Furando as orelhas

3544 Words
Theodore foi beijado por Gabriel. E foi, em meras palavras, inesquecível. Mesmo deitado em sua cama prestes a dormir, vira o sono ser varrido pelas doces lembranças do que havia ocorrido naquela tarde. O toque quente do alfa, a forma como o seu cheiro o envolvera, o beijo que intensificava cada vez mais. O que teria feito caso a sua mãe não tivesse ligado? Teria tido coragem para encarar Gabriel? Sem deixar transparecer os seus sentimentos? Bem, se isso parecia um mero problema imaginário, se tornaria bem real quando o visse na escola da próxima vez. Pontos positivos, Theodore não precisaria se preocupar tanto já que o alfa deveria focar nas partidas das eliminatórias que começariam no domingo. Entre prioridades, certamente o ômega não seria uma delas. Era a chance ideal para que ele mesmo acalmasse os seus sentimentos e encontrasse alguma maneira de manter a neutralidade para o bem de sua amizade. — Terra chamando Theodore! Oooooie! Piscando repetidas vezes, o loiro focava na garota baixinha na sua frente. Lilian balançava a mão em frente aos seus olhos, o encarando curiosamente. — Foi m*l, tava... Viajando na maionese. — Aconteceu alguma coisa? — Nada não. Do que estava falando? Lilian batera palmas ajeitando-se na cadeira pra tornar a falar. — Já que você topou em participar do concurso, eu queria saber qual o seu estilo. — Estilo...? — É... Espero que não seja emo, não sei vestir um emo. Olhando para as próprias roupas, Theodore se deparava com um grande abismo. Usava calça de moletom escuro e uma camisa grande só pra ir se encontrar com Lilian. Na verdade foram as únicas roupas que encontrara na frente diante do seu atraso. Para a sua infelicidade, não se considerava alguém que seguia tendências da moda como os populares garotos da sua escola. Teria o seu estilo algum nome fashion? Preguiça juvenil? — Acho que não tenho um estilo — Admitia envergonhado. — Nunca se imaginou de algum jeito? Você é bonito, tenho certeza que qualquer estilo fica bom em você. — Na verdade eu até tenho algumas roupas legais, mas só uso pra sair com a família. Me considerado relaxado demais pra me arrumar — Ponderava o loiro, mexendo a colher em seu café com leite. — Percebo isso pelo seu cabelo... Mas ainda parece um querubim. — A música começara a tocar nas caixas de som da cafeteria onde os dois marcaram de se encontrar. Lilian erguera os dedos para cima, cantando junto aumentando sua alegria pra tirar um sorriso de Theodore — É lindo teu sorriso, o brilho dos seus olhos, meu anjo querubim... O balançar desengonçado da garota atingira o seu objetivo, fazendo Theodore rir na medida que suas bochechas ganhavam um tom rosado. — Pensei que aqui tocasse só música antiga. — De vez em quando mudamos o cd pra variar um pouco. Mas não acha isso coisa do destino? — Tá certo, é o destino querendo aumentar a minha autoestima. — Isso garoto! — Ria Lilian batendo palmas alegremente — Mas voltando ao assunto, até que ponto você consegue mudar seu estilo? Deveríamos pesquisar na internet sobre? Até que ponto deveria mudar sua aparência só por causa de um concurso? Não parecia algo superficial? Theodore bebericava um gole do café com leite adocicado imaginando o tanto de trabalho que teria para perder naquele concurso. Somente Lilian o enxergaria como alguém bonito, já que vive o cobrindo de elogios. Oh, não era a única. Havia outra pessoa que já dissera que ele era bonito. Elogios esses que faziam um certo coração bater acelerado em seu peito. Caso Theodore mudasse alguma coisa nele, Gabriel iria notar? Valeria a pena tentar pra saber sua reação, agora que ficaram... — Ah! Que tal um estilo tipo a do Dougie Poynter? — Com a xícara encostada em seus lábios, Theodore encarava sua nova amiga sem dizer nada. Lilian reprimira o riso comprimindo os lábios para salientar — O baixista do McFly. — Atá! Devo ter visto a foto dele em algum lugar. — Deve ter sido no meu perfil do Orkut, adoro a banda. — Então você já tinha planejado sobre essa “mudança” no meu estilo de vestir? Lilian abrira um sorriso