Um
Prólogo
Melkin
Eu sou o Mk, o anjo das novinha, ou melhor dizendo, o d***o, pois faço todas chorarem atrás do pai aqui, eu não quero nenhuma de verdade, eu pego uso e jogo fora, se elas quiser pagar de emocionadas eu só lamento, eu não tenho amor no meu coração, esse sentimento não existe pra mim, o amor que eu tinha morreu junto com aqueles que eu amava. E isso faz tempo, foi em outra vida, se não era pra eu tá vivendo aquilo tudo paciência né, as vezes eu me pergunto por que que eu não fui também, porém, eu não me demoro pensando nisso não, sempre que isso acontece, que eu fico pensando nessas paradas maluca aí, eu acabo usando droga pra esquecer dessas paradas sinistras aí. Não vou mais ficar esquentando a minha cabeça com isso aí não, o passado está no passar, e o mesmo não volta mais.
Alguns anos antes
Olhando para o livro que sua amada havia lhe emprestado, o garoto sonhava acordado com o dia em que finalmente ela lhe daria a sua mão e aceitaria desfilar com ele nos corredores da escola como a sua namorada.
Fazia exatamente quatorze anos que ele era apaixonado por ela! Fato esse que ele não escondia de ninguém, e a princesa tinha plena noção disso também, lá no fundo, ele suspeitava que a morena linda sentia o mesmo por ele, pois todo aquele carinho e cuidado não seria demonstrado por alguém que não correspondesse seus sentimentos da mesma maneira.
A prova disso era o próprio livro que ele tinha nas mãos! Como ele teve que faltar a última aula para ir ao dentista, Wanessa fez questão de mandar seu livro com o assunto da aula e o questionário respondido apenas para o loiro copiar.
— Wanessa disse que você poderia entregar o livro só amanhã! Assim teria mais tempo pra estudar! - Disse Nilo, o irmão mais velho de Wanessa, que havia passado em sua casa para deixar o livro com o loiro.
— Obrigado Nilo! - agradeceu recebendo o livro.
"Um dia ainda irei te chamar de cunhado"
Noa pensava sorridente enquanto observava o irmão de sua amada se afastar com seu skate rumo à pracinha.
Sem esperar nem mais um minuto o loiro correu para a mesinha de estudos que sua mãe havia montado estrategicamente na sala, pois se esta ficasse em seu quarto, com certeza seria trocada pela cama, resultando assim em sonecas em vez de estudos, e consequentemente em uma sessão de tapas da matriarca da família.
E assim o loiro seguia o restante da tarde! Copiando o exercício ao mesmo tempo em que enchia o caderno da amada com vários coraçõezinhos coloridos e os nomes deles juntos, estava tão envolvido com sua obra de arte que nem percebeu a sombra ruiva às suas costas.
— O que é isso que você está colocando no livro da Wanessa? Sabia que esses materiais são caros menino? Ahh mais tá tão fofinho! José! Olha aqui nosso menino se declarando pra amiguinha! - sua mãe Kely chegou para reclamar sobre os rabiscos, mas acabou ficando encantada com os desenhos do filho.
O loiro mais velho desceu rápido as escadas achando que algo grave havia acontecido por causa dos gritos da esposa, mas quando chegou ao encontro da mesma, a única coisa que viu foi uma mãe eufórica e um filho totalmente vermelho e sem graça.
— Mãe me dá o livro da Wanessa! - pediu Melkin envergonhado.
— Olha que fofinho José! - sem escutar o filho, mostrou o livro par o marido.
O patriarca da família observou o livro e foi impossível não esbanjar o seu sorriso orgulhoso, afinal, acabara de descobrir que o filho se tornara um galanteador que nem ele era com a sua esposa, um romântico incorrigível por assim dizer.
—Filho se você está querendo se declarar para a Maei eu posso te dar umas dicas! - Perguntou José para seu filho, ele queria ser útil no processo de conquista do seu filho, e que boa surpresa, conhecia a garota e sua família de longa data, para ele era uma satisfação saber que o filho estava gostando de uma mocinha tão educada e gentil.
— Quais dicas? - o loirinho estava empolgado, qualquer ideia para poder se aproximar e conseguir o carinho de sua amada era muito bem vinda.
— Primeiro preciso saber se você gosta mesmo dela! Você já é um homenzinho e já é bom você saber que não se pode brincar com os sentimentos das garotas! - José falou sério para o filho, pois não queria que o mesmo se transformasse em um cafajeste, temia que ele puxasse para o seu padrinho João que é um verdadeiro mulherengo.
