O monte Roraima

1404 Words
Yan A chuva caia forte lá fora, era engraçado como chove forte neste dia do ano em específico, parece que alguém lá em cima manda essa chuva para me lembrar o que eu não consigo esquecer e provavelmente nunca esquecerei. Levanto da cama quente, deixando a pequena Nix bem agasalhada, coloco os travesseiros em sua volta para ela não sentir a minha falta, olhe para o relógio são quatro e quinze da manhã, me visto, pego a minha barraca e o meu saco de dormir, Dona Cristina e a babá de Nix, estava a dormir no outro quarto se levanta ao ver que estou de pé. — O senhor já tá indo? — Já, são três horas de carro daqui, ate lá depois umas duas horas de caminhada até o monte roraima — Eu não sei como o senhor consegue fazer isso todos os anos — Pois é, eu também não sei, cuide bem da pequena Nix, eu volto amanhã, não deixe aquela carinha de linda te enganar, ela só pode comer um chocolate depois do jantar. — Tudo bem, só um chocolate — Dona Cristina !? - Eu falo em tom recriminatório — Talvez dois - A senhorinha da uma risadinha Eu saí rindo da ingenuidade da mulher, entro no carro e começo a dirigir na estrada fria e chuvosa, eu escuto as pedrinhas batendo na lataria do carro. Hoje faz 3 anos que minha Max morreu, ela era meu ponto de equilíbrio e a minha loucura, Aquela mulher entrou na minha vida, revirando o meu mundo de cabeça para baixo. Até ela aparecer na minha vida eu era simplismente um jogador, mesmo tendo a família que eu tenho, são todos loucos com senso de justiça duvidoso, mesmo assim eu era diferente. E criei uma máscara, um personagem, para esconder a minha verdadeira natureza, minha sede incontrolável por sangue, ou melhor, sangue não, pela morte. Aquele momento único em que você vê a vida se esvaindo nos olhos de outra pessoa, o desespero, o medo do desconhecido, aquela esperança presa nos últimos segundos de vida. Essa era minha paixão, minha motivação, era por isso que o meu coração batia acelerado, eu tinha uma vontade desesperada por sentir algo e só esse momento me fazia sentir- me vivo. Até…. Até conhecer Max e ela me mostrar que eu podia, sim, sentir. Max virou a minha companheira, minha cúmplice, o outro lado da minha moeda, ela conhecia o meu ser sóbrio e eu o dela. E assim vivíamos felizes, alimentando o monstrinho um do outro por alguns anos. Mas nem sempre as coisas são com tem que ser. Max se foi me deixando este vazio enorme no peito e uma linda princesinha para criar. Depois da morte da Max eu e Nix andamos pelo pais, encontrei uma senhora de confiança dona Cristina que viaja comigo para todos os cantos , eu ainda caçava pedófilos como um louco, eu tinha uma necessidade estrema de matar cada filodaputa que passasse pelo meu caminho, sem falar que a cada pista, a cada mala com uma criança dentro encontro de uma mala eu voava para o local, mas nada de encontrar o cidadão, o que fazia os meus ossos tremerem, e a minha cabeça rodar. Mas acabei ficando proximo ao lugar onde fui mais Todos os anos no dia do aniversário da sua morte eu vou até o Monte Roraima. Apesar de ser um dos principais destinos de turismo em Roraima, o monte não pode ser acessado a partir do Brasil. A cidade mais próxima é Santa Elena de Uairén, na Venezuela Max fez-me fazer essa viagem pela primeira vez a quase sete anos atrás, ela insistiu para assistirmos UP altas aventuras e assim que acabou o filme voamos para cá e lá em cima do monte Roraima ela me contou que estava grávida da nossa pequena deusa da noite Nix. Depois de seis horas de viagem cheguei ao monte Roraima, a chuva ainda batia nas minhas costas, não tinha condições nenhuma de montar acampamento, eu ri, olhei pro céu e disse pensando em Max: -Se a chuva não passar não vou conseguir acampar minha senhora! Eu ri sozinho porque se ela estivesse aqui iria dizer: Se