O guarda costas

2. Affair

Quando as pessoas, revistas e tablóides falavam que o rei e a rainha eram pessoas doces e amáveis, James duvidava bastante, achava que era só farsa para enganar todos e pagar de bonzinhos, mas quando conheceu-nos, percebeu que eles realmente eram todas as coisas boas que falavam.

Achou que voltaria para casa, mas fizeram ele ficar em um quarto, não nos quartos dos empregados, mas em um quarto de visita, chique e luxuoso no mesmo andar do deles.

Não conseguiu dormir muito a noite, mas ficou deitado na cama, sem camisa e apenas com uma bermuda, pensando em como a vida era confusa . Dias atrás no mesmo dia ele estava em casa, tendo uma noite chata, mas hoje ele estava ali, dormindo no palácio.

Ouviu uma batida na porta e olhou no relógio, vendo que era cinco horas da madrugada.

Sonolento ele acendeu a luz e foi até a porta, abrindo ela.

Lily estava parada na porta vestindo uma camisola rosa bebê em tom pastel e um robe de seda em um tom azul pastel, usando uma pantufa de pelinho fofa e carregando sua blusa em mãos, um tablet e na outra uma pequena coisa de madeira com copos e comida.

Ele olhou desconfiado, cruzando os braços e arqueando a sobrancelha para ela.

- Você não tem relógio?

Em resposta ela revirou os olhos e passou por ele.

Ele fechou a porta, vendo ela se deitar no outro lado da cama e colocar a tauba de comida no meio.

- Só porque você é a princesa não quer dizer que pode roubar meu quarto...- Ele continuou parado, olhando ela confuso.

- Vem logo!- Ela bateu a mão no espaço da cama ao lado dela.

Ele foi, relutante mas foi e se sentou ao lado dela.

- São cinco horas, o que você tá fazendo aqui?- Ele resmungou com a voz rouca.

- Vim trazer sua camisa.- Ela falou, entregando a blusa branca dobrada.- Comida porque acho que você tá com fome e conversar, papo da madrugada, sabe?

- Papo da madrugada?! Eu sou seu segurança! Não sou sua melhor amiga!

Ela o olhou fazendo biquinho e por um instante ele achou que ela choraria.

- Grosso!

- Olha, princesa...- Ele corrigiu quando recebeu um olhar f**o dela.-Olha, Lily. Eu não quero misturar trabalho com o pessoal, não podemos ser amigos e eu não posso ter sentimentos por você, isso pode colocar a minha vida e a sua em risco.

Ela assentiu, parecendo cabisbaixa.

- Você não tem uma melhor amiga? Namorado?- Sugeriu, mas ela negou com a cabeça para todas as opções?- E sua irmã?

- Meus amigos eram os mesmos do meu ex namorado, ai ele pediu um tempo quando o verão começou, sabe eu entendo que é difícil namorar uma princesa... mas doeu. E minha irmã, bom, minha irmã me odeia.

James engoliu em seco.

Quando sua mãe faleceu, antes dele conhecer Remo e Sirius, foi uma época difícil e que ele se sentiu sozinho.

- Tudo bem, tudo bem...- Se deu por vencido e ela abriu um sorriso enorme, empolgada.- Regras: Eu quero que você me trate do mesmo jeito que trata todos os seguranças.

- Colocar regras pra ficar tudo chato... típico. Mas vamos lá, de acordo e deixo claro que já trato vocês igualmente.

- Você me abraça e é carinhosa comigo, me deu um colar de fênix e é super grossa com o Figs e com os outros.- Rebateu.

Ela apertou os olhos.

- Conheço o Figs há uns cinco anos, somos colegas e jogamos xadrez e damas juntos, não liga pra nossas briguinhas. Mas se você concorda, vou tratar carinhosamente todos.

James bufou.

Ele tinha tentado falar para ela tratar ele m*l como ela tratava os outros, mas agora simplesmente ela trataria todos como velhos amigos.

- Você não pode ousar pensar em me maquiar ou pintar minhas unhas.

- Poxa, só porque eu estava pensando nisso...