envergonhado, preferindo não responder, apenas beber um gole do seu chocolate quente. Theodore achara sua reação uma graça, e um tanto quanto sapeca. — Que tal furar as orelhas? Pode usar algo discreto... — Teria de passar pela dor só por causa do concurso? Não, eu passo. Um brilho astuto surgia nos olhos claros de Lilian, causando arrepios no ômega. Certamente algum plano maligno ganhava vida dentro daquela cabeça, deixando os instintos do loiro berrando um pedido pra ter sua vida salva. Pensando ser apenas sua imaginação, Theodore logo lamentava não ter escutado sua intuição quando ela o golpeara. — Com certeza um certo alguém o achará irresistível se te ver de brincos. — Um certo alguém? — Que não sabemos o nome, é claro. Theodore espreitava os olhos para Lilian. — Está blefando. — Estou te seduzindo... Está funcionando? Desviando sua atenção da garota, o ômega batucava os dedos sobre a mesa ponderando sua proposta. O que sua mãe diria se o visse usando brincos? Provavelmente daria uma bronca por agir tão irresponsavelmente. E ainda tinha o fato dor de toda aquela questão. Argh, não queria sentir dor. Por outro lado... Imaginar a reação de Gabriel e Nicolas ao verem o ômega diferente seria impagável. E Lilian parecia conhecer seus segredos profundos, além de ter vindo para o encontro preparada. Desistindo de lutar contra a maré, Theodore se encostava na cadeira concordando com a cabeça. — Funcionou. Eu topo. A euforia de uma garota era encantadora. Lilian explicara para Theodore todo o seu planejamento sobre o concurso, destacando a intenção de trazer à tona o brilho do ômega. Era um tanto quanto constrangedor para Theodore notar que Lilian enxergava potencial até demais em si. Não a conhecia há tanto tempo, e suas conversas eram uma montanha russa de tantos assuntos que conseguiam abordar em um encontro, ainda assim ela parecia saber até demais. Dentro da cabeça do ômega existia a fantasia de que ela seria a sua irmã caçula disfarçada vinda do futuro, pois não era possível saber tantas coisas à seu respeito apenas com o olhar. Mas havia uma dúvida que serpenteava sua mente com mais agilidade se comparada com as demais. — Você sabe sobre... Aquela pessoa? — Aquela pessoa? Oh... Aquele do corredor do outro dia? Theodore concordara com a cabeça enquanto se levantava da mesa para ir até o balcão pagar a conta. — Chegou na escola esse ano, é títular do time de vôlei sendo um levantador, apesar de jogar bem também no bloqueio. É bonito e popular, já ficou com um dos Mckenzie... Por que está me olhando desse jeito? Theodore a encarava horrorizando segurando a nota de vinte reais na mão. Entregando para o caixa, tentou suavizar sua expressão com um balançar de cabeça. — Como você sabe tanto... — Comunidade do Orkut, meu bem. O resto foi o que minha sala conseguiu descobrir em sua rede de fofocas. — Estou começando a ter medo da sua sala. — Não precisa, fazemos isso pois estamos empenhados em te fazer vencer. Abrindo a porta para dar passagem à pequena garota, Theodore ponderava o quão agradecido, ou com medo, deveria estar. — Mas ninguém sabe sobre eu... Enfim. — Ah, isso é verdade, ninguém sabe. Mas quando nos encontramos no corredor pela primeira vez a forma como olhou pra ele foi especial. Percebi na hora. Queria fugir para o outro lado do planeta tamanha era a sua vergonha. Até fingiria que não era bem assim, mas quando ocorrera a catástrofe na quadra de vôlei, Milles também notara seus sentimentos por Gabriel. Isso não seria um sinal do universo lhe deixando claro o quão na cara estavam seus sentimentos? Deveria ser mais comedido? Balançara a cabeça evitando pensar demais no assunto. Ainda naquela manhã, o garoto ômega acompanhara Lilian até uma loja de bijuterias para encontrar um par de brincos. Sem conhecer o universo dos acessórios apropriadamente, Theodore deixara no encargo da beta em escolher as peças ideais, — Que tal um alargador em espiral falso? E na outra orelha pode usar um brinco preto comum. Parando ao lado da garota para olhar os brincos citados, Theodore cruzava os