CAPÍTULO 2-1: DEUS DA ESCOLA

783 Words
PVO DE LILY ATUAL (2 ANOS DEPOIS): Ser admitida na Academia Shadow Cove seria a pior coisa que poderia me acontecer. Era o lar dos demônios mais perversos vestidos como adolescentes do ensino médio. Eu ainda não sabia, porém, enquanto encarava a imponente estrutura diante de mim. Limpei minhas mãos suadas na minha saia azul marinho plissada recém-passada que tremulava ao redor das minhas coxas com uma rajada de vento. Minha mente estava cheia de pensamentos renovados, meu coração estava cheio de esperança renovada. É isso. Esse é o meu momento. Vou começar do zero. Começar uma nova vida, manter a cabeça baixa, me formar na academia com notas perfeitas e tudo será tranquilo na universidade da Ivy League da minha escolha. Principalmente manter a cabeça baixa, evitar qualquer problema. A Academia Shadow Cove era maior e mais diversa do que a Gold Crest, escola preparatória. Era uma escola que atendia apenas a elite dos elites, tanto na comunidade lobisomem quanto humana. Pelo menos, era o que dizia o folheto. A Gold Crest era uma comunidade mais concentrada, cheia de pessoas que me conheciam e sabiam o que meu pai tinha feito. A Academia Shadow Cove era mais diluída, apenas com as crianças marginalmente geniais do um por cento do um por cento, dos quatro clãs e humanos também. Eu poderia facilmente me misturar com os humanos e ninguém daria a mínima para o fato de eu ser uma ômega sem um lobo, desde que eu mantivesse a cabeça baixa e não procurasse problemas. O que deveria ser fácil o suficiente. Engoli o ar profundamente, puxando para dentro dos meus pulmões e exalando pela boca enquanto subia os largos degraus desgastados. Meu coração parou no meu peito quando eu vi a fonte de água que era uma gigantesca estátua de mármore da deusa da lua, derramando um interminável jorro de água de seu jarro, com uma expressão tranquila e gentil em seu rosto. O som de um grupo de meninas rindo atrás de mim entrou nos meus ouvidos e minha espinha congelou enquanto a apreensão tomava conta dos meus ossos. Mas elas passaram por mim, sem nem mesmo me perceber. Nada de deboche. Nada de provocações. Nada de empurrões sutis. Relaxei um pouco. Elas não estão rindo de mim, tentei me convencer. Por que elas ririam de mim? Ninguém aqui conhece quem eu sou. Estou segura. Estou segura. Repeti o mantra mais três vezes antes de pegar a minha grade de aulas e tentar encontrar meu caminho pelo labirinto que era a escola, sem um mapa. Claro que eu tinha recebido um mapa, mas tomei a decisão firme de não usá-lo porque ficar de cara enfiada em um mapa enquanto tento navegar pela escola era como ter um letreiro neon apontando para mim que dizia: "Nova garota desligada! Aterrorize-a!" Isso chamaria ainda mais atenção, o que estragaria meus planos de manter um perfil baixo. Eu já tinha memorizado o mapa no fim de semana e me orgulhava por ter uma memória muito boa. Encontrar minha sala de aula foi mais fácil do que eu esperava e fiz uma dancinha feliz, me parabenizando por encontrá-la com alguns minutos de sobra antes da minha primeira aula. Em retrospecto, provavelmente não deveria ter ficado tão animada, porque no instante em que estendi a mão para abrir a porta, alguém do outro lado a abriu antes de mim e – seguindo em alta velocidade – colidiu comigo e simplesmente continuou seu caminho. Ele era musculoso e provavelmente tinha um porte físico robusto, porque sequer piscou enquanto eu caía como um baralho direto no chão. Ofeguei de choque com uma dor aguda percorrendo meu cóccix, fazendo careta quando tentei me levantar elegantemente. "Olha por onde anda", o muro de tijolos ambulante debochou de mim, passando por mim. Você que esbarrou em mim, i****a. Demorei alguns momentos para perceber, através do pesado silêncio que se seguiu após a minha afirmação que... droga. Eu tinha dito isso em voz alta. Um medo me dominou e comecei a tremer de apreensão, memórias do meu passado me inundando como um tsunami. Já havia uma multidão se formando ao nosso redor, estudantes da escola prestigiada, que eu achava que tinham mais o que fazer com o tempo livre deles, colocando a cabeça para fora das janelas e salas de aula, sussurrando entre si. Você ouviu o que ela disse? Ela chamou Aiden de i****a. Ouvi dizer que ele torturou um garoto só por olhar para ele nos olhos enquanto ele passava. Você sabe quem ela é? Provavelmente é nova. Todos aqui sabem para não cruzar o caminho de Aiden Vanderbilt. Todo o sangue drenou do meu rosto assim que ouvi o nome dele.
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