vira! Fiz a minha prece silenciosa e voltei para casa, alguma coisa estava me dizendo que eu não deveria estar ali Era inicio da noite quando cheguei em casa, eu resolvi morar perto do lugar onde eu me sentia mais feliz, perto do parque nacional do monte Roraima onde eu e Max vivemos momentos felizes. Assim que estacionei o carro no pátio da casa Nix veio correndo e pulou no meu colo, junto com princesa leia nosso pit bull, sim e um macho com nome de princesa leia, coisas da Nix O cachorro seguia ela em todos os lugares, os dois estavam pulando da chuva, deus essa menina vai pegar um resfriado. — Pai! Você chegou - ela enche o meu rosto de beijinhos — O que você esta fazendo pulando na chuva menina? — Estavamos brincando. Dona Cristina vem para a varanda e diz rindo — Ela fez aquela carinha e eu não consegui dizer não Eu entendo Dona Cristina as vezes e difícil até para mim dizer não para ela. Entro com a criança nos braços e o cachorro pulando atrás de mim, coloco a Nix na banheira e princesa leia pula junto, sim, os dois tomavam banho juntos, enquanto eu esfregava a menina ela ensaboava o cachorro, eu ri, Heitor costumava dizer que eu, Hades Espirro e feijoada éramos uma quadrilha, agora eu entendo o motivo. Nix catou esse cachorro na rua ainda filhote, ele estava magro desnutrido e ela cuidou dele, chamou o cachorrinho de princesa leia e não teve Cristo que tirasse da cabeça dela de não chamar o cachorro de princesa então eu deixei. Enquanto eu vestia a pequena para enfim tomar o meu banho meu celular tocou. Deixei ela com a dona Cristina e fui para o meu quarto, tranquei a porta. Abri o computador, Zeus havia feito para mim um rastreio de pedófilos conhecidos da área, a alguns meses eu estava a mapear um i.diota que gostava de meninas e vendia fotos dessas garotas na deap web, Eu ja o havia localizado, mas ainda não havia o pego no fraga. Mas hoje o bonito disse ter novidades a partir das 21:00 eram 5 da tarde. Eu havia colocado um rastejador no homem e picape dele ainda estava no lugar, troquei de roupa, abri o meu baú de ferro que ficava de baixo da cama, coloquei as minhas coisas na mala peguei as minhas coisas. Coloquei na parte de tras do carro. Eu precisava terminar de construir o meu galpão para colocar as coisas la. Fui até a casa do homem, era uma pessoa normal, um cara desses bem comuns, desses que aparece nas redes sociais como melhor marido e pai do mundo. O homem sai de casa e eu vou atrás dele mantendo uma certa distância, ele dirige por quase duas horas e chega atravessar a fronteira venezuelana. Ele saiu da estrada asfaltada e andou por dentro da mata fechada por quase uma hora. Então ele parou numa estradinha de barro e entrou na mata a pé com uma mochila nas costas, eu parei um pouco mais atrás não dando hipótese dele ver-me e fui atrás dele a uma certa distância ele entrou numa casa, cheguei de mansinho e olhei pela janela. La dentro eu vi uma cama suja, um fogão velho, uma menina de uns nove anos estava deitada na cama, amarrada, amordaçada, e com os olhos cobertos Mas o que chamou atenção e que no canto esquerdo uma mulher de uns 18 anos estava encolhida, ela escondia o rosto entre as pernas e tremia de medo, a suas pernas estavam acorrentadas na parede, estava nítido que ela não estava ali por vontade. O homem saiu de perto da cama e foi até a menina mais velha, tirou as algemas das pernas, fez ela entrar num latão de 200 litros, e depois tampou. E se virou para a menina que estava na cama. Mais uma vez eu olhei pro céu e disse para Max: A senhora não me deixou acampar porque tinha que resgatar essas duas né, dessa forma vou morrer de trabalhar. Engraçado, mas ainda sinto a presença de Max comigo, principalmente quando acontece essas "coincidências" Bom e hora de eu agir
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