braços sem saber o que comentar. Lilian havia dito que desconhecia o estilo dos emos, mas não era o que parecia. Só os emos usavam aquele tipo de brincos. — To ficando com medo de você, isso sim. — Mas eu não fiz nada, deixa de ser bobo Theo! — Ria Lilian divertida. — Ah se você colocasse piercing... Pelos céus, estou babando. — Acho que os brincos são o suficiente. — Mas olha esse transversal, é bonito. — Virando-se para o rapaz alto, a beta o puxara pelo braço obrigando Theodore a se curvar na sua altura e então pudera tocar a ponta de sua orelha direita — Bem aqui, apesar que seu cabelo está grande e poderá enroscar nele... — Isso vai doer? — Desde que saiba se cuidar direitinho... Theodore tentava se imaginar usando aquilo tudo em suas orelhas, e conciliar com a imagem que Lilian queria trabalhar como explicara anteriormente. Tinha que admitir o seu bom gosto, a garota tinha uma ideia boa e interessante. Infelizmente não sabia dizer se ele mesmo conseguiria trazer à realidade aquela ideia. — Se vamos fazer isso, faremos direito... Certo? — Confie em mim, Theo! Dito e feito! Assim que os brincos foram comprados, Lilian arrastara Theodore para a farmácia onde fariam os furos. O farmacêutico conversara com o ômega sobre os cuidados após o procedimento, além de iniciar um bate papo com Lilian que distraíra Theodore da dor. Fora rápido apesar da pequena pontinha de dor que ele sentira. Mas nada se compara com a sensação pesada que havia em suas orelhas. Theodore precisaria se acostumar com aquilo, entretanto gostara do resultado. — Amanhã já colocaremos nosso plano em ação. — Amanhã? Mas é dia de jogo... — Exatamente! — Sorria Lilian — Como Milles e Gabriel estão participando, as chances de ter um grupo de meninas torcendo por nossa escola são bem grande, não é? — Infelizmente elas seguem o time independente de haver concurso ou não. Mas o que tem isso? — Quero que elas te vejam produzido. — Sorria inocentemente a garota. — E na segunda, todos da escola saberão que Theodore Moss é um garoto deveras bonito. — Espera, quer que eu vá todo arrumado pra partida? Lilian ficara muda por alguns segundos, e quando acordara de seu torpor batera palmas. — Acho melhor eu ir na sua casa pra te ajudar com isso. O que acha? — Ahn... Eu tenho que cuidar das coisas do time. — Faça isso hoje, porque amanhã estarei cedinho pra cuidar do seu visual. E não aceito um não como resposta, tenho medo que o fantasma do moletom surja grudado no seu corpo. Theodore apenas concordara com a garota, que se despedira relembrando o compromisso que teriam no dia seguinte. Participar de um concurso de beleza era mais cansativo do que ele imaginava. 「 • • • 」 — Então... Uma garota está vindo aqui pra te arrumar? Os céus atenderam as minhas preces. — Ei! Não é pra tanto, mãe. — Estou surpreso que tenha concordado com isso. Não me parece se importar com concursos — Lembrava Pete enquanto penteava os cabelos da pequena Lisa. Theodore suspirava enquanto ajeitava os lanches dos jogadores na bolsa térmica. — E não me importo, sei lá. Não achei uma má ideia mudar um pouco. Ano que vem é o último ano da escola, e eu queria fazer algo diferente pra me lembrar... — Ou está fazendo isso por causa do garoto novo que me disse? — Não sei do que está falando. Prestes ser interrogado pela mãe, foram salvos pela batida na porta da frente. Aline abandonara os lanches que empacotava pra ir atender a porta, deixando Theodore suspirar aliviado por alguns minutos apenas. — Mas é realmente surpreendente que tenha aceitado ajudar essa garota. — Vai saber o porquê. Risadinhas femininas ecoaram pela casa, e Theodore tivera a certeza de que a visita se tratava de sua nova amiga. Assim que Lilian aparecera na cozinha, Pete arqueara a sobrancelha descendo os olhos para a pequena Lisa que estava em seu colo. Em seguida, fitara Theodore, que apenas rira nasalado. Certo, era nítido que o irmãozão tinha fraco por garotas fofas. — Bom dia, sou Lilian é um prazer conhecê-los e me perdoem pela invasão em sua casa. — Tudo bem, seja bem vinda. Sou Pete, o padrasto