Eu me lembro exatamente da primeira vez que me toquei, era noite, estava chovendo e eu sentia angústia, medo dos trovões. Na fazenda onde eu morava ainda não tínhamos energia elétrica, eu tinha exatos quinze anos não tinha tanto conhecimento sobre sexo como tenho hoje. Foi aí que acariciei minha íntima e senti um prazer pela primeira vez, qual me tornei viciada, buscando mais e mais, só que era em vão, eu não estava satisfeita e isso me fazia sofrer. Outra coisa que eu não sabia: que era início de um grave problema mental, qual vocês conhecem por Ninfomania.
1945 Eu tinha completado meus dezoito anos. Em minha pequena cidade do interior, eu usava trança deixando elas em meus ombros, mas naquela noite eu deveria estar impecável, um amigo de meu pai que era deputado tinha um filho médico, qual buscava um casamento arranjado, não eu não estava feliz, qualquer outra moça em meu lugar estaria menos eu.
Não achava r**m a ideia de me casar, mas eu odiava a ideia de ser um homem mais velho que eu, ele tinha seus vinte e cinco anos e na minha cabeça já era um velho decrépito. Já minha mãe estava soltando fogos de alegria, ela estava feliz afinal ia casar a única filha com um homem rico, eu não dei palpite. Desfiz as tranças e deixei meus cabelos soltos, tentei ser o mais natural possível. Não queria desagradar meu pai ou fazer vergonha, minha vontade era de voltar a minha cama e voltar a me tocar escondido, mas deixei isso para depois.
Finalmente ele chegou, a alegria de minha mãe era tão grande que parecia que ela quem queria se casar com ele, já eu saí de meu quarto de cabeça baixa sem olhar para ninguém, Eu apenas comprimente todos com um sorriso gentil, mas não citava palavra alguma, apenas presenteavam todos com meu silêncio. Ouvi passos aproximando-se de mim, e dois sapatos pretos estavam a minha frente foi onde levantei minha cabeça e vi um belo rapaz, de olhos castanhos, moreno e alto. Tinha uma pose de um homem dominador, um homem bravo, eu me assustei e dei um passo para trás, ele pareceu ter gostado e sorriu para mim e se apresentou.
- Sou o Doutor José Ricardo, muito prazer. Você deve ser a Ana Lúcia, certo? - Ele perguntou, senti o olhar de todos na cena, já eu com vergonha do meu sotaque ao ouvir ele falar tão bem, apenas movi a cabeça concordando, mas precisava tirar uma dúvida.
- Sim, cê me desculpa a pergunta, mas cê é doutor né? você já abriu um corpo? - uma pergunta meio ingênua, e ele sorriu mais ainda dando risos.
- Já sim - Ele confirmou e me entregou um livro que tinha um laço em seda envolta.- Um presente, sua mãe me disse que você ama flores, então comprei este livro tem tudo sobre floricultura.
Sentamos no sofá, e tivemos uma conversa bastante agradável.
- Agradecida Zé... Posso te chamar assim? - Questionei com um largo sorriso.
- Você pode sim, senhorita Ana. - Ele segurou minha mão, onde com carinho deu um beijo sobre meus dedos, eu abri um sorriso totalmente, encantada.
Não precisou me dizer mais nada, eu segurei o livro, m*l sabia ler mas já fui tentando entender. Já foi neste momento que começamos a conversar, eu perdi o receio e me senti muito a vontade ao lado do Zé Ricardo, conversamos maior parte do jantar onde demos risadas, ensinei a ele a como comer frango com as mãos e ele me ensinou a como se usa os talheres. Era como se nos conhecemos de outras vidas.
Depois daquele jantar, houve outros, quais eu e ele conversávamos bastante e riamos sempre, meu pai ficou contente com essa amizade que surgiu, cada noite diferente ele me contava uma história do corpo humano, para que cada órgão servia e eu ficava fascinada. Já eu o ensinava como plantar macaxeira, o dizia corretamente sobre raízes e plantou e ele se divertia.
Em uma noite de luar, lá estávamos nos dois. Olhando para a lua e ele me dizia o nome das estrelas, e eu dizia as que eu sabia, era um jogo sujo, mas eu já sentia algo por ele, estávamos no alpendre eu sentada do lado dele, meu pai por alguma razão não veio questionar ou impedir isso que estávamos sozinhos, então como ele era.medico quis unir útil ao agradável.
- Zé. - Chamei seu nome com carinho, e segurei sua canhota olhando como era grande e calorosa, passeando meu polegar em sua palma, já pensando que talvez eu conseguisse me sentir bem com o toque de uma mão que não fosse minha.
- Diga, minha querida Ana. - Ele falou, não se moveu e deixou que eu fizesse, segurei sua mão e coloquei em minha coxa, e fui subindo devagar, ele observou até onde eu iria e quando viu que fui adentrando com ela por de baixo de minha saia, ele afastou a mão imediatamente.
- Oshe o que qui foi? - Perguntei sem entender, havia adorado o calor de sua mão por minha pele, sentia uma sensação nova que me instigava a querer mais.
- Não podemos fazer isso, ainda nem oficializamos nosso noivado., - Ele disse recolhendo a mão para perto dos joelhos.
- Mas valha, toco aqui sozinha e acho bom, nem tô noiva de mim mesma. - Eu era ingênua ainda não entendia sobre isso, para mim era algo que fosse natural, para falar a verdade nem minha mãe me explicou sobre como era me deitar com um homem. Já ele deu um riso, um pouco tímido.
- Não é certo, você ao menos sabe o que significa esse ato? - Ele perguntou me olhando nos olhos, e eu não entendia, o respondi segurando em sua mão e pondo entre minhas pernas.
- Zé, me ensina então. - Ele suspirou profundamente,não moveu nenhum dedo mas naquele instante meu pai nos flagrou.
Foi um maior budejo, ele queria que queria que minha honra fosse limpada com sangue. Gente como se limpa algo com sangue? Até onde eu sabia iria sujar mais.
- Quenga, cê estava se comportando como uma quenga! - Gritava meu pai segurando um cinturão.
- Oxe Painho num foi nada de mais. - Falei desesperada tentando fugir da repreensão de meu pai, me escondendo atrás de Zé Ricardo.
- Eu te mato garota, Mas eu te mato mesmo! - Disse meu pai correndo para cima de José que indaogu.
- O senhor não mata, pois eu não deixo. Sua filha não fez nada seu Raimundo. Foi eu - Ele então estendeu a mão direita para frente de meu pai, e a esquerda segurou na minha.
- Que que cê ta falando muleque, que tratou minha filha como quenga?
- Sim. - Ele disse bem sério então me puxou para perto de si. - E eu gosto muito de sua filha, ela não fez nada de errado eu quem a seduzi com palavras gentis. E eu estou disposto a pagar por isso a torna-la minha esposa.
- Oxe Zé... - Ele então se virou para mim, e se ajoelhou segurando minha mão esquerda.
- Ana Lúcia você quer se casar comigo? - Meu pai se afastou olhando toda aquela cena.
- Oxe quero sim. - Falei bastante animada, eu aceitei o pedido de bom grado. José tomou a frente do meu erro pegando a culpa para si e me pediu em casamento, foi a coisa mais bonita que alguém fez para mim.
Passou-se dias, ele não vinha mais a minha casa por ordem do meu pai ele só poderia ver a noiva no dia do casamento, e eu estava triste. e eu toda noite me tocava pensando nele. Pensando como seria o toque da mão dele, José Ricardo, ah como eu o queria, como eu desejava que me tocasse. E foi assim que meu problema brotava igual a uma flor. E ainda era um pequeno botão.