- Repito, não somos melhores amigas.

- Ok, ok, para de regras e bebe esse chocolate quente.- Ela empurrou a xícara para ele.

Enquanto ele saboreava o chocolate quente, ela mexia em um tablet, parecendo concentrada no que fazia.

- O que você tanto olha aí?- Perguntou parando de beber o chocolate quente, espreitando o tablet.

- Pesquiso meu nome, gosto de saber as notícias e o que o povo fala de mim no Twitter, no i********:, Facebook.- Falou, rolando o feed do i********:.

Ela abriu o Google, digitando Lily de Cambridge.

- Olha, já tem notícias de que eu estou no palácio.- Ela virou o notebook para ele.

Rei Arthur e Rainha Suzana recebem Lily de Cambridge de braços abertos após uma tentativa de sequestro

E uma foto de qualidade razoável do rei e da rainha recebendo ela e a abraçando apertado nas escadas do palácio. Mesmo no portão do palácio os paparazzis conseguiam pegar momentos assim.

A princesa e segunda na linha de sucessão voltou para o palácio após uma tentativa de sequestro. Pouco se sabia da sua localização, apenas nos foi informado que ela estava bem, mas finalmente Lily deu as caras.

Nem ela ou qualquer outra pessoa da família real deu um pronunciamento oficial sobre a tentativa de sequestro.

Lily voltou para casa em um carro preto de vidro fumê, com uma escolta padrão e um rapaz misterioso que nunca tinha sido visto antes.

Seria um novo affair?

Em outro tablóide tinha uma foto de Lily abraçando James e logo em seguida outra dele tocando no rosto dela e falando algo, com um sorriso no rosto. O título era "Tentativa de sequestro, retorno ao palácio e novo affair".

- Affair?- James repetiu, ainda lendo a notícia.

- Não é um relacionamento ainda confirmado, é apenas um caso, tipo um lance, é assim que os famosos chamam.- Ela explicou, brincando com a xícara de chocolate quente.

- Isso eu sei, só estou surpreso... Quem pensaria que eu sou seu affair?

Ela arqueou a sobrancelha.

- Não pense que estou passando dos limites profissional/pessoal, mas você é um cara bonito e mesmo sendo sério e grosso as vezes, tem um certo charme e estilo. O que eu quero dizer é que todo mundo acreditaria que estamos namorando.

Ele parou, olhando para um ponto fixo pensativo, pensando se aquilo era uma boa ideia ou uma péssima idéia que causaria morte e destruição.

- E se deixássemos pensar que estamos?

Aquilo pegou ela de surpresa e fez com que ela cuspisse o chocolate quente que ela bebia, sujando o lençol e o chão.

- O que?!- Falou de pé, tentando tirar a mancha da camisola.

- Estava pensando, nós dois teremos que ficar juntos de qualquer jeito e já tem boatos que eu sou seu affair, então qual o melhor jeito de passarmos tempo juntos sem ninguém desconfiar que sou seu segurança?

- Você é bonito e suas intenções são apenas me proteger, mas eu acabei de sair de um relacionamento há dois meses e se eu voltar a namorar vai ser uma fofoca enorme.- Explicou, caminhando até a janela para olhar o jardim do palácio.

Ele decidiu dar um tempo a ela, apenas ficando pensando se tinha sugerido algo certo ou se estava apenas errando.

- Eu não entendo...- Ela pausou, olhando para ele.- Eu poderia ficar com qualquer outro segurança, mas porque logo você?

- Eu ouvi pouco os planos do Figs, mas como meu pai é o chefe dele e eu conheço muito bem o raciocínio dele, vou dar minha opinião.

Ele se levantou, indo até ela e ficando olhando o jardim, a fonte e o dia começando a amanhecer. Era tudo tão calmo naquele horário.