e essa é Lisa nossa filha. Lilian olhara para a pequena garota que a fitava curiosamente. Então Lisa estendera os braços manhosamente para o irmão mais velho, formando um bico nos lábios. — Irmãozão é meu! — Ela é minha amiga da escola — Explicava Theodore beijando as mãozinhas de sua irmã. — Não precisa ficar com ciúmes. — Oh mas eu também gosto desse irmãozão — Brincava Lilian se agachando na frente da menina — Mas não vou roubar ele de você, não se preocupe. — Mas... Mas... Os olhinhos claros logo marejavam em pura manha. Pete terminava de arrumar os cabelos da garotinha, a virando em seu colo. — Iremos ao parque brincar com suas amigas, mas o irmãozão tem compromisso e vai ficar sozinho. Não seria legal ele ter uma amiga pra cuidar dele por nós? Lisa formara um bico nos lábios ao olhar para Lilian, e então olhara para Theodore que continuava a empacotar os lanches na bolsa. — Irmãozão vai ficar sozinho? Não pode né? — Pois é, seu irmãozão pode chorar se ficar sozinho. Mas prometo fazer companhia a ele, o que acha? — Tá bom! Mas o irmãozão é da Lisa! Sem aguentar, Theodore escondia o rosto entre as mãos contendo a sua felicidade em ver tamanha fofura logo pela manhã. — Muito bem, vamos deixar a nova amiga ajudar o irmãozão enquanto preparamos o almoço do irmãozão pra ele levar. — Vamooooos! Imediatamente Lisa saltara do colo do pai e o puxara pelo braço pra ir até a cozinha. Lilian ria do jeito meigo da pequenina, então virando-se para Theodore o cutucara no braço. — Ela se parece contigo, querubim. — Ganhei um apelido agora? — Aham! Então... Já terminou por aí? — Sim — Respondia ao fechar o zíper da bolsa. — Como instruiu, preparei tudo ontem mesmo. — Oh, então é você quem vai arrumar esse menino. — Intervinha Aline abraçando o abraço de Lilian. — Mamãe... — Será uma missão difícil, senhora Moss, mas cumprirei com o meu dever de extrair a beleza desse anjo querubim. — Realmente será difícil... Todas as vezes que tento arrumar esse menino, ele me afasta. É muito difícil sabe? Theodore revirava os olhos com o drama da mãe, mas não abafava o riso e nem a diversão com a interação daquelas duas. — Eu sei. Mas sou determinada. Além disso — Lilian se inclinara para encarar Theodore — tenho certeza de meu árduo trabalho fará certo alguém cair aos seus pés. Theodore simplesmente paralisara, enquanto que Aline abria a boca estupefata segurando as mãos de Lilian. — Você sabe! Ahá, quem é ele? O ômega intervira entre as duas mulheres, segurando os ombros de Lilian a empurrando em direção das escadas. — Espera espera, temos que ir fazer esse troço. Não posso me atrasar. — Não ouse fugir de mim de novo, Theodore! O grito da senhora Moss fora devidamente ignorado pelo filho. Assim que Lilian fora apresentada ao guarda roupa de Theodore, ela compreendia o desespero daquela mãe. O loiro ômega tinha várias vestimentas bonitas que pareciam novas e intocáveis, e estrategicamente as roupas de moletom ficavam penduradas perto da porta do armário facilitando seus acessos. A garota beta suspirava inconformada em ver tantas roupas bonitas escondidas no guarda roupa. Obviamente dera uma bronca em Theodore, mas o ômega não se sentira culpado quando uma garota fofa tentava parecer brava. Enquanto o ômega fosse se banhar, Lilian escolhera o conjunto de roupas deixando sobre a cama arrumada. Até mesmo par de meias e tênis ela deixara separado, em uma clara mensagem subliminar de que deveria seguir seus conselhos. Deixara o quarto pro garoto se trocar, conversando sobre seu ardiloso plano com Aline depois de encontrá-la tentando espionar o quarto do filho. As duas trocaram ideias para o desespero de Theodore, aumentando o medo quando ambas retornaram para o seu quarto a fim de arrumar os seus cabelos loiros. — Já está na hora de irmos! — Estamos prontos por aqui. — Gritava Aline de volta ao marido, parada na porta olhando o filho emocionada. — Finalmente está apresentável. — Mãe... — Vou ajudar Pete a arrumar o carro. Desçam logo vocês dois. — Sim senhora Moss. Deixando os dois jovens sozinhos, Theodore e Lilian