Ao seu lado sua esposa prestava atenção em toda a conversa, orgulhosa do marido que estava dando conselhos importantíssimos para o filho, ao mesmo tempo em que provava ser um marido leal e fiel.
— Fala sério pai! Faz quatorze anos que eu amo a Wanessa! - respondeu com cara de bobo.
— Ah que coisinha mais fofa é esse meu filhinho! - Dizia Kely apertando as bochechas do seu herdeiro, ela havia ficado encantada com a seriedade mesclada com o olhar apaixonado do filho enquanto respondia as indagações do seu pai, achou mais fofo ainda o fato dele ter mencionado que fazia quatorze anos que amava a garotinha Wanessa, pois essa quantidade anual era a mesma correspondente à idade de ambos, teriam nascidos um para o outro então? Se perguntava já imaginando como seriam lindos os seus netinhos, afinal, Wanessa era uma menina muito bela e delicada, no qual ela gostava muito e ficaria mais que satisfeita em tê-la como sua norinha.
— Meninas gostam de flores e chocolates! - o mais velho disse para o filho.
— Flores e chocolates! - Melkin repetiu as palavras devagar achando uma excelente ideia, pois certa vez escutara sua amada dizer para as amigas que adorava margaridas, e por sua sorte existia flores dessa espécie no jardim de sua mãe.
Após agradecer as dicas do pai o loiro voltou para seus afazeres, super ansioso para o dia seguinte na escola.
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O coração de Wanessa palpitava constantemente enquanto via o loirinho de olhos azuis se aproximar, já nem sabia mais a quanto tempo ela o olhava em segredo, e admirava o seu jeito brincalhão e divertido na sala, se conheciam desde sempre, e desde o ano passado seu coração batia acelerado sempre quando ele se aproximava e lhe lançava aquele lindo sorriso.
— Oi Wanessa! - Cumprimentou a amada com o seu mais doce sorriso, era impossível não sorrir quando estava perto dela, a beleza da Menina lhe causava felicidade.
— Melkin! Bom dia! - Respondeu ao colega com um meio sorriso e o rostinho corado, tal meiguice não passou despercebida ao olhar do loiro, que se derreteu com o jeitinho recatado da morena.
Wanessa envergonhada baixou um pouco o olhar e fitou suas mãos, ela era tímida, e ficava muito mais perto do Melkin, mexendo as mãos um pouco nervosa, observou que as mãos do loirinho se aproximavam das suas, entregando-lhe um pequenino buquê de margaridas.
— Pra você Wanessa!
— Que lindas! Obrigada! - disse recebendo o buquê com os olhinhos brilhando.
Um sorriso enorme e ladino se formou no rosto do loiro ao perceber o quanto sua surpresa agradou a menininha, era quase como se o ganhador tivesse sido ele, do tanto que ele se satisfez ao ver o sorriso meigo de sua amada.
— Wanessa! O que você tá fazendo aí? - Tita, uma das amigas de Wanessa perguntou.
— Vamos! A aula já vai começar! - Sara, sua amiga de cabelos cor de mel chamou.
As fiéis escudeiras Irla, Sara e Tita se aproximaram da amiga, o singelo buquê não passou despercebido aos olhos das três garotas.
— Quem te deu esse buquê amiga? - foi a vez de Irla perguntar.
Irla Yana era a amiga mais soltinha do quarteto, pela convivência com a mesma em sala de aula, Melkin sabia que a garota não tinha papas na língua, e poderia com uma simples frase matar qualquer um de vergonha, tratou logo de sair dali.
— Então Wanessa! Aqui está o seu livro! Muito obrigado por me emprestar! - Entregou o livro para a amada, se despediu das outras meninas e foi apressado encontrar seus amigos.
— Amiga olha o que ele fez no seu livro! - Disse a loirinha assim que Melkin saiu, apontando para o interior da capa do livro de Wanessa onde tinha vários coraçõezinhos feitos com caneta hidrocor de diversas cores, e dentro de todos os corações os nomes "Melkin e Wanessa".
— Ele tem crush em você amiga! - Sara disse eufórica.
— Aii que tudooooo! - Tita gritava do outro lado.
As meninas olhavam eufóricas todos os coraçõezinhos fofos que o pequeno loirinho havia feito para a sua doce paixão, e cada vez mais se derretiam, na maioria das vezes os demais garotos eram tolos que ainda não entendiam nada sobre o amor, esse era o caso do preguiçoso do Mauro, que só sabia dormir e falar sobre jogos, sem sombra de dúvidas Tita teria que lhe dar uns tapas para fazê-lo acordar e perceber que a loira gostava dele.
