Já estou arrumada e pronta para sair, pego a minha bolsa com o celular e documentos e saio do meu quarto, dando de cara com Benjamin parado na porta do seu quarto.
— Onde você pensa que vai assim toda arrumada? O papai está sabendo que você vai sair, Clara? — Pergunta o fedelho me encarando sério de cima abaixo, parece até uma cópia do nosso papai.
— Não enche Ben! Eu já conversei com o papai e já nos entendemos... E só para você saber, ele me deu permissão para sair. — Passo por ele e o mesmo me encara desconfiado.
— Onde você vai? Eu vou com você! — Dispara vindo atrás de mim e eu paro o encarando incrédula.
— Não! Você não vai atrás de mim! O papai já colocou dois seguranças para serem as minhas babás, então os seus serviços são dispensáveis, irmãozinho. — O encaro furiosa e ele bufa frustrado.
Saio pisando fundo no chão com raiva por ter um irmão tão ciumento, papai ficou para morrer quando a mamãe teve mais uma filha mulher e não mais um filho homem como ele queria, claro que ele aceitou numa boa mas se ele pudesse escolher, só teria filhos homens nessa casa.
Papai já morre de ciúmes da mamãe e agora que já sou uma mulher adulta, ele está ainda pior nos seus ciúmes, Wendy hoje tem sete anos, a mesma idade que eu tinha quando falei em namorado pela primeira vez e meu pai surtou, precisou minha mãe e minha madrinha conversarem muito com ele para acalmá-lo, mas só quando eu resolvi esquecer o assunto namorado foi que ele teve um pouco de paz, mas quando eu estava na oitava série eu dei o meu primeiro beijo e meu pai descobriu não sei como, na mesma hora ele me tirou da escola ameaçando me colocar em um internato, e só não o fez porque a mamãe ameaçou se divorciar dele caso ele fizesse isso, e é claro que ele não iria permitir isso porque os meus pais são loucos um pelo outro.
Mamãe nunca pensou em cumprir as suas ameaças de separação, mas o papai não precisa saber disso. Por enquanto o Sr. Colliman está tranquilo com Wendy, mas o dia em que ela cismar com namorado também, eu acho que o nosso pai enfarta sem sombra de dúvidas.
Chego na sala e vejo a nossa caçula sentada no tapete com os seus inúmeros desenhos coloridos, ela ama pintar e sempre que posso compro para ela algumas telas para ela fazer os seus desenhos. Papai fez um Studio de artes para a nossa anjinha e lá é o lugar preferido dela, mas como ela não gosta de ficar muito tempo sozinha, as suas exposições de bagunça ficam no meio da sala de estar.
— Oi princesa... Como está indo esses desenhos? Já tem algum pronto...? Já terminou o desenho que você disse que ia me dar? — Pergunto me sentando ao seu lado e lhe dou um beijo, mas tomando cuidado para não sujar a minha roupa com tinta.
— Eu vou terminar Clarinha, o seu desenho vai ficar lindo mas eu também tenho que terminar o desenho do Ben, eu prometi dar de presente de aniversário pra ele na semana que vem. — Comenta me lembrando do aniversário do nosso irmão, merda! Eu não encomendei o presente que eu queria dar a ele, não sei se vai dar tempo do pedido chegar.
— Tudo bem querida, não se preocupe com o meu desenho porque eu espero você terminar o do Benjamim, está bem...? A irmã vai sair mas eu vou te dar um beijo de boa noite quando eu chegar, combinado...? Eu te amo. — Acaricio os seus longos cabelos negros como os da nossa mãe.
Eu sou a única loira nessa casa, meu irmão é a copio do nosso pai e minha irmã uma miniatura da nossa mãe.
Às vezes eu me pego pensando no meu passado e em tudo que passei nas mãos de Esthela, aquela mulher nunca foi a minha mãe, ela era um monstro mas Deus me recompensou me dando uma mãe maravilhosa. Carolina Fontinelli Colliman, a melhor mãe que eu poderia ter, ela me ama como eu nunca fui amada por Esthela e nenhuma outra mulher, muito raramente eu me lembro daquele ser desprezível, as vezes eu até me esqueço que não fui gerada pela minha mãe Carolina, porque no meu coração ela é a única mãe que tive e vou ter pelo resto da minha vida.
Me despeço da minha irmã e saio de casa com dois guarda costas atrás de mim, como meu pai prometeu, mas percebo que Allan não está entre eles e questiono um dos seguranças.
— Onde está Allan? Porque o meu pai o substituiu? — Pergunto assim que entramos no carro e Pedro me encara sério.
