1. Fênix

4977 Words
- Você vai servir a princesa?!- Sirius falou naquele mesmo dia, jogado na cama de James, vendo o amigo preparar o arsenal de armas. - Parece que sim.- Revirou os olhos.- A rainha é uma baita de uma atriz, veio aqui, chorou e segurou minha mão pra me convencer. Acredita que a danada conseguiu mesmo me convencer? - Pelo tanto de coisa que ela te ofereceu eu aceitava qualquer coisa.- Remo falou, mexendo nas armas.- Pra que você tem tantas armas? - Eu estou indo buscar a princesa e eu não sei o que esperar, Fleamont só me deu essa escuta e umas coordenadas, tive que procurar onde é. O endereço é no meio do mato!- Ele fechou a bolsa, jogando ela nas costas e apenas colocando uma pistola na cintura.- Único lado positivo é o carrão blindado que o velho me deu. Sacudiu as chaves da BMW, ouvindo os assobios dos amigos como resposta. - Quando volta pra casa, irmão?- Sirius perguntou. - Não sei, pelo que entendi vou levar ela pro palácio hoje e ficaremos lá. Depois vamos fazer um treinamento amanhã de manhã e eu vou receber instruções.- Brincou com a chave do carro entre os dedos.- Vou passar uns meses fora com a princesinha, ainda vou ter que morar na república. - Já posso imaginar você vestindo camisa polo e jogando futebol americano, basquete e usando aquelas roupas apertadas de tênis. Sirius e Remo se entreolharam, antes de caírem na gargalhada. - Tchau majestade, se cuida.- Eles fizeram reverência. - Vão tomar no cu.- James mostrou o dedo do meio antes de sair do quarto. - Você estressou o príncipe, assim ele manda te decapitar... Pegou a chave do apartamento e abriu a porta, olhando pro apartamento uma última vez antes de sair. Sentiria falta dos amigos, de casa e de como era bom ter liberdade e privacidade. Não sabia como seriam as coisas dali pra frente, mas sabia que um dia voltaria para casa após as ameaças a princesa acabarem e talvez quando voltasse as coisas estariam iguais. Mal sabia James que aquela missão e aquele encontro com certa princesa ruiva mudaria sua vida completamente. Antes de sair de casa, seguiu as instruções de Fleamont, desligou a localização do celular, tirou o chip e desligou o celular. Conferiu se não tinha nenhum rastreador no carro ou bomba e por fim começou a seguir por um mapa de papel as coordenadas Mapa de papel, era uma coisa antiquada e velha, mas era muito melhor do que um Google Maps que deixaria histórico e era facilmente rastreável. Cerca de duas horas de carro, andando por lugares estranhos de Londres e fazendo ele perceber que Londres não era tão pequena como ele imaginava, fuçando cada buraco da cidade. Depois de duras horas no carro e caminhos de estrada de barro, as estradas de barro se tornaram apenas uma selva que com o cair da noite, apenas o farol do carro iluminava. Qualquer outra pessoa odiaria uma viagem longa e solitária, mas James gostava de estar só e principalmente gostava de não ter que dar satisfação da velocidade que dirigia aquele carrão. Quando chegou no ponto que seu pai tinha falado, tirou a escuta de dentro de uma caixinha e a colocou no ouvido. Alguns chiados depois ele conseguiu ouvir a voz de Fleamont. - James? James é você? - Quem mais seria?- Debochou. Do outro lado da linha, em uma sala para missões especiais, Fleamont revirou os olhos. - Fico feliz que tenha aceitado, é bom ver você de volta a ativa. - A rainha é bem convincente, não tem como dizer não a ela.- James falou, diminuindo a velocidade para não se perder ou passar do ponto, confuso sobre pra onde estava indo. - Ela é mesmo, já me colocou me cada situação.- Falou com um sorriso no rosto, era a primeira vez que seu filho falava várias palavras sem ser forçado. - Estou no meio do nada, não sei se estou indo certo, nem nada. Acho que estou perdido, mas eu segui o mapa... e ninguém me seguiu, tudo limpo. Ele olhou para o retrovisor, confirmando novamente que ninguém o seguia. - Descreva onde você está.- Pediu, fazendo uma conta de onde ele estava sabendo o horário em que ele tinha saído de casa. - Mato, mato e mais mato, quase não dá pra ver nada.