Já Mari, sentia as borboletas em seu estômago balançarem cada vez mais forte! Seria mesmo possível? Será que o seu crush super secreto atendia aos seus sentimentos com reciprocidade? O olhar sorridente que ele lhe lançava do outro lado do pátio onde se encontrava com os seus amigos dizia claramente que sim, com um sorriso tímido no rosto, olhou para as margaridas em sua mão, elas estavam super cheirosas, e eram lindas também, com um suspiro profundo, seu coração bateu forte no momento em que tomou a decisão de que...
Teria que agradecer à altura, o seu belo pretendente.
(....)
No outro dia cedinho Melkin chegou na escola! Fez questão de entrar na sala primeiro que todos, foi até a mesa da Wanessa e lá deixou sua surpresa, em seguida foi em direção à saída da sala, mas antes que conseguisse sair, topou com as meninas que iam entrando na sala em disparada, fazendo o loiro dar passos apressados para trás, para não ter que esbarrar em nenhuma das mesmas.
— O que faz sozinho aqui na sala? - a fiel escudeira Irla perguntou.
— Apenas deixar a mochila na minha carteira! - respondeu o Melkin.
— E porque ainda está com a mochila nas costas? - foi a vez de Sheila perguntar.
Melkin procurava uma boa resposta para acabar com as suspeitas das meninas, e ao mesmo tempo se perguntava porque as garotas eram tão chatas, todas deveriam ser igual a sua doce Wanessa, ela sim era linda, gentil, educada, meiga e maravilhosa, por isso era apaixonado por ela a quatorze anos, se todas as garotas do mundo fossem iguais a Wanessa, Melkin tinha certeza de que o mundo seria bem melhor.
Mas ele tinha consciência de que isso era impossível, Wanessa era única, nenhuma menina no mundo era igual a ela, sua Wanessa era muito especial.
— Anda! Diz logo o que estava fazendo sozinho aí? - Tita o interrogou.
— Não é da conta de vocês! - respondeu já sem paciência, qualidade essa herdada de sua mãe.
Já se preparava para passar por aquele arsenal de meninas chatas, quando de repente sua amada surgiu no meio delas, segurando um potinho rosa nas mãos e olhando para as mesmas.
— O... oi... Melkin! - gaguejando, cumprimentou o loiro envergonhada.
— Oi Wanessa! Tudo bem? - respondeu ao cumprimento já sentindo seu coração palpitar.
Melkin estava achando que a morena estava mais linda do que nunca, se é que isso era possível.
— Vamos Wanessa! Entrega logo! - encorajou Tary, dando-lhe pequenos empurrões na direção do Melkin.
Wanessa se aproximou de Melkin procurando seus últimos resquícios de auto controle, para não tremer as mãos, e entregou o pequeno depósito que segurava para o loiro.
— Pra... pra você! - o Melkin recebeu o recipiente com um sorriso de orelha a orelha, não conseguia esconder o quanto estava feliz em receber seja lá qualquer coisa da sua princesinha.
— Obrigado Wanessa! - agradeceu com um sorriso, que fez as pernas da moreninha ficarem bambas.
— Vai abre logo! - a menina de cabelos rosa impôs ao Melkin, o deixando pensativo.
"Será que Wanessa era a única garota da escola que não era chata?"
Procurando afastar seus devaneios sobre a pilotão de garotas chatas que compunham o seu colégio, abriu a tampa do depósito, ficando imediatamente de queixo caído ao ver as formas que lembravam completamente o formato do seu rosto nos biscoitinhos de chocolate que havia ganhado da moreninha.
— É o meu rosto? - perguntou abobalhado, seus olhos brilhavam olhando para Wanessa.
— É lógico que é! Não sei como, mas a Wanessa até conseguiu fazer com que você ficasse bonito! - Sara disse e todas as meninas gargalharam com deboche, menos a Wanessa, que observava toda vermelhinha a reação do loiro.
— Seria um milagre se por acaso esse biscoito tivesse o rosto do Silvio! - respondeu o Melkin provocando a Sara.
— E o que isso me importa? - perguntou a garota fingindo estar surpresa.
— Deixa de fingir! Que a escola toda sabe que você gosta do Silvio! - disse e levou um coque da menina.
