Cumprindo a promessa

3572 Words
A partida amistosa terminara com a vitória do time da casa que recebera grandes elogios do outro técnico. O último set transformara a quadra em um verdadeiro campo de batalha, obrigando os jogadores a suarem a camisa para não desistirem da acirrada pontuação. Para um certo alfa de cabelos escuros, aquela partida durara uma eternidade. Os seus colegas de time se agitavam com o bom desempenho do rapaz, mas ninguém imaginava que ele estaria apenas descontando aquele sentimento tão estranho e raivoso na bola. “Não olhe. Por que você quer tanto saber o quão próximo eles estão?”. Os pensamentos de Gabriel eram outro campo de batalha, e mais agonizante se comparado à quadra. Recriminava-se por sempre fugir o olhar para o banco amadeirado onde aqueles dois sujeitos estavam. Mesmo que Theodore mantivesse toda sua atenção no jogo e fazia alguma anotação em um caderno, o que parecia incomodar Gabriel era o capitão do time dormindo. Como poderia dormir com aquele griteiro? Sua mente só tivera descanso quando trocara de lugar com o líbero por um instante, podendo ver Theodore levantar do banco com cuidado para não acordar seu amigo. E então ele fora até os técnicos conversar sobre alguma coisa, deixando o ginásio em seguida. “Por que se importar com tanto?” pensava o jogador, obrigando-se a voltar sua atenção na quadra. Theodore era um cara legal e gentil, além de parecer inteligente. Mesmo que Sadie e Milles fizessem questão de falar sobre os rumores do loiro, Gabriel pouco se importava com aquilo. Queria ser amigo dele. Gabriel queria se tornar próximo de Theodore. Mas algo estava estranho. O problema era consigo mesmo. Já havia notado que não se sentia confortável em ver o rapaz loiro tão perto do capitão do time de vôlei. Imaginara que sentia um certo egoísmo, pois Theodore era receoso consigo algumas vezes. Precisou afirmar não se importar com o fato dele ser ômega para serem amigos. Enquanto que com Nicolas... eles se abraçavam na frente dos demais alunos, sem se importarem com os cochichos. Tudo bem eram amigos de longa data, Theodore havia comentado isso antes, mas... E se eles tivessem algo a mais? Não poderia dizer que era impossível. Afinal... Tinha aquela história de Theodore com o tal Jake. Sendo assim, ele já tinha alguma experiência com relacionamentos com outros caras... No que raios estava pensando? Precisava realmente ponderar esse tipo de coisa? Era a vida pessoal de Theodore, isso não lhe dizia respeito, certo? Bufando com raiva dos próprios pensamentos, Gabriel deixara o ginásio assim que o apito soara findando a partida. Pouco se importou com os vivas e os chamados de seu técnico, apenas queria sair daquele ginásio o mais depressa o possível. Com a toalha enrolada no pescoço descera os degraus do ginásio ficando sentado em um canto sozinho. Puxou o tecido de algodão sobre os cabelos suados, escondendo-se pateticamente de seus pensamentos enlouquecidos. Não que fosse dar certo. “Por que pareço ser o único que não pode se aproximar?”. O ginásio ficara barulhento momentos depois, ainda assim Gabriel não levantara a cabeça. Nem soubera quanto tempo permanecera sentado na escadaria perdido em seus questionamentos. Apenas assustou-se quando algo gelado tocou sua nuca. Virando a cabeça repentinamente para trás, encontrara Theodore segurando uma sacola e uma latinha de coca cola. — Deve estar com fome depois daquela partida. Encomendei alguns hambúrgueres para o time, não sei se é do seu gosto... Pegando a latinha de refrigerante e a sacola com o tal lanche, Gabriel apenas concordara com a cabeça em uma resposta muda. Tirando o hambúrguer da sacolinha plástica o cheiro fizera seu estômago reclamar de fome. Mordera um grande pedaço, quase revirando os olhos de prazer por comer alguma coisa. Ouvindo um leve riso vindo do seu lado, Gabriel lembrou-se de que Theodore ainda estava ali. Havia se sentado ao seu lado e também comia um lanche parecido ao seu. Mas o que realmente lhe chamou a atenção era a distância entre eles. Uma pessoa poderia sentar entre os dois com facilidade. Dependendo da sorte que tinha, a única pessoa que faria questão de ficar entre eles