entreolhavam-se e riam. O último toque fora o frasco de perfume que a garota espirrava em pontos estratégicos, encarando o reflexo do ômega no espelho. — O que achou dessa pequena produção? Theodore olhava o próprio reflexo e abria um sorriso largo. — Gostei... E admito que estou nervoso. — O assistente do time de vôlei fará sua grande estreia. Inteligente e bonito, ninguém se importará com os rumores de sua classe. — Lilian segurou os braços de Theodore o virando de frente para si, abrindo um sorriso fraterno — Mas acima de tudo, seja você mesmo. Se divirta, e eu estarei do seu lado para o que for necessário. — Eu sei. Vamos? Tenho que chegar no ginásio antes do time. — No ginásio? — Questionava Lilian confusa — Pensei que iria pra escola pegar o ônibus. Abrindo um sorriso envergonhado, Theodore negava com a cabeça. — Sou um ômega gay, não devo estar em lugares fechados com outros garotos. — Oh... Não sabia disso. Então temos que nos apressar mesmo, não é? Afinal... Eu disse pra sua mãe que faria alguém cair aos seus pés diante de sua beleza. Theodore concordava com a cabeça rindo divertido. Uma coisa era uma pessoa dizer que você é bonito, outra você se sentir bonito. Aquela sensação era simplesmente prazerosa fazendo toda a diferença em seu dia. O ômega simplesmente se sentia empoderado como jamais se sentira. Logo em seguida os dois adolescentes deixaram a casa e entraram no carro da família Moss. Durante o caminho, Lisa cantarolava o quão feliz estava por ir em um parque junto com suas amiguinhas pra brincarem. Theodore brincava com sua irmã, sendo alvejado com jatos de fofuras e declarações da garotinha. O ginásio onde os jogos aconteceriam ficavam na cidade vizinha, cujo tamanho era comparado ao da capital do estado. Conhecendo os atalhos da estrada por ser sua rota de trabalho de vez em quando, Pete conseguira estacionar o carro ao mesmo tempo que o ônibus da escola já deixava os jogadores. — Chegamos à tempo! — Comemorava Pete orgulhoso de si mesmo. — Oh, quantos garotos bonitos você tem em sua escola. — Nosso alvo é aquele ali, senhora Moss — Lilian apontara para um rapaz alto de cabelos escuros e corpo magro, que conversava ao lado de outro rapaz alto de cabelos loiros. — Segundo minhas fontes, seu nome é Gabriel. — Lilian! — Ora, mas aquele ao lado dele não é Nicolas? Eles se conhecem? — Mãe se esqueceu quem é o capitão do time? — Você não disse que ele te respondeu não conhecer o paquera do Theo? — Lembrava Pete se apoiando no volante para também olhar os estudantes. — Pois é, ele mentiu pra mim. Estou magoada. — Até onde sei Nicolas não gosta do Gabriel por ele ser amigo daquele garoto loiro ali — Fofocava Lilian. — Ora, por quê? Os olhares se viraram para Theodore, que se encolhia no banco do meio do carro. Nunca contara aos seus pais sobre os rumores que se espalhavam na escola à seu respeito, então não diria que Nicolas sempre brigava com Milles pra lhe proteger. Coçando a nuca, o rapaz ômega escolhera omitir algumas informações. — Milles é muito popular e as garotas sempre invadem os treinos pra ver ele. Nico detesta a bagunça, então os dois brigam constantemente. — Nada novo à luz do sol — Ria Pete divertido. — Ah estou nervosa. — Admitia Lilian quando as portas do carro foram destrancadas — Se ele não babar em você, ficarei muito frustrada. — Nico percebeu que chegamos. Já devem ir crianças. — Tchau tchau irmãozão. Theodore sentira o coração acelerar mais uma vez. Nicola conversava com Milles e Gabriel olhando para alguns papéis em mãos, provavelmente repassando instruções. O baixinho sonolento havia olhado em volta enquanto Milles dizia alguma coisa, e então reconhecera o carro dos Moss, encarando fixamente. Para o desespero do ômega, Gabriel e Milles o seguiram com o olhar. Lilian fora a primeira a deixar o carro, com um sorriso empolgado ela abria passagem para um certo ômega descer logo em seguida. No instante em que Theodore pisara fora do carro, certamente ele roubou a atenção de várias pessoas. Uma era especial.
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