia — ele disse e eu dei uma gargalhada. — Eu sei me cuidar sozinha, você é o cão de guarda do Barão, foi ele que te mandou aqui? — indaguei sorrindo. — Sofia, você veio aqui para beber, vai ficar vulnerável e eu não vou te deixar sozinha, não adianta pedir — ele disse. — Por que está fazendo isso? Por que está tentando cuidar de mim? Não percebe que sou uma mulher triste e apaixonada, que teve o coração partido em pedacinhos — falei enxugando as lagrimas. — Você ta enxergando somente dor, não quer seguir em frente e acha que pode viver desse jeito, mas aquele homem não te merece e se abrir espaço no seu coração, eu posso te fazer feliz — disse me deixando sem graça. — Não consigo! Me desculpe, mas eu ainda amo o Polegar — confessei. Virei-me de costas e seguir andando pelo morro, assim que cheguei na praça, peguei uma long neck estava acontecendo a maior festa no Vidigal, as mulheres bebendo, dançando e sendo feliz. Tudo o que eu queria era encher a cara também, queria dançar e esquecer tudo o que eu passei com o Pedro, toda a dor da traição, queria pagar de superada, mas não tinha como diante aquela situação horrível. — Senhora, essa já é a quinta garrafa, vai ficar bêbada — ele disse tentando ser profissional. — E dai, PP? Se eu ficar bêbada, você vai tomar conta de mim. Esse é seu papel, foi o meu irmão que te mandou, eu sei disso — disse sorrindo. — Não! O seu irmão não me mandou, mas eu sou incapaz de te deixar sozinha nesse estado — falou me surpreendendo. — Tem pena de mim? Está aqui para me ver no fundo do posso? Por que todo mundo ver, mas ele não! — disse com lagrimas nos olhos. — É você que quer se apegar nisso! A mulher mais bonita desse mundo, que pode muito bem ter qualquer homem aos seus pés, mas prefere ficar ai chorando, se lamentando e sofrendo por um homem que não te merece, ele não te merece, Sofia — ele disse e u bebi de vez. — Eu sei disso! Eu sei que ele não me merece, mas o meu coração está completamente apaixonado por ele. Acha que eu queria sofrer desse jeito? Obvio que não, mas infelizmente, eu estou sofrendo, PP — gritei e ele me surpreendeu me abraçando. — Chore, coloque tudo para fora, desconta em mim toda a sua raiva, só não deixe o seu coração te levar para um abismo que não existe — falou tocando meu cabelo. — Talvez eu tenha sido a mulher mais exagerada desse mundo, vivi para ele, amei mais a ele do que a mim mesma, muitas vezes eu me alimentava de pouco, dos olhares intensos, dos abraços e brincadeiras, mas o problema é que eu não consigo, minha cabeça não ta me ajudando e tudo o que eu queria nessa vida era ter ele ao meu lado, mas a culpa disso não é minha, ou talvez é, pois eu me apaixonei por alguém que estava brincando com meu sentimento e agora estou aqui completamente sem rumo, sem saber como seguir diante dessa situação horrível que eu mesma me coloquei — confessei. — Esse foi o seu problema maior, pois, ninguém pode ser mais que você. Uma mulher tem que se amar em primeiro lugar e você não se amou, Sofia. Talvez eu esteja vivendo o mesmo, pois estou aqui te pedindo que fique comigo, que me der uma oportunidade, mas você não quer, pois está perdida na tristeza, não consegue ver a felicidade — falou enxugando as minhas lagrimas. Vir que o clima entre nós dois estava começando a intensificar e isso me deixou corada, tanto que eu me virei de costas para ele, queria seguir em paz, porém, ele estava tentando me perturbar e eu não estava pronta para isso. Seguir caminhando para a praça e as musicas não estavam ajudando, eu comecei a cantarolar enquanto pensava no Pedro. — Se você me ama, por que me machucou? Se me amava ce foi me trair por quê? — falei enquanto bebia e sambava. — Agora nem pintado de ouro eu te quero, não vou sentir pena de te ver sofrendo — falei para mim mesma. — Quero que sinta a dor que estou sentindo e se arrependa de vacilar comigo — balbuciei completamente bêbada. PP continuou me seguindo e impedindo os homens de chegar perto, eu continuei sambando e cantarolando, as lagrimas molharam meu rosto, aquela musica falava tudo o que eu estava sentindo e tudo o que eu queria para minha vida. — Eu não vou negar que ainda te amo, mas você merece o meu abandono. O que eu mais queria era ficar contigo, mas você deixou meu coração partido… — falei para mim mesmo. — Sofia, você ta completamente bêbada — ele disse e eu dei uma gargalhada. — Me deixa, eu to apenas curtindo o meu momento — disse empurrando ele. Não sei por quanto tempo fiquei ali, mas estava me sentindo bem por está enchendo a cara de cachaça e de alguma forma está vivendo esse período de luto. — PP, eu estou bêbada. Eu estou feliz — disse e ele meneou a cabeça. — Vamos voltar para o morro senhora — ele disse me segurando pelo braço. Seguimos em silêncio, os morros eram próximo demais, então quando chegamos na entrada do morro, eu olhei e vir que ainda faltava muito. — PP, eu quero ir nas suas costas, me leva? — perguntei sorrindo. — O que? — ele perguntou sem graça. — Eu não quero andar — fiz biquinho. — Pedindo assim, você tem tudo de mim — ele disse se virando de costas. Subi nas suas costas de macaquinho e ele foi subindo o morro enquanto eu cantarolava no ouvido dele. — Se ele me amava do jeito que ele dizia, por qual motivo ele me traiu? Eu lutei, insistir e persistir, mas ele brincou né isso? Como ele ta arrependido? Essa musica é minha com ele — balbuciei enquanto todos assistiam a cena, mas nosso momento foi interrompido pelo Pedro, obvio que ele apareceria ali. — Que p***a é essa? — rosnou fazendo meu corpo se arrepiar.
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