era um certo baixinho. — Pensei que estivesse com o capitão... As palavras malditas escaparam de seus lábios sem sua permissão. Gabriel se repreendeu em mente, tratando de enfiar o lanche na boca para ocupá-la antes que outra baboseira fosse proferida. Ainda assim, olhara de canto pra Theodore curioso sobre sua reação. Theodore ficara em silêncio e então o olhara diretamente. O alfa não recuara o olhar de maneira alguma, pois desejava saber a resposta. Da qual viera logo em seguida. — Quando ele sentir o cheiro de comida, irá acordar sozinho. Será o suficiente pra acalmar os ânimos. Gabriel balançara a cabeça ainda comendo o lanche. Queria fazer tantas perguntas, mas não tinha coragem nem pra organizá-las em sua cabeça. Por um momento percebera que só de estar ali sentado na escadaria, comendo hambúrguer em silêncio do lado de Theodore já era confortável para si. Era algo bom. Mesmo com a distância entre eles. Só que esse momento logo fora empurrado com violência quando lembrara-se de Nicolas jogando a sua blusa pra livrar o colo de Theodore. Mesmo que ela tivesse sido impecavelmente dobrada e aquecida no colo do ômega, aqueles detalhes se desfizeram quando caíram em seus braços. — O jogo foi tão cansativo assim pra você? — Ouvindo a voz soar curiosa despertara Gabriel dos seus pensamentos. Erguendo o rosto, via Theodore o encarando enquanto bebia um gole de coca cola. — Está bem quieto agora. — Estou? — Theodore concordara com a cabeça rapidamente, e Gabriel só pode lhe dar um sorriso ladino pra esconder a vergonha — Deve ser o cansaço mesmo. — Vi que saiu do ginásio assim que o jogo terminou. Se estou sendo intrometido já me desculpo, mas você parece incomodado com alguma coisa. Gabriel tivera que desviar o olhar, pois sentia que poderia abrir o sorriso mais b***a em sua face. Theodore havia reparado em si, e também parecia preocupado agora. Isso não seria um sinal de que eles já haviam se tornado bons amigos? — Nada demais... Apenas uns pensamentos irritantes. — Oh... O aluno novo já está irritado com alguma coisa? O moreno soltara um riso nasalado, abocanhando o final do seu lanche antes de amassar os guardanapos. Bebericando um gole da coca, permanecera em silêncio tentando buscar uma resposta adequada. — Não estou irritado, só incomodado. — Ria Gabriel disfarçando a vergonha baixando a cabeça. A toalha escondera a expressão envergonhada do rapaz, mas a brisa suave e refrescante criara uma brecha para Theodore. Gabriel, então, se surpreendia quando as mãos do loiro lhe tocaram a cabeça, esfregando a toalha em seus cabelos. — Você está todo suado. Se pegar vento vai ficar doente. Mal ouvira aquelas palavras com nitidez. Gabriel só conseguia ouvir o som de seu coração batendo tão acelerado quanto uma locomotiva. Seus ouvidos deixaram de escutar qualquer outro som, pois todos os seus sentidos estavam voltados pra aquele toque na sua cabeça. A mão de Theodore era grande, seus dedos eram finos e delicados. Esfregava seus cabelos com suavidade e delicadeza, como se tomasse todo o cuidado do mundo para não machucá-lo. E seus olhos claros estavam focados em sua tarefa, mesmo que sua expressão fosse suave. Prestar atenção em Theodore fizera o coração de Gabriel acelerar cada vez mais. Era o máximo de proximidade que conseguira desde que o abraçara... Oh. Céus. Aquela vez havia abraçado Theodore. As lembranças daquela tarde haviam sido esquecidas para o bem estar do seu coração. Gabriel chegara a sonhar com o abraço, com o quão quente estava o corpo de Theodore, e o quão acelerado estava seu coração. Só que o que acabava tirando-lhe a razão era o desejo de apertá-lo contra si cada vez mais por sentir seu cheiro intensificar. Agora aquele calor estava sobre sua cabeça, perto o suficiente de si. Poderia quebrar a distância entre eles somente puxando o seu pulso. A mera ideia aumentava o seu nervosismo, o fazendo fechar os dedos em punho para se conter. Queria abraçá-lo. Não queria ser o único a não ser capaz de tocá-lo. Engolindo em seco, Gabriel baixara os olhos reprimindo aqueles desejos. — Posso te pedir uma coisa, Theodore? Ouvir a própria voz fizera Gabriel se recriminar. Ela soara tão