- Provavelmente a pessoa que te sequestrou não desistiu, vai tentar de novo.- Ela arregalou os olhos, mas ele tocou na mão dela, tentando acamma-la.- Criaram uma notícia falsa que mataram o mandante do sequestro pro mandante pensar que está sã e salvo. Vão diminuir sua segurança apenas a vista, mas sempre vai ter gente por perto, segurança, câmeras e um atirador de elite com uma arma em um prédio alto pronto para acabar com qualquer um suspeito que aproxime de você.

Ele explicava com tanta paciência que tranquilizava ela, ela o olhava calmamente.

- Se terão tantos seguranças... porque mandar você?

- Os seguranças vão estar disfarçados e distante de você, mas eu vou estar sempre perto com a desculpa de ser o namorado.

Ela se abraçou, passando os braços em volta do próprio corpo, se acariciando.

- Estou com medo. Quem iria querer me s********r? Me m***r? Eu nunca fiz m*l a ninguém!

- Você é a segunda na linha do trono, eles querem sua coroa.

Ela respirou fundo.

- As vezes eu só queria não ter nascido na realeza, sabe? É tão difícil... já tentaram me s********r tantas vezes e em uma delas eles conseguiram.

James esperou mais alguma informação, mas ela não deu, apenas ficou silenciosa novamente.

- Mas agora eu estou aqui e as coisas vão ser diferentes, eu prometo.- Ele envolveu-na em um abraço.

Com a cabeça encostada ao peito dele, Lily conseguia ouvir seu coração batendo.

- Agora, vai se deitar. Deve estar cansada, eu também tô e vou dormir.

- Posso ficar aqui?

- Não!- Respondeu rapidamente, mas percebeu que tinha pegado mal.- É que quando todos acordarem de manhã e você não estiver no quarto... vai ficar estranho pra você. Não quero criar boatos.

Ela concordou e pegou as coisas na cama, indo até a porta.

- Boa madrugada James, obrigada por me ouvir.

- Pra você também, dorme bem.- Ele falou antes de trancar a porta.

Esperou alguns minutos, até ligar para seu pai.

Enquanto esperava Fleamont atender a ligação, pegou a blusa que ela devolveu e não precisou nem levar ao nariz para sentir o cheiro impregnado. Um perfume doce, com cheiro de flores e uma mistura de baunilha.



James disparou tiros contra os bonecos que se moviam, descontando o pente em um dos quatro bonecos.

Figs passou seus braços em volta de seu pescoço, pronto para dar um mata leão nele, mas James impulsionou seu corpo para frente e conseguiu erguer os pés, chutando o rosto dele.

Figs o soltou, enquanto outro homem tentava derruba-lo, James desviou dos socos e deu uma rasteira nele, prendendo o pescoço dele contra suas pernas.

- Se fosse real, eu poderia quebrar o pescoço dele ou simplesmente desmaia-lo.- Se levantou, soltando o homem.

Theo e Vicent continuaram no chão, esgotados.

James deu a mão para eles, ajudando ambos a levantarem e deu um tapinha nas costas deles.

- Eu sou o melhor, Lily está em boas mãos comigo e eu garanto que se tivesse que sair no soco com os homens, eu saio, me garanto nos socos e nas armas!- Falou, olhando para o rei Arthur, que acompanhava tudo de perto.

- Muito bom, Potter. Tão bom quanto seu pai. Quem sabe quando acabar, você não possa ajudar Figs treinando nossos seguranças?- Arthur falou, cumprimentando James.

Eram apenas sete horas da manhã e eles já estavam todos treinando, James não tinha conseguido voltar a dormir após Lily sair do quarto e ele ligar para Fleamont.

Figs revirou os olhos, vendo o rei criando laços e convidando o novato a ajudá-lo a treinar a equipe. Ele tinha levado tempo para chegar aonde estava, não era filho do ministro da segurança e não tinha aparecido da noite pro dia.

James pareceu notar o olhar e o posicionamento de Figs.

- Eu acho incrível o trabalho de Figs, ele treina muito bem a equipe, é bom fazer parte da equipe dele, acho que vou aprender muito com alguém tão experiente.- Falou, tirando a luva que usava e a jogando em cima de um dos balcões de armas.