- Descreveu, apertando os olhos. - Tem alguma coisa diferente, estranha ou que tenha te chamado a atenção? - Algumas árvores tem bastante maçãs embaixo, de cinco em cinco árvores uma tem maçãs ou frutas caídas. - Significa que você está chegando. Agora ao invés de ir apenas reto você vira a esquerda. Cinco metros a frente ele viu o caminho e entrou a esquerda com certa dificuldade. Estacionou o carro, tentando fazer o mais silêncio possível. - Certeza que ninguém te seguiu? - Sim senhor. - Se você diz... - Tem algum perigo de deixar o carro aí e alguém ver? - Não, tem câmeras e ninguém vai nessa área de jeito nenhum.- Fleamont respondeu. James tirou o cinto de segurança e a chave, abrindo a porta do carro e saindo, trancando ela. - O que eu faço agora? - Volte para trás, de em torno de cinco passos.- James obedeceu.- Ande mais alguns e quando você sentir que está pisando em algo oco, bata na madeira uma vez e faça pausa, bata duas rapidamente e depois espere para bater a quarta. - Ok. Vou quebrar a escuta. Antes que James tirasse a escuta e pisasse, seu pai falou do outro lado da linha. - James, você não sabe como eu fico feliz que você tenha aceitado participar da missão mesmo me odiando. Ele acendeu a lanterna, apontando para o chão, sem saber o que dizer. - Você acha que um dia vai me perdoar por tudo? - Minha mãe te perdoou e se ela que o senhor fez sofrer tanto, te perdoou, porque um dia eu não perdoarei? Fleamont respirou aliviado do outro lado. - Um dia vai me chamar de pai e beber uma cerveja comigo sem discutir? - Aí você esta querendo ir com muita pressa, vamos com calma, quando essa missão chegar ao fim marcamos de conversar, ok? Fleamont no outro lado sorriu. Não era fácil fazer James voltar atrás em qualquer decisão, mas quando se tratava de sua falecida mãe e de seguir os desejos dela, ele cumpria de bom grado. - Boa sorte filho, se cuida.- Falou antes de James arrancar a escuta e joga-la no chão, pisando. A escuta chiou e parou de pegar. Deu alguns passos e bateu o pé algumas vezes em alguns trechos, apontando a lanterna para tentar enxergar melhor. Quando sentiu algo oco e de madeira, diferente do barro e da grama, abaixou a lanterna, tendo visão de alguns matos, folhas e galhos colocados propositalmente. Se agachou, afastado tudo o que estava ali. Uma batida longa. Pausa. Duas batidas rápidas. Pausa. Uma quarta batida longa. Demorou alguns segundos para ouvir um barulho alto que fez ele se afastar de imediato da pequena porta/piso de madeira. A porta foi aberta e ele pode ver alguns degraus de madeira em uma escada colocada, falha e pequena, não muito boa. Desceu vagarosamente para o sub-solo, achando bem esquisito. Quando se virou para frente, viu alguns homens apontando armas para ele. Era de se esperar. Homens fortes, musculosos, altos e sérios, aquele era um dos esquadrões alto da polícia, servir a rainha. - Qual seu nome?- O mais alto deles falou. Era um homem alto, musculoso, careca, olhos profundos e um jeito ameaçador, segurando a maior arma, uma metralhadora. Todas aquelas armas apontadas para James e ele ao menos piscou, tremeu ou exitou. - Vocês já sabem, mas vou ter que repetir pra confirmar, não é mesmo?- Revirou os olhos.- James. James Potter. Filho do Fleamont, ministro da segurança. - Qual o nome da sua mãe, sua data de aniversário e do que ela morreu? - Euphemia Potter, 7 de março de 1965.- Engoliu em seco.- Depressão. - Quantos anos ela tinha quando morreu? Em que ano você nasceu? Quando seu pai e sua mãe se divorciaram? - 49 anos. 1995. 2006. As mãos dele estavam erguidas, ele sabia como funcionava os procedimentos. Qualquer movimento errado e todos aqueles homens atirariam. - Com cuidado tire a arma da sua cintura.