baixa e estranha aos próprios ouvidos, que chegava a querer fugir de Theodore. Pela maldita segunda vez sua boca falava o que não deveria. — Pode, o que foi? Fechando os olhos e cerrando o punho, Gabriel tentava se conter. Mas o toque quente de Theodore ainda estava sobre sua cabeça, enxugando os cabelos em sua nuca. Aquele toque simplesmente puxava as memórias daquela tarde, onde ficaram tão perto e próximo atrás de uma palmeira. Maldito fosse o momento em que seus olhos buscaram as pérolas azuladas. Pois a partir daquele momento, vendo a curiosidade tão genuína naquele rapaz loiro fora o suficiente para ouvir algo se romper dentro de Gabriel. Uma corda vermelha. Ela se rompera. O garoto alto segurara o pulso de Theodore com certa força e urgência, o puxando para si até que seus ombros tocassem seu peitoral. Mesmo que o braço livre envolvesse o loiro em um abraço, Gabriel não soltara do pulso dele temendo a sua fuga. Aproximando seus lábios do lóbulo, permitira que aquela voz tão estranha fosse mostrada ao mundo. — Poderia não deixar o capitão tão perto de você? Lentamente ele sentira o corpo de Theodore enrijecer em seus braços, e um aroma adocicado lentamente se tornando presente. Permanecera naquela posição estando sensível à cada movimento de dele. Sua mão livre espalmada em suas costas o apertara mais contra si, lhe dando a maravilhosa percepção de um coração batendo acelerado contra o seu. — Por quê? A voz baixinha e receosa de Theodore estraçalhava cada vez mais a sanidade de Gabriel. Estava em uma corda bamba, sentia que à qualquer momento encontraria forças para recobrar a consciência e afastar o loiro. Por isso seus desejos lutavam bravamente pelo controle da consciência. Não se dariam por vencido até que conseguissem o que tanto queriam. — Porque me incomoda. Ouvindo vozes dentro do ginásio aumentando, provavelmente o horário de intervalo chegaria ao seu fim. Imediatamente Theodore espalmara as mãos no peito de Gabriel, o empurrando para se soltar do abraço. Ele se deixara afastar apenas para ver seu rosto. E a visão que tivera o prazer de agraciar fora de Theodore com as bochechas rosadas e os olhos arregalados de surpresa. Algo da qual Gabriel marcara no fundo de sua alma para não se esquecer. Era nítido a confusão em Theodore. O loiro escondia a vergonha desviando o olhar e cobrindo a boca com o dorso de sua mão. Ainda que tentasse fugir, ele lhe questionava mais uma vez. — Por quê? Gabriel não sabia dizer se a pergunta era pro abraço ou para seus motivos, tampouco se importara. Aqueles míseros segundos em que pudera sentir o calor de Theodore em seus braços, e ainda sentir o seu coração batendo foram o suficiente para que o mau humor fosse embora. Então, esboçara um sorriso cavaleiro para o loiro. — Porque você disse que eu poderia fazer o que quisesse. Sem nenhuma palavra sendo dita, Gabriel tivera de se levantar ao ouvir o chamado do técnico para começarem o treino. E diferente do último set em que algo o incomodava, agora estava leve. Realmente Theodore lhe salvava, agora até de sensações desconfortáveis. 「 • • • 」 Na segunda feira Gabriel chegara na escola de bom humor. Como de costume, se sentara no banco perto da fonte onde seu novo grupo de amigos se encontravam e acenavam para si. Sadie o recebera com um sorriso contagiante ao puxá-lo pelo braço. — Bom dia Gabi! Fiquei sabendo que arrasou no treino de sábado. — Bom dia — Cumprimentava o rapaz, já abrindo seu sorriso gentil de costume. — Não fui o único, o time todo foi muito bem. — Não foi o que meu irmão me contou... Sadie olhara para Milles, que deixara de praticar em seu skate só pra participar da conversa. — Não estou mentindo, se é isso o que estão pensando. — De qualquer forma, estávamos pensando em ir à uma festa nessa sexta. Lembra que eu falei sobre ela? — Festa? — Gabriel ponderou por alguns instantes. Seus pais haviam pedido que tratasse bem a garota, já que era filha de seu chefe. Mas também pediram que se enturmasse com os jovens da cidade, para ficarem tranquilos de que o filho estava bem. Gabriel não poderia negar um pedido dos pais, e por isso concordara com a cabeça ao convite, fazendo a garota