Aquilo pegou Figs de surpresa, mas ele não mudou sua expressão séria e durona, apenas olhou James arqueando a sobrancelha e recebeu uma piscada em resposta.

- Foi uma manhã intensa, merece um bom café da manhã.- Arthur falou.- Vem tomar café da manhã comigo e com minha família!

James parou de beber água da garrafa de água, olhando a equipe.

Trabalhando há anos e nunca tinham se juntado a mesa com o rei e sua família, mas o novato por ser filho do ministro da segurança recebia um convite após se juntar a equipe apenas há um dia.

Ele notou o claro clima desconfortável.

- Obrigada senhor, mas vou ter que recusar. Vou tomar café da manhã com minha equipe na cozinha dos empregados.

Arthur o analisou, notando honestidade, fidelidade e humildade. James parecia ser um bom homem.

Ele sorriu.

- Então a equipe toda está convidada. Temos uma mesa enorme que está sempre vazia, vai ser bom jantar com os seguranças... e mais, chamem empregados e cozinheiros, hoje vai ser um dia especial. Vamos celebrar a vida, celebrar que Lily voltou para casa viva!

A equipe se entreolharam, abrindo sorrisos.



Quando eles desceram para o café da manhã, apenas o rei e a rainha já estavam na mesa e os receberam muito bem, cumprimentando todos e sorrindo. O rei vestia uma polo, enquanto a rainha vestia um vestido simples de mangas cumpridas.

Uma mesa gigante na sala de jantar, vinte lugares em cada lado e o rei ficava no meio, enquanto a rainha ficava ao seu lado direito e Figs se sentou ao lado.

Os empregados lotaram a mesa, cinco seguranças da equipe pessoal, três empregados que trabalhavam no turno do dia, uma ajudante de cozinha e a chefe da cozinha.

Doze lugares estavam ocupados, apenas oito ficaram desocupados e um deles era entre a rainha e James, aguardando Lily que talvez fosse, mas estava tão cansada que ninguém culparia ela de tomar café no quarto.

Quando ela passou pela porta, sonolenta e bocejando, vestindo ainda a camisola e o robe aberto, parou, surpresa ao vê-la.

Todos os empregados que estavam na mesa se levantaram.

- Majestade.

- Bom dia pessoal, fico feliz por todos vocês estarem aqui.- Falou timidamente, fechando o robe e fazendo um laço na parte de trás.- Não sabia que vocês todos estariam aqui, se soubesse teria me vestido melhor...

Ela passou, cumprimentando um por um, agarrando as mãos deles e sorrindo enquanto desejava bom dia, falando o nome de todos, sem se esquecer de um sequer.

Quando cumprimentou James, sorriu para ele, um sorriso doce e simpático, agarrando a mão dele e olhando ele nos olhos.

- Bom dia, James.

- Bom dia, Lily.

Ela cumprimentou a mãe e o pai, recebendo um beijo na testa de cada um e se sentou entre a mãe e James, pegando seu prato.

Se serviu de suco de laranja, pegou alguns morangos, amoras e uvas e um pão doce.

- Essa mesa sempre esteve tão vazia, finalmente tem alguém aqui.- Ela olhou para eles.- É bom ter vocês aqui, são da família para nós.

- Ficamos felizes que a senhorita está bem e em casa, rezamos muito para que voltasse bem para o palácio. Digo por todos que estamos felizes de ter você aqui.- Celiny, a empregada mais antiga do palácio, praticamente a governanta do palácio, que tinha criado e cuidado de Lily falou.

- Fico feliz de estar aqui com vocês, foram momentos apavorantes e pensei que nunca mais estaria aqui, nunca estive tão feliz de estar aqui com vocês.- Lily falou, estendendo a mão sobre a mesa e Celiny que estava a sua frente agarrou sua mão.

- Deus sabe como eu me preocupei com você, você é como uma filha para mim, seria h******l perder você.- Ela falou, soluçando e começando a chorar.

A rainha Susana estendeu a mão, colocando a dela sobre a de Lily e Celiny.

Ambas choraram quando se abraçaram e Lily abraçou elas.

