Wanessa
Assim que eu deixei o Mel na ponte, o mesmo ficou encostado ali todo lindo, me olhando até o momento no qual eu deixei a esquina, eu me virei por uma última vez e sorri pra ele, que sorriu de volta todo lindo para mim, eu criei toda a coragem do mundo e acenei de volta pra ele, pois eu sou muito envergonhada, principalmente quando se trata do Mel, que era o amor da minha vida. Porém, infelizmente m*l sabia eu que aquele olhar, aquele sorriso e aquele aceno no qual ele mandava pra mim ali no pé daquela ponte, seria o último adeus de nossas vidas, pois após aquele lindo instante, apenas tragédias atrás de tragédias aconteceram.
Assim que cheguei em casa observei um movimentação estranha, meu pai estava muito nervoso e a minha mãe também, ambos colocavam malas que eu reconheci ser as minhas dentro de um carro preto, e homens de terno preto, estavam encostado no mesmo, um homem conversava muito alterado com o meu pai, um homem que eu conheci como o meu tio Sales, irmão gêmeo do meu pai Siles.
Eu entrei em casa e fui até a minha mãe que chorava copiosamente. Então eu lhe perguntei:
— Mamãe o que houve? Por que a senhora está chorando? - eu lhe dei um abraço.
— Filha, você está indo passar uma temporada na casa do seu tio. Porém, não se preocupe pois logo você irá retornar. O seu pai já está cuidando de tudo. - minha mãe diz com um falso sorriso e ali eu já começo a sentir medo.
— Mãe por que isso está acontecendo? - perguntei confusa e assustada.
— Filha se acalma, logo o seu pai irá resolver tudo. - ela diz e ali eu já confio nela. — Olha você vai passar só uns dias, no máximo uma semana, pois logo tudo irá se resolver, você pode imaginar como se tipo, você estivesse tirando férias adiantadas. - novamente a minha mãe veio com o seu falso sorriso.
— Tudo bem mãe, eu irei. - falei e a mesma me deu um abraço apertado. Se eu soubesse que aquele seria o nosso último abraço eu teria me demorado por mais tempo ali nos braços dela.
— Vai dar tudo certo filha, tem a minha benção, vai com Deus. - minha mãe disse e em seguida veio o meu pai, estava visível que o mesmo estava nervoso, porém, para falar comigo eu percebi que o mesmo procurou se acalmar.
— Filha não é um adeus, é apenas um até breve. - meu pai falou e me abraçou, e novamente eu repito, que se eu soubesse que aquele seria o nosso último abraço eu teria me demorado por mais tempo ali nos braços dele. — Deus te abençoe e te ilumine sempre minha filha, vá com Deus. - meu pai disse com os olhos marejados.
— Amém papai. - falei e entrei dentro do carro.
Depois que eu abracei o meu pai e a minha mãe, eu entrei dentro do carro e o meu tio seguiu viagem, juntamente com ele estavam os seus seguranças, eram homens de terno preto e óculos escuros, ambos faziam a segurança da gente.
Eu não imaginei que o meu tio morasse tão longe. Pois, depois o mesmo foi até uma agência e tirou o meu visto e o meu passaporte, ele tinha tipo uma autorização assinada pelos meus pais que o dava plenos direitos sobre a minha pessoa, outro fato no qual eu não entendi no momento, porém, esperaria chegar em casa para conversar com os meus pais. E assim tudo se seguiu, tiramos os documentos necessários para a viagem, em seguida o meu tio comprou algumas passagens de avião e nós fomos até o aeroporto, até então eu nunca tinha visto um avião de perto, e fiquei impressionada naquele momento por o mesmo ser tão grande, por um breve momento eu deixei toda a ansiedade que me acompanhava e fiquei um pouco animada para viajar dentro daquele meio de transporte. E assim nós seguimos, entramos dentro do avião, e seguimos viagem para Florença na Itália. Eu já sabia que a minha família tinha descendência italiana, por isso não estranhei. Porém, quando nós chegamos em casa, após sairmos do aeroporto internacional de Florença, seguimos dentro de outro carro preto e dessa vez haviam mais seguranças dentro de mais dois carros que nós seguiam, e partimos para a enorme mansão, meu tio era mesmo muito rico. Aliás rico não, o mesmo era muito bilionário, aparentemente.
Ao chegar na mansão meu tio foi ao que ele disse ser os seus aposentos e havia uma senhora mais ou menos da idade da minha mãe me esperando, ela disse se chamar Machela e que a mesma seria a minha dama de companhia, eu achei aquilo tudo muito chique, pois só havia visto palavras tais como, "meus aposentos" e "dama de companhia" nos livros nos quais eu sempre gostei de ler. Mas agora parecia que muita coisa ali estava sendo real. Então eu deixei a senhora Machela me acompanhar e a mesma me apresentou ao meu quarto, muito grande por sinal. E me encaminhou para o banheiro, tomei um banho e vesti um vestido muito bonito e requintado, ao sair do closet e me encaminhar para o meu quarto, observei que já havia uma bandeja com alimentos para mim.
— Senhorita Wanessa, a viagem deve ter sido cansativa, alimente-se um pouco para reter as duas energias. - a senhora Machela disse e eu a obedeci.
Comi tudinho, pois realmente a última vez no qual eu havia comido algo tinha sido na casa da Yarla ainda, ah como eu já estava com saudades das minhas amigas, dos meus pais e principalmente do Mel, eu não via a hora de voltar pra casa e reencontra-lo novamente, pensando nisso, eu fiquei ali sonhando acordada até que cochilei realmente, um pouco depois eu fui despertada pela a senhora Machela que dizia que o meu tio me aguardava em seu escritório para uma breve reunião.
Desci as escadas imaginando ser os meus pais ao telefone, porém, ao adentrar o seu escritório eu tive a piro notícia da minha vida.
— Wanessa! É com muito pesar que eu lhe digo que a sua casa pegou fogo e infelizmente os seus pais faleceram.