— Kenay o substituiu seguindo as ordens do patrão, ele não está fazendo um bom desempenho no trabalho já que a senhorita anda se encontrando com aquele garoto, e isso não era para ter acontecido. — Diz entrando na frente junto com outro segurança no volante e eu me surpreendo com o que ouço.
— Mas ele não foi mandado embora por minha culpa, não é...? Ele não teve culpa de nada Daniel, eu tenho amigos muito espertos e eles estavam me ajudando a distrair Allan... Eu conversei com o meu pai, ele vai dar uma segunda chance ao Joshua então não vou mais precisar enganar ninguém... Me desculpe, eu não queria causar problemas a vocês. — Confesso de cabeça baixa pois realmente não queria ninguém perdendo o emprego por minha culpa, mas meu pai não me dá outra alternativa.
— Relaxa Clarinha, ele não foi demitido, apenas trocaram ele de função... Agora Allan vai ajudar o jardineiro a regar as plantas. — Diz Fred gargalhando me deixando furiosa por zombar do seu próprio colega de trabalho.
— Você já ouviu o ditado que diz "Quem rir por último rir melhor" Fred...? Toma cuidado, eu posso fazer você ajudar o Allan na jardinagem, ouviu? i****a! — O encaro com um sorriso cínico antes de fechar a cara para ele, e foi a vez de Pedro gargalhar enquanto Fred perde o sorriso no seu rosto.
— Não sou tão i****a o quanto você pensa senhorita... Não é tão fácil me fazerem de bobo como fizeram com Allan, sou mais esperto que ele. — Diz em um tom de ironia e eu encaro Pedro antes de encará-lo de volta.
— Essa eu vou pagar para ver! — Digo baixinho para mim mesma mas Pedro ouve e me encara pelo retrovisor. Droga! Ele vai ficar na minha cola hoje!
Seguimos o resto do trajeto em silêncio e no caminho recebo uma ligação de Ashley, perguntando se eu iria na festa então digo que já estou chegando, ela grita do outro lado da linha me deixando zonza com a sua euforia, combinamos de nos encontrarmos na casa de Adam e em poucos minutos já estamos estacionando na entrada principal da mansão.
Entro na casa sendo escoltada pelos meus seguranças mas tento fingir que eles não estão aqui. Ando pela casa procurando por Ashley mas vejo Joshua de longe bebendo com os garotos do time, tento ir na sua direção mas os seguranças me barraram.
— Eu preciso falar com ele Pedro, meu pai quer conversar com ele e eu preciso avisá-lo disso. — Digo em um tom sério e até mesmo furioso e ele encara Joshua fixamente.
— Você tem dois minutos para falar com ele, e acredito que ele não vai encostar em você, certo? — Fred me encara com um pequeno sorriso, esse i****a está zoando comigo, mas eu vou zoar com ele também.
— Certo, senhor! Seguirei as suas ordens a risca. — Digo também com um pequeno sorriso e me viro indo em direção a Joshua.
Quando estou bem perto dele eu pisco e o mesmo me puxa para os seus braços me roubando um beijo intenso, faminto e cheio de desejo, aquele beijo que faz o meu corpo esquentar, mas posso sentir o gosto de whisky na sua boca.
— Está linda minha gatinha... E muito gostosa também. — Diz com um largo sorriso no rosto mas sinto Fred o arrancar de cima de mim.
— Meu pai aceitou conversar com você de novo, amanhã depois da aula, ouviu...? E dessa vez por favor? Não diga nenhuma besteira, ou ele vai cumprir as ameaças dele de me tirar da faculdade. — Peço com um sorriso largo no rosto ao me lembrar que meu pai finalmente está cedendo aos poucos em relação ao Joshua.
— Beleza gata, eu vou ser o genro que o seu pai pediu a Deus, não se preocupe. — Comenta empolgado tentando se aproximar mas Fred não deixa.
— Já deu o recado! Se quiserem se falar de novo, agora só após a conversar com o seu pai, Srta. Colliman. — Diz o infeliz desgraçado do Fred me encarando sério.
Fecho a cara para ele e encaro Joshua que trinca os dentes fechando as mãos em punho, sorrio para ele e mando um beijo dizendo que nos veríamos depois. Saio a procura de Ashley e a encontro na cozinha tomando alguma bebida, me junto a ela e me sirvo apenas uma batida de frutas com pouco álcool. Rodamos pela festa conversando com as outras meninas e de longe vejo o meu namorado conversando com uma garota que nunca vi antes, o encaro fixamente e ele me manda um beijo se afastando da garota, não gostei de vê-lo conversando com tanta i********e com ela.
— Quem é aquela garota Ashley? Aquela morena que estava conversando com Joshua? — Pergunto sem tirar a minha atenção da garota que abraça e beija um dos colegas de Joshua.