James observava tudo aquilo sentado, bebendo seu café.

Todos eles eram como uma família, unidos e cuidando um do outro, não eram apenas a família real e os empregados. Tinha um laço ali, não um laço de sangue, mas um laço de fidelidade.

- É o café da manhã, não podemos ficar chorando!- Lily falou, limpando algumas lágrimas e voltou ao seu lugar.

A maioria estava terminando seu café da manhã quando outra pessoa entrou na cozinha.

Usando uma roupa elegante e bem arrumada, a princesa Petúnia entrou, com uma boina e muito bem arrumada, olhando para todos com certa superioridade.

- Vejo que essa aí não morre mesmo. Achei que finalmente tínhamos nos livrado dela.- Falou maldosa, olhando a irmã e os empregados com certo nojo.

- Também é bom te ver, maninha.- Lily debochou, limpando o canto da boca com a ponta da unha, como se limpasse um veneno ali existente.

- Vejo que os lacaios saíram dos buracos e vieram nos servir, se revoltaram e estão nos chantageando, mamãe?- Perguntou, fazendo uma careta.

Ela se sentou afastada, na última cadeira, bem longe de todos e da comida.

Mesmo com raiva de todos ali, olhou para Lily, vendo que a mãe tinha deixado um lugar para a filha mais velha e a favorita dela, mas para ela nada.

- Tunia, querida, sente-se mais perto, adoraríamos que celebrasse conosco a volta de sua irmã.- Seu pai falou, tentando suavizar o clima estranho que tinha surgido.

- Não quero me misturar com certa gentinha.- Revirou os olhos para todos naquela mesa.- Empregada, fizeram meu suco detox e meu pão low carb?

- Sim, majestade.- A moça falou, ainda sentada comendo seu café da manhã.

- O que você está esperando para trazer até mim?- Perguntou, medindo ela.

- Petúnia, todos estão em seu horário de café da manhã que EU DEI hoje, então se você quiser comer qualquer coisa, levante-se e sirva!- Arthur falou, já irritado.

Todos os empregados ficaram desnorteados, Lily comia tranquilamente como se nada estivesse acontecendo e James te tentava imitar os empregados, não olhando para eles.

Petúnia parecia que estava prestes a sair fumaça.

Ela se levantou de imediato, apontando para o lado de fora e saiu.

Arthur pediu licença, recebendo um olhar e um toque na mão de sua esposa que apenas ele entendeu.

Eles demoraram e não retornaram, o que fez Susana se levantar, pedir desculpas e licença e se retirar, indo atrás do marido e da filha.

- Pessoal, peço desculpa por isso.- Lily falou, constrangida.- Assuntos de família, delicados e confusos. Não é porque somos a realeza que não brigamos, somos como sua família.- Brincou.

Ninguém na mesa reclamou, eram compreensivos e deram apenas apoio e carinho a ela.

James percebeu que ela tentava disfarçar a situação, mas dava uma leve tremidinha, por isso se aproximou lentamente de seu ouvido.

- Não vamos reclamar se você for lá.- Sussurrou.

Não era a melhor pessoa para dar conselhos familiares, mas se importava com a família e coisas do tipo, por isso falou.

Ela o olhou.

- É falta de educação eu sair e deixar todos vocês aqui.- Sussurrou de volta, mexendo no cabelo de modo nervoso.

- Não é, não ligamos pra falta de educação! É sua família, vai lá, compreendemos.- Ele deu um tapinha nas costas dela.

Ela olhou pra mão dele, estranhamente.

Nunca tinha recebido um tapinha nas costas de consolamento.

- Obrigada pelo café da manhã, pela presença de cada um de vocês, pelas orações e rezas e por serem fiéis a mim e a minha família. Encerro o café da manhã, mas não precisam sair, podem terminar de comer.- Sorriu, se levantando.

Com passos apressados Lily saiu da sala de jantar e andou pela sala de estar, indo até o hall de entrada, procurando pela sua família.

Ao chegar no hall de entrada pode ouvir vozes alteradas e quando olhou para cima, viu sua irmã discutindo com seus pais.