— Tadinho Sara! Não faça isso com ele! - pediu a Wanessa se compadecendo do garoto, sua real vontade era de acariciar aqueles fios loiros brilhantes, mas lógico que não tinha coragem.
— Ah ! Ela me machucou aqui, olha! - Melkin pegou a mão da garota e colocou no machucado, podendo assim a moreninha satisfazer a sua vontade de agradar os fios loiros.
Já Melkin por sua vez, sentiu seu coração bater tão forte que quase lhe faltara o ar, sua amada estava fazendo carinho no seu cabelo e isso era uma das melhores coisas que já havia lhe acontecido.
O que estão aprontando todos juntos assim ? - a professora Kassia chegou de surpresa, fazendo todos correrem e se sentarem em suas carteiras.
Assim que Wanessa sentou em sua cadeira, percebeu um embrulho embaixo da mesa, pegou e se surpreendeu ao ler seu nome, novamente seu coração palpitou, pois devido às declarações em seu livro, a morena já conhecia a caligrafia do Melkin.
Olhou para ele do outro lado da sala, e notou que este a fitava ansioso.
Abriu o embrulho e sorriu ao perceber que tinha em suas mãos, uma caixa com seus chocolates prediletos, e mais uma vez se perguntou como que o Melkin sabia tanto sobre seus gostos.
Percebendo o sorriso da amada, o coração de Melkin se acalmou, mais uma vez havia acertado no presente e isso o deixou feliz, pois sua felicidade existia em prol do sorriso da Wanessa.
— Melkin! Será que terei que passar todos os dias do ano pedindo para você parar de olhar para o lado? - a professora perguntou chateada.
— Ele não olha para o lado senhora Kassia! Ele olha pra Wanessa! - Silvio disse entregando o amigo e levando um cascudo do mesmo.
— O que vai dizer em sua defesa Melkin? - a professora perguntou.
— Nada! Todo mundo sabe que é isso mesmo! - respondeu para a professora e em seguida a sala toda começou a zoar o casalzinho, deixando Wanessa completamente vermelha de vergonha.
— Tá admitindo que gosta dela então? - a docente ficara curiosa.
— Sim professora! Eu nunca neguei! - respondeu olhando para a sua moreninha, sorriu e olhou novamente para a mestra. — E nunca irei negar!
Novamente a sala começou seus gritos de zoação, Wanessa não sabia onde metia a cara, já Melkin, sorria abertamente como se tivesse feito a revelação do ano.
A senhora Kassia até tentou ficar brava, mas logo foi vencida por um sorriso nos lábios, seu lado romântico havia vencido, e o garoto Melkin mesmo sendo muito indisciplinado, era um fofinho.
— Somente porque as provas estão chegando que dessa vez irei deixar passar! Mas nem pense em causar balbúrdia novamente Melkin! - disse a professora com um tom bastante sério, que fez o loiro engolir em seco e assentir.
(.....)
O restante da aula transcorreu bem! No intervalo, um certo loiro abandonara o lanche que sua mãe havia preparado e comia com bastante apetite os biscoitos que sua amada havia feito para ele.
Eram os biscoitos mais deliciosos que já tinha provado! Tinham gostinho de amor.
E por falar em gostinho de amor, do outro lado do pátio a moreninha comia animadamente seus chocolates preferidos, olhava de relance para o Melkin, o "crush" deles era recíproco, os dois se gostavam, mas a partir de então, não sabia o que fazer, qual passo dar a partir daquele momento, não sabia se já tinha permissão dos pais para namorar, contudo, teria que dar um jeito de descobrir quando chegasse em casa.
— PMB! Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete...
Wanessa se assustou com a presença da menina ruiva que chegou contando perto dela, rapidamente pegou uma caneta em sua bolsinha de lado, e marcou "PMB" em seu braço, o que fez instantaneamente Karin parar de contar.
— Você tá me devendo nove! E serei eu quem irei escolher o menino! - Karin disse com um sorriso maligno nos lábios que fez Mari estremecer.
Karin as vezes se aproximava das meninas tentando fazer amizade e ganhar terreno com o Silvio, o que deixava Sara morrendo de raiva, resumindo, as duas não se suportavam, e essa aproximação forçada por parte da ruivinha que era prima de Melkin, resultara na participação dela no joguinho de "PMB."
"Pague meu beijo!" Era uma brincadeira no qual você tinha que escrever "PMB" no braço, e se por acaso alguém que estivesse na brincadeira, te encontrasse sem nada escrito na pele, podia começar a contar até você conseguir marcar as iniciais, e vice-versa, e depois você teria que beijar um garoto da preferência da pessoa.