— Essa garota e nova na faculdade, ela está na turma da Amber... É inofensiva não se preocupe, ela gosta dos nerds e Joshua não faz o tipo dela, bom, pelo menos foi o que me contaram, vai saber... É sempre bom ficarmos de olhos bem abertos. — Ela vira toda a sua bebida na boca e vai buscar mais.
— Ei! Vai com calma na bebida amiga, eu vou precisar da sua ajuda para me encontrar com Joshua de novo... Ashley! — Vou atrás dela mas ela não me escuta com essa música tão alta.
A galera da faculdade está em peso nesse lugar, mas o pessoal que mais zoam são os garotos do time de futebol e eu nem posso estar junto com o meu namorado, uma galera na pegação e eu aqui chupando dedo porque o meu pai colocou dois armários na minha cola.
Saio da casa com Ashley e fomos para área da piscina onde está Amber, Patrícia e Gabi, a noite só está começando e essas malucas já estão bêbadas. Me junto a elas na diversão porque essas porras loucas sabem como se divertirem. Passamos um tempo aqui nos acabando de dançar, então vejo Joshua se aproximar me encarando daquele jeito intenso, ele para a alguns metros de onde estou e encara os meus seguranças antes de voltar a me encarar, Fred e Pedro estão conversando entre si mas sem tirarem a sua atenção de mim. Joshua esfrega as mãos no rosto e morde o lábio inferior me encarando com malícia, ele sorrir mandando beijos para mim daquele jeito que me deixa tensa e ao mesmo tempo, assustada.
Ele faz sinal para eu ir até ele então encaro os seguranças, não vai dar para simplesmente ir até ele então peço ajuda para as minhas amigas, mas nesse momento um dos garçons que estão servindo se aproxima me entregando um bilhete de Joshua, que pede para eu me encontrar com ele do outro lado da casa, sinto o meu peito se apertar e meu coração acelerar, não sei se vou conseguir escapar dos seguranças.
— Fica esperta amiga, eu e as meninas vamos te ajudar a distrair aqueles gatos de ternos, essa será a sua chance para se mandar daqui com o seu boy, ok? — Avisa Amber discretamente e eu sorrio abraçando-a, voltando a dançar.
— Obrigada amiga, vocês são demais... Vou ficar devendo essa. — Me empolgo e encaro Joshua balançando a cabeça, concordando em encontrá-lo, ele sai de mansinho sem ninguém perceber.
Converso com as garotas disfarçando as minhas intenções, e elas e muitas outras meninas cercam os meus seguranças dançando e algumas até tiram as roupas ficando só de lingerie, eu danço no meio delas para eles me vejam mas logo sou puxada abruptamente entre elas, Ashley me arrasta para longe deles e saímos dali correndo.
— Vai logo amiga! Saiam daqui ou eles vão te encontrar, aproveita bem a sua noite gatinha... Mete o pé e sai logo daqui! Vamos segurar os gatos de terno o máximo que conseguirmos. — Ela me arrasta para fora da mansão e vejo Joshua encostado no seu carro.
— Obrigada amiga, eu te amo e prometo dar uma festa só para agradecer tudo que vocês estão fazendo por mim... Se o meu pai não me matar hoje, amanhã eu te ligo. — Gargalho junto com ela mas logo corro para os braços do meu amor.
— Aproveita gata! Divirtam-se com moderação! — Grita ela de longe sorrindo enquanto entro no carro com Joshua dando tchau para minha amiga, mas sinto uma sensação estranha me dominar. Deve ser o medo do meu pai me matar que está falando mais alto.
— Vamos amor! Mas não podemos demorar, eu preciso voltar antes dos meus seguranças descobrirem que fugi da festa. — Me aproximo para beijá-lo mas o cheiro de whisky na sua boca está mais forte que antes.
— Relaxa minha gata, não vamos demorar... Vamos ser rápidos. — Diz ele dirigindo para longe dali, mas o seu hálito forte de bebida está me preocupando.
— Não precisa se afastar tanto amor, vamos ter que voltar logo. — Digo atenta ao caminho que ele está tomando e logo vejo que estamos entrando no estacionamento de um supermercado.
O local está completamente deserto e isso me assusta, aqui não tem segurança nenhuma e poderíamos ser assaltados com facilidade.
— Joshua porque me trouxe para cá...? Amor esse lugar está deserto e escuro, não tem... — Questiono preocupada olhando a nossa volta, mas ele me surpreende com um beijo faminto, aquele mesmo beijo que me assustou mais cedo.
Suas mãos me puxam para o seu colo com facilidade pois ele é muito forte, o nosso beijo é intenso e ele abaixa a parte de cima do meu vestido, deixando os meus s***s à mostra, e mesmo excitada ainda não sinto que é o momento de me entregar a ele, não é desse jeito que imaginei a nossa primeira vez, ele está bêbado.