- EU DEVERIA SER A RAINHA! ESSE TRONO É MEU E NÃO DELA, ELA NÃO ESTÁ PREPARADA!- Tunia falava com um tom de voz alterado, próxima ao batente da escada, encarando os pais irritadas.

- Chega Petúnia, as coisas não são como você quer!- Susana devolveu o tom de voz da filha.- Temos uma linha de sucessão a seguir, não podemos simplesmente fazer as coisas como VOCÊ QUER!

- Como eu quero? Como eu quero? Eu tenho me dedicado a essa família e a esse país mais do que qualquer um, até mesmo do que vocês dois! Enquanto Lily estuda, vai em festas e tira férias, eu estou me matando por esse reino! Eu faço tudo, eu vou a eventos, eu ouço as pessoas, eu faço absolutamente tudo!

- E nós reconhecemos isso, Petúnia, nós sabemos o esforço que você faz e os sacrifícios, temos orgulho de você, mas Lily é e sempre será nossa escolha para ser a rainha.- Arthur falou calmamente.

O que era para consola-la e fazer cair em si, na verdade foi como jogar mais gasolina em um incêndio ao invés de água.

- Ela passou meses sem vir aqui, só estudando, indo em festas, fazendo compras e vivendo a vida dos sonhos, enquanto eu trabalhava e fazia o que ela deveria fazer, mas quem ganha todo reconhecimento? Ela!- Petúnia falava com tanta raiva que caiam lágrimas de seus olhos.- O namorado perfeito dela termina e ela sai em vários tablóides caindo de bêbada, vai viajar e quase é sequestrada, volta para casa DEPOIS DE MESES como se nada estivesse acontecendo, ENQUANTO EU QUE SOU A FILHA DEDICADA NÃO TENHO DIREITO A NADA! Sabe o que eu queria? QUERIA QUE ELA TIVESSE MORRIDO! Que tivessem sequestrado ela e MATADO!

Um t**a estalado em seu rosto, deixando-no vermelho e fazendo ela colocar a mão sobre o local, olhando indignada para a mãe que tinha dado o t**a.

- Você nunca mais, nunca mais fale assim dela. Não depois do que você fez, Petúnia, se você ousar falar dela mais uma vez, eu vou colocar você a chutes para fora desse palácio.- Susana falou, afiada.

Rainha bondosa, mas pela filha fazia qualquer coisa e até mesmo se transformava em uma leoa.

Quando eles olharam para baixo, viram Lily, parada no meio do hall de entrada.

Ela os olhou, antes de subir correndo pela escada ao lado da que eles estavam, ignorando todas as vezes que eles chamaram ela.



James era a pessoa com que Lily tinha mais entusiasmo e tratava melhor, por isso o rei lhe encarregou a missão de falar com ela, ver como ela estava e tentar convencer ela a sair de dentro do quarto.

- Lily, podemos conversar?- Perguntou, batendo na porta dela.

Os detalhes da porta grande, de ouro e com alguns desenhos de flores delicadas apenas em ouro rose se destacavam no corredor.

- Não somos amigos e eu não sei o que está acontecendo, mas só quero seu bem... qualquer coisa estou aqui.- Falou, após parar de bater na porta, sem saber se ela o receberia ou não.

- Não somos amigos, você deixou bem claro isso hoje cedo, você é apenas meu empregado! Não tenho amigos e todos meus empregados devem fingir gostar de mim porque eu sou a futura rainha e eles ganham pra gostar de mim.- Ela abriu a porta, encarando ele com certa raiva.

Ela ainda vestia camisola e já era o horário do almoço, seus olhos estavam marejados e seus cabelos ruivos presos em um r**o de cavalo.

- Você está falando isso na hora da raiva apenas, sei que você gosta de mim e que somos amigos.

Ela arqueou a sobrancelha.

- Você não me conhece e muito menos sabe nada de mim, acho melhor você ir. Estou começando a me enjoar de você, talvez peça para você ir embora!

E ela bateu a porta na cara dele.