— Karin! Eu preciso falar com meus pais! disse Wanessa quase chorando, estava assustada.
— Tá louca? Eles ligam para os meus pais, e eles me colocam de castigo! - disse a ruiva quase gritando.
— O que está acontecendo aqui? - Sara chegou já fazendo cara feia para a Karin.
— Peguei a Wanessa no PMB! Ela tá me devendo! - disse toda convencida como se tivesse conquistado um troféu.
— Amiga como você dá um furo desses? - perguntou aYarla preocupada com Wanessa, sua amiga não era como ela que, as vezes apagava as letras de propósito para ficar devendo beijos e pagar com os meninos mais gatos da escola, sua amiga ainda não tinha nem beijado.
— Não sei se meus pais permitem! - Wanessa disse com um pesar.
— Ah fala sério garota! De que século você é? - Karin se irritava com a chatice daquelas garotas, mas essa aproximação com as meninas mais populares da escola estava sendo muito conveniente pra ela.
— Eu não minto para os meus pais! - Wanessa disse indignada.
— Eu não quero saber! Você está me devendo PMB e irá me pagar! - Karin estava irredutível, Mari queria chorar.
— Vamos fazer o seguinte! Como amanhã será sábado, eu vou fazer uma "Brinca" na minha casa! E a Wanessa diz lá pra você se vai poder pagar ou não! - sugeriu a Irla.
— Uma Brinca? Não é assim que vocês chamam as festas que se parecem, mas não são de aniversário por aqui? - perguntou Sheila empolgada, e as demais garotas confirmaram.
— E você vai convidar os meninos? - Karin perguntou encarando o Silvio do outro lado do pátio, ele tentava tomar sem sucesso alguns biscoitos do Melkin.
Sara observava o olhar da ruiva completamente irritada.
— Lógico que vai ter meninos! - respondeu revirando os olhos.
— Então tudo bem! - Karin disse já formando em sua cabeça alguns planos maquiavélicos para esse dia.
Já Wanessa jazia preocupada, temia levar bronca dos pais só por perguntar sobre algo assim, suas mãos também seguiam-se geladas por saber que talvez teria que beijar. Olhou para o outro lado do pátio e voltou a encarar o Melkin, com borboletas no estômago, sorriu.
"Aparentemente, o dia dela e do loiro darem o seu primeiro beijo estava se aproximando."
(...)
O dia da "Brinca" finalmente chegou! Wanessa estava super ansiosa, mais apreensiva do que ansiosa para falar a verdade. Lembrava-se da conversa que havia tido com sua mãe minutos antes de ir para a casa da sua amiga loira.
"— Seu pai não está Wanessa! Ele viajou a negócios, mas não vá incomoda-lo com essa história de beijos, você só tem quatorze anos e ainda é muito nova pra essas coisas, com certeza o mesmo ficaria aborrecido."
Com pesar, a moreninha repetia mentalmente as palavras da sua mãe, ela não tinha permissão para namorar, era isso o que explicaria para as amigas, mas com certeza, Karin não deixaria isso barato. Isso deixava Wanessa um pouco preocupada, a ruiva iria implicar com ela, como sempre.
Mas enfim, respirou fundo e seguiu seu caminho até a casa da sua amiga.
(...)
Melkin por sua vez, estava bastante eufórico, já tinha ajeitado o seu penteado umas três vezes no espelho, passara bastante gel, para deixá-lo espetado, já sabia que a Wanessa gostava desse penteado, já havia presenciado a mesma falando sobre isso com as amigas, ele estava entrando na sala e escutou o restante da conversa, sua amada ao perceber sua aproximação ficou toda vermelhinha de vergonha, já ele por outro lado, ficou bastante feliz, ao saber que ela curtia o visual do seu cabelo.
Por fim, olhou-se no espelho, a calça jeans preta combinado e a camiseta laranja tinha sido uma boa escolha, mais uma vez passou seu perfume, despediu-se da sua mãe depois que a mesma o obrigou a tirar várias fotos, pois segundo a ruiva, seu filho estava muito lindo, e seguiu caminho para a casa da Irla.
Ao chegar, foi recebido gentilmente por todos os seus amigos, se aproximou da roda que era composta pelos seus amigos do colégio, passou os olhos pela sala, Wanessa ainda não havia chegado, não fazia m*l, esperaria o tempo que fosse preciso para olhar nos lindos olhos da sua Doce moreninha.