- O homem careca pediu. Sem movimentos bruscos, lentamente James pegou sua arma e a tirou da cintura, abaixando e colocando ela no chão, vendo todas as armas ainda apontadas para ele. - Tira a jaqueta de couro e a blusa. Observando o cara careca que falava, James percebeu que ele era o chefão ali, ele que mandava em todos, deveria ser o braço direito do seu pai pra proteger a família real. Tirou a jaqueta de couro e a jogou no chão, logo depois a blusa de manga cumprida branca e a jogou no chão também. - O tênis. Desajeitadamente arrancou os tênis e os jogou de canto junto com a meia. - A calça. Revirando os olhos, James tirou o cinto e depois a calça, ficando apenas de cueca box preta. - Que que eu tire a cueca também pra vocês conferirem outra coisa?- Debochou, cruzando os braços em cima do peito. Ele deu uma voltinha, piscando de modo brincalhão para eles. - Podem dizer, eu sou um gostosão. Alguns deles tiveram que segurar a risada quando viram a cara do chefe. - Sem brincadeiras aqui rapaz.- A voz grossa falou.- Quero o colar. O crucifixo. - Eu não vou dar. O homem arqueou a sobrancelha para ele. Ele se aproximou, colocando a mão no colar, mas James bateu na mão dele. - Qual é p***a, não mete a mão no meu colar! Tô metendo a mão nas suas coisas pessoais por acaso? Ele revirou os olhos. - Vou deixar passar pelo seu pai, mas vou mandar alguém conferir se não tem uma escuta ou uma câmera nesse colar. - Uma herança de família, colar mais velho que tudo e você acha que tem uma escuta ou câmera?! Tá m tirando?! James se vestiu novamente. - É bom ter você na equipe, Potter. Trabalho com seu pai há anos e ele sempre falou muito de você, espero que você seja bom mesmo como dizem.- Ele estendeu a mão.- Matheo Figs. Ele apertou a mão dele e sentiu uma leve dor com a força que o homem fazia. James era malhado, mas nada tão exagerado como Figs, mas não reclamou, nem fez careta. - Figs, nome de traficante.- Comentou, seguindo ele e os outros homens pelos corredores do sub-solo. - Foi bem útil quando eu fui infiltrado no tráfico como segurança da mulher de um chefão. - Parabéns por estar vivo ainda. Figs o encarou. - Para você também, Potter. Imagino que não foi fácil ficar aquele tempo todo no hospital. James ficou desconfortável. Os outros homens pareceram espreitar os ouvidos apenas para tentar ouvirem mais a conversa ou tentarem saber mais detalhes. Como alguém que estava fora da polícia há alguns anos, ninguém sabia o motivo, tinha ficado um tempo no hospital e simplesmente ainda conseguia voltar para ser infiltrado na faculdade da princesa? Porque tanto mistério envolvendo James Potter? O sub-solo era exatamente como nos filmes, paredes e pisos cinza, apenas luzes comuns e algumas de emergência, algumas câmeras, alguns homens, uma sala de monitoramento, algumas salas de Pânico e camas, suprimentos. Dava pra ficar ali meses escondido. - Atrás daquela porta preta tá a princesa.- Figs falou, quando eles passaram por uma porta.- Aquele quarto é resistente há muita coisa, tiros, bomba e até mesmo se ele for soterrado por esses dez palmos de terra. - Ela está aí há quantas horas?- Perguntou, olhando a porta. - Vinte e quatro horas. James respirou fundo. - Vocês deixaram uma mulher, de vinte anos, princesa, que sempre teve sua privacidade e uma vida luxuosa trancada em um quarto blindado por vinte e quatro horas?- Perguntou, incrédulo. Figs e os outros homens se entreolharam. - A prioridade era a vida dela, não sabíamos se outro alguém viria...- Um deles deu desculpa. - Vinte. E. Quatro. Horas.- James repetiu, pausadamente, quase sem acreditar.- Uma pessoa normal enlouquece em menos tempo sem contato humano, imagine uma princesa! p***a, beleza que a segurança dela, mas e a sanidade dela? Ele avançou na porta. - Não, não vamos abrir até passarmos os planos para a saída dela daqui...