arreganhar ainda mais a boca dando pequenos saltinhos de felicidade. — Será na casa da Fabi, de noite. Podemos dormir lá caso alguém fique bêbado... A garota rolara os olhos para o irmão mais velho, que apenas lhe mostrara a língua infantilmente. — Não serei o seu babá, pirralha. Não estregue os meus negócios, que eu não estrago os seus. — Não tenho negócios, maninho. Apenas quero me divertir. Milles sorrira maliciosamente para a irmã, como se compreendesse o significado daquela diversão. Desviando os olhos para o aluno novo, o loiro alto fora ao seu lado abraçando seu ombro. — Temos que fazer uma bela despedida, já que depois disso seremos escravizados pelo d***o. — Falando no diabo... O grupo seguira o olhar de Sadie sobre o capitão do time de vôlei que acabava de chegar. Escondido no boné e na toca de seu moletom, ele seguia para a tabebuia amarelada onde outro garoto loiro lia silenciosamente. Gabriel deixara as mãos no bolso para assistir a interação. Theodore falava alguma coisa pro amigo recém chegado, e o outro apenas se sentara ao seu lado descansando a cabeça em seu ombro. Como se soubesse estar sendo vigiado, o loiro recluso encarara o grupo de jovens, em especial retribuía o olhar de Gabriel. Theodore desviou o olhar e voltara a ler seu livro. Não afastara Nicolas de seu ombro, porém também não o fizera se deitar no seu colo como no sábado. — Aquele pequeno demônio deve estar reunindo energia pra acabar com a nossa vida de tarde. — Falando desse jeito, até parece que você não aguenta o treino. — Cala a boca pirralha. Você mau consegue acertar a bola. Rindo da briga entre os irmãos, Gabriel respirara fundo dando as costas para as tabebuias floridas. — Vamos pra aula antes que vocês dois comecem a se matar no pátio. O grupo logo abandonara a fonte e seguiram para dentro do prédio, mas sem deixarem de brincar e andar lentamente. Estando mais atrás com privacidade, Sadie soltara o braço do alfa sem diminuir a proximidade. — Estou feliz que vá na festa na sexta. Muita gente quer te conhecer, e você pode fazer mais amigos por lá. — Valeu pela consideração. Mas não precisa se preocupar comigo nesse ponto. — Até que se acostume com a nossa escola, pelo menos. E a gente pode se conhecer mais... Gabriel sabia das intenções da garota, ela não seria diferente de tantas outras com quem já estudara anteriormente. Elas sempre iriam lhe dirigir sorrisos e boas palavras só pra lhe distrair enquanto se agarravam ao seu braço como uma predadora impedindo sua presa de fugir. Não se importavam em questionar sobre seus sentimentos, se gostava de que o tocassem ou não. Apenas faziam o que bem queriam só pra elevarem seus status na escola. Gabriel sabia muito bem disso, e já sofrera o suficiente no ano anterior. Parando de caminhar, erguera os olhos para a ômega que estava alguns passos na sua frente. Ela o encarava curiosamente, não deixando mostrar nenhum sinal de malícia. — Sadie, você não gosta de mim, gosta? A garota emudecera repentinamente, ficando vermelha. Olhava de um lado para outro verificando se alguém estava por perto, até ela retroceder alguns passos para perto de Gabriel. Ali inclinou a cabeça infantilmente negando com a cabeça. — Por que acha isso? — Impressão minha. Mas se eu estiver errado, tudo bem. Sadie abria um sorriso nervoso erguendo os ombros retomando a compostura. Os dois colegas caminharam lado a lado. — Mas... E você? Está gostando de alguém daqui? A pergunta da garota soara inocente, mas quando chegara ao cérebro de Gabriel ele só pudera se lembrar do que acontecera no sábado. Da sensação aconchegante de ter abraçado uma certa pessoa, e do quão contente ficara em ver a expressão envergonhada nele. Queria ver aquela expressão novamente. Queria causá-la em Theodore. Isso era um jeito de mostrar que os dois estavam ficando próximos, não? Era isso o que queria. Ser amigo de Theodore. Assim como demais amigos, poderia brincar com ele, abraçá-lo e bagunçar seus cabelos. Fazer piadas, saírem para se divertirem criando memórias juvenis. Não era isso o que queria? Ainda com as mãos no bolso da calça social preta, Gabriel suspirava pesado em notar que a confusão em sua cabeça parecia