— Amor vamos com calma...? Josh... Ahhh... Amor devagar...? — Peço quando ele acaricia os meus s***s e logo sua boca suga um deles com foca me deixando assustada.
Já ficamos nas preliminares antes mas não foi tão assustador como está sendo agora, Joshua parece descontrolado e até um pouco agressivo. Ele suspende a parte de baixo do meu vestido tentando puxar a minha calcinha, mas eu não permito.
— Joshua para! Eu não quero assim, você está me assustando... Você prometeu ser paciente se lembra...? O que está acontecendo com você hoje? Você bebeu demais... Me solta Joshua! — Peço tentando sair do seu colo mas ele não deixa, de repente ele me joga de volta para o meu acento deitando o mesmo se pondo sobre mim, me deixando em pânico.
— Não quero mais esperar Ana Clara! Ou você seja minha agora ou eu vou atrás de outra... p***a eu sou homem e preciso me aliviar, você é minha namorada e tem que t*****r comigo...! Já estou cansado das suas recusas... Te aturei tempo demais sem conseguir o que eu quero, você vai ser minha de um jeito ou de outro, entendeu? — Esbraveja alterado puxando com força a minha calcinha até rasgá-la, me fazendo encará-lo com os olhos arregalados.
— Para Joshua por favor! Não faz isso você está me assustando...! Por favor a gente se ama e não quero que o nosso momento seja assim... A força... Por favor não faz isso...? — Imploro apavorada tentando empurrá-lo para longe de mim mas ele se põe entre as minhas pernas abaixando a sua calça, tento abrir a porta do carro mas está trancada.
— Tem certeza que você me ama gatinha? Porque a única coisa que eu sempre quis de você era sexo e eu nunca tive... Para mim já chega de esperar, você vai ser minha Ana Clara... AGORA! E nem o seu pai e nem ninguém vai me impedir de conseguir o que eu quero! — Esbraveja mais uma vez alterado colocando o seu peso sobre mim para me imobilizar.
Ele descobre novamente os meus s***s tentando por a boca neles mas não deixo, ele tenta se encaixar na minha i********e mas mordo o seu ombro e mesmo assim ele continua tentando.
— FILHA DA p**a! Se me morder de novo vai ser pior para você sua patricinha mimada! — Grita furioso me encarando de um jeito sombrio como nunca vi antes, ele tenta mais uma vez me penetrar.
— SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA...! SOCORRO...! ME SOLTA! ME SOLTA JOSHUA ME SOLTA...! SOCOR.... — Grito aos prantos apavorada e com medo dele conseguir me estuprar, mas de repente ouço o barulho de vidro se quebrando e Joshua e puxado pela janela do carro.
— SOLTA ELA SEU DESGRAÇADO! ESTUPRADOR DE MERDA...! Vem encarar um marmanjo do seu tamanho seu cuzão. — Esbraveja o cara arrancando Joshua de cima de mim o jogando com tudo no chão.
Aproveito para sair do carro ajeitando a minha roupa, apavorada ainda chorando não acreditando no que Joshua tentou fazer comigo.
— Eu vou acabar com você seu infeliz! Ela é minha mulher e você não devia ter se metido... — Retruca Joshua se levantando tentando acertar o cara mas ele recebe uma joelhada nas suas partes caindo de joelhos no chão.
— Isso é para você aprender a tratar uma mulher seu viadinho... Não é porque ela tem um compromisso com você que ela mereça ser estuprada! Violentada porque você é um porco nojento que não a respeita! — Rebate o estranho acertando chutes na sua costela e chuta o seu rosto me deixando em pânico.
— Já chega por favor? Você vai matá-lo... Ele não merece que você estrague a sua vida por causa desse lixo. — Arrasto o cara para longe de Joshua caído no chão gritando de dor.
— Você vai me pagar por isso Ana Clara... Isso não vai ficar assim sua v***a! — Esbraveja ainda caído no chão me deixando chocada com as suas palavras.
— Eu não sei o seu nome e nem de onde veio, mas para ter me ajudado não deve ser uma pessoa má... Então por favor...? Me ajuda a sair daqui...? Me tira daqui por favor? — Peço me tremendo pela situação, sentindo as minhas pernas bambas e minhas lagrimas descerem livremente.
Ele se aproximar me encarando fixamente, mas abraça o meu corpo quando percebe que vou desabar e cair com tudo no chão.
— Você está bem? Ele te machucou...? Você está tremendo muito... Onde você mora? Qual é o seu nome? — Pergunta me encarando preocupado e sinto tudo a minha volta rodar.
— Eu... Clara... — Sussurro antes de perder o chão abaixo dos meus pés e tudo escurece.