- Um deles começou, mas James o interrompeu. - Eu fiz uma promessa em pessoa para a rainha, a promessa de cuidar da filha dela e é isso o que eu tô fazendo! Figs o olhou. Era aquela pessoa que ele precisava que cuidasse de Lily, alguém determinado, corajoso e que estivesse pronto para enfrentar todo mundo para proteger ela. - Chefe... - Não, ele está certo, vou abrir, saiam todos vocês e vão repassando o plano enquanto ele vê se ela está bem. Todos os homens saíram, deixando apenas Figs e James no corredor. Figs fez alguns procedimentos para destravar a porta, procedimentos como reconhecimento facial, do olho, da mão, da voz dele e ainda teve que esperar Fleamont no centro de Londres dar autorização para desbloquear. Ele se afastou, deixando James entrar. O quarto era abafado, quase sem a entrada de ar, apenas com um ventilação lá dentro, pequeno, apenas com um colchão, alguns suprimentos, livros, muito pouco iluminado e um balde. James respirou fundo. Aquilo ali para uma princesa era uma completa humilhação. Ter que fazer xixi em um balde e dormir em um colchão velho. Ele a viu, sentada no canto da cama, encostada a parede, com o rosto escondido entre os joelhos enquanto ela abraçava eles. Ela tinha um vestido e saltos altos jogados no chão. Vestia apenas uma regata preta, calcinha e estava descalça. - Boa noite.- Falou baixo, na intenção de não assusta-la.- Não sei se já falaram com você, mas está tudo bem, você está sã e salva. Você não corre perigo, não aqui. Você sabe onde está ou quanto tempo está aqui? Houve uma pausa e ele não sabia se ela estava dormindo ou se ela simplesmente não queria responde-lo. Ele colocou a mão no braço dela, na tentativa de se comunicar, levemente para não assusta-la. Ela ergueu o rosto vermelho de chorar, a maquiagem um pouco borrada e os olhos vermelhos de chorar. Olhos verdes e penetrantes como James nunca tinha visto em toda sua vida, eram diferentes e mesmo que ela tivesse chorando recentemente, eles continuvam olhos intensos e lindos. - Eu não lembro.- Falou com a voz fraca, quase sem falar. James viu uma garrafa de água entre os suprimentos e a pegou, colocando em um copo plástico. Ele entregou a ela e ela bebeu rapidamente, parecendo sentir sede a bastante tempo. - Obrigada, você foi a única pessoa que me tratou bem aqui. Ele se sentou ao lado dela e para sua surpresa ela o abraçou de lado. A falta do contato humano. Meio sem jeito ele contribuiu o abraço, acariciando os cabelos ruivos longos que naquele momento estavam bagunçados e despenteados. - Não sei se você lembra, mas você sofreu uma tentativa de sequestro, não te machucaram e nem levaram nada, mas seus seguranças preferiram te trazer pra cá para você não ter que ir pro palácio ou ser fotografada em um momento tão delicado.- Falou com cautela, não sabendo a reação dela. - Estou aqui há quantos dias?- Perguntou baixinho, ainda abraçada a ele. - Vinte e quatro horas. - Para mim me pareceu uma eternidade, foi o pior dia da minha vida.- Falou passando a mão no rosto, enxugando as lágrimas. - As vezes temos dias ruins, é normal.- James falou, tentando consola-la. - Quem é você? Porque está aqui? - James Potter. Sua mãe pediu pra mim ser seu novo segurança e cuidar de você, eu sou um dos melhores e prometo que nada vai acontecer com você. Ela se afastou, olhando nos olhos dele. - Minha mãe deve estar te pagando muito, porque você foi corajoso de entrar aqui, em um quarto estranho e me ver nesse estado.- Ela voltou pro cantinho, olhando para um ponto fixo do quarto. - Não é o dinheiro, é apenas a humanidade. Não pensa que sou bobão frágil, mas imaginei como deveria estar sendo difícil pra você ficar tanto tempo sozinha. Ela assentiu. - Obrigada, você foi o único corajoso de entrar aqui. Não comenta com ninguém que você me viu usando regata, calcinha, descalça e sem tomar banho desde ontem em um quarto com cheiro de xixi.- Ela falou envergonhada. Ele riu. - Segredo real que eu guardarei. - Nós já vamos embora? - Eu tenho que ver...- Ele se levantou.- Vou lá e já volto, ok? - Você vai me deixar sozinha?- Ela perguntou parecendo desesperada, se levantando também.- Não me tranca aqui de novo, por favor. James respirou fundo. - Vou te levar comigo, mas não fala nada, só obedece e fica de canto, ok? Ela assentiu e estava prestes a sair quando ele a parou. - Toma.