seguir para um caminho nem um pouco querido. Por isso sorrira para a doce garota ao seu lado. — Não, ninguém em especial. Sadie balançava os cabelos tornando a saltitar pelo corredor, completamente alegre pelo caminho livre até a sala de aula. Aproveitando os minutos antes do sinal tocar, o grupo barulhento de amigos conversavam em frente da sala. O irmão mais velho dos Mckenzie parecia bem humorado ao falar alto e dar risadas. Sua presença simplesmente brilhava ao lado da irmã mais nova, que também deixava claro a sua presença ali ao tagarelar. Aqueles dois eram a alma daquele pequeno grupo, percebia Gabriel. — Eu posso pegar o carro do meu pai para levar vocês na festa. — Vamos a pé, eu quero beber. — Eita! Alguém falou sobre levar alguma coisa? — A gatinha provavelmente vai pegar dos pais dela. — Ria Milles, arqueando a sobrancelha arrogantemente. — Falando nisso, você bebe, Biel? Reprimindo torcer o nariz para mais um apelido, Gabriel apenas negou com a cabeça. — Sou de menor. — Não seja careta! Todo mundo na festa vai beber alguma coisa... — Sinto muito, ser careta é muito viciante pra mim. — Ria Gabriel, apertando os ombros de Milles com certa força — Não quero preocupar os meus pais, por isso não preciso de álcool pra ser considerado um cara legal. — Está falando sério? — Voltando a colocar a mão no bolso, Gabriel movera os ombros de jeito desinteressado. — Se é assim... Então tudo bem, eu te respeito cara. — Vão ficar empatando a porta da sala até quando? O resmungo mau humorado fizera Milles olhar para trás e para baixo, encontrando Nicolas com seu nítido mau humor. Gabriel até dera um passo para o lado liberando a passagem, mas o mesmo não fora feito pelo alfa loiro. Cruzando os braços sobre o peito e erguendo o queixo em uma pose prepotente, Milles abria um sorriso ladino para o capitão do time de vôlei. — Qual é baixinho, sabe ser educado não? Ou será que sua esposa não ensinou boas maneiras? O olhar malicioso do rapaz foram direto para Theodore, que se encontrava logo atrás de Nicolas. O loiro não transparecera incômodo, apenas inclinou levemente a cabeça quando Nicolas respondia. — Por quê? Quer ficar no lugar dele pra me ensinar a ser um bom garoto? — E se eu quiser? Milles dera um passo ficando perto de Nicolas, não perdendo a pose amedrontadora ao exalar feromônios. Porém o mais baixo sorria ladino, segurando a camisa do mais velho o obrigando a se inclinar na sua direção. — Cai dentro. — Nico, a professora logo vai chegar. O baixinho, mesmo que contra gosto, largara a blusa do terceiranista. Milles ajeitava a blusa sem desviar os olhos furiosos do menor, que o empurrara com força para o lado abrindo passagem pra sala. — Sai da frente babaca. — Isso não vai ficar assim! — Estarei esperando a sua birra, maternal. — Sorria Nicolas acenando, mesmo de costas. O grupo de estudantes assistiam os outros dois entrarem na sala sem parecerem incomodados com a discussão. Gabriel se encostava na parede apertando a alça da mochila sobre seu ombro, acompanhando com o olhar um certo loiro seguir o seu melhor amigo até o fundo da sala. — Esse baixinho me dá nos nervos. Sempre se achando só por ser o capitão do time — Reclamava Sadie ao lado de Gabriel. — Vocês o provocam também. Tanto Sadie quanto Milles olhavam para o alfa com surpresa. Gabriel pouco se importou se suas palavras fossem mau interpretadas, ele sequer prestava tanta atenção já que estava ocupado observando Theodore arrumar seu material. — Tá falando que fui eu quem começou isso? Virando o rosto para o terceiranista, Gabriel suspirou deixando alguns tapas nas costas de Milles. — Você gosta de provocar Nicolas, então imagino que pra você seja divertido. — c*****o, nem fudendo! Ele simplesmente me irrita. — Tá certo, tá certo. Não está mais aqui quem falou. Aproveite a aula pra acalmar os nervos. Gabriel, então, olhara para Sadie e a convidara com o olhar para entrarem na sala. A garota muda com a discussão, assentira antes de acompanhar seu novo paquera. Deixado para trás, Milles bagunçava os cabelos loiros resmungando, e talvez xingando um certo capitão do time de vôlei.
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