- Ele falou, tirando a jaqueta de couro e a blusa de mantas cumpridas. Ela olhou agradecida para ele enquanto ele se virava de costas, dando espaço e privacidade para ela. Quando ela terminou de vestir a camisa ele se virou, vendo que a blusa tinha ficado bem maior nela já que ela era mais baixa, cobrindo um pouco de seus glúteos e coxas, nos braços ficaram bem maiores e ela teve que dobrar. James vestiu a jaqueta de couro e a fechou. - Espero que possamos ir para casa logo, estou cansada, dolorida e precisando urgentemente de um banho e da minha cama.- Ela falou, caminhando lado a lado pelo corredor. - Quando você estiver no palácio garanto que sua mãe vai te receber e você vai ter um tratamento vip, até spa vão te dar.- Falou distraído, só pra continuar conversando ao invés de ignora-la. - SPA?- Ela riu.- Amo SPA, mas nesse momento é a última coisa que eu penso. Tudo que eu quero agora é o colo da minha mãe e descansar. Quando eles estavam chegando perto da sala de reuniões conseguiram ouvir algumas vozes e ele fez um sinal para ela fazer silêncio, ela obedeceu e apenas foi para trás dele, o seguindo para dentro da sala. Atrás deles estavam dois seguranças de olho no corredor e na porta, para reforçar a segurança e garantir que ninguém entraria, mas de qualquer modo eles tinham as câmeras e ficavam atentos a qualquer aproximação e ninguém chegava nem há 1km de distância. Uma mesa grande de planejamentos, Figs e os quatro homens que estavam com eles antes. Quando eles viram a princesa atrás de James, praticamente semi nua, com as coxas as mostras e o cabelo bagunçado, de imediato todos se viraram de costas, Figs apenas desviou o olhar. Timidamente ela ficou atrás de James, tentando se esconder e passar despercebida. - É contra as regras tirar de dentro do quarto, apenas podemos tirar quando for para levar embora! Ela é uma dama, nunca que deveríamos ver a princesa assim...- Um dos homens que estava de costas falou, parecendo incomodado com as atitudes de James. - Fica quieto, Lewis.- Figs falou, fazendo um sinal para que James desse explicações. Ele respirou fundo. Lily olhava tudo com curiosidade, não estava acostumada a ver ações, tantas armas e como funcionava a segurança dela de perto, não sabia que era tão tenso e tinham tantos planejamentos. - O que eu tenho a dizer é que... Lily de Cambridge é uma princesa. Uma mulher, um ser humano e ela já tinha sofrido muito, e vocês pegam ela e colocam enjaulada e não vão saber nem se ela está bem?- Resmungou, cruzando os braços. Ela pigarreeou atrás dele. - Isso eu concordo, foi agonizante ficar um dia presa dentro daquele quarto tendo que fazer xixi em um balde e comer mantimentos estranhos pra sobrevivência na selva. Falta de respeito também. James a olhou e ela deu de ombros. - Sinto muito, alteza, foi para sua p******o e segurança.- Figs não se arrependia, mas sabia que tinha que paparicar ela um pouco, era a futura rainha afinal. - Parecia que eu estava sequestrada, não que eu estava segura!- Falou brava.- Eu sou mulher, um dia sem tomar banho, usando a mesma roupa, sem escovar os dentes... me digam que tem um chuveiro aqui pelo amor de Deus! Figs assentiu. - James vai te levar para o banheiro com as malas que você levaria para a viagem. Precisa de mais alguma coisa? Ela caminhou determinada até ele, olhando olhos nos olhos, o que era uma situação engraçada já que ela era baixinha, magra e Figs era alto e musculoso. Lily tentar desafia-lo chegava a ser engraçado para James, ele apenas observava lançando um sorriso brincalhão para Figs. Figs apertou os olhos para ele e James sabia que quando Lily não estivesse ali, ele receberia uma bela bronca. - Na verdade eu quero! Quero minha nécessaire também, afinal preciso de sabonete, toalha, shampoo, escova de dentes, perfume e desodorante. - James também levará pra você. Ela deu as costas a ele e caminhou até a porta, mas parou, olhando para ele intimidadora. - E quando sair do banho espero que Fleamont esteja me esperando para uma ligação, estamos entendidos? - Sim, majestade. James a seguiu, olhando confuso para ela. Como ela conseguia passar de princesa boazinha e indefesa para majestade soberana e mandar em um homem daquele tamanho? - Pega minhas coisas para mim e leva no banheiro.- E agora ela tinha passado para a versão princesa boazinha, olhando ele com um sorriso pequeno. - Sim, vossa majestade. - Vossa majestade? Por favor, me chama de Lily. - Só se você me chamar de James.- Ele brincou. Enquanto James ia atrás das malas, se perguntou mentalmente porque disse aquilo por último? Era pra ser apenas um trabalho e desde que foi proposto a ele, ele imaginava uma princesa c***l, patricinha e metida, não uma garota indefesa e também determinada, ela era tão... diferente do que ele tinha imaginado. Demorou um pouco para um outro segurança trazer a mala e a nécessaire, James ficou esperando pacientemente e quando ele finalmente trouxe, ele foi com elas em direção ao banheiro. Não era exatamente um banheiro chique que a princesa estava acostumada. Era o banheiro dos seguranças. Tinha os armários para eles guardarem suas coisas, um banco para sentarem e no canto um banheiro fechado com chuveiro e privada. James colocou as coisas no banco e se sentou, de costas para a porta do banheiro. Se ele tinha responsabilidade de cuidar dela deveria cuidar mesmo, não deixá-la sozinha no banheiro para nada acontecer. Se entrasse um atirador agora ele deveria de colocar na frente dela. Foi um banho longo e demorado, sentado do banco James conseguia escutar a voz doce e angelical cantando e o barulho da água misturado. - And all those things I didn't say Wrecking balls inside my brain I will scream them loud tonight Can you hear my voice this time? Sem ter nada para fazer, James ouviu-na cantar e prestou atenção na música. A música que ela cantava falava sobre uma mulher forte que tinha que lutar, sobre ter perdido amigos, sobre sentir falta de casa mas sentir seus ossos pegando fogo e acreditar. Quando ela terminou a música, desligou o chuveiro. Pode ouvir os passos descalços dela no piso e ela abrindo a mala, tirando algo de dentro. Lily tirou uma toalha e se enrolou nela, secando o próprio corpo e agradecendo mentalmente finalmente ter tomado banho e ter feito xixi em algo que não fosse um balde. Tudo o que ela precisava agora era ir pra casa. Colocou uma calcinha e vestiu uma calça jeans preta, colocando a blusa de James por ser mais confortável e grande, sem se importar muito em colocar um sutiã. Passou perfume, desodorante e penteou os longos cabelos ruivos, tentando ter uma boa aparência depois de vários dias ali. No reflexo do espelho notou os olhos ainda inchados de chorar e algumas olheiras de não conseguir dormir. Ela se sentou mais perto de James e ele a olhou de lado. - Você ganhou minha confiança, por isso quero te dar um presente.- Falou, fazendo ele se virar para olha-la. Tomada banho e arrumada, ela era ainda mais bonita do que nas revistas, na TV ou nas fotos na internet, mesmo estando natural ela tinha uma tamanha beleza que chamava atenção e a diferenciava de outras tantas mulheres. Os cabelos louros avermelhados que chegavam em um tom perfeito de ruivo, nem tão escuro, meio mesclado. E os olhos verdes penetrantes. - Era da minha vó.- Falou, agarrando a mão dele e colocando um colar. Era de ouro e tinha uma fênix delicada, muito bem desenhada.- É um talismã pra p******o, espero que possa te ajudar em qualquer momento difícil na sua vida. James analisou o colar, notando o quão bonito e significativo ele era. Lily era apenas mais uma pessoa que ele deveria proteger, não deveria ter tanta i********e ou deixar ela dar presentes, por isso de imediato recusou, colocando de volta na mão dela. - Você precisa bem mais do que eu e além do mais foi sua vó...- Falou tentando fazer ela pegar de volta, mas ela também recusou. - É um presente para um amigo que me ajudou, preciso que você aceite. Ele respirou fundo, mas se deu por vencido. Tentava colocar o colar no próprio pescoço, quando ela chegou bem perto e o fez, passando a mão pequena e delicada pelo seu pescoço enquanto arrumava a corrente e a fechava. Uma cruz e uma fênix em seu peito. Ela sorriu para ele. - Agora temos que agilizar, preciso sair daqui urgentemente, não aguento mais um minuto desse lugar, se não eu enlouqueço. Ela pegou a nécessaire e saiu, caminhando pelo corredor determinada em direção a sala de planejamentos enquanto James a seguia com a mala mais pesada em mãos. Todos a olharam quando ela passou como um furacão pela porta. Figs tirou o telefone do ouvido, olhando para ela. - Espero que seja o Fleamont, porque em meia hora eu vou vazar desse inferno e pretendo nunca mais voltar!  Duas horas depois, durante a madrugada, James dirigia o carro em direção a Londres, para chegar ao palácio, enquanto Lily dormia no banco de trás, usando cinto de segurança mas com uma blusa servindo de travesseiro. De vez em quando James olhava pelo retrovisor para ela, vendo ela dormir como um anjo, estava tão tranquila e em paz que ele agradeceu não ter que ir conversando a viagem inteira. Figs ia na frente deles, guiando e protegendo a frente deles pela cidade, enquanto Lewis dava cobertura pelas costas, ambos em motos e armados até os dentes. Londres não estava tão cheia naquela madrugada, por isso demorou apenas uma hora e meia para chegarem ao castelo. Graças aos vidros fumê os paparazzis não conseguiam vê-la dormindo no banco de trás, tinham vários espreitando no portão do palácio, esperando qualquer notícia ou o primeiro aparecimento dela após a tentativa de sequestro. Todos sabiam que ela estava bem, mas não sabiam onde ela estava. No portão do palácio, Figs tirou o capacete e conversava com o porteiro, fazendo a identificação e falando quem vinha dentro do carro e na outra moto. James teve que abaixar o vidro, mostrando que apenas ele e Lily estavam dentro do carro. - Para o carro em frente ao palácio, depois que vocês descerem alguém estaciona ele no estacionamento da realeza.- O porteiro falou, antes de James fechar os vidros e entrar com o carro. Depois de parar o carro, James desceu e foi para o banco de trás, tocando levemente no rosto dela na tentativa de acorda-la. - Hm... eu tô cansada, me deixa dormir.- Ela murmurou sonolenta. Ele riu, tirando o cinto de segurança dela. - Vamos, Lily, chegamos ao palácio, você não queria ver sua mãe e dormir no seu quarto?- Falou baixinho, na tentativa de acorda-la. Ela abriu os olhos de imediato. - Chegamos?- Perguntou empolgada, se espreguiçando. - Chegamos.- Ele retribuiu o sorriso. Lily saiu do carro e quando viu sua mãe esperando no topo da escada junto com seu pai, subiu aqueles degraus correndo, desejando muito o abraço dos dois. Quando ela chegou no topo da escada foi recebida pelo rei e pela rainha com abraços apertados, ambos chorando de alegria por ver sua filha com vida e bem. Quando James se aproximou, a rainha acenou com a cabeça para ele, ainda abraçada a filha. - Vamos para dentro, você precisa comer e descansar, querida.- Rainha Susana falou, abraçando de lado a filha, acariciando os cabelos ruivos. - Antes eu preciso fazer algo.- Lily falou, saindo dos braços da mãe. Ela foi até James e pegou não apenas ele, mas o rei e a rainha de surpresa, abraçando ele. - Obrigada por tudo, hoje você foi a única pessoa que me tratou como humana. Obrigada por ter brigado comigo, espero que você fique para ser meu segurança porque vai ser muito bom ter sua companhia. Ele sorriu quando ela se afastou e ela retribuiu o sorriso. - É uma honra servir e proteger vocês. Ele viu Lily subir abraçada a mãe, mas o rei continuou o olhando, analisando ele. O rei foi até ele, estendendo a mão e o cumprimentando, logo em seguida o puxando para um abraço. - Majestade...- James falou, mas foi interrompido. - Arthur, apenas Arthur, meu jovem. É bom finalmente ter alguém que Lily se dará bem, espero que você fique por bastante tempo conosco. James sorriu, olhando uma última vez Lily. Ela estava em casa, ficaria